A morte de Eduardo Campos em 13 de agosto passado provocou,
indiscutivelmente, um verdadeiro tsunami
na corrida eleitoral em curso, tanto o âmbito nacional, quanto em Pernambuco.
Se antes do episódio havia, no plano nacional, um candidato ainda pouco
conhecido, aquela morte brutal e inesperada o projetou e resultou numa
extraordinária reviravolta nas intenções de voto dos eleitores. Sua candidata à
vice – Marina Silva – teve seu nome confirmado como substituta na cabeça da chapa
e adicionou ao seu já conhecido patrimônio eleitoral um percentual de
inestimável significado. A dúvida que se tem, hoje, nos meios políticos é saber
quem ajudou mais a quem. Se Marina antes era tida como uma alavancadora da candidatura de Eduardo, agora já se diz que
este, pós-morte, é quem está alavancando Marina. Coisas da política. Mas,
também, é preciso não esquecer que tem muita coisa da cultura brasileira. Refiro-me
à comoção nacional que se instalou após a morte do candidato. A emoção que
tomou conta da Nação, o show da mídia cobrindo detalhadamente cada momento
daquele episódio, desde a queda da aeronave até o sepultamento apoteótico de Campos, o aproveitamento eleitoreiro desse
show midiático, tudo quanto vimos na primeira hora do guia na TV – manifestações
emotivas de aliados e opositores – e, por fim, o que estamos vendo a cada dia
formou o caldo que transformou as intenções de voto num panorama completamente
diferente do que se dispunha antes. E isto se reproduz de forma concreta no
cenário eleitoral local, de Pernambuco, onde o desconhecido candidato do finado
Eduardo Campos, tomou fôlego e subiu nas pesquisas ultimamente realizadas, ameaçando
o candidato oposicionista Armando Monteiro.
O mais lamentável de tudo isso é perceber que o tom das campanhas, os pálidos discursos que estamos assistindo – é uma safra pobre de oradores – em nível nacional, as entrevistas e debate já levados ao ar e as “intenções” verbalizadas pelos candidatos refletem tão somente a eterna luta pelo poder. É o velho e batido jogo do poder pelo poder. Os verdadeiros interesses do país e do seu povo não passam de detalhes marginais. A candidata Dilma e sua turma lutando com unhas e dentes para não perder a posição na qual estão instalados por doze anos, o Aécio brigando pela recuperação do poder do seu partido, batendo forte no PT, e essa terceira via liderada por Marina Silva (PSB/Rede) tentando convencer de que vai governar a base de um novo modelo de gestão, embora usando dos mesmos velhos meios de abordagem. Essa mistureba de interesses dá contas de que o Brasil tem pela frente uma das eleições mais disputas, ao mesmo tempo em que pobre de ideias e ideais convincentes.
O mais lamentável de tudo isso é perceber que o tom das campanhas, os pálidos discursos que estamos assistindo – é uma safra pobre de oradores – em nível nacional, as entrevistas e debate já levados ao ar e as “intenções” verbalizadas pelos candidatos refletem tão somente a eterna luta pelo poder. É o velho e batido jogo do poder pelo poder. Os verdadeiros interesses do país e do seu povo não passam de detalhes marginais. A candidata Dilma e sua turma lutando com unhas e dentes para não perder a posição na qual estão instalados por doze anos, o Aécio brigando pela recuperação do poder do seu partido, batendo forte no PT, e essa terceira via liderada por Marina Silva (PSB/Rede) tentando convencer de que vai governar a base de um novo modelo de gestão, embora usando dos mesmos velhos meios de abordagem. Essa mistureba de interesses dá contas de que o Brasil tem pela frente uma das eleições mais disputas, ao mesmo tempo em que pobre de ideias e ideais convincentes.
Acho de incrível desinibição ver D. Dilma, em campanha,
afirmar que estamos bem de vida, que nunca se viveu tão folgadamente como
agora, enquanto os organismos oficiais divulgam dados assustadores a respeito do
desandar da economia. As manchetes dos jornais deste fim de semana foram claras
em afirmar a recessão técnica instalada com o crescimento negativo por dois
trimestres consecutivos. O PIBinho do ano promete ser ainda menor. É um desespero.
A seca, a Copa do Mundo e a crise internacional estão sendo responsabilizadas
pela recessão. Desculpa esfarrapada, para livrar a cara de quem comanda a política
econômica. A inflação é uma realidade e sentida no dia-a-dia, sobretudo quando se
fecha a conta no supermercado. A indústria nacional continua em queda e não se
sabe o que virá no futuro. Mesmo o agronegócio que vinha dando fôlego à economia
registrou um ínfimo crescimento, no ultimo trimestre observado. Mais irritante
ainda é ver a candidata “presidenta” fazer propaganda das obras que foram construídas
Brasil afora, no seu Governo, entre as quais a Ferrovia Transnordestina
incompleta e se arrastando por uma década ou as obras da transposição do São
Francisco, cuja finalização só Deus sabe quando vai ocorrer.
Esta semana transitei pela BR-101, entre Recife e Maceió,
ocasião em que pude constatar a maneira como se arrasta a duplicação dessa importante
via, no lado alagoano. Falta muito ainda para ver essa obra concluída. Mas, ver
isso não foi nada. Curioso, mesmo, foi notar a força dos candidatos ao Senado e
Governo no vizinho estado: Fernando Collor de Mello, para Senador, e Renan
Filho, para Governador. Fiquei surpreso,
não posso negar. Vão levar brincando. Dos mais simples casebres em beira de
estrada os pontos comerciais de porte exibem galhardamente imagens dos dois. Acho
que em Alagoas, além da crise social – a insegurança é gritante – e a econômica
que atinge o estado falta, também, novas lideranças.
Quanta falta faz um bom e competente líder para comandar uma
Nação ou um Estado.