Skyline da bela Sydney, desde um ferryboat cruzando a baia. |
Estou outra vez
na Austrália. Por todo este mês de Janeiro. Tenho razões familiares para me
encontrar tanto tempo fora de casa: filha, genro e netos. Nesta fase
da vida, viver distante tanto tempo já é quase uma aventura. Bom mesmo é que a
família inteira veio junto, o que, também, já é uma coisa rara nos tempo de
hoje.
A Austrália
sempre me impressiona quando a visito. Um país continental, ocupando por
inteiro o que é uma das maiores ilhas do mundo. Desponta de forma vibrante no
mundo moderno, dadas seus indicadores sócio-econômicos e sua vibrante economia.
É o segundo melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), embora seja um país formalmente
instituído muito recentemente. Registros históricos dão contas de que, depois
de muitas incursões exploratórias, britânicas e holandesas, entre os séculos XVII
e XIX, as colônias independentes de então, num admirável esforço universal,
planejaram uma organização institucional, através de consultas e votações
populares. O resultado dessa mobilização política foi a constituição de uma
Federação das Colônias, em 1º de janeiro de 1901. Pouco mais de um século,
portanto. Logo a seguir, foi criada a Comunidade da Austrália e devido
antecedentes coloniais, tornou-se um domínio do Império Britânico em 1907.
A Austrália é
então uma importante parte da Commonwealth
e oficialmente é uma monarquia constitucional parlamentar federal, tendo como soberana
a Rainha Elizabeth II, da Inglaterra.
O que me
chama a atenção é o fato de que somente no século XVIII foi que esses ingleses
baixaram de vez por aqui e resolveram colonizar esta tão remota parte do mundo, digamos que, a ultima grande fronteira a ser alcançada por colonizadores
europeus. Fala-se ainda, embora sem registros oficiais, que os portugueses
andaram por aqui por volta dos anos 1475 e 1525, época em que os lusitanos se
lançaram aos mares e saíram descobrindo novas paragens. O Brasil data dessa
época. Portugal não registra essa sua façanha, mas, canhões portugueses
afundados na baía de Broome (noroeste da Austrália) denunciam a passagem dos
portugas por essas bandas.
História à
parte, o que posso registrar são impressões que colho no meu dia-a-dia desta
temporada por aqui. Como já mencionei no inicio, tenho motivos familiares por
permanecer tanto tempo. Nessas condições, vou além dos tradicionais circuitos
turísticos e adentro pela Sydney pujante e pela Austrália litorânea. São
localidades de paisagens deslumbrantes. Vide fotos a seguir. Não ouso adentrar mais porque o país tem
características quase que desértica no seu interior, mais conhecido por Outback. Poucas chuvas e terrenos
arenosos, na grande maioria. Nesta época de alto verão as temperaturas passam
dos 48 graus! Mesmo aqui no litoral já ando estanhando os 38 graus. Clima seco
e aparentemente mais asfixiante. Só dá vontade de me espojar na beira mar. É o que fazem os nativos.
Vista parcial do Centro da cidade, com a emblemática ponte ao fundo |
A famosa Ópera, cartão postal da cidade. Esplendorosa nas noites de Verão. |
Bom, falando
de Sydney, o primeiro adjetivo que me ocorre é que se trata de uma cidade
extraordinária. Vibrante em todos os sentidos. Povo amistoso e hospitaleiro,
que usufrui de extraordinária qualidade de vida. Parece incrível, mas, a verdade
é que não se vê pobreza, por aqui. Ando por todos os lados “catando” sinais
disto e perco meu tempo. Nada de mendigos, maltrapilhos ou menores de rua. Não
sei nas regiões interioranas, onde os aborígenes vivem... Segurança Pública,
Educação e Saúde de primeira linha são outros destaques. Infra-estrutura urbana
monumental e transporte público irretocável e pontual. Imagine que todo cidadão
tem no seu celular um aplicativo indicando os horários das linhas que lhes são
interessantes e os locais de paradas. Ninguém perde tempo esperando um
transporte ou no trânsito que, nem preciso dizer, é sempre fluido. Além desse
meio coletivo, ainda existe uma rede de metrô e transporte marítimo coletivo de
dar prazer utilizar.
Poltronas de veludo nos ônibus mais comuns |
Outro item a
destacar é o da limpeza urbana. Pense numa cidade limpa. O cidadão australiano
é orgulhoso dessa qualidade publica. O lixo é recolhido de forma racional e
separado, em cada unidade habitacional e coletado, em dias programados, pelas
prefeituras. Por conta da limpeza geral, é muito comum cruzarmos nas vias
urbanas com pessoas em pés descalços, sobretudo crianças. Estão sempre seguros
de que não serão machucados com pedaços de vidro, pregos ou qualquer outro tipo
de objeto. Água potável nas torneiras é um privilegio dessa gente. Bebo direto
a chamada tap-water (água da
torneira). Sem medo das verminoses ou moléstias contagiosas.
É outro
mundo, mesmo, minha gente. Embora discordando, no sentido amplo, da tese de que
isto aqui é um Brasil que deu certo, admito isto, devido à alegria da gente, a
hospitalidade e pelo colorido geral. Ah! E pelo mar que é um traço comum para os
dois países. O australiano é fascinado pelo mar. Vive em função dos oceanos que
os banham. São tão alucinados por água, que propositalmente o Dólar Australiano
tem cédulas de plástico! Eles podem entrar no mar, banhar-se, mergulhar e
surfar com os bolsos recheados de dinheiro. É muito engraçado.
Alonguei-me
demais desta vez. Chega. Noutra hora falarei mais sobre esta minha aventura.
NOTA - Fotos da autoria do Blogueiro e de Tico Brazileiro