Tenho visitado os
Estados Unidos com certa frequência esses últimos anos. A mais recente, neste
mês, foi durante a semana do carnaval passado. Fujo da agitação local e
aproveito para fazer uma “reciclagem” cultural. Venho mantendo este hábito
salutar, enquanto o Dólar não assumir cotações estratosféricas... Entrei por Chicago e terminei em Nova York.
Esta é a estação do frio no Hemisfério Norte, que este ano foi atípico. Fala-se que está sendo o mais rigoroso dos últimos setenta anos. Até que gosto do frio, mas, cá prá nós, suportar -13 com sensação de -23ºC é de lascar. Lascar os lábios, a pele do rosto, das mãos e por onde o frio coseguir penetrar. Por mais abrigado que o sujeito esteja a parada é dura. Fui com a família (esposa, filhos e nora) e logo no primeiro dia concluímos que entramos numa gelada. Mas, tiramos de letra porque voltamos a salvo e sem nem mesmo uma gripe.
O espetáculo da neve caindo é belíssimo. Encanta quem não está habituado, como no nosso caso. Difícil, porém, é se locomover quando ela se acumula nas vias públicas. Vimos isso a cores, isto é, a branco e ao vivo, inúmeras vezes durante dez dias. A solução para se aquecer era correr e se abrigar numa loja, num café ou restaurante, nos museus e no que oferecesse abrigo. Não, não foi ruim. A experiência foi boa. Meus jovens filhos e nora se esbaldaram. E eu esbaldei-me vendo-os se esbaldando. Coisa de pai. Veja foto abaixo.
Escolhemos Chicago como entrada. Não a conhecíamos, até porque não é uma cidade de grande apelo turístico. O que vimos por lá nada se compara com Nova York, Las Vegas ou Miami/Orlando. Situada bem ao Norte do país, às margens do Lago de Michigan, em Illinois, pareceu-nos uma cidade de algum modo austera, com uma gente elegante circulando (a roupa de frio impõe um tom elegante), magníficos hotéis, grandes magazines e shoppings, restaurantes de alta categoria e de variedade interminável, inclusive com preços bem cômodos, melhores que Nova York, por exemplo. Dando uma caminhada na elegante Avenida Michigan é o bastante para comprovar.
O ambiente cultural foi que nos chamou a atenção. Teatros, Galerias e Academia de Artes e Ciências, Museus e a conhecida internacionalmente Universidade de Chicago, na qual se encontra a famosa Escola de Sociologia de Chicago, fundada em 1910 pelo historiador e sociólogo Albion W. Small, com apoio financeiro substancial do empresário John Davisson Rockfeller.
Entre os museus da cidade um especial destaque para o The Field Museum, (www.thefieldmuseum.com) um dos mais completos museus de História Natural do planeta, tendo como seu ícone e “recepcionista” o esqueleto mais completo, que se tem conhecimento, de um Dinossauro T-Rex, carinhosamente chamado de Sue (Vide foto a seguir).
Somente uma visita a esse museu já vale a ida a Chicago. Enfrentar o vento frio e a neve, de uma manhã de domingo, numa imensa fila para entrar foi o maior desafio para nós paus-de-arara.
De quebra, bem ao lado e no mesmo parque, o visitante tem a oportunidade de visitar o Shedd Aquarium, ( www.sheddaquarium.org ) um dos mais belos que já visitei. Fantástico e imperdível. São 32.000 animais de 1.500 espécies, vivos e bulindo, enchendo a vista do público visitante. Dá vontade de não sair de lá... Tubarões, arraias gigantescas, tartarugas, peixes ornamentais do mundo inteiro, inclusive da Amazônia, crocodilos, serpentes, pinguins, golfinhos e belugas, entre muitas outras espécies de todos os portes. A sessão das algas marinhas é um poema da natureza. É um troço inesquecível. Indo por lá, não deixe de visitá-lo.
Venta muito naquela região e Chicago é denominada a Cidade dos Ventos (The Wind city). A coisa é de tal maneira que logo entendi que é lá, exatamente, o tal lugar onde o vento faz a curva. Sempre ouvi falar mas, somente agora o descobri.
Na passagem do milênio a cidade ganhou um sensacional espaço público, o agora já famoso Parque Millennium. Foi ali onde mais sentimos o vento fazendo a curva nas nossas costas. O ícone ali é uma imensa escultura metálica brilhante de uma semente de feijão (The giant bean) e que virou cartão postal da cidade. Pense num troço bem bolado (Veja a foto a seguir).
Pela beleza plástica e pelo efeito que gera nas imagens espelhadas, sobretudo as dos visitantes, o local está sempre repleto de curiosos. É o feijão mais fotografado do mundo. Além do feijão gigante, o parque está repleto de outras esculturas e construções de vanguarda assinadas por arquitetos de renome internacional (Vide a foto abaixo).
Um capítulo a parte é um passeio de barco pelo rio Chicago, que corta a cidade e oferece excelentes visões da metrópole. Não pudemos fazer devido ao tempo rigoroso e os barcos encalhados no rio congelado. Observe a foto a seguir.
No item gastronomia o visitante não se perde e passa muito bem. Sempre digo que se come bem nos Estados Unidos, ao contrário do que se comenta. Como uma sugestão, uma boa ideia é dar um giro na Old City, um bairro onde se originou a cidade, que oferece uma bela visão arquitetônica e uma série de excelentes restaurantes. Fomos andar por lá e nossa opção foi jantar num italiano, o Topo Gigio, bem recomendado e, segundo as fotos exibidas nas paredes, frequentado por estrelas de Hollywood e luminares da literatura e política norte-americana. Obama está entre os visitantes fotografados. Ambiente aconchegante, comida impecável (peça de entrada uma tortelline in brodo) e com preços accessíveis.
Também em Chicago a chance de se escutar um bom jazz e blues. Inúmeros são os bares e pubs onde se executa o melhor do gênero. Para quem gosta, como no meu caso, é “prato cheio”. Tivemos a oportunidade de curtir, por duas noites e no nosso mesmo hotel, as audições de voz e guitarra, com Elaine Dame e Andy Brown. Ela com uma extraordinária voz bem típica das cantoras norte-americanas e ele um exímio guitarrista e baixista, executando solos pouco comuns.
Dizem, e concordo, que Chicago é uma das mais cultas e genuínas cidades dos Estados Unidos. Dá para sentir ao visitá-la. Saímos de lá com o gostinho de quero mais. Quem sabe outro dia. Mas, no verão ou outono que, segundo descreveram, a cidade é deslumbrante e apaixonante.
Esta é a estação do frio no Hemisfério Norte, que este ano foi atípico. Fala-se que está sendo o mais rigoroso dos últimos setenta anos. Até que gosto do frio, mas, cá prá nós, suportar -13 com sensação de -23ºC é de lascar. Lascar os lábios, a pele do rosto, das mãos e por onde o frio coseguir penetrar. Por mais abrigado que o sujeito esteja a parada é dura. Fui com a família (esposa, filhos e nora) e logo no primeiro dia concluímos que entramos numa gelada. Mas, tiramos de letra porque voltamos a salvo e sem nem mesmo uma gripe.
O espetáculo da neve caindo é belíssimo. Encanta quem não está habituado, como no nosso caso. Difícil, porém, é se locomover quando ela se acumula nas vias públicas. Vimos isso a cores, isto é, a branco e ao vivo, inúmeras vezes durante dez dias. A solução para se aquecer era correr e se abrigar numa loja, num café ou restaurante, nos museus e no que oferecesse abrigo. Não, não foi ruim. A experiência foi boa. Meus jovens filhos e nora se esbaldaram. E eu esbaldei-me vendo-os se esbaldando. Coisa de pai. Veja foto abaixo.
Escolhemos Chicago como entrada. Não a conhecíamos, até porque não é uma cidade de grande apelo turístico. O que vimos por lá nada se compara com Nova York, Las Vegas ou Miami/Orlando. Situada bem ao Norte do país, às margens do Lago de Michigan, em Illinois, pareceu-nos uma cidade de algum modo austera, com uma gente elegante circulando (a roupa de frio impõe um tom elegante), magníficos hotéis, grandes magazines e shoppings, restaurantes de alta categoria e de variedade interminável, inclusive com preços bem cômodos, melhores que Nova York, por exemplo. Dando uma caminhada na elegante Avenida Michigan é o bastante para comprovar.
O ambiente cultural foi que nos chamou a atenção. Teatros, Galerias e Academia de Artes e Ciências, Museus e a conhecida internacionalmente Universidade de Chicago, na qual se encontra a famosa Escola de Sociologia de Chicago, fundada em 1910 pelo historiador e sociólogo Albion W. Small, com apoio financeiro substancial do empresário John Davisson Rockfeller.
Entre os museus da cidade um especial destaque para o The Field Museum, (www.thefieldmuseum.com) um dos mais completos museus de História Natural do planeta, tendo como seu ícone e “recepcionista” o esqueleto mais completo, que se tem conhecimento, de um Dinossauro T-Rex, carinhosamente chamado de Sue (Vide foto a seguir).
Somente uma visita a esse museu já vale a ida a Chicago. Enfrentar o vento frio e a neve, de uma manhã de domingo, numa imensa fila para entrar foi o maior desafio para nós paus-de-arara.
De quebra, bem ao lado e no mesmo parque, o visitante tem a oportunidade de visitar o Shedd Aquarium, ( www.sheddaquarium.org ) um dos mais belos que já visitei. Fantástico e imperdível. São 32.000 animais de 1.500 espécies, vivos e bulindo, enchendo a vista do público visitante. Dá vontade de não sair de lá... Tubarões, arraias gigantescas, tartarugas, peixes ornamentais do mundo inteiro, inclusive da Amazônia, crocodilos, serpentes, pinguins, golfinhos e belugas, entre muitas outras espécies de todos os portes. A sessão das algas marinhas é um poema da natureza. É um troço inesquecível. Indo por lá, não deixe de visitá-lo.
Venta muito naquela região e Chicago é denominada a Cidade dos Ventos (The Wind city). A coisa é de tal maneira que logo entendi que é lá, exatamente, o tal lugar onde o vento faz a curva. Sempre ouvi falar mas, somente agora o descobri.
Na passagem do milênio a cidade ganhou um sensacional espaço público, o agora já famoso Parque Millennium. Foi ali onde mais sentimos o vento fazendo a curva nas nossas costas. O ícone ali é uma imensa escultura metálica brilhante de uma semente de feijão (The giant bean) e que virou cartão postal da cidade. Pense num troço bem bolado (Veja a foto a seguir).
Pela beleza plástica e pelo efeito que gera nas imagens espelhadas, sobretudo as dos visitantes, o local está sempre repleto de curiosos. É o feijão mais fotografado do mundo. Além do feijão gigante, o parque está repleto de outras esculturas e construções de vanguarda assinadas por arquitetos de renome internacional (Vide a foto abaixo).
Um capítulo a parte é um passeio de barco pelo rio Chicago, que corta a cidade e oferece excelentes visões da metrópole. Não pudemos fazer devido ao tempo rigoroso e os barcos encalhados no rio congelado. Observe a foto a seguir.
No item gastronomia o visitante não se perde e passa muito bem. Sempre digo que se come bem nos Estados Unidos, ao contrário do que se comenta. Como uma sugestão, uma boa ideia é dar um giro na Old City, um bairro onde se originou a cidade, que oferece uma bela visão arquitetônica e uma série de excelentes restaurantes. Fomos andar por lá e nossa opção foi jantar num italiano, o Topo Gigio, bem recomendado e, segundo as fotos exibidas nas paredes, frequentado por estrelas de Hollywood e luminares da literatura e política norte-americana. Obama está entre os visitantes fotografados. Ambiente aconchegante, comida impecável (peça de entrada uma tortelline in brodo) e com preços accessíveis.
Também em Chicago a chance de se escutar um bom jazz e blues. Inúmeros são os bares e pubs onde se executa o melhor do gênero. Para quem gosta, como no meu caso, é “prato cheio”. Tivemos a oportunidade de curtir, por duas noites e no nosso mesmo hotel, as audições de voz e guitarra, com Elaine Dame e Andy Brown. Ela com uma extraordinária voz bem típica das cantoras norte-americanas e ele um exímio guitarrista e baixista, executando solos pouco comuns.
Dizem, e concordo, que Chicago é uma das mais cultas e genuínas cidades dos Estados Unidos. Dá para sentir ao visitá-la. Saímos de lá com o gostinho de quero mais. Quem sabe outro dia. Mas, no verão ou outono que, segundo descreveram, a cidade é deslumbrante e apaixonante.
NOTA: As fotos que ilustram a postagem são da autoria
do Blogueiro.