Venho
acompanhando com atenção, pelo menos por vinte e cinco anos, o desempenho da
competitividade brasileira, quase sempre o comparando com outras economias
estrangeiras. Várias são as entidades de pesquisa que tratam de fazer esta
avaliação. O IMD – International Institute for Management Development, entre
outras, com apoio da brasileira Fundação Dom Cabral se encarrega de incluir o
Brasil no ranking mundial. A mais recente lista, referente a 2014 e publicada
na semana que termina, revelou que pelo quarto ano consecutivo o Brasil perde
posição no cenário internacional, entre as 60 economias avaliadas. Desta vez o
Brasil caiu três posições e ocupa o 54º lugar. Está à frente apenas de
Eslovênia, Bulgária, Grécia, Argentina, Croácia e Venezuela, a última
colocada. Esta queda vem se repetindo na medida em que o Brasil já caiu 16 posições
nos últimos quatro anos. Em 2010 ocupava a 38º posto do ranking. Na cabeça da
lista deste ano estão os Estados Unidos, Suíça, Cingapura, Hong Kong, Suécia,
Alemanha, Canadá, Emirados Árabes, Dinamarca e Noruega.
A maioria dos emergentes cai na lista deste ano e a explicação dada pelo IMD aponta, como motivo, o baixo investimento estrangeiro e as falhas na infraestrutura. A China sofre por conta das dificuldades no atual ambiente de negócios e isto pode ser ruim para todo mundo. Um analista econômico dizia esses dias que “se a China espirrar o Brasil pega uma pneumonia”. Nos casos de Brasil e Índia, o IMD considera que estes sofrem por conta dos seus mercados de trabalho ineficientes e gestões de negocio ineficazes.
A metodologia aplicada para compor a lista leva em consideração quatro dimensões de competitividade: desempenho econômico, eficiência do Governo, eficiência dos negócios e estado da infraestrutura. Nesta última dimensão os indicadores considerados são: estradas, portos, aeroportos, geração e distribuição de energia, telefonia, internet, meio ambiente, educação básica e superior, pesquisa cientifica e serviços de atenção à saúde. Observe-se que são componentes fundamentais para revelar o perfil – bom ou falho – de um sistema socioeconômico e o Brasil está, indiscutivelmente, penando por conta dessa precaria dimensão que tem.
Semana passada estive em São Paulo, visitando/participando de uma feira internacional da indústria metal-mecânica, a FEIMAFE (www.feimafe.com.br), e no entrar e sair de estandes escutei as maiores lamúrias dos representantes de empresas presentes. Um verdadeiro ambiente de crise. Naturalmente que, em primeiro lugar, queixas sobre a crise geral que assola o Brasil e, em seguida, as velhas dificuldades de viver num país onde os custos da produção são dos mais altos do mundo, que empurram os preços de mercados a níveis estratosféricos, quando comparados com os concorrentes estrangeiros e com os quais tem de concorrer no próprio mercado doméstico. Um fabricante europeu ou asiático consegue colocar à venda sua máquina no mercado brasileiro ao preço equivalente, muitas vezes, à metade do fabricante nacional. Tudo por conta dos absurdos custos da produção local. Quando o assunto, então, é logística a situação fica prá lá de complicada. Transportar um equipamento pesado (um bem de capital) de um canto a outro do país é sempre muito mais caro do que trazer um similar, por exemplo, da China. O produtor brasileiro – independente do setor que atua – padece pela falta de uma infraestrutura competente. Pesquisa recente da CNT – Confederação Nacional dos Transportes dá conta de que será necessário algo próximo a R$ 200 Bilhões para destravar o escoamento de grãos produzidos no país. Ora, em tempos de crise, ajuste fiscal e de pesados cortes nos orçamentos do Governo a situação se mostra mais preocupante já que é do setor primário que surgem os melhores sinais de ajuda ao crescimento da economia nacional.
Infelizmente, o principal modal de transporte da produção brasileira – independente da natureza – tem sido quase sempre o rodoviário, não obstante o fato de que o país reúna condições de explorar outros meios, entre os quais o ferroviário e o das hidrovias. Segundo a CNT o Brasil tem 1,7 milhão de quilômetros de malha rodoviária, sendo que apenas 204 mil são pavimentadas, ou seja, aproximadamente 12%. Levando em conta a qualidade do asfalto (quase sempre do tipo sonrisal) que se aplica no país e o natural desgaste do uso diário, a CNT avalia que metade dessas pavimentadas estão deficientes. Como ser competitivo? Como ter padrão mundial?
NOTA: Foto obtida no Google Imagens.
A maioria dos emergentes cai na lista deste ano e a explicação dada pelo IMD aponta, como motivo, o baixo investimento estrangeiro e as falhas na infraestrutura. A China sofre por conta das dificuldades no atual ambiente de negócios e isto pode ser ruim para todo mundo. Um analista econômico dizia esses dias que “se a China espirrar o Brasil pega uma pneumonia”. Nos casos de Brasil e Índia, o IMD considera que estes sofrem por conta dos seus mercados de trabalho ineficientes e gestões de negocio ineficazes.
A metodologia aplicada para compor a lista leva em consideração quatro dimensões de competitividade: desempenho econômico, eficiência do Governo, eficiência dos negócios e estado da infraestrutura. Nesta última dimensão os indicadores considerados são: estradas, portos, aeroportos, geração e distribuição de energia, telefonia, internet, meio ambiente, educação básica e superior, pesquisa cientifica e serviços de atenção à saúde. Observe-se que são componentes fundamentais para revelar o perfil – bom ou falho – de um sistema socioeconômico e o Brasil está, indiscutivelmente, penando por conta dessa precaria dimensão que tem.
Semana passada estive em São Paulo, visitando/participando de uma feira internacional da indústria metal-mecânica, a FEIMAFE (www.feimafe.com.br), e no entrar e sair de estandes escutei as maiores lamúrias dos representantes de empresas presentes. Um verdadeiro ambiente de crise. Naturalmente que, em primeiro lugar, queixas sobre a crise geral que assola o Brasil e, em seguida, as velhas dificuldades de viver num país onde os custos da produção são dos mais altos do mundo, que empurram os preços de mercados a níveis estratosféricos, quando comparados com os concorrentes estrangeiros e com os quais tem de concorrer no próprio mercado doméstico. Um fabricante europeu ou asiático consegue colocar à venda sua máquina no mercado brasileiro ao preço equivalente, muitas vezes, à metade do fabricante nacional. Tudo por conta dos absurdos custos da produção local. Quando o assunto, então, é logística a situação fica prá lá de complicada. Transportar um equipamento pesado (um bem de capital) de um canto a outro do país é sempre muito mais caro do que trazer um similar, por exemplo, da China. O produtor brasileiro – independente do setor que atua – padece pela falta de uma infraestrutura competente. Pesquisa recente da CNT – Confederação Nacional dos Transportes dá conta de que será necessário algo próximo a R$ 200 Bilhões para destravar o escoamento de grãos produzidos no país. Ora, em tempos de crise, ajuste fiscal e de pesados cortes nos orçamentos do Governo a situação se mostra mais preocupante já que é do setor primário que surgem os melhores sinais de ajuda ao crescimento da economia nacional.
Infelizmente, o principal modal de transporte da produção brasileira – independente da natureza – tem sido quase sempre o rodoviário, não obstante o fato de que o país reúna condições de explorar outros meios, entre os quais o ferroviário e o das hidrovias. Segundo a CNT o Brasil tem 1,7 milhão de quilômetros de malha rodoviária, sendo que apenas 204 mil são pavimentadas, ou seja, aproximadamente 12%. Levando em conta a qualidade do asfalto (quase sempre do tipo sonrisal) que se aplica no país e o natural desgaste do uso diário, a CNT avalia que metade dessas pavimentadas estão deficientes. Como ser competitivo? Como ter padrão mundial?
NOTA: Foto obtida no Google Imagens.