sábado, 21 de dezembro de 2024
Tempo de União
Posso não reunir unanimidade, mas, muitos irão concordar. Foi um ano difícil. Para alguns, como eu, desanimador. Tivemos muito pouco a festejar. Se no âmbito doméstico as coisas foram quase sempre a desejar, no ambiente internacional só tivemos avanços de mais conflitos e ameaças à humanidade, senão vejamos num retrovisor graduado. Não fosse pouco a Guerra dos russos (ou de Putin?) contra a Ucrânia, vem o Hamas “embolado” com os Hezbollah e, juntos, enfrentam Israel que reage de modo severo, gerando toda sorte de rebuliço numa, digamos, “atualização” da luta milenar que se trava no Oriente Médio. Ao mesmo tempo, a China sem deixar Taiwan em paz e as Coreias, tecnicamente em estado permanente de guerra, dando sinais de enfrentamentos, terminam gerando um global ambiente desanimador.
Por outro lado, trazendo o foco do retrovisor para mais próximo, damos de cara com um ambiente interno igualmente preocupante. Houvesse sido um período animador, o ano estaria salvo. Mas, não... De modo claro é fácil perceber que a situação doméstica experimentou um ano de deterioração politica crescente, graças à renitente polarização ideológica, embalado por um anacrônico cerco forte de ditadura. Isto sem falar das inseguranças jurídica e pública ascendentes, da desgastante deterioração ambiental e a falta de providências severas, da insegurança cambial, da inflação camuflada, que vem corroendo as receitas financeiras das famílias, com sinais de que ainda esta por aqui, viva e bulindo. Resumo da ópera: tudo junto e misturado, joga luzes na pobreza resistindo e o Brasil dando marcha à ré. Tristeza.
Mas, pensando na filosofia popular, de que “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe” é chegado o momento adequado para desligar a máquina das retrospectivas negativas e unidos festejarmos o tempo do Advento. O que não festejamos durante o ano, seja possível nesta época natalina. Vamos, em família e com amigos, reunir energias positivas com vistas a melhores momentos em 2025. Que a chegada do Menino Jesus nos encha de esperanças. FELIZ NATAL E MUITA PAZ EM 2025. É tempo de união.
quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Voltando
Tenho tido dificuldades para emitir uma postagem semanal. Confesso. De tempos em tempos, essa dificuldade bate e termina cravando um estranho desânimo, para o qual não encontro explicação convincente. Preguiça? Talvez... Saúde, que é bom, anda boa. Cobrança pessoal, não falta. A coisa só dá sinais de “cura” quando um ou outro leitor ou leitora cobra-me presença semanal. Vem sendo de tal modo que estive prestes a titular este post com “Ainda estou Aqui”. Naturalmente que desisti para não confundir com o titulo do filme de sucesso, em cartaz. Ao mesmo tempo, recordo, na verdade, que tentei fazer uma postagem à medida que pautas nunca faltam, mas, os potenciais conteúdos nem sempre me convenciam ou, até, me deixavam constrangido. Para quem trabalha na dinâmica do jornalismo profissional tem sido de indiscutível abundância. “Mão na roda!”. Para mim, todavia, o compromisso é somente , pessoal. Relaxo e pronto.
Hoje, disposto a um “bate-papo”, destaco que, entre outros assuntos que anotei como pauta, o primeiro se refere aos sinais de saturação do ecossistema global. A natureza vem clamando e a humanidade não escuta. As instabilidades climáticas vêm assaltando cidades e países de modo mais frequente e cada vez mais avassalador. Não são raras as noticias sobre catástrofes ambientais provocadas por revoltas climáticas com furacões, tempestades e inundações, a exemplo da que tivemos no Rio Grande do Sul. Sobre esta, já tratei aqui no Blog com um brado indignado em razão das inadmissíveis formas politizadas de tratamento da tragédia. Mas, a que me chamou atenção, recentemente, foi a ocorrida no leste da Espanha, concentrada na cidade de Valência, terceiro grande centro populacional do país. Se o que ocorreu com nossos irmãos gaúchos foi desesperador, o mesmo pode ser dito sobre o episódio espanhol, que resultou em 200 mortes. Conheço Valência e recordo da sua exuberante beleza histórica e que, de algum modo, pode haver sido atingida pelas inundações recentes. Trata-se de uma cidade fundada 138 a. C. com extensa e rica história, fantásticos museus e grande centro de tradições populares. Lembro que um dos pontos mais visitados, que busquei conhecer, é a catedral da cidade, na qual se encontra guardado o Santo Graal, um cálice de ágata, tido como sendo o que Jesus Cristo serviu o vinho da última ceia. Se doloroso foi ver, ao vivo e a cores, pela TV, uma Porto Alegre mergulhada nas águas do Guaíba, igualmente foi como me espantei com as imagens de ruas de Valencia tomada por um amontoado de automóveis, numa imagem quase surreal. Vide foto, a seguir. Considero episódios frequentes dessa magnitude como verdadeiros clamores da natureza e que exigem dos humanos uma urgente renuncia das renitentes maneiras de explorar o quadro natural, antes mesmo que este venha cobrar de modo cada vez mais radical e nos levar a uma catástrofe global. Não vou listar as possíveis providencias protetoras, porque não me sinto habilitado. Não é minha “praia”. Apesar dessa incapacidade tenho contribuído de forma guiada pelas noções básicas no meio que circulo.
Outro assunto que me deixou pasmo, e até incrédulo, foi o assassinato, à queima-roupa, de um cidadão em plena área do desembarque do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. As razões pelas quais o tal atentado foi levado a efeito não importam aqui, embora seja de natureza que exige providências das autoridades de plantão, sobremodo se tratando de um crime ligado intimamente aos narcotraficantes e, portanto, uma questão de insegurança publica deste país. Então, o que mais me chamou atenção foi o fato de haver sido perpetrado num local inusitado e pondo em risco uma gama diversificada de atores sociais, que transitam de forma massiva, visto se tratar do maior e mais movimentado aeroporto da América do Sul. Imagino a surpresa, o pavor e o sofrimento dos que foram também atingidos pelos pistoleiros assassinos, bem como os muitos outros que ali circulavam na ocasião. Habituado a usar aquele equipamento publico passarei a fazê-lo sob todas as precauções que me toquem na hora. Nem preciso dizer que a repercussão internacional não foi nada agradável para um Brasil, que não para de alimentar as paginas politicas e policiais dos principais periódicos, nacionais e estrangeiros. Pobre Brasil.
Quando eu já pensava que minha pauta poderia ser bastante vem a realização da Reunião de Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, tendo o Brasil como anfitrião. Fiquei temeroso pelos riscos de insegurança desses visitantes. Claro que se tratou de uma oportunidade singular para o país. Receber os mandatários das 20 maiores economias para discutir os destinos do mundo, não acontece a toda hora. A importância do evento se revela de modo claro à medida que presidentes e primeiros-ministros não declinam do compromisso e correm para bater esse ponto. Um G20 é tão importante como a ONU e de certo modo mais importante do que o G7, visto que coloca frente-a-frente mandatários de nações desenvolvidas com aqueles dos países em desenvolvimento. Pobreza Mundial, Meio-Ambiente, Geopolítica, Segurança Cibernética, entre outros temas menos urgentes constam da pauta desses encontros. Imagino que não deve ser fácil chegar-se a uma concertação desejada. Sobretudo na atualidade quando, em pleno século 21, guerras indesejadas são travadas pondo em risco a humanidade, incluindo as constantes ameaças do uso de ataques nucleares. Cá pra nós, tenho a sensação de que embora haja uma plêiade interminável de assessores, ministros de estados, especialistas abalizados por trás desses mandatários, os resultados práticos deixam sempre a desejar. Sem querer menosprezar, longe de mim, sinto um forte cheiro de uma encenação política mundial, onde cada um dos atores principais desempenha um papel a seu modo e interesse. Ouso em achar que se trata de um grande convescote politico internacional. Os episódios da chamada Foto de Família do Encontro, no Rio, foi uma pândega. (Foto abaixo). Nem comento.
Pensando bem, melhor fez o Mandatário chinês, Xi Jinping, que sem perder tempo pegou um avião foi à Brasília e cravou 37 acordos de cooperação técnica do seu interesse, claro, com o Presidente Lula. Paralelo a tudo isso, uma nota negativa vai para o disparate da nossa primeira dama ao perder a noção do seu papel – sem qualquer autoridade politica – resolve sem mais, nem menos, num evento paralelo à Cúpula, ofender o homem mais rico do mundo (Elon Musk) e indicado para compor a equipe de governança do próximo Governo Americano. Mandou, em altos brados, o Homem se f#d*er! E falou em inglês! Ora, essa Senhora deixou se tomar de uma autoridade ilegítima e pouco recomendada a uma dita Primeira-Dama. Provocou uma tremenda “saia-justa” para o marido e uma enrascada para a Diplomacia brasileira.
Chega, falei demais. Assunto não falta. Mas, por hoje, basta.
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagnes.
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
Recados das Urnas
Para alivio nacional o processo eleitoral deste ano está chegando ao fim. Muita coisa rolou e muitos recados foram dados pelos eleitores. Em alguns lugares os trabalhos já foram encerrados, como no Recife, com a reeleição do atual Prefeito com vantagem histórica de 78% dos votos. Cumprindo a legislação eleitoral, entretanto, 51 municípios brasileiros, incluindo 15 capitais, as disputas continuam e as repercussões são das mais diversas. A Lei determina que todo município acima de 200 mil eleitores está sujeito a um segundo turno. Resultado é que nesses 51 municípios, adversários políticos se enfrentam, diferenças intra e interpartidárias mal resolvidas se exacerbam, agressões físicas e, até, criminosas são praticadas e o país se transforma, numa boa parte, numa verdadeira avalanche de intranquilidade. Como de se esperar, a polarização Lula versus Bolsonaro ganha maior evidencia e as análises sobre os futuro da Nação se rebatem de modo potencial. Aqui em Pernambuco apenas dois municípios, Olinda e Paulista, trazem o processo até o próximo fim de semana. Curiosamente, dadas suas localizações, na Região Metropolitana do Recife e, mais do que isto, municípios limítrofes, as campanhas ultrapassam as fronteiras municipais e boa parte do Recife entra em clima de eleição. A cata de eleitores extravasa e os bairros das vizinhanças vivem momentos de dúvidas quanto aos discursos de cada candidato. A coisa se torna mais flagrante quando os padrinhos de alguns candidatos, entre os quais o Prefeito (Reeleito) do Recife, João Campos (PSB), e a Governadora Raquel Lira (PSDB), sobem em palanques dos dois municípios inflando a visível disputa pela conquista de espaço com vistas ao futuro. Não raro surgir eleitores na multidão prometendo votar num dos dois. Diz o ditado popular de que “quem é coxo, parte cedo!” É isso ai. 2026 está mais próximo do que imaginamos. E, desse modo, o Brasil não para de realizar eleições.
Mas, o mais significativo do atual processo eleitoral são os recados do eleitorado quando fluidos das urnas. Uma primeira constatação é que, indiscutivelmente, o cidadão de bem deste país está cansado de tantas irresponsabilidades geradas pelos nossos recentes governantes. Irrelevante historiar, aqui, passagens recentes de decepções, escolhas erradas, corrupções e a falta total de esforços por uma união democrática pelo bem da Nação. O país está farto de noticias a respeito. A constante observada é a luta pela manutenção do poder. Este é o concreto objetivo de cada corrente politica seja esquerda, direita ou o famoso Centrão. Resulta que não há país que avance social e politicamente num ambiente corroído como o que agora vivemos. O dinheiro publico se esvai de modo irresponsável e sem que haja um Programa de Governo consistente e honesto. Falta de um tudo. Segurança, Saude publica, Educação, Desenvolvimento Tecnologico, Infraestrutura, fora a inflação que vem sendo observada, as ameças de novos impostos, juros estratosféricos, desemprego e por ai vai...
Outro recado importante, senão o mais importante, a ser anotado é o fato de que o PL, do ex-presidente Bolsonaro vem alcançando imenso sucesso no atual processo. É notável verificar que, no primeiro turno, o partido (PL) comemorou vitórias em seis capitais estaduais e, agora, volta a participar de modo significativo nas quinze disputas remanescentes. Obvio que se trata de uma mudança expressiva que reflete a opinião popular sobre o Partido dos Trabalhadores (PT) liderado pelo Presidente Lula. Ora, o que está acontecendo? O PT e o Palácio do Planalto já acenderam o sinal amarelo e perceberam que não anda agradando como confiava. Numa das mais importantes, provavelmente a mais relevante, é a disputa no município de São Paulo. Lá, o atual Prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que não foi nenhum sucesso no exercício do cargo, briga com um afilhado do Lula, candidato do PSOL, Guilherme Boulos que não recolhe muita popularidade no eleitorado, devido sua ficha de invasor de propriedades privadas e agitador compulsivo. Situação difícil para a esquerda que corre o risco de afundar nas eleições periféricas como são os pleitos municipais. Tudo leva a quer que o PT exagerou no seu otimismo. Recuperar a situação será certamente muito difícil. Como sempre digo, é no município que um partido planta seu sucesso. Houve, portanto, um descaso.
Outras capitais e cidades de porte médio entram na disputa e os recados que se esperam são tão importantes quanto os já constatados. Que o eleitorado seja previdente e transforme sua responsabilidade num passo de sucesso coletivo. Cada eleição é uma nova oportunidade de corrigir um erro do passado. O Brasil espera o sucesso democrático, ainda que tardiamente. Há sempre a esperança. NOTA: Foto ilustração obtida no Google Imagens.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024
Volta às Urnas
Os palanques das ultimas eleições, praticamente, continuam montados e já estamos diante de um novo pleito eleitoral. As campanhas estão nas ruas e de modo intenso nas populares redes sociais do mundo virtual. Coisas da democracia. Rolam fortunas e discursos inúteis que, ao final das contas, agridem as consciências individual e coletiva. Nunca se viu ou se ouviu tantas asneiras e despautérios neste Brasil afora e agora. Tem de tudo. Desde desrespeitos pessoais quanto agressões físicas entre adversários. Além da cadeirada desferida por um candidato contra outro, ao vivo e a cores, em rede nacional, causando uma repercussão internacional, milhares de outras atrocidades são perpetradas, incluindo assassinatos. Segundo o IBGE são 5.570 municípios brasileiros que se mobilizam na busca de renovar seus executivos e legisladores locais. Uma cancha ilimitada para uma imensa diversidade de estratégias e manobras pela conquista do voto nas urnas, a depender, inclusive, da cultura e do poder dos mandachuvas que se perpetuam por gerações.
Precisamos estar conscientes de que estas próximas eleições, por serem as locais (municipais) exigem ser interpretadas como as mais importantes para o cidadão consciente, entendendo que uma eleição municipal é a fundamentadora da participação democrática de uma nação organizada em termos de liberdade e escolha dos seus dirigentes. Uma escolha popular bem pensada resulta num espaço consolidado e mais resistente para sustentabilidade da sociedade. O brasileiro comum precisa ter em mente que o município é a célula da Federação e é nela que reside a base da cidadania. Não compreendo uma sociedade sã sem um ambiente adequado ao bem-estar, segurança e tranquilidade na sua base espacial. Numa eleição municipal elegem-se, supostamente, representantes encarregados de cuidar, de perto, do cidadão e das famílias. Isso me parece ser fundamental. Portanto, uma má escolha – que não raramente ocorre neste país – resulta numa sociedade defeituosa desde sua raiz e incapaz de participar de modo adequado e justo nas escolhas superiores que, em tese, se encarregam de construir uma Nação forte e consolidada.
Do alto da minha experiência de vida, vejo outra vez que corremos o risco de ver saindo vencedores desqualificados e sem maturidade politica – muitos desses conquistando votos por meios desonestos – e, por isso mesmo, desabilitado para liderar ou representar de modo ideal seu povo. O exemplo mais flagrante, dessa vez, tem sido a disputa da Prefeitura do município da cidade de São Paulo, a maior cidade brasileira e onde tudo acontece. A maior cidade da América do Sul sendo disputada por candidatos visivelmente despreparados e que, sempre que haja uma oportunidade, “debulham” ofensas e desacatos, uns contra os outros, deixando o eleitorado em clima de perplexidade e duvidas. Por outro lado, não raros são os candidatos que, aparentemente, se expõem na intensão de “bagunçar o coreto” e fazer troço do processo eleitoral. Lembro-me de dois casos inadmissíveis, como o da candidatada a vereadora, Paula Camargo, de Rio Pardo (RS) que teve de apagar o jingle de campanha “Paula Dentro” e os candidatos a Prefeito e Vice, da cidade de Aparecida do Taboado (MS) (Fotos a seguir).
Diante do quadro descrito, caro(a) (e)leitor ou e(leitora) seja exigente, na hora da sua escolha. Não se encante com os belos olhos de um(a) candidato(a), com os discursos demagógicos ou com o padrinho que o(a) empurra. Ao invés disso dê um voto seguro, consciente e racional. Tenha em mente a sustentabilidade do coletivo sofrido que habita sua cidade. E nunca esqueça que o Brasil precisa de uma base politica municipal mais digna e disposta a defender o porvir nacional.
NOTA: Fotos obtidas das redes sociais.
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Cenas Hilárias
Nada melhor do que uma boa risada. Ainda que em momento episódico não seja cabível, passado o momento fica impossível segurar. Bom mesmo é que ocorre muitas vezes na vida.
Recordo de muitos momentos hilários vividos ao longo da minha vida. Hoje, por exemplo, dei boas risadas lembrando-me de uma das passagens mais impagáveis que presenciei na minha infância. Eu devia ter, no máximo, dez anos de idade. Faz muito tempo, muito embora para mim parece haver sido ontem. Questão de boa memória. E memória de infância é forte.
Meu finado pai era um homem caprichoso, correto em tudo e visceralmente ético. Minha mãe dizia sempre que ele havia nascido com vocação de “consertar o mundo”, coisa que a ela não parecia ser um bom negócio. Lá pela metade dos anos 50, ele comprou uma casa para nossa moradia numa região de expansão imobiliária, entre os bairros da Tamarineira e Rosarinho, aqui no Recife. Lembro que fomos os primeiros moradores a chegar naquela rua que ainda se desenhava timidamente. Nessa época, era ainda uma artéria desprovida de tudo quanto desejado a uma vida urbana confortável. A rua não era calçada, o lixo só era recolhido quando se reclamava no Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura e não havia iluminação pública. Foi muita coragem e dureza para enfrentar, por bom tempo, aquela precariedade, em meio a novas construções e novos vizinhos. Ocorre que, enquanto o progresso não chegava, a região se tornou um paraíso para os donos do alheio. Os ladrões daquela época, mais conhecidos como ladrões de galinha – bem diferentes dos mais populares de hoje em dia – não davam descanso aos novos moradores daquele pedaço da cidade. Do nosso quintal roubaram galinhas, roupas na corda, vasos de plantas, mangueiras de regar o jardim, vassouras, entre outras miudezas. O que se deixava à vista, já era. Cansado de tantos roubos no seu próprio domínio, meu pai, numa decisão radical, resolveu, durante um período de férias a gozar, dar uma de “guarda noturno” e espreitar a chegada dos larápios. Contra a vontade da minha mãe lá ficou ele, durante um mês, trocando o dia pela noite. Passava noites de prontidão numa cadeira de balanço, revólver em punho e porta somente no trinco, esperando a hora do gatuno atrevido aparecer. Foram noites a fio. Minha mãe, talvez sentindo falta do aconchego no leito, insistia para que abandonasse aquela missão insana e num mês de férias. Ora, meu Deus, que coisa mais bizarra, havia de ser pensamento da minha mãe.
Os dias foram passando e as férias já atingia a metade do tempo quando, num amanhecer chuvoso da graça de Deus, nosso “vigia” meio sonolento escutou o barulho do ferrolho do portão de entrada sendo acionado e logo em seguida a maçaneta da porta principal de casa sendo movida. Prestou não. Com uma raiva “da gota serena”, como se tinha antigamente, meu pai abriu a porta e agarrou com unhas e dentes o sujeito que ele esperava por tantos dias. Foi pontapé, socos, palavrões de toda espécie e o maior alvoroço nos terraços de casa. Eu meti os pés da cama, assustado com a confusão, dando de cara com aquela cena, ouvindo meu pai a praguejar agarrado ao cara. Uma coisa curiosa e divertida é que, quando estressado, meu pai ficava gaguejando e naquela ocasião recordo dele gritando “te pe...peguei seu sas...sacana! Seu filho de uma pa...puta”. Ao mesmo tempo, o tal ladrão gritava e chorava pedindo socorro com medo de morrer de uma bala. Bala que não houve porque não era para acontecer mesmo. Minha mãe, por sua vez, agarrava meu pai pelo pescoço, pelos braços e por onde podia, pedindo calma. Apavorada com a situação, minha mãe logo percebeu se tratar de um lamentável equivoco e buscando estabelecer a verdade alertou meu pai, dizendo “homem de Deus, tu não estás vendo que este moço só veio aqui nos trazer o pão da manhã!” o entregador de pão era uma figura social importante daquela época. Foto abaixo. Foi, então, que entendi a quantidade de pães espalhados pelo chão. Acalmar meu pai e fazê-lo ver o equivoca cometido não foi fácil. Àquela altura dos acontecimentos vários transeuntes já paravam diante de casa atraídos pela confusão e, naturalmente, morriam de rir com o ocorrido. Nos dias seguintes meu pai não podia sair pela redondeza sem ter de contar essa aventura. Naturalmente que provocando gargalhadas. Ele próprio se divertia com episódio. Eis aí uma cena hilária.
NOTA: Foto ilustração obtida no Google Imagens.
domingo, 1 de setembro de 2024
Os inocentes pagam pelos pecadores
Nesta Sexta-Feira (30/08), postado confortavelmente diante da TV, taça de vinho ao alcance da mão e a bordo da minha poltrona favorita, apreciava, num canal de noticias, o desenrolar da treta Xandão versus Musk. Chocado e perplexo com tanta imaturidade e imperícia politica do nosso Magistrado pus-me, modestamente, a avaliar as consequências internas e externas da medida em que resultou a refrega internacional, quando fui surpreendido com um repórter em edição extraordinária dando conta do desabamento do teto do Santuário de Nossa Senhora da Conceição no alto do morro, de mesmo nome, na zona norte do Recife. Chocado levantei-me e apurando os ouvidos passei a escutar o noticiário. As primeiras notícias já traziam informações dramáticas das ocorrências de mortos e inúmeros feridos. Se, no primeiro caso, encontrei motivos de lastimar, dadas as repercussões negativas de âmbito internacional do Brasil, no segundo, de caráter tão doméstico e tão próximo da minha posição geográfica, fui tomado de compaixão daquela gente humilde e carente que se viu, num instante e sem explicações, sob os escombros de um imenso telhado destroçado. Conheço bem o local. Sou católico e devoto da Senhora da Conceição desde jovem. Anualmente, durante os festejos do 8 de dezembro, subo o morro para louvar e orar. É um local belo, onde o povo se mistura e mostra o colorido raiz da real sociedade brasileira. Além do santuário que desabou, há uma imagem monumental de Nossa Senhora, vide Foto a seguir, aos pés da qual os fiéis se desdobram em enaltecer, orar e pagar promessas, acendendo velas, amarrando fitas bentas na grade de proteção da imagem e pedindo graças.
Cumprido o lado religioso, o povão aproveita o lado profano que se esparrama morro abaixo fazendo uma comemoração festiva e rica e traços folclóricos. É sempre uma oportunidade de sentir o pulsar de uma camada social que não perde a chance de expressar a fé e suas manifestações culturais, alheia aos altos e baixos da “montanha russa”, chamada Brasília, que conduz os dirigentes nacionais, cada vez mais tontos e desorientados. O tempo foi passando e as noticias pormenorizadas foram chegando e dando conta da situação do desastre. Senti um nó na garganta ao tomar ciência de que as vitimas do desabamento estavam no templo a fim de receber cestas básicas, distribuídas a cada fim de mês. Doloroso. Na busca do que comer alguns perderam a vida e muitos saíram feridos. Triste situação. Por que acontecer justo num momento de exercício da solidariedade? Como falei outro dia, a vida é um sopro! Deus nos prepara momentos de desafios para os quais buscamos explicações somente encontrados na Fé. A tarde da sexta-feira avançava e outra noticia deixou-me estarrecido: o teto do Santuário desabou devido ao peso de inúmeras placas para captação de energia solar, recentemente instaladas. (vide foto a seguir)
Aí a coisa mudou de figura. Mais revoltante claro! Ora, meu Deus, quanta irresponsabilidade profissional! É isso que falta neste Brasil de hoje. Não canso de denunciar neste humilde espaço. Será que não houve uma devida inspeção de engenharia civil antes dessa instalação? Francamente. Eis aí um exemplo revoltante da onda atual de irresponsáveis profissionais que se multiplicam país afora e cometem todo tipo de insanidade. São profissionais mal formados e descomprometidos com o próximo e com a sociedade. Erros de engenharia, erros médicos, erros políticos e, enfim, erros de todas as espécies, nos mais distintos campos de atividades, sem que as autoridades competentes enxerguem ou tomem providências cabíveis. Há uma miopia generalizada! Estamos construindo uma sociedade tosca e sem referenciais éticos como sonhamos no passado. Infelizmente temos lideres que mais se preocupam em se manter no poder do que tratar da ordem e do progresso social como aconselha o auriverde pendão. Sob as ordens de Xandão e dependendo dos milhões de profissionais mal formados, os inocentes pagam pelos pecadores. Até quando? A proposito do desastre, o chargista do Jornal do Commercio do Recife, abriu espaço e publicou a ilustração a seguir que reflete a dor do povo pernambucano, neste fim de semana. NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens e no Jornal do Commercio do Recife.
segunda-feira, 26 de agosto de 2024
Democracia, onde estás que não te vejo?
Tem sido impossível manter o propósito de evitar a pauta de ordem politica no Blog. A dinâmica dos desmandos e as atitudes antidemocráticas que se multiplicam, ao nosso redor, conduzem a uma única saída que é a do protesto. Noutras palavras, quem cala consente! Até quando a Democracia será tratada com tanta vileza e aos olhos e ouvidos dos seus naturais defensores. Mais que isso e tristeza dolorosa é vê-la sendo usada como máscara de regimes autoritários e massacrante aqui, ali e alhures. Sexta-feira passada, amanheci lendo uma das páginas mais bem escritas, em defesa da Democracia (D maiúsculo) assinada pelo ilustre jurista pernambucano, Dr. José Paulo Cavalcanti Filho, (ex-Ministro da Justiça), no Jornal do Commércio, do Recife, no qual, de modo competente, fundamentado e didático joga luzes sobre as arbitrariedades que vêm sendo cometidas pelo Superior Tribunal Federal - STF do pais, sob o titulo de Sobre os Ritos do STF e a Nossa Voz. Ao final da leitura, que bateu forte na minha consciência de cidadão republicano, decidi repercutir neste post, fugindo assim do tal proposito mencionado. Indiscutivelmente, já passa da hora de usarmos da nossa voz e do nosso poder de cidadão real defensor da Democracia e não dessa coisa do “faz de conta” que se pratica no Brasil de agora e com pretensões claras de se perpetuar. Cavalcanti alertou, com realce e que destaco, para um dos mais absurdos atos que vêm sendo corriqueiramente praticados pelos nossos ministros superiores que é o da decisão monocrática. Segundo o articulista, este é o único tribunal superior do mundo que admite esse tipo de decisão, muito embora o Art.97 da Constituição Federal reze que “somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros... poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei”. Em tom desafiador, Cavalcanti pergunta: “Por que fazem, sabendo que não podem fazer?” engrossando, assim, o coro dos que acompanham e denunciam os desmandos de um Poder que existe para preservar e fazer valer os termos da Constituição Federal. Enfim, tanto Cavalcanti, quanto qualquer cidadão que tenha noção dessas anomalias que se praticam no atual STF, há de registrar o lamentável distanciando que se cristalizam dos verdadeiros referenciais de uma sociedade democrática e com bases republicanas. Pobre Brasil! Democracia, onde está que não te vejo?
Se o “faz de conta democrático” é uma preocupação para muitos brasileiros, o que dizer da situação desesperadora que vive o povo venezuelano? Não obstante, a repercussão internacional negativa do resultado proclamado das eleições de 28 de Julho passado, o Ditador Nicolás Maduro – que garante ser um democrata – dá uma de “tô nem aí” se mantendo firme e forte no comando da nação vizinha, principalmente após a ratificação da sua “vitória” pelo Tribunal Supremo de Justiça – TSJ, ao longo da semana finda. Os protestos populares se repetem, mas, temo que percam a força inicial porquanto a opressão policial sufocante das forças do Ditador se intensifiquem, como se vê noticiada pelo mundo afora. O Brasil (!) e a Colômbia não reconheceram a vitória de Maduro e se mantêm naquela de cobrar as atas emitidas nas sessões eleitorais, a serem submetidas à uma auditoria internacional. Como visto, se trata de uma demanda radicalmente negada pelos órgãos dos poderes venezuelanos – Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) – manobrados pelo Ditador e, consequentemente, sem independência e imparcialidade. Esse rolo ainda promete. Democracia, onde estás que não te vejo?
Subindo, um pouco acima da linha do Equador, mais um Ditador dá as ordens com mão de ferro (e ferro quente!) na pequena Nicarágua. Daniel Ortega, de herói nacional no passado se tornou num dos mais sanguinários ditadores que se tem conhecimento. Ele governou na década de 1980, após uma vitoriosa revolução sandinista e desde 2007 regressou ao poder sempre sendo reeleito por votações nunca reconhecidas pelos Estados Unidos e União Europeia, além de inúmeros organismos internacionais. Em 2018, após protestos contra seu regime ditatorial, Ortega incrementou seu “arsenal” jurídico e massacrou a população resultando em mais de 300 mortos, segundo as Nações Unidas. Agora, na segunda-feira (19) passada, o Ditador, através do seu Ministério do Interior cancelou registros jurídicos de, aproximadamente, 1.500 ONGs e avisou que vai confiscar suas propriedades. Ora, esse regime está apertando e a pressão esquenta ainda mais. Segundo o UOL, foi o maior fechamento em massa de organizações que, somadas com anteriores, já chegam ao total de 5.100! Detalhe importante a destacar é que as organizações fechadas são principalmente religiosas – as mais perseguidas por Ortega – associações de caridade, desportivas, indígenas, ou as ligadas ao regime sandinista. Fiquei pasmo ao tomar conhecimento de que, entre essas cassações foram incluídos os clubes de Rotary nicaraguenses. Francamente. Ai, pergunto: Democracia, onde estás que não te vejo? NOTA: Ilustração obtida no Google Imagens.
terça-feira, 20 de agosto de 2024
A vida é um Sopro
Quando criança, uma das minhas rotinas semanais, tardes de sábado, era frequentar a Escola de Catequese que funcionava na capelinha da Pequena Cruzada de Pernambuco, localizada no bairro da Tamarineira, aqui no Recife. Era divertido. Além do catecismo, havia recreação e lanches apetitosos. Desse tempo, guardo uma memória que sempre me deixou curioso e, até mesmo, intrigado ao lembrar-me que as catequistas que se revezavam nunca perdiam oportunidade de narrar, com muita segurança, que Deus, quando criou o mundo em sete dias, transformou – com um sopro – um boneco de barro dando origem ao primeiro ser humano (Adão?) e de uma costela dele criou a mulher (Eva?). Ouvindo aquilo, sempre imaginei a dor que o sujeito sentiu. Essa historia do sopro era um mistério danado na minha cabeça de criança. Nem preciso dizer que tentei dar uma de Criador – não sei se com respeito ou medo – soprando um boneco de barro que engendrei nas bandas de Fazenda Nova (PE), durante as férias, na casa dos meus avós. Acredito que fiquei decepcionado ou aliviado, com o resultado. Sei lá... Depois que cresci e que tomei conhecimento das origens e evolução do ser humano, o Homem de Neandertal etc, e tal, senti no intimo algum alivio. Saudades do inocente que fui e dos tempos bons de criança. Passou...
Curioso é que essa ideia de sopro povoou, de repente, minha cabeça de cidadão idoso, nesses últimos dias, diante de episódios que foram noticias em todas as mídias do país. O acidente aéreo no interior de São Paulo e as mortes repentinas de conhecidos levaram-me a concluir que a vida é um sopro.
Acidentes acontecem de modos dos mais diversos. Seja lá como seja, a realidade é dura e cruel. Um acidente aéreo, como o da semana passada, é sempre muito comovente, dado o número de vitimas que provoca. Acompanhei com imenso pesar todas as reportagens da tragédia e senti como se fossem pessoas conhecidas. Habituado a voar por toda minha vida e tendo filhos que vivem no ar (um deles viajou, dia seguinte, numa aeronave idêntica ao do acidente em São Paulo e outro já voou, até poucos meses, mais de um milhão de quilômetros), batem forte na minha cabeça de pai e avô dedicado. Dói-me lembrar que, como num sopro, aquelas pessoas que faleceram no acidente sentiram, seguramente e com pavor, o fim da vida num instante. Assim como num sopro. Simples e doloroso. Quantos sonhos e projetos foram deletados naquele sopro. O que dizer do jovem casal que se dirigia a um longo estágio num país da Europa? E do casal de idosos que iam visitar um neto recém-nascido no Rio de Janeiro? Da professora que retornava de uma missão no interior paranaense? Não há respostas! Muito difícil de entender. Falha humana é o que alguns dizem. Nesses casos a culpa tende ser sempre do piloto. Maldade. Foi desse modo que concluíram o processo sobre o avião da Air France que mergulhou na costa brasileira, anos atrás. O profissional, por mais competente que haja sido considerado em vida, termina sempre sendo apontado como culpado. Parece ficar bem mais fácil, para os legítimos culpados, do que procurar apontar os verdadeiros responsáveis. Pior ainda quando já surgem narrativas mais honestas e dão conta de que a empresa aérea paulista não vem procedendo as revisões e manutenções regulares das suas aeronaves. A primeira versão, inclusive, de congelamento da fuselagem prejudicando a sustentabilidade do voo pode, muito bem, ser considerada como uma prova dessa má administração da empresa. Os inocentes pagando com suas vidas a incapacidade de manter uma empresa no ar. Mundo cão!
A vida não passou de um sopro, também, para meu amigo que se engasgou com algum alimento, no café da manhã de ontem, vindo a óbito ali à mesa. Pense na situação. Cidadão vivo e bulindo e, num átimo, ser dado como morto. Desesperador. Pior foi saber que muitos são promovidos à eternidade desse modo. Recordo que há dois anos perdi outro amigo na hora que jantava. Esse desabou da cadeira e já caiu morto. Assustador. Já outro faleceu enquanto dormia. Com todo respeito foi daqueles casos que o povão sai dizendo que “fulano acordou morto”. A esposa desse caso, embora dormindo ao seu lado, nada percebeu e só descobriu ao tentar acordá-lo para tomar o desjejum. Feliz, mesmo,foi Silvio Santos que partiu na calma de um hospital, rodeado de familiares, nadando em dinheior e abalou o Brasil. Como diz o ditado popular “para morrer basta estar vivo”. Deus nos dê boas horas finais. Amém.
quarta-feira, 31 de julho de 2024
TRÊS EM UM
A semana passada foi indiscutivelmente movimentada e, como sempre, ditando a pauta do Blog.
CARACAS - A primeira pauta despontou com a tensa expectativa das eleições na Venezuela, no domingo (28/7). O pleito resultou no que meio mundo considera um desastre politico sul-americano, com flagrantes distúrbios sociais no país vizinho em contestação ao resultado proclamado pelo órgão eleitoral superior do país, preso às mãos do Ditador renitente. O povo venezuelano e as pessoas de bom-senso politico mundo afora estão certos de que ocorreu a maior fraude de todos os tempos. Nicolás Maduro tentando, à base de processo fraudulento, permanecer no Poder vive momentos de pressão debaixo de protestos populares nos quatro cantos do País. Lamentável. Conheço a Venezuela, relativamente bem, onde prestei consultoria técnica através de Acordo de Cooperação Internacional entre OEA e Itamaraty, nos anos 80, época em que Hugo Chávez estava trancafiado depois de liderar uma tentativa de golpe de Estado. Livre se elegeu presidente em 1999, investiu pesado em relações comerciais no Brasil e recebeu Comitiva Empresarial de Pernambuco, da qual participei. Pude então avaliar o antes e o depois, com facilidade, e não foi difícil antever o caos que hoje reina praquelas bandas. Não vou tecer considerações a respeito dessa atual situação visto que a imprensa mundial se encarrega de modo taxativo. Resta-nos, tão somente, desejar boa sorte aos irmãos venezolanos na luta pela democratização! Mas, o doloroso memso é ver que o PT de Lula ja recinheceu a vitória do Ditador, antecipando o que o Presidente da Republica ditará em breve. Certamente. Vergonhoso. A palavra foi da Gleisi Hofmman (Foto a seguir) mas quem manda no Partido todo mundo sabe quem é.
PARIS - O outro assunto dominante desses últimos dias prendeu-se às Olimpíadas de Paris-2024. Os franceses quiseram inovar e transformaram a abertura dos jogos num megaespectáculo out-door. Paris foi “loteada” em diversos polos que serviram de palcos para funções das mais inusitadas quando comparadas a aberturas antecedentes. O que vimos foram imagens bem distintas das costumeiras solenidades até então conhecidas. O rio Sena ganhou destaque ao servir de via fluvial para ver desfilar as delegações representantes dos países participantes e, complementando, seja por via fluvial ou em pontos estratégicos do percurso estabelecido, esquetes teatrais rememorando cenas da História e da vida quotidiana da França. Sinceramente, pouco convincente dado o caráter debochado que predominou em cada cena apresentada. Dois momentos, porém, no Gran finale do espetáculo merecem destaque: o primeiro foi à interpretação do Hino Nacional francês (Marselhesa) a cargo da cantora lírica Axelle Saint-Cirel, postada no teto do Grand Palais e que cumpriu um belo e respeitoso papel e o segundo momento foi a surpreendente reaparição mundial de Celine Dion interpretando Hino ao Amor, de Edith Piaf, no alto da Torre Eiffel. Foto a seguir.
O mundo aclamou e vibrou ao ver a Diva canadense se apresentar firme e forte após longo período de convalescência devido a uma grave enfermidade degenerativa. O “porém” disso tudo veio no day after, quando o mundo, analisando melhor as tais debochadas encenações, concluiu quanto destoante e inteiramente desnecessários foram as teatralizações exibidas sob a justificativa de promover a inclusão social de classes tidas marginalizadas, no caso especifico a LGBT. Em se tratando de algo tão aceito pelo mundo atual não havia um porquê lógico de encenar, por exemplo, uma Santa Ceia (lembrando o famoso quadro de Leonardo da Vinci, 1495), protagonizada por figuras drague-queens e “convidar” a figura de Baco, desempenhada por uma figura, honestamente, asquerosa. Como católico praticante, não posso aprovar tanta violência social e cristã. Francamente. Duvido que ousassem em burlar de outras crenças tão comuns na própria França.
BEZERROS - Meu terceiro destaque de pauta, deste Três em Um, vai para registrar nossa tristeza pelo falecimento de um ícone da arte popular pernambucana que foi o talentoso artista J. Borges (Foto acima), considerado como o mais respeitado xilogravador brasileiro e de renome internacional. Afora o fato no qual se tornou famoso, ainda se destacou como cordelista e poeta, partindo placidamente para a eternidade ao alvorecer da sexta-feira, 26/7, deixando um vazio difícil de ser preenchido. Pela sua formidável obra, a arte de xilogravador ganhou destaque entre as artes populares nacionais. Seus trabalhos se espalharam por inúmeros pontos do mundo e ele próprio os levou a diversos países, entre os quais Estados Unidos, Suíça, Venezuela, França, Alemanha, México e Argentina. Personagens mundiais, como o Papa Francisco, têm exemplares especiais do artista. Vide Foto a seguir.
Mas, certamente, a popularidade da sua obra é o melhor sinal da sua consagração como artista. Hoje mesmo dei de cara com uma sacola de compras num varejista recifense, cuja ilustração é uma xilogravura de Borges. Foto a seguir.
Bem recentemente tive o prazer de visitar seu memorial, em Bezerros (PE), onde o encontrei animado, cheio de vida e assinando exemplares da sua produção. Pilotando uma cadeira de rodas circulava entre os visitantes e posando entusiasmado para fotos. Deus o receba na eternidade! Nosso meio artístico cultural fica mais pobre, mas a escola de J. Borges segue preservando sua arte e sua trajetória vitoriosa. NOTA: FOTOS obtidas no Google Imagens.
segunda-feira, 22 de julho de 2024
Compromisso com a Verdade
Compromisso com a verdade tem sido lema deste Blog, desde sua criação em 2007. Infelizmente, algumas fontes de noticias, supostamente confiáveis e consagradas publicamente, terminam influenciando de modo indevido formadores de opinião que trabalham com seriedade. Foi, certamente, o caso que nos ocorreu esta semana ao repercutir (ultima postagem) uma noticia que abalou a sociedade recifense dando conta da venda e provável demolição do Palacete Gibson, pertencente à Família Baptista da Silva, situado a Avenida Rui Barbosa, no Bairro das Graças, no Recife. Pela importância histórica (quase 200 anos) e imponência arquitetônica, não somente o Blog do GB, mas, outros vários veículos de comunicação apressaram-se em manifestar descontentamento, e até revolta, com a infeliz ideia ventilada, a exemplo de tantos outros casos já registrados no Recife, apontados na mesma postagem.
Por justiça e compromisso com a verdade, este Blog denuncia se tratar de mais uma fake-news, entre as incontáveis que, diuturnamente, são veiculadas pelas mídias digitais do mundo, fazendo publicar, a seguir, uma Nota Oficial encaminhada pela Assessoria de Comunicação da Família Baptista da Silva, o que fazemos com imensa satisfação. Salve a Mansão Gibson e aplausos à Família Baptista da Silva.
sexta-feira, 19 de julho de 2024
Crimes contra o Patrimônio
Entre as muitas belas lembranças que guardo das minhas andanças mundo afora, destaco de forma muito vibrante, minha admiração com os cuidados que as cultas sociedades dispensam à preservação dos seus patrimônios artísticos e históricos. Considero ser extremamente prazeroso circular em sítios onde monumentos arquitetônicos e históricos dominam o ambiente e provoca ao visitante a sensação de estar mergulhando nas origens da gente que ali vive. Gente que sabe da importância do local raiz e sente necessidade de cultuar e preservar. Já tratei deste tema aqui no Blog noutra ocasião. Recordo que enumerei locais e publiquei fotos que disponho no meu arquivo pessoal colhidas na Europa, China, Japão entre outros pontos. Não é o caso desta postagem.
Hoje, volto ao tema provocado pela crescente e inominável exploração imobiliária que domina a sociedade brasileira, cujo maior objetivo parece ser apagar a história nacional quando expressa nos monumentos históricos da arte e da arquitetura. E tudo diante da miopia e impunidade do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional e seus agentes locais. Doloroso. Isto sem falar nas tribos de grafiteiros e muralistas que sem pena e sem punições enchem as cidades de poluidoras imagens em prédios públicos e privados. Pouquíssimos desses artistas muralistas se salvam e se destacam. Entre estes lembro de um Eduardo Kobra que vem marcando sucesso no Brasil e no exterior. E também dos gêmeos paulistas Gustavo e Otavio Pandolfo reconhecidos mundialmente dados seus personagens caricatos e cores vibrantes. A Prefeitura do Recife fez colocar uma bela imagem de Luís Gonzaga o Rei do Baião. Justa homenagem! Agora, essas turmas que grafitam com símbolos ilegíveis e que travam uma disputa de ocupação de espaço, nas paredes disponíveis e tantas vezes repintadas, são abomináveis. Esses dias vi um painel de Francisco Brennand, no centro do Recife, completamente pichado!
Mas, vamos ao que interessa dessa vez. A inclusão deste tema na pauta do Blog foi devido ao tomar conhecimento, dias recentes, da monstruosa possibilidade da demolição da famosa Mansão Gibson, datada de 1847, em estilo neomanuelino, situada na Avenida Rui Barbosa, no Recife. Pertencente originalmente ao grande comerciante inglês Henry Gibson e no passado mais recente ao ex-banqueiro Jorge Baptista da Silva, falecido poucos anos atrás, é indiscutivelmente um dos mais belos patrimônios arquitetônicos da cidade. (Vide Foto a seguir). Ora, meu Deus, não tem crime maior do que esse contra a história recifense. Precisamos criar um movimento de defesa dessa bela construção de quase 200 anos. Pior de tudo é saber que a ideia é a de construir duas torres de apartamentos de alto luxo. É uma tragédia nacional.
A proposito desta loucura lembro-me da abertura da Avenida Paulista, nos idos dos anos 70. Nessa época, estando cursando uma pós, na USP, vi a velocidade de como as grandes mansões, antes residências dos barões do café, serem destruídas nas caladas da noite e cedendo espaço para a grande Avenida, hoje transformada na grande passarela das manifestações politicas nacionais. Dava tristeza ver desaparecer tantos palacetes pertencentes às famílias abastadas que deram combustível para o engrandecimento do “país” São Paulo. E do Brasil, por que não destacar? Não me conformo com essa cultura destruidora. Aqui no Recife, uma cidade de quase quinhentos anos, muitas das preciosidades arquitetônicas já foram abaixo. Quem não se lembra da Casa Navio? Era uma atração turística. Foram muitos os turistas que recebi e manifestavam, de pronto, o interesse de posar para uma foto à frente daquela casa icônica. O estilo podia ser discutível. Mas, que marcou uma época, isso é indiscutivel. Detonaram-na e fizeram subir um arranha-céu sem grande expressão. (Vide Foto a seguir)
Do mesmo proprietário da Casa Navio, outro belíssimo palacete, no bairro da Boa Vista, foi adquirido por uma construtora ambiciosa que o demoliu e construiu no local um grupo de prédios de baixa categoria e, também, sem qualquer expressão arquitetônica. O referido palacete, segundo membro da família da minha relação de amizade, encerrava uma vibrante história por haver pertencido ao Conde da Boa Vista e posteriormente à Condessa Pereira Carneiro, dona do Jornal do Brasil. E assim ocorreu com outros tantos palacetes recifenses. Lamentável.
No mais, não custa lembramos dos roubos e mutilação de obras de arte, muitas das quais sem modos de recuperação. O Parque das Esculturas, no Marco Zero, de Francisco Brennand, foi um dos locais agredidos por furtos de peças importantes. E os painéis de Lula Cardoso Aires na antiga estação de passageiros do Aeroporto que, segundo fui informado ficaram ao abandono e ao sabor do tempo levando inclusive chuvas.(Foto a seguir)
Ah! Outra coisa que me lembro, agora, é do belíssimo painel cerâmico de Brennand, também, retratando a Batalha dos Guararapes, num prédio de grande porte, na Avenida Dantas Barreto que foi esquecido pelas administrações relapsas da cidade e terminou sendo desfalcado de incontáveis peças. Fala-se que serviu de mictório de emergência de transeuntes que nem imaginavam o crime que cometiam. Recuperado foi posto num local mais seguro, no bairro de Boa Viagem. Eita! Brasil! Nem mais bom de bola! Nota: fotos obtidas no Google Imagens.
segunda-feira, 10 de junho de 2024
Rumos da Educação
Perdi as contas de quantas vezes atribui à falta de Educação de base do povo brasileiro pelos renitentes problemas estruturais da nossa sociedade. No âmbito politico, no trato da saúde pública, no manejo do meio ambiente, na preservação do meio urbano, na insegurança, no desrespeito ao próximo, enfim uma infinidade de aspectos que resultam numa insatisfação coletiva.
É verdade que o analfabetismo vem caindo e já há registros de muitas diferenças entre os informes nas décadas recentes. Contudo, é doloroso saber, por exemplo, que a taxa do Nordeste ainda é o dobro da media nacional, muito embora uma melhoria expressiva nos últimos 12 anos, conforme dados do Censo de 2022 do IBGE. Hoje, no Brasil como um todo, apenas 7% da população é de analfabetos. Mas, no Nordeste essa taxa chega aos 14,2%. É na Região Sul onde se encontra a melhor taxa de alfabetizados, 96,5%. É doloroso tomar conhecimento de que 50 municípios brasileiros têm índices de analfabetismo iguais ou superiores a 30%. E que 48 desses estão no Nordeste. Os dois restantes são no estado de Roraima, Norte do País. Os piores registros de analfabetismo foram colhidos em Alagoas (17,7%) e no Piauí (17,2%). São dados, também, do Censo de 2022.
Isto posto é duro saber, contudo, que o número de alfabetizados escondem uma realidade desanimadora visto que, nessa população dita alfabetizada, de 15 anos ou mais, o mais comum é encontrar jovens que não sabem ler e escrever a contento, não sabem redigir uma simples mensagem, nem interpretam um texto que lhe seja apresentado. Agregue-se a isto o fato de que são incapazes de dominar as mais simples das operações aritméticas. Geografia e História são coisas que passam distantes das suas imaginações. Ou seja, estamos às voltas com um sistema educacional de base falho e incapaz de preparar o cidadão do futuro de forma adequada e exigido pelo mundo em evolução galopante. Ouço muitas vezes falar em compras de equipamentos atualizados, computadores, tabletes, entre outros, a serem distribuídos com a meninada matriculada nas escolas publicas, mas, além de ficar curioso quanto ao uso devido, tenho dúvidas dos corretos destinos desses equipamentos. Mesmo porque, em última instancia, os agentes operadores dessas distribuições podem ser oriundos dessas levas de cidadãos mal formados e sem escrúpulos. É um desafio... desafiante.
Semana passada tive a oportunidade de assistir a uma conferencia proferida pelo Professor Cristovam Buarque (foto acima), de passagem pelo Recife. Considero se tratar de um dos maiores pensadores a respeito da Educação no Brasil. Idealizador do Programa da Bolsa Escola (depois transformado em Bolsa Familia) terminou fazendo história. Não foi à toa que exerceu o cargo de Ministro da Educação (primeiro governo Lula). Buarque fez, como ninguém, um resumo da situação vexatória do setor no país e, como de se esperar, arriscou algumas propostas a serem discutidas e, quem sabe, adotadas. A primeira assertiva do ex-Ministro, naquela noite, foi alertar de que o Ministério da Educação é o ministério das Universidades. De fato, esse Ministério pouco se liga na formação de base do cidadão, à medida que as responsabilidades institucionais são delegadas aos governos estaduais e municipais. Ora, meu Deus, com tantas precariedades de administração e pobreza financeira desses níveis de governos pouco se tem a se esperar. Num ambiente assim, o analfabetismo pode até ser superado, mesmo no Nordeste, mas a formação de cidadania continuará, por longo tempo, a desejar. Serão formadas levas e mais levas de analfabetos funcionais (¹). Para Cristovam Buarque o melhor caminho para solucionar este grave problema de base é federalizar o ensino básico do país. Sugeriu até mesmo a criação de um Ministério da Educação de Base. O ex-Ministro foi enfático ao cravar uma frase taxativa, e de efeito, ao afirmar que “não adianta fazer planos nacionais de educação enquanto a execução for municipal”. Buarque fechou sua conferencia no Recife detalhando uma proposta de 10 passos para viabilizar a federalização da educação de base, a saber: criar o Ministério da Educação de Base; Definir três pisos nacionais para a Educação (salario do professor/equipamentos e instalações/conteúdo programático; garantir a universalização da educação fundamental; garantir a universalização do ensino médio; ter uma Lei de responsabilidade Educacional; Jornada de 6 horas em todas as escolas do país; Criar um Cartão Escolar de acompanhamento Federal; Promover um ambiente educacional; montar um Sistema Nacional de avaliação, acompanhamento e fiscalização e, finalmente, ampliar as dotações orçamentárias da União para o setor. Não tenho duvidas de que seria uma verdadeira revolução no Setor. Mas, é preciso ser um educacionista (assim que Buarque se intitula) renitente para, nos dias de hoje, num Brasil “doente’ politicamente, pensar num nirvana desse. Vou morrer torcendo pelo sucesso desse projeto de Buarque e, enquanto isso, amargar a vida num ambiente tão dispare da atualidade mundial.
(¹) Analfabetos funcionais são pessoas que mesmo sabendo ler e escrever não têm capacidade para interpretar um texto e realizar operações aritméticas. São pessoas com poucas chances de progresso e participação social a contento. NOTA: Foto obtida no Google Imagens.
domingo, 26 de maio de 2024
Falta Ética no ambiente da Tragédia
Tentei inutilmente mudar de assunto para esta postagem. Não estou conseguindo virar a chave. O drama dos gaúchos continua na minha cabeça a toda hora. Tudo leva a crer, também, ser devido ao fato de que tenho conversado com várias pessoas da área atingida e, dessa forma, não paro de receber noticias. Fico impressionado com os números das perdas e dos que são estimados com vistas à recuperação socioeconômica do estado. Além disso, é assustador acompanhar as notícias de que novas tormentas são anunciadas e que as águas não baixam. Porto Alegre continua alagada!(Foto a seguir). Uma cidade daquele porte e importância ficar submersa por tanto tempo chega ser inacreditável.
O aeroporto não tem data para voltar a operar. (Vide foto a seguir) Uma sociedade sitiada. Parece uma coisa sem fim. Há quem sustente a tese de que levarão ao menos vinte anos para que se recuperem e se execute uma devida reconstrução. Ou seja, uma geração! Posicionadas nos originais locais, ou erguidas noutros pontos, muitas serão as cidades que irão demandar investimentos astronômicos, que sequer rondam as cabeças dos potenciais executores. Na própria capital do estado, Porto Alegre, já se estima uma formidável soma de recursos financeiros, nunca dantes imaginados. O Governo do Estado pensa num volume inicial de R$ 19,0 Bilhões. Este montante, porém, não passa de uma bagatela face estimativas de profissionais urbanistas e economistas locais, vivendo o pleno clima da tragédia, que asseguram haver a necessidade de algo próximo aos R$ 92,0 Bilhões para que alcançem a total reconstrução do estado.
Esse tétrico cenário com visão de fim de mundo para quem está mergulhado nas águas invasoras (ou cobradoras dos seus espaços devidos?) enche os olhos aéticos de uma cambada de políticos oportunistas e, melhor dizendo, ladrões que já rondam o pedaço tal como “urubus na carniça” e de olho por "reservar" seu pedaço de interesse pessoal para atuar. Falta ética, em larga escala, nessa gente que briga com unhas e dentes pelo poder e encher os bolsos com muita grana de modo corrupto. Tenho tido noticias dolorosas. Fiquei abismado com o episódio do prefeito de certo município que, pensando na reeleição em outubro, surrupiou levas de donativos recebidos para distribuir entre os flagelados e escondeu, num lugar incerto e não sabido, para fazer uma distribuição em plena campanha. Registre-se que os donativos são de quantidades monumentais. Muitos países amigos estão desembarcando doações valiosas, além de recursos financeiros. Acredito mesmo que devido ao formidável volume de donativos e a complicada logística emergencial de distribuição, muita coisa irá para muitos dos tais lugares incertos e não sabidos. Ao mesmo tempo, já se tem como certo de que muitos desses que se apresentam como voluntários, defensores e executores de despesas com a reconstrução vão terminar ricos e felizes. Riquezas construídas sobre a desgraça de um povo que até então deu seu suor e seu sangue pelo engrandecimento do seu estado. Pobre população gaúcha. Bom lembrar que nessa população estão incluídos desde o simples operário, pequenos empreendedores, indo até o rico industrial que teve seu parque fabril atingido. E, claro, que o grande produtor rural que tanto orgulho vinha dando ao estado e ao país.
Uma coisa, por fim e a mais gritante foi ver o Senhor Presidente da Republica, bancando o salvador da pátria, resolver numa das mais absurdas manobras antiéticas e antirrepublicanas nomear um Secretario Especial para administrar as obras – entenda-se os recursos financeiros federais – da reconstrução do estado. Ora, isto é uma franca agressão à autonomia do Governo Estadual. Essa nomeação reedita a quase sempre abominável figura do Interventor Federal! Pior é saber que o interventor nomeado, nem vou registrar seu nome, é declaradamente um "pau-mandado" do PT e supostamente candidato opositor ao Governo do Estado numa próxima eleição estadual. Mais grave ainda é saber que a suposta bondade do governo petista é, na maior parte, dispensa de pagamentos de dívida do Estado ou repasse de verbas já programadas, que serão liberadas antecipadamente. Pode ser bom em principio, mas, tenha paciência precisará de muito mais. Resumo da ópera: o Governo Petista pode sair sem gastar muito e com injusta fama de que recuperou o Rio Grande do Sul. É lasca! Aguardemos esses discursos antiéticos no futuro porque eles são competentes neste oficio. E o Governo Estadual, com toda razão, reage às essas manobras antirrepublicanas, ao tempo em que se vê numa situação vexatória de disputar pro-atividade com quem sabe, como ninguém, bancar o “manda-chuva”. Pelo amor de Deus, onde vamos parar? NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens.
sábado, 11 de maio de 2024
Revolta da Natureza
A semana que finda foi dominada pela maciça veiculação das noticias sobre a tragédia de dimensão inédita que atingiu o estado do Rio Grande dos Sul, devida ao descomunal volume de chuvas naquele estado e o resultante acúmulo das aguas em grande parte da bacia hidrográfica local lá existentes. Uma calamidade pública sem precedentes no Brasil, país cujo povo se ufana de viver “num paraíso tropical, livre de terremotos, maremotos, tornados e vulcões furiosos”. Tirados dessa suposta zona de conforto, o bravo povo gaúcho viu-se, repentinamente, envolto na que, por certo, já se revela como a maior das tragédias provocadas pela mãe natureza em momento de revolta no país.
Já tive por várias oportunidades este tema na pauta do Blog. Lembro-me das duas ou três ocorrências em Petrópolis, uma calamitosa em Teresópolis, em Angra dos Reis, no interior da Bahia, todas sempre bem localizadas e sem a dimensão desse atual episódio do Rio Grande do Sul.
Mais do que nunca convém lembrar que com a Natureza não se brinca e ninguém está livre de viver momentos de apuros em meio a um repentino mau-humor dela. O resultado é o desmantelo geral do meio ambiente que, aliás, em momentos como este em tela, deita e rola insistinto no pedido socorro. A situação é desesperadora e renitente. Compadecendo-me, junto com a metade do mundo, com o sofrimento do povo irmão não deixei escapar as noticias e opiniões de especialistas no assunto sobre os possíveis erros e relaxamentos cometidos pelas autoridades gaúchas, ao longo das ultimas décadas e após episódio semelhante registrado no distante ano de 1941. Naquela ocasião, depois que o Guaíba subiu tantos metros como na semana que termina e ficou "placidamente" 22 dias na cidade, (vide fotos a seguir das duas ocasiões: 1941 e 2024) diversas medidas corretivas foram projetadas com vistas, particularmente, à proteção da região Metropolitana de Porto Alegre, a capital do estado, embora que algumas nem hajam saídas do papel. E o pior, das que foram executadas e postas em funcionamento pouco vinham sendo preservadas. Imagino que de administração em administração (municipal e estadual) a coisa foi sendo relegada a um enésimo plano, sendo esquecida e o resultado está aí de forma nua e crua. Pode não ser hora de identificar culpados, mas, que eles existem disso ninguem duvida. Salvemos o que e quem for possivel e toquemos o barco. Agora, haja dinheiro – sempre escasso – para reconstruir um estado em petição de miséria com uma sociedade desnorteada, uma economia afundada e um futuro incerto. Serão precisos muitos Bilhões de Reais para dar suporte a um Programa de Restauração.
Enquanto as coisas não se acomodam, as chuvas não param e as águas não escoam não nos resta alternativa a não ser continuar se estarrecendo com as imagens calamitosas divulgadas, os números alarmantes de vitimas, as incríveis somas dos prejuízos preliminarmente estimados e, por uma questão de solidariedade coletiva, arregimentar donativos para socorrer aquele povo sofrido, sem teto, sem roupa, sem comida, chorando as perdas de bens e de entes queridos e, até mesmo e ironicamente, sem água para beber! Tanta água às vistas, ter de correr para não ser tragado pela correnteza e não ter a água potável para beber. É de fazer chorar.
Quando o vendaval passar porque “...não há mal que sempre dure” e as contas foram fechadas o Brasil vai sentir, como nunca antes, a importância social e econômica gerada no bravo estado Rio Grande do Sul. O estado gaúcho é um dos principais produtores de alimentos básicos do brasileiro, entre os quais o arroz (o maior produtor do país), feijão, milho, trigo, soja e uva. Todos compondo a lista das perdas irreparáveis devido às enchentes. O prato de feijão com arroz, popular na mesa do brasileiro, deverá ficar mais caro por conta da baixa oferta dos dois produtos. Derivados de milho, soja, trigo e uva, igualmente ficarão bem mais caros. Carnes bovina, suína e avícola, especialidades do estado, também sofrerão altas em vista das severas perdas de animais e, consequente, redução da produção. Na Indústria, segmentos ligados à produção de autopeças, veículos coletivos, linha branca, medicamentos e cosmética sofreram fortes efeitos negativos pelas chuvas. Muitas foram as indústrias que tiveram seus parques fabris inundados pelas águas. Tudo isso resultará num empobrecimento do estado com possibilidade de influenciar negativamente na parcela contributiva para a formação do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro nos próximos cálculos. NOTA: As fotos ilusrativas foram obtidas no Google Imagens.
domingo, 28 de abril de 2024
Haja Cravos
Neste recente 25 de abril lembrei-me demais das minhas andanças em Portugal. Recordo da minha primeira visita, no longínquo verão de 1969, quando tive a oportunidade de observar um país sob o domínio de uma tirana ditadura, desde 1933. Era assustador perceber na fisionomia do cidadão comum as marcas da repressão e os temores que se multiplicavam no país. Naturalmente, à época, pude comparar com o que se vivia no Brasil, sobretudo após a decretação do AI5, no ano anterior, e alimentar o temor de que mergulhássemos em algo semelhante. Foi uma experiência marcante na minha formação de cidadão democrata. António de Oliveira Salazar era o Carrasco não apenas do Portugal europeu mas, também, massacrava com mão-de-ferro um Império Colonial, àquela altura inviável, explorando as riquezas das colônias revoltadas em territórios africanos e asiáticos, subjugados secularmente às leis ditatoriais implacáveis do chamado salazarismo. Circulando nas ruas e avenidas das grandes cidades portuguesas percebiam-se a timidez e o temor do cidadão comum, sempre sob a mira da policia, inclusive a secreta, mantida pelo regime. Portugal, comparado com as outras nações europeias, pelas quais circulei, se apresentava com um clima sombrio e triste. As pessoas, sobretudo as mulheres, trajavam roupas austeras e excessivamente formais, embora fosse pleno verão. Preto, marrom e azul-marinho eram as cores predominantes. As vitrines do comércio da época eram pobres, démodés, desatualizadas e pouco atrativas. Sem colorido! Ali bem perto, em Londres, Mary Quant ditava o uso das minissaias e os Beatles explodiam nas paradas de sucesso. Enquanto isso, as portuguesas andavam pálidas e desbotadas, sem o colorido do pós-guerra que dominava o mundo. Havia proibições curiosas como, por exemplo, a da produção e venda de Coca-Cola, substituída por algo similar com uma denominação local que não recordo. Contudo, como para todo mal há sempre um fim, chegou o dia da derrocada e, há 50 anos, em 25 de abril de 1974, as saturadas Forças Armadas de Portugal, com forte apoio popular, derrubaram uma das mais longas ditaduras da História, num vitorioso episódio que terminou recebendo a denominação de Revolução dos Cravos devido ao fato de que a população distribuiu cravos vermelhos aos soldados que executaram o movimento. Salazar já não existia, morreu em 1970, e havia sido afastado por uma grave doença em 1968 e substituído pelo seu fiel seguidor Marcelo Caetano, que manteve o regime até que foi derrubado, em 1974.
O 25 de Abril se tornou uma data histórica e vem sendo festejada a cada ano de maneira monumental. Neste 2024 as comemorações se agigantaram devido ao caráter “redondo” do aniversário. Jubileo de Ouro! Apresso-me em registrar a comemoração no Blog e manifestar o meu regozijo. Gosto demais de Portugal e sempre que possível volto lá. Já voltei várias vezes. Por sinal, tive a alegria de andar por lá, em 1975 quando experimentei a alegria de assistir na Avenida da Liberdade, principal artéria de Lisboa, as comemorações da data. Folgo em registrar que há uma imensa diferença entre esses dois tempos.
O Portugal de agora é uma festa para os olhos e para a alma. Há um colorido especial, uma vida vibrante. Após queda do regime, o país se modernizou se abriu ao mundo e as cidades oferecem sempre aos visitantes um clima de festa com sabor incomensurável e provocando a vontade de retornar. Haja cravos para comemorar todos os dias. O país faz parte da União Europeia, ganhou progresso, desenvolvimento e se tornou um dos locais mais seguros da Europa, ganhando destaque como atrativo para os investidores internacionais e, de modo especial, um dos mais demandados pelo turismo internacional. Salve Portugal, salve a Democracia e haja cravos hoje e sempre. NOTA: Fotos ilustrações obtidas no Google Imagens.
quarta-feira, 10 de abril de 2024
Lição para não Esquecer
Durante a semana passada acompanhei com interesse de quem viveu a historia, as manifestações que relembraram o golpe militar de 1964. Com um abrir e fechar de olhos completa-se 60 anos. Parece até que foi ontem. Eu era muito jovem, pré-universitário, e dava meus primeiros passos de cidadania buscando “tomar pé” no mar revolto no qual me via mergulhado. Recordo bem aquele 31 de março, quando o rumo político do país sofreu uma brusca “virada-de-chave” conduzindo-o para um tempo de incerteza e escuridão. Vivia-se um mundo completamente diferente do que hoje experimentamos. Era um tempo pós-guerra ainda tentando se restabelecer do grande trauma da II GG, mas às voltas em conviver com outro conflito, não necessariamente bélico, que era a chamada Guerra Fria, sendo travada entre os Estados Unidos e a Rússia na disputa acirrada pela hegemonia politica mundial. Um conflito que, na prática, servia de pauta e apontava caminhos para muitas das sociedades em vias de estruturação ou revisão político-social, seja nos padrões socialistas soviéticos ou nos ditames capitalistas ianques. A América Latina era um dos terrenos mais cobiçados pelas duas partes litigantes. À época, por exemplo, os russos comemoravam a reviravolta politica operada em Cuba e a instalação do Governo de Fidel, permeado de ações que assustavam meio-mundo. A dupla Fidel Castro/Che Guevara e o Paredão Cubano eram temas diários no mundo Ocidental. Assustados, os Estados Unidos buscavam, apressadamente, meios de se proteger e de dominar o que eles sempre consideraram de seu próprio quintal. Quem viveu sabe o que aconteceu. Os ianques exerceram pressão político-econômica e o Brasil entrou nesse beco sem saida. Indiscutivelmente, uma História longa e cheia de capítulos eletrizantes, com rebatimentos graves, ainda hoje remoídos, no Brasil e nos vizinhos Argentina e Chile. Mas, não é o tema central desta postagem. O assunto mesmo é o Golpe Militar de 64, chamado pelos mentores e simpatizantes de Revolução. O movimento apanhou o país numa verdadeira encruzilhada politica, com uma sociedade perplexa face às situações desenhadas pelas polarizadas correntes progressistas e conservadoras reinantes.
Pernambuco, estado sempre atuante e líder, muitas vezes, em todo e qualquer movimento politico nacional foi apanhado pelo Golpe abrigando em seu sítio iniciativas vanguardistas e de princípios contrários às novas ordens dos militares no Poder. Daquela época, são sempre lembradas, entre outras, as Ligas Camponesas, orientada por Francisco Julião (Deputado Federal na época) – defensora do projeto de Reforma Agrária universal e benéfica à população carente e sofrida nas mãos dos grandes latifundiários – e o Movimento de Cultura Popular (MCP) de Paulo Freire e Luís Mendonça. Para completar, era Pernambuco local onde se instalava uma das maiores iniciativas de intervenção local do Governo Federal que foi a SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, Agencia oficial de caráter regional, encarregada de promover o desenvolvimento socioeconômico regional, idealizada e dirigida por uma das mais brilhantes cabeças do país, que foi o paraibano Celso Furtado. Foram tempos sombrios e aterrorizantes. A ordem dos “poderosos” era aniquilar projetos e pessoas que de algum modo fosse comprometido com referenciais socialistas, de pronto rotuladas de comunistas. Muitas arbitrariedades foram cometidas, muitos inocentes e muitas inteligências foram sacrificadas. Extermínios de muitos e evasão (exilados políticos) passou a fazer parte do dia-a-dia do brasileiro comum. Todo mundo, em principio, estava sujeito às rigorosas ordens dos milicos.
Recém-admitido nos quadros de funcionários da SUDENE lembro bem do pavor que minha mãe alimentou ao ver na revista semanal O Cruzeiro uma matéria de capa que taxava a Agencia Regional de Gaiola Dourada com pássaros vermelhos. A censura à imprensa, a quebra de sigilo pessoal das correspondências e os agentes secretos nas universidades (apareciam de repente e sem prestar vestibular) e repartições públicas foram outras características do período. Ex-bolsista da USAID (United States Agency for Intenational Development) passei a receber pelo Correio, em 1968, publicações de autores norte-americanos, todos eles combatendo o regime comunista soviético e as doutrinas socialistas. Os títulos eram sugestivos para que um agente mal informado e inadequado no posto concluísse se tratar de literatura subversiva. O jumento do censor não percebia que cada livro trazia um carimbo ostensivo informando se tratar de cortesia da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Por conta disso fui tido como um elemento subversivo social e, desse modo, levado de camburão para prestar depoimento na Secretaria da Segurança Publica. Mais do que isto e, para meu desespero tive meu passaporte retido pela Policia, três dias antes da minha primeira viagem à Europa. Inocente, fui salvo pelo Delegado do SNI, na SUDENE, que colocou as coisas no correto lugar. Tive o passaporte liberado e fiz a sonhada viagem à Europa. Recordo, por ouvir falar, do caso de um famoso Professor de Direito, Glaucio Veiga, que ao ter a residencia invadida para uma vistoria viu seu longplay Romanticos de Cuba ser arrolado entre os itens subversivos encontrados! Ah! Não foi fácil viver aquele tempo. Foi uma lição para não esquecer. Fico, hoje, impressionado com o desejo de muitos brasileiros pregando uma tomada do poder pelos militares, a exemplo de 1964, em resposta aos desmandos e corrupções dos muitos que passam pelos gabinetes e corredores de Brasília, sem que façam ideia do risco que correm. Ora, meu Deus, existe soluções muito melhores do que esta. Por outro lado, fico pasmo diante dos afagos e benesses politico-financeiras outorgadas pelo atual Presidente, Luís Inácio Lula da Silva, a sanguinários ditadores latino-americanos principalmente Maduro, da Venezuela e Ortega, da Nicarágua, ao messmmo tempo em que se ocupa em fazer discursos em defesa da a Democracia. Só sendo piada de mau gosto. NOTA: Fotos ilustrações colhidas no Google Imagens.
terça-feira, 19 de março de 2024
Tiro pela Culatra
Venho acompanhando, como cidadão comum e com certa apreensão, as informações sobre o surto de dengue que ocorre este ano no Brasil. Impressiona a quantidade de casos suspeitos ou verificados de quase 1,9 Milhão, somente nesses quase três meses de 2024. É um número record, desde quando se monitora, em 2000. É doloroso constatar que mais de 550 óbitos já foram confirmados. Vi hoje (19.03.24), na Folha de São Paulo, que a capital paulista supera a marca de 300 casos por 100 Mil habitantes o que se configura numa situação epidêmica, segundo a OMS. É impressionante, e até inacreditável, saber que essas ocorrências revelam um preocupante aumento de quatro vezes maior ao que foi registrado no mesmo período de 2023. O mais curioso, entretanto, foi descobrir que esse aumento exacerbado do aedes-aegypti vem se dando justamente após a prometida revolucionária solução de jogar no espaço brasileiro bilhões de mosquitos modificados geneticamente destinados a exterminar a própria espécie e, por conseguinte, a dengue reinante até então.
Cabreiro com essa noticia apressei-me pesquisar a respeito dessa invenção da inteligência humana. Descobri que o tal mosquito-solução, denominado OX5034, foi produto de uma alteração biológica, realizada por cientistas norte-americanos, para produzir filhotes fêmeas que morrem na fase de larva, antes de eclodir e crescer o suficiente para picar os humanos, espalhando a doença. De quebra, descobri, também, que apenas as fêmeas picam para obter sangue humano, necessário para amadurecer seus ovos. Os machos são, digamos, folgados e seletivos porque só se alimentam de néctar e, desse modo, não são transmissores da doença. Explicando um pouco mais, registro que o tal OX5034 vem programado para MATAR apenas as fêmeas. Tomara que as feministas não se revoltem, dessa vez. Restam, então, os machos sobrevivendo por várias gerações, passando os genes modificados para a prole masculina subsequente e levando ao fim essa espécie de mosquitos. Ora, meu Deus, se as nuvens de machos-exterminadores espalhados no Brasil terminou produzindo um efeito paradoxal, não falta quem levante a possibilidade de que, ao invés de machos, foram produzidas mais fêmeas! Erro laboratorial? Pergunta que já não cala! Desse modo, o Tiro saiu pela Culatra! Naturalmente que se trata de algo a ser averiguado. E pode gerar o maior fuxico politico. Da minha parte, garanto que estou vendendo o peixe pelo preço que comprei! Para completar, o mais sintomático ainda é ver esse investimento que se faz na compra da vacina Qdenga, fabricada pelo laboratório japonês Takeda que já vendo sendo aplicada nos brasileiros. Já se sabe, inclusive, que drogarias se apressam em aproveitar o nicho de mercado e comercializar a solução japonesa pela bagatela de R$ 349,90 uma dose. Eles avisam que a aplicação esta inclusa nesse preço. Ou seja, mais uma vez tem muita gente fazendo negócio com a miséria pública, quando na verdade o que falta é orientação para o público saber lidar com a situação. Dengue se combate eliminando focos do mosquito e não com vacinas. O Aedes Aegipti é um inseto urbano. Pouco se encontra nas regiões interioranas. Eles adoram a sujeira dos habitantes das grandes cidades. E para completar, se refastelam nessa época de verão quando a sujeira urbana se cristaliza. Quando as chuvas invernais começarem a lavar a imundice urbana eles irão d´água abaixo. Enquanto isso tem ministro de Estado dando a desculpa de que essa onda epidêmica do aedes aegypti é por conta do aquecimento global. Desconfio que ainda vamos enfrentar muitos problemas.
NOTA: Foto ilustração obtida no Google Imagens.
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