quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

De repente é Natal

Não sei se todos e todas sentem como sinto que este ano passou muito rápido. E, de repente é Natal. Logo em seguida, acaba o ano. Nem sei como classificar o ano que finda e só sei lembrar que não foi dos melhores. Acredito que para o mundo como um todo. Guerras, conflitos infrutíferos, disputas politicas, soluções ameaçadoras, lideres em constantes desacordos, pobreza em expansão, meio ambiente deteriorado e agressivo – 2023 vem sendo considerado o ano mais quente de todos os tempos – com secas, tempestades extemporâneas, vendavais e, enfim, inúmeros fenômenos nunca dantes observados. É desesperador assistir ao desenrolar arrasador dos dois grandes conflitos que se travam na Europa e no Oriente Médio, vitimando fatalmente e mutilando uma infinidade de seres humanos, em nome de pretensas soberanias territoriais. Dói e causa curiosidade ter ciência que reina uma inédita seca na bacia amazônica ou saber da redução surpreendente da região lacustre do Canal do Panamá prejudicando gradativamente aquele importante curso d´água para a navegação intercontinental. Triste saber que os resultados práticos da COP28 que terminou nesta semana, em Dubai, não foi dos melhores e nem produzirá os efeitos desejados. Na prática representa uma frustração para os defensores do planeta que, como me expressei na última postagem, “pede socorro”. Aqui, perto de nós, a irresponsabilidade técnica de empresas com ambições desmedidas está levando meia cidade ao desespero ao ver afundar seu solo. Falo de Maceió, capital do estado de Alagoas numa situação que já se constitui num caso desesperador e sem solução. Contudo, é Natal, apesar de tantos pesares. O mundo cristão pede uma parada para festejar a natividade do Salvador e chamar os fiéis para um encontro com a paz. A paz que começa em cada um de nós. A paz que estimula a união das famílias e dos povos. A paz que quando exercida na sua plenitude enche de luz e alegria as zonas escuras deste mundo cheio de conflitos. Neste tempo do Advento, pois, que sejamos todos nós portadores de gestos de amor, exercitando momentos de reflexões e esperanças, que venham se multiplicar e atravessem fronteiras das mais distintas, das menores às mais extensas e longínquas. Para o Blog do GB foi, sem dúvidas, foi mais um ano auspicioso e mesmo ao cumprir seus princípios editorias, viu-se nas circunstancias de apurar e tratar de temas desagradáveis e tecer critica. Sempre na intenção de informar, esclarecer ou repercutir fatos da vida que segue acelerada. Foi o caso da postagem sobre o episodio do 8 de janeiro, em Brasília. Neste contexto, então, é hora de agradecer àqueles que foram fiéis em nos acompanhar a cada edição, lendo, comentando e compartilhando. Um Blog resiste ao tempo e ao espaço quando recebe afetivos apoios de seguidores que não somente leem, mas também comentam interagindo de maneira adequada. Graças a isso já se vão 16 anos sempre animadores. Aos leitores estrangeiros, um número que cresce a cada ano, os especiais agradecimentos e a renovação de desejo tê-los de volta e contribuindo com o esforço. No mais, o Blog do GB tem a alegria de desejar, com muito AMOR, aos leitores e leitoras um Santo Natal junto às suas famílias, assim como esperar que 2024 venha com perenes luzes de Paz e Felicidades para cada um e para o Mundo como um todo. É de PAZ que precisamos, mais do nunca!NOTA: Ilustração obtida no Google Imagens. NESTE 15 DE DEZEMBRO, O BLOG ENTRA NO HABITUAL RECESSO DE FIM-DE-ANO, VOLTANDO EM 15 DE JANEIRO DE 2024, OU EM MOMENTO EXTRAORDINÁRIO, SEMPRE CONTANDO COM O FUNDAMENTAL APOIO DOS SEGUIDORES.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

O planeta pede socorro

Não é de agora que são ouvidos clamores sobre a deterioração do planeta e demandas de ações que venham, ao menos mitigar, a destruição da natureza que Deus nos deu e aconselhou preservar. Acompanhei atento o desenrolar da grande Conferencia das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28) que vem se realizando em Dubai, nos Emirados Árabes. Na verdade, a meu ver, um grande convescote de lideres mundiais e seus asseclas deitando discursos eivados de promessas e propósitos que nem sempre são cumpridos ao final dessas cimeiras. Curioso, ainda, foi o local escolhido para essa conferencia, à beira do deserto que vem sendo invadido por monumentais construções, a base das fortunas geradas pelos petrodólares e que não deixa de ser uma forma exploratória descabida do quadro natural da região. Mas, tudo bem... Um verdadeiro enxame de delegados acorreu ao local da Conferencia, chegando a dar clima de animação para espectadores, como eu, de que a coisa agora vai. Somente do Brasil baixaram em Dubai 1.336 inscritos. Estima-se que se trata da maior comitiva entre os participantes. É ou não é animador? Dá pra formar uma bela torcida a favor da salvação do planeta. Contudo, calculo que a formidável bagatela que custeou essa megacomitiva seria bem mais útil se aplicada em projetos pontuais em áreas criticas espalhadas pelo país. Não, que o país estivesse ausente dos debates levados a efeito no conclave. Mas, para que tanta gente? Desconfio que mais da metade foi fazer turismo. Muito mais... De todo modos não podemos negar que os discursos do nosso Presidente, da Ministra do Meio Ambiente e de outros brasileiros como o Presidente do IBAMA devem ter marcado pontos positivos de aplausos, até mesmo pela importância e o papel de destaque que o Brasil desempenha nesse grave quadro da problemática das mudanças climáticas. Indiscutivelmente, a situação concreta do desgaste do nosso diversificado meio ambiente é o suficiente para exigir destaque ao papel brasileiro. Semana passada, em artigo assinado por Flavio Tavares, um professor aposentado da Universidade de Brasília, no Estadão, afirmava que “a crise do clima pode se transformar numa antecipação do apocalipse bíblico. No caso específico do Brasil, as evidências são estarrecedoras”. Concordo com o articulista e, logo de cara e sem delongas, lembro-me da situação apocalíptica que é o afundamento de grande parte da cidade de Maceió, capital do estado de Alagoas, decorrente de uma exploração predatória e mal estruturada do sal-gema pela gigante Brasken. Ora, vamos e venhamos, o caso brasileiro é histórico e esteve sempre em evidência devido às longas estiagens no semiárido do Nordeste provocando a expulsão das populações atingidas, em verdadeiras hordas de retirantes famintos à procura de onde se fixar com segurança alimentar e saúde. Capricho da natureza é verdade, mas, de expressiva gravidade e de difícil solução. Fora esse fato, que se arrasta desde o século 19, novos fenômenos danosos provocados pelas mudanças climáticas associadas aos incontáveis casos de irresponsabilidade civil no uso da terra e no aproveitamento das riquezas minerais, o Brasil vem dando lições das mais imperfeitas e aterradoras formas ao restante do planeta. A descontrolada devastação da floresta amazônica e os frequentes incêndios no pantanal e no cerrado brasileiros dão testemunhos da falta de cidadania e de noção de respeito ao presente divino doado pelo Criador. Nas Conferencias da como a atual COP-28 há mobilização das nações mais ricas para ajudar as mais pobres em ações de correção e sustentabilidade do meio-ambiente mundial. Bilhões de dólares são prometidos, embora que nem sempre cumpridos no seu todo. O chamado financiamento climático discutido na COP-15 (Copenhague 2009), por exemplo, estabeleceu que países desenvolvidos a chegariam 2020 destinando US$ 100 Bilhões, por ano, às nações mais vulneráveis com vistas à se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas. Porém, em 2020 e 2021 os valores desembolsados ficaram em US$ 83,3 Bilhões e 89,6 Bilhões, respectivamente. Pensando bem foram anos de Pandemia e as prioridades certamente sofreram alterações. Ao Brasil particularmente foram prometidos mundos e fundos para projetos de controle e fiscalização do meio-ambiente na busca de amenizar o efeito estufa. Se cumpridas as promessas serão recursos que aportarão em boa hora e, ajudarão a mitigar situações caóticas como as chuvas de poeira e fumaça que caem frequentemente em Manaus e Belém, originadas nas queimadas da floresta contigua. Aquela que é tida como pulmão do mundo. Servirá também para corrigir situações de seca na mesma região amazônica que vêm provocando rios secos tal qual no Nordeste semiárido e que vêm causando imensa preocupação. Tenho cá minhas razões para concentrar minhas observações ao caso brasileiro, mas, muitos são os locais e países que abusam da emissão de gás carbônico que, obviamente, contribuem para a deterioração desse planeta que pede socorro cada vez mais exaurido. Que o Criador, com seu poder Supremo, oriente os humanos a preservar o presente que Dele receberam.Ah! Ja ia esuecendo de lembrar que a proxima COP será no Brasil. Em Belém! se os memsos 1.336 comparaecerem vai faltar local de hospedagem. A cidade não está preparada para receber tanta gente. Foto obtida no Google Imagens.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Boa sorte, Hermanos

Quem bem me conhece sabe que minha admiração pela Argentina é uma velha paixão. Perdi a conta de quantas vezes e por onde passei praquelas bandas, nos últimos 50 anos. Acompanhei de perto momentos históricos do país irmão, experimentando emoções das mais diversas. Em Buenos Aires vivi situações bem peculiares, lembrando, entre outras, a curtição de uma forte “dor de cotovelo” - sarada totalmente com uma tardia lua de mel - várias férias com a família, além de excelentes oportunidades de missões oficiais junto à representação diplomática brasileira. Posso afirmar, contudo, que foi no plano politico que, seguramente, testemunhei as mais fortes passagens dessa minha proximidade com a nação vizinha. Nesses últimos dias, quando o povo argentino exerceu seu direito democrático de eleger um novo presidente da republica, estive ligado ininterruptamente e com empenho de acompanhar o processo que se desenrolou. Acredito que foi um dos mais disputados e mais eloquentes de todos os tempos.Vide a seguir foto do Eleito, Javier Milei.
Antes, porém, olhando por um retrovisor, recordo de passagens inesquecíveis e de momentos estressantes amargados pelos argentinos, depois haver sido uma Nação das mais avançadas e mais promissoras na primeira metade do século passado. Observei de perto, nos anos 70 e 80, por exemplo, a similaridade que havia entre o movimento getulista brasileiro e o peronismo argentino nas décadas de 30, 40 e 50 alimentando uma onda populista na América do Sul. Acompanhei o polêmico translado dos restos mortais de Eva Perón, o retorno de Juan Domingo Perón do exilio, seu retorno ao poder, sua morte e a ascensão da vice-presidente, sua segunda esposa Isabel de Perón (Isabelita). Foi um inevitável fracasso. provocando um golpe de estado dos militares seguido da implantação de uma das mais duras ditaduras que se tem conhecimento. Tenho pra mim que a partir dali começou a mais sofrida “via-crúcis” de um povo varonil e senhor da sua importância internacional. Lembro também, do desastre e da audácia de declarar uma guerra à potente esquadra da Inglaterra como o episódio da Guerra das Malvinas. Sem dúvidas, um dos passos mais insanos já vistos no Continente. Dali em diante foram sofrimentos em cima de sofrimentos. Governos incompetentes se alternam com politicas econômicas frustrantes, mudanças de moeda, corte de zeros, dolarização, inflação galopante, hiperinflação e uma sucessão de desacertos que, até hoje, jogam o país num buraco sem fim. A confusão atingiu o clímax, em certo momento, quando o país teve cinco presidentes empossados em apenas 12 dias no finalzinho de 2001. Cheguei a acreditar que a Democracia iria sucumbir naquela hora. As coisas foram provisoriamente ajustadas, o quadro politico se acalmou, a nação respirou, embora sofrendo das graves dificuldades socioeconômicas pretéritas. Bom, meu espaço será exíguo se continuo a pontuar as passagens mais representativas do processo de empobrecimento argentino. Vou tentar encurtar e chegar ao fecho que planejei. Após essa incrível confusão de 2001, veio o governo de Menem, um peronista moderado e chegado ao liberalismo. Para resolver as dificuldades econômicas resolveu e implantou a dolarização. Eu diria que oficializou porque, segundo observei antes e in loco, as famílias já poupavam com a moeda americana. Esta medida “salvadora” terminou depois que Menem renunciou sendo sucedido por Eduardo Duhalde entre 2001 e 2003. Apos isso, foi a vez da Argentina ser presidida pela dupla Nestor e Cristina Kirchner. Nestor morre, Cristina assume a herança politica, se elege presidente (ela se dizia presidenta e foi copiada por Dilma Rousseff) e pelo visto não deram jeito na vida argentina. Tem uma frase emblemática de Nestor, ao assumir o Governo, “a porcentagem de desempregados no país era maior do que a de votos que recebeu”. Seguramente uma constatação mais lamentável em meio dessa história. Não precisava dizer mais nada. Segundo conferi, em 2003 a Argentina tinha 54% da população vivendo na pobreza e aproximadamente 10 Milhões de miseráveis. Doloroso! Estive por lá nessa época e vi moradores de rua, famílias inteiras ao relento. (Foto a seguir). Voltei impressionado. A influência dos Kirchner nos destinos do país, entremeado por altos e baixos, nos anos recentes é uma coisa flagrante e, ao mesmo tempo, repleta de malogros e de casos de corrupção.
Sim, é uma história longa e, indiscutivelmente, triste. Reservo-me ao direito de ser, apenas, um espectador interessado. Até porque, vou me concentrar no objetivo da pauta e para concluir que é situar o atual quadro politico resultante do processo eleitoral que terminou no domingo passado (19.Nov.23) elegendo um neófito politico, Javier Milei (foto lá em cima)para ocupar a cadeira máxima da Republica, nos próximos quatro anos. Membro e fundador de um partido nanico, La Libertad Avanza, sem apoio no Congresso. O eleito venceu fazendo um discurso revolucionário e tentando expressar a revolta do povão decepcionado e altamente frustrado com a velha esquerda, antiquada e fracassada. Não deu outra. Fez da sua voz um eco do protesto corriqueiro do povo. Com propostas audaciosas e, a meu ver, inexequíveis vai enfrentar desafios para debelar a inflação anual de 142% e 40% da população em estado de pobreza. Há de tratar da miséria que grassa na Argentina, fruto de um monstruoso estrago promovido pelo decadente peronismo/kirchnerismo. O “louco” Milei, como vem sendo chamado, é fruto concreto das irresponsabilidades politicas do passado recente. Terá que torcer para implantar suas ideias de campanha. Pessoalmente, tenho dúvidas atrozes quanto ao sucesso, apesar de constatar que, indiscutivelmente, já prestou um belo serviço à Nação ao alijar, democraticamente, a Família K com seu retrogrado e anacrônico peronismo. Depois disso tudo, só me resta desejar Boa Sorte aos Hermanos. NOTA: Fotos colhidas no Google Imagens.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Ronda Dirigida

Viver atualmente chega ser muitas vezes algo surpreendente. Esta semana tive uma experiência curiosa. Precisei adquirir determinado produto e dirigi-me, como mais comum, a um Shopping Center da cidade na certeza de fazer minha compra. Coisa bem simples e comum na vida moderna. Recomendado por um conhecido procurei determinada loja na qual, provavelmente, encontraria o que desejava. Para tanto, usei meu inseparável aparelho de telefonia móvel a fim de localizar a loja indicada e na certeza de que estava facilitando a busca e, inclusive, abreviando minha permanecia naquele moderno mercado. Cai na tolice, porém, de citar o tipo de mercadoria que buscava. Ah! Pra quê? Foi o bastante para começar a aparecer, no meu “arguto” celular, inúmeras indicações de outros estabelecimentos onde eu poderia encontrar o tal produto. Surpreso, com aquelas abordagens repentinas, parei para um cafezinho e calmamente comecei a avaliar o dinamismo do modo de vida atual. Na minha idade, com tantos quilômetros rodados, essa velocidade proporcionada pelo mundo da Tecnologia da Informação ainda causa muitas dessas surpresas. Leio sempre sobre esse tema, no entanto, ler é uma coisa, viver é outra bem distinta. Resultou que fiquei tendo dificuldade de escolher a loja mais próxima – o tal shopping é o maior da cidade e deveras movimentado – dado o numero de sugestões. Na verdade, antecipo que não sou contra esse avanço tecnológico ao nosso favor. Na minha condição de aposentado esse progresso representa um diferencial no viver melhor.
Divertido, porém foi que, a cada gole de café e consultando minha “bússola” eletrônica, deparei-me num site de noticias dando contas dos últimos resultados publicados pelo IBGE a respeito do mais recente levantamento da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios Continua - Tecnologia da Informação e Comunicação (PNAD), referente ao ano de 2022. O primeiro número, por si só, já é algo notável: 87,2% da população brasileira usa a internet como meio de se comunicar. A título de comparação registra-se que em 2016 não passava de 66,1%. A pesquisa toma com base a população de 10 anos e mais. Em 2021 o percentual conferido foi de 84,7%. Isso aponta para um provável crescimento daqui pra frente. Ressalte-se que, segundo os resultados colhidos, houve um aumento substancial no acesso à internet entre as pessoas de 60 anos ou mais. Em 2016 apenas um quarto deste extrato populacional usava a rede mundial e, agora, chega a dois terços. Ou seja, tem havido uma expansão do numero de idosos que aderem ao uso da Internet. Contudo, segundo a pesquisa em tela o maior número de usuários é na faixa entre 20 e 29 anos. Sem dúvidas a chegada do celular multifuncional e a sua tecnologia avançada provocou esse formidável aumento de usuários. Não é somente pesquisando local e preço de um produto que o consumidor se farta. A facilidade de realizar operações bancárias, falar a qualquer parte do mundo sem as dispendiosas tarifas telefônicas do passado, dispor de uma câmera fotográfica de excelente qualidade à mão, entre outros recursos, definitivamente atrai cada vez mais novas adesões. Outros números resultantes da pesquisa são interessantes e vale à pena destacar: os domicílios com utilização de internet subiram de 90% em 2021 para 91,5% em 2022. Pode parecer irrisório em termos relativos, mas são consideráveis em termos absolutos. Na área rural, o acesso à rede mundial cresceu de 74,7% para 78,1% no período pesquisado. Bem significativo. Algumas zonas rurais não contam com o serviço infraestrutural e reclama, dando sinais da necessidade em face dos progressos tecnológicos disponíveis a nível internacional. Por fim, vale atentar para os principais motivos que levam ao uso da internet no Brasil que começam pelas facilidades de conversar por chamadas de voz e vídeo, troca de informações em textos, voz ou imagem e assistir vídeos. Fora isto, o uso das redes sociais, ouvir músicas, rádios, ler jornais, noticias (meu caso nesta ocasião), revistas e livros são apontados como relevantes.
Um último destaque que faço é relacionado com as preferências de acesso à internet. Como esperado o celular está em primeiro lugar disparado com 98,9%, seguido pela Televisão (47,5%), computador (35,5%) e tablet (7,6%). Observe esse posicionamento preferencial pela Televisão. São formidáveis os aparelhos smart. Depois que adquiri dispositivos ditos inteligentes vivo me fartando com um numero interminável de canais de TV nacionais e estrangeiros, streamings de inúmeros gêneros, que tornam a vida mais divertida. Mas, uma coisa a mais me chamou atenção: parte da população não sabe fazer uso da rede mundial de comunicação. São 34% na área urbana e 26,4% na zona rural. As informações que li no café do shopping e transmito aos leitores neste post foram oportunas e ajudou-me a localizar a melhor loja e o melhor preço. Conclui minha Ronda Dirigida coloquei a mercadoria na sacola sai dando tratos a bola, imaginando no que poderá vir por aí. Sei que existem cabeças pensantes dedicadas exclusivamente no aprimoramento desses aparatos modernos aos quais nos tornamos escravos compulsivos. Deus me livre de ter meu celular distante da minha vista.

domingo, 29 de outubro de 2023

Nó difícil de desatar

O tempo vai passando, os dias de guerra se sucedem, a destruição na faixa de Gaza se multiplica e o mundo experimenta nervosa expectativa. Curioso é perceber que o ucraniano Zelensky, cedeu seu espaço na TV mundial ao Premier de Israel, Netanyahu, que, a toda hora, promete longas jornadas de guerra, sempre avisando que o pior está por vir. Custa-me crer que estejamos vivendo tempos tão hostis em pleno século 21.
Acompanhando o desenrolar das coisas, observo que, se a questão ucraniana é complexa e envolve, sobretudo, uma componente politica de grande envergadura, pondo em confronto dois blocos de nações que medem forças com vistas à hegemonia mundial, as características do conflito no Oriente Médio exibe contornos históricos impregnados das culturas sedimentadas desde o princípio dos tempos que temos conhecimento e registros. É um nó difícil de desatar. Aventuro-me em fazer uma visita ao plano histórico para tentar entender melhor o que hoje ocorre e, ao mesmo tempo, ajudar aos leitores interessados em compreender os fatos que estamos vendo ocorrer mundo afora. A Palestina aparece na História como sendo um território localizado entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio. Até o inicio do Século 20, esteve sob o domínio do Império Otomano (antigo Império Turco, incluindo a Arábia Saudita). Com o fim deste Império, a Palestina passou à “gerencia” da “Senhora” Inglaterra, a partir de 1917. Estima-se que em 1946 a região era habitada por 1,2 Milhão de árabes e 608 Mil judeus, descendentes dos antes conhecidos como hebreus ou israelitas (a denominação judeu só veio muito depois) que vieram do Egito, por volta de 1200 a.C.,onde viveram escravizados por alguns séculos, e ocuparam a região tida para eles como a “Terra Prometida” ou “Terra Santa”. Ao fim da 2a. Grande Guerra (1945) judeus que fugiram das perseguições sofridas na Europa, durante o conflito (Holocausto), procuraram assentamentos seguros e muitos foram os que se estabeleceram na Palestina. Dado ao tamanho do contingente de imigrantes terminaram dominando a região, o que certamente concorreu para a decisão da ONU pela criação do Estado de Israel, em 1948.
Contudo, não foi uma decisão tranquila. Gerou uma disputa com notáveis contornos históricos, permeado de aspectos politicas, religiosas, socioeconômicas e culturais. Na verdade, a instauração do atual Estado de Israel não gozou de uma solução pacifica com o mundo árabe que resolveu apoiar os palestinos, oponentes ferrenhos à decisão das Nações Unidas, sob argumento de que a terra havia sido roubada. Foi aí que nasceu toda essa contenda. Em face da decisão da ONU, o povo judeu – que até então vivia disperso em pequenas comunidades ao redor do mundo, desde que expulsos pelos romanos no remoto ano 70 d. C. – mais que depressa, tomou posse daquilo que lhe foi outorgado pelas autoridades mundiais e se organizou para enfrentar essa disputa que rola até hoje. Detalhe importante é que a Terra é Santa, também, para mulçumanos e cristãos. E, nessa seara, o nó fica mais apertado ainda. A Faixa de Gaza é resultante de um Acordo de Armistício entre Israel e Egito, após fim dos combates de guerra, em 1948. É uma faixa de terra de apenas 365 Km² e abriga aproximadamente 2,4 Milhões de habitantes.Uma das regiões mais pobres do mundo. Muito embora as inúmeras tentativas de paz, as duas partes não conseguem estabelecer uma convivência pacifica devido às raízes históricas mal resolvidas. Líderes mundiais já se dedicaram a essa missão e pouco se avançou. Sabe-se também que o Estado de Israel se tornou, com menos de 80 anos de existência, numa grande potencia econômica, com notáveis avanços nas áreas socioeconômicas e tecnológicas, ao tempo em que vem lutando ferozmente pela manutenção e quiçá ampliação do seu território. Os palestinos, porém, apoiados pelo mundo árabe mulçumano não dão tréguas e alimentam de forma permanente uma luta insana em busca do território “perdido”. Indiscutivelmente, o mundo se encontra diante de uma luta histórica e de difícil solução. Uma pergunta que cabe, agora, é saber o que vem ser o Hamas, como entrou nesta História e por que vem tirando a tranquilidade dos seus próprios domínios, de Israel e do mundo? Segundo pude pesquisar a denominação se origina do árabe e significa Movimento de Resistencia Islâmica. Surgiu em 1987. Ou seja, trata-se de uma organização recente no pedaço, embora tenha seus referenciais trazidos da sua História religiosa. Três linhas de ação dão conta dos seus objetivos: filantropia, politica e luta armada. O movimento tem como lema: Alá é nosso objetivo, o Corão é nossa Constituição, a Jihad (guerra santa muçulmana. Luta armada contra os infiéis e inimigos do Islã) é o nosso caminho e morrer pela causa de Alá é nossa maior esperança. Há décadas observa-se forte tensão entre Israel e o Hamas, sobretudo a partir de 2007, quando o Movimento, com sua componente politica, passou a controlar, numa eleição democrática, a Faixa de Gaza. Governando a região e lançando mão da sua componente da luta armada (jihad) o Hamas executou com fúria terrorista o ataque do último dia 7 de outubro, deflagrando todo esse cenário de guerra que estamos assistindo, ao vivo e a cores pela TV. Doloroso é saber que nem todo palestino apoia o Hamas. Que este não convence aquele já sofrido povo. E, por fim, indiscutivelmente não passa de um movimento politico com todas as características terroristas. Como desatar um nó atado e molhado com sangue e suor de inocentes? Tentei dar uma contribuição a muitos que pouco entendem o que hoje ocorre no Oriente Medio.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Cheiro de Conflagração

Quem, como eu, faz parte da geração pós 2ª. Guerra Mundial sabe bem o significado de uma grande Conflito Global. Cresci e muito ouvi falar dos horrores e das imensas dificuldades às quais a humanidade atravessou durante aqueles anos passados. O assunto era bem comum nas reuniões de família e encontros sociais pelo que, nós os mais novos, nos mantínhamos informados sobre o significado de uma conflagração global. Durante muito tempo tomei pavor de ouvir falar da Alemanha e dos alemães, do Japão e dos japoneses e, apesar de uma figura formidável de italiano, Seu Constantino, nosso vizinho de saudosa memória, guardei muitas reservas quanto a cidadãos dessa nacionalidade. Pra completar, por volta dos meus dez anos, escutei de muitos judeus, que faziam estação d’água no hotel do meu avô, em Fazenda Nova, interior de Pernambuco, relatos bárbaros sobre os horrores da Guerra e, claro, sobre o Holocausto. Aquilo na minha cabeça de criança era um verdadeiro pesadelo. Horripilante. Jogar as pessoas vivas num grande forno? Fiquei na dúvida por muitas vezes e, muitas vezes também, fui proibido pelos meus pais de ficar escutando as histórias contadas pelos judeus russos, poloneses, ucranianos, entre outros, refugiados de guerra que viviam no Recife e passavam temporada no Hotel Familiar de Seu Epaminondas e Dona Sebastiana Mendonça. Recordo, também, que o bairro da Boa Vista, área das ruas da Gloria, Velha e São Gonçalo e Praça Maciel Pinheiro concentrava, à época, a colônia de refugiados. Ainda hoje há muitos sinais dessa colônia e muitos são os descendentes judeus no Recife. A famosa escritora ucraniana, naturalizada brasileira e filha de judeus, Clarice Lispector, chegou pelas bandasdo Recife numa das primeiras levas de refugiados que, no caso dela, fugiram do seu país devido à perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa. Lembro-me disso tudo na atual conjuntura internacional, com violentos focos de guerra, que resultam no avivamento da minha ojeriza a tudo que se refira a conflitos entre povos e nações. O mundo avançou e mudou muitíssimo. Ao longo dos tempos e com a maturidade perdi o medo que alimentei, desde criança, e minhas aversões aos velhos provocadores de conflitos e das grandes guerras da primeira metade do século passado, muito embora, a avalanche de filmes de Hollywood sobre a temática da guerra, que eu adorava assistir. Era curioso notar sempre que nessas fitas, os alemães, italianos e japoneses eram sempre mostrados como elementos malignos e belicosos natos. Quem não se lembra de Platoon e do meloso Suplicio de uma Saudade? (Vide fotos a seguir)
Melhor de tudo é que, ao longo da vida, estive varias vezes na Itália e na Alemanha e vi de perto danosos resultados, cuidadosamente preservados, dos conflitos e que ajudaram a tirar conclusoes nas minhas analises. Estive também no Japão, por duas vezes, onde tive a oportunidade de visitar Hiroshima. Confesso que chorei diante do chocante acervo do Museu Memorial da Paz (vide foto a seguir), que exibe principalmente artefatos que sobraram ao bombardeio atômico, destinados a ilustrar a realidade severa daquele momento e os perigos das armes nucleares que, com alguma frequência, vêm sendo lembradas e pensadas como possíveis estratégias de combates na Guerra da Ucrânia.
Assistir, hoje, ao noticiário da TV do Brasil e do exterior, a pauta constate tem sido a de guerra. Ora, como se não bastassem as imagens dolorosas provocadas pela Rússia, de Putin, sobre a Ucrânia invadida, somos surpreendidos com um conflito de dimensões bem mais elásticas, entre judeus e palestinos, reacendendo, ademais, um conflito de contornos históricos bem mais complexos se comparados com aquele do leste europeu. Se os combates entre russos e ucranianos soavam preocupantes, em pleno Século 21, o que pensar sobre o que vem sendo travado entre os israelenses e os terroristas do Hamas de Gaza? Quantas vidas ceifadas! Quantos inocentes mortos! Quanto sofrimento! E se o mundo árabe e islâmico resolver entrar de vez no conflito.
Fico temeroso e lamentando ver muitos jovens, meus filhos inclusive, prevendo uma conflagração mundial. Falam com alguma “naturalidade” que estamos às portas de uma 3ª. Grande Guerra. Não podem imaginar ao certo o real significado da coisa. Torço e peço a Deus que os nossos representantes políticos saibam discernir melhor, abandonar suas paixões e seus absurdos interesses políticos e negociarem um Acordo de Paz para salvar o mundo. No mais No mais, resto inquieto ao ver as reuniões da ONU - Organização das Nações “Unidas” resultarem em impasses desconcertantes e que não levam adiante o cumprimento da Missão que a ela foi reservado. Mais inquieto ainda ao ver a insistência das duas partes diretamente envolvidas no conflito do Oriente Médio. E o pior é que, hoje em dia, nem precisamos de Hollywood para termos melhor ideia do que seja uma guerra de verdade. Sem romantismo de jovens soldados apaixonados ou lindas enfermeiras apaixonadas chorando a morte ou a partida do combatente sendo repatriado. Agora é na dureza. A guerra é ao vivo e a cores na TV da sala ou do seu quarto. É assustador e tem cheiro de conflagração global, mesmo. Deus nos salve!

domingo, 8 de outubro de 2023

Rio Sangrento

Há poucos dias, uma amiga brasileira que vive na Suíça, seguidora deste Blog, me liga assustada pedindo noticias acerca da situação politica no Brasil e afirmando haver recebido um WhatsApp dando conta de que já se trava uma guerra civil por aqui. Naturalmente que compreendi a apreensão da amiga e, logo, considerei duas variáveis a pautar nossa conversa: a distância e a placidez do local onde ela vive e a proliferação das chamadas fakenews nas redes sociais brasileiras. Tentando acalmá-la garanti que, embora tantos percalços sócio-políticos a situação não pode ser tomada como uma guerra civil. Contudo, como a conversa bateu forte na minha cabeça, venho revendo minhas opiniões a respeito da situação reinante Brasil afora, admitindo que, com tantos focos de violência urbana e a impotência do Estado para estabelecer a ordem e a tranquilidade social, muitos são aqueles que enxergam a conjuntura como sendo de pura convulsão social. O recente episódio que resultou na morte – por engano – dos três médicos, de passagem pelo Rio de Janeiro, onde participavam de um congresso internacional configura uma verdadeira falência do Estado e a vitória do paralelo “estado” do crime organizado. É assustador o fato de que a mando dos chefões, quatro atiradores encapuzados executaram a “queima-roupa” quatro inocentes profissionais de alto nível, numa roda de conversa em aprazível quiosque na região da Barra da Tijuca. Os assassinos saíram crentes de que haviam eliminando um rival traficante, com o qual disputam o domínio de área de atuação. Um dos médicos era visivelmente parecido com o alvo da ação para a qual foram incumbidos. Ora, meu Deus, onde estamos? Em que mundo vivemos? Morreram sem ter ideia do motivo que foram vítimas. Inocentemente. Revoltante para os que ficam e que restam com o desafio de sobreviver ao clima tão pesado que se experimenta nos dias atuais. Mais curioso, ainda, foi o fato de que os próprios chefões traficantes, instalaram, dia seguinte, um “gabinete de justiça próprio” e decidiram pela eliminação dos suspeitos assassinos, depois encontrados mortos. O argumento noticiado é de que foram incompetentes ao executar a “encomenda” e, tão somente, buscaram evitar uma perda de tempo em ter de enfrentar embates com a Polícia na busca de investigar os motivos e os autores do crime. Assim. Simplesmente. Parece mentira. Aí, eu pergunto, com que cara fica o Estado Brasileiro e, particularmente, o do Rio de Janeiro diante desse Poder Paralelo que manda, desmanda e executa ao bel-prazer? Calcula-se que 25% da população do Rio de Janeiro vive sob as ordens dessas facínoras comandantes de territórios controlados pelo crime organizado. É um verdadeiro Rio Sangrento. Triste é saber que com o passar dos últimos tempos, outras grandes capitais ou cidades de médio porte no restante do país estão sendo alvos de fixação de gangs criminosas que fazem do tráfico de drogas a mola mestra das suas ações perversas e que deterioram o tecido social brasileiro a passos largos. Onde iremos parar? Estados do Nordeste, entre os quais Ceará, Pernambuco e Bahia já são locais onde o crime organizado têm praças estabelecidas e vêm tirando o sossego das populações. Nesses últimos dias ouvi falar em investimentos do Governo Federal em programas na área de segurança publico do país, setor onde o Poder vem sofrendo amargas derrotas.
Por curiosidade fui investigar no quanto andam os valores aplicados pelo Governo nesta seara. Para minha surpresa descobri que as despesas com a segurança publica correspondem a cerca de 1,38% do PIB, que, em 2022, beirou a marca dos R$ 10,0 Trilhões. Se esses bilhões aplicados são suficientes é uma questão a se examinar, mas, o que não resta dúvida é o fato de que na origem o problema da insegurança nacional reside na falha estrutura social que temos. O Estado não vem dando a devida atenção aos setores de base, sobretudo na Educação. Grande parte dos hoje marginais, que atuam nas hostes do crime organizado, são oriundos de uma parcela da sociedade que vive esquecida pelo Poder Público e, por isso mesmo, não tiveram oportunidade de se qualificar para se integrar à força de trabalho. Pesquisas recentes dão conta de que 35% dos jovens entre 18 e 15 anos não estudam e nem trabalham. É o Grupo dos Nem-Nem. Triste situação. Sem oportunidade de vencer na vida, são presas fáceis dos chefões milicianos que crescem em número. É assunto para muitas postagens. Lamentável.NOTA: Charge Ilustração obtida no Google Imagens.

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Treta no Planalto Central

Mesmo que eu fuja, os temas políticos terminam fazendo minha cabeça. Esta semana não deu outra. A queda de braço que se instalou entre Judiciário e Legislativo devida à discussão do Projeto de Lei 2.903/2023, da autoria da Câmara Federal, que trata de estabelecer o Marco Temporal para demarcação das terras dos originários povos indígenas esquentou de modo exponencial, saltando aos olhos da critica e da opinião pública, revelando mais uma treta (como dizem os mais modernos) sem tamanho, na insana e vigente disputa entre os poderes da Republica. O referido PL prevê que as demarcações de territórios indígenas restrinjam-se às ocupações de fato existentes na data de promulgação da Constituição Federal, 05 de outubro de 1988. Entendo, a principio, que se trata de uma iniciativa de estabelecer legalmente um ordenamento adequado e mais favorável aos interesses nacionais sem que prejudique grupos sociais originários nem aos que manifestem interesses em assentamentos ou exploração econômica da terra, observado o que determina a Constituição Federal, no seu Artigo 231 que determina: são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarca-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
Contudo, por interesses variados e à mercê das injunções politicas hoje reinantes, o projeto provocou uma disputa ferrenha entre as bancadas governistas – contrários à aprovação do PL – e as chamadas ruralistas, ligadas ao agronegócio. Duas bandas políticas que se digladiam diuturnamente. Uma questão de fundo politico na sua essência e visivelmente prejudicial ao progresso socioeconômico do país. Ora, se a União, por força constitucional, tem o poder de “demarcar, proteger e fazer respeitar todos os bens dos povos originários” o que temer das forças que podem investir e, inclusive, se associar aos próprios indígenas para produção e desenvolvimento moderno das suas comunidades? A treta começou a rolar quando a Câmara Federal aprovou, em maio passado, a proposta do Marco Temporal. O Projeto seguiu a forma processual e encaminhado ao Senado, onde ficou aguardando entrar em pauta de discussão na Comissão especifica e no plenário da Casa. Antes que isso ocorresse, porém, o tema foi levado, para surpresa de meio mundo, a debate no Supremo Tribunal Federal que por 9 votos a 2 considerou o PL como inconstitucional. Aí, a coisa esquentou e a pressão politica aumentou, na Praça dos Três Poderes. O Senado, neste caso o Congresso Nacional, ressentiu-se pelo desrespeito às suas atribuições constitucionais e resolveu dar uma resposta taxativa ao Poder Judiciário. O Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG) pautou a discussão – em regime de urgência – com vistas a dar uma resposta adequada ao Supremo. Ora, o Congresso Nacional, coberto de razão, acusa o Tribunal de usurpar as competências do Poder Legislativo. Numa votação em plenário, na última quarta-feira, os senadores aprovaram o projeto num escore folgado de 43 a 21, dando uma “pancada certeira” no STF. O Projeto vai agora à sanção presidencial e já se dá como certo o veto de Lula. A coisa terá que voltar ao Legislativo para um novo “tratamento” e a treta promete muitas outras emoções. Independente do mérito da questão - que carece, sim, de rigorosas considerações legais - o que destaco nisso tudo é a vergonhosa disputa do Poder que se trava desbragadamente entre os três pilares institucionais da Republica. Então, pergunto: até quando essa gente vai desrespeitar a Ordem da Nação em detrimento do Progresso? Falta muito para que nossos governantes entendam de modo adequado e correto a admirável estrutura institucional que dispomos neste país. Quando isso ocorrer a coisa vai fluir de modo respeitoso, democrático e republicano. Tenho dito. NOTA: Foto obtida no Google Imagens

sábado, 16 de setembro de 2023

BOTERO

O mundo das artes chega neste fim de semana mais pobre e lamentando a morte do grande pintor e escultor colombiano Fernando Botero, uma das maiores expressões artísticas latino-americanas do século 20. Faleceu, ontem, 15 de setembro de 2023, aos 91 anos na sua casa de temporadas, no principado de Mônaco, vitima de uma pneumonia que o atacou nos últimos cinco dias de vida. Portador do mal de Parkinson nos últimos tempos Botero viveu seu final terreno de modo tranquilo, como tranquilo foi seu passamento, segundo familiares. Partiu para eternidade deixando um legado artístico dos mais notáveis e administrado de forma inteligente. Recordo que meu primeiro contato com a arte de Botero se deu numa tarde de domingo, em Lisboa, quando perambulando pela Praça do Comercio dei de cara com uma monumental exposição de suas estupendas esculturas a céu aberto. Decorriam os anos 80 do século passado. Não posso precisar, de logo, o ano exato. Fiquei impressionado com aquela coleção. Figuras humanas imensas e rotundas aparentemente contestando, de modo claro, a ordem internacional de beleza torneada das figuras, sobremodo nas passarelas da moda internacional. Não sei se com este propósito, mas sei que as imagens gordas dominavam o imaginário do pintor e escultor e que terminaram marcando seu estilo. Fantástico. Depois daquela tarde em Portugal, nunca mais deixei de admirar e procurar conhecer melhor a arte de Botero. Tive a sorte de visitar, por duas vezes, em Bogotá, capital da Colômbia, seu país de origem, o Museu Botero, situado no bairro da Candelária, zona histórica da cidade, no qual pude admirar boa parte das suas originais obras (Vide fotos abaixo), todas elas – pinturas ou esculturas – permeadas de traços característicos de um mestre centrado, inteligente, talentoso e senhor do seu tempo. A entrada do Museu o visitante é recebido por uma das suas mais notáveis esculturas, denominada de Mano (Mão), junto a qual posei para a foto a seguir.
Botero nasceu em 1932, em Medellin, importante cidade da região central da Colômbia, onde deu seus primeiros passos na arte do desenho e da pintura, aos 15 anos, contra a vontade dos seus pais, que não viam futuro naquele oficio. Era uma família de origem humilde e esperava dele mais do que ser simples desenhista. Não tardou muito e o menino Fernando se tornou no artista latino-americano mais vendido em vida. Como bom exemplo do seu progresso na arte, registre-se o valor que alcançou sua escultura “Hombre a Caballo” (tenho uma reprodução em miniatura na minha coleção) que alcançou, em 2022, a bagatela de US$ 4,3 Milhões (aproximadamente R$25,0 Milhões) num leilão da Agência Chistie’s. Penso com meus botões, no que diriam seus pais se vivos fossem? Eis aí uma prova do prestigio que a obra de Botero alcançou mundo afora e que podem ser vistas em museus e praças públicas do mundo inteiro do ocidente ao oriente. Ele fazia questão de expor a céu aberto por ser a “forma de aproximar a arte do público”. Nessa maneira de pensar fez questão de doar 20 de suas enormes esculturas de bronze à cidade e Medellín, sua cidade natal, expostas ao ar livre numa praça denominada de Praça Botero, em justa homenagem feita pela municipalidade. A praça se tornou num dos mais importantes pontos de atração turística da cidade. No mais, estima-se que Botero deixou algo em torno de 3.000 pinturas e 300 esculturas. É uma fantástica produção. Nos últimos anos, com a saúde bastante debilitada deixou de lado a pintura a óleo e produziu incontáveis aquarelas que agora, seguramente, serão disputadas por marchands e colecionadores a preço de ouro.
Outra coisa formidável que notei e descobri, numa das minhas visitas ao Museu Botero, foi da existência de inúmeras obras de pintores clássicos e famosos, dos séculos 19 e 20, afora os do próprio Botero. Fui informado que ele e seus organizadores estabeleceram uma estratégia de troca, com museus do exterior, galerias de arte ou famílias de pintores, de suas obras pelas dos congêneres clássicos e contemporâneos buscando enriquecer as galerias do Museu de Bogotá. Assim, além das 125 obras do próprio Botero, existem 85 obras de arte de artistas famosos, entre os quais, lembro os nomes de Monet, Renoir, Picasso, Degas, Sisley, Toulouse-Lautrec e Matisse. É, portanto, uma Casa rica de obras de famosos e que aconselho uma visita para quem estiver praquelas bandas andinas. O Museu é mantido e dirigido pelo Banco da Republica da Colombia. NOTA: Fotos ilustrações da autoria e coleção particular do Blogueiro, feitas com cãmeras de celular.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

É de fazer Chorar

Das duas, uma: acompanho - do meu ponto de observações - os capítulos e perrengues da vida politica brasileira, dando-me ao direito de cidadão de criticar e esbravejar ou, para minha tranquilidade, tornar-me num desses milhões de alienados eleitores que vagueiam Brasil afora. Confesso que não tem sido fácil. Enquanto opto pela permanência no ponto acima referido vou levando... O episodio que estourou nas manchetes deste 7 de setembro de 2023 foi demais para minha cabeça. Para desespero da Nação (ao menos a parcela que pensa) o ministro do STF, Dias Toffoli, numa decisão solitária, anulou nesta quarta-feira dia 06/9 as provas obtidas contra o Presidente Lula pelo acordo de leniência da Construtora Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato.
“São todas provas imprestáveis”, segundo o ministro. Ora, meu Deus! Quer dizer que tudo aquilo que assistimos e aplaudimos entre 2014 e 2020 foi uma bricaderinha de juízes desocupados e dispostos a contar para a Nação “uma conversa pra boi dormir?” Foram publicados informes e imagens de um verdadeiro pântano de ladroeira, pelotões de corruptos e corruptores apresentados ao mundo, com uma sociedade vibrando e aplaudindo a inédita operação, que gerou réus-confessos aos montes, prisões severas efetuadas, fortunas devolvidas aos cofres públicos e das grandes estatais num verdadeiro festival de saneamento politico do país e, de repente, tomar conhecimento de que era mentira! “Que foi tudo fruto de uma armação de um grupo de agentes públicos interessados em tomar o poder a qualquer modo!” Uma estorinha de Trancoso?! “Que foi um tremendo erro judiciário!” Francamente! É de tirar o sono de qualquer brasileiro de vergonha na cara. Simplesmente vergonhoso. Deduzo, agora, que o eminente Ministro quer nos fazer entender que não houve corrupção, não existem corruptos e menos ainda corruptores. Como não tenho condições técnicas para analisar melhor esta absurda decisão fico por aqui tentando controlar minha revolta. Com a palavra os bons juristas. E quando falo bons juristas considero que existem muitos que são míopes ou são “ovelhas do presépio” petista. O Toffoli, aliás, foi advogado do PT! Mas, uma coisa curiosa não posso deixar de registar: e aquela dinheirama que foi devolvida aos cofres públicos, fruto das confissões dos corruptos ladrões saiu de onde? Estive pesquisando e descobri que, fruto da conta da corrupção, estima-se haver sido devolvido aos cofres públicos um expressivo montante, algo em torno, de R$ 25,0 Bilhões (Veja de 22/04/22). A Petrobrás foi a mais beneficiada com os resgates tendo recebido quase R$ 6,50 Bilhões (04/0422). Ora, se as provas são imprestáveis e a coisa foi um tremendo engano do judiciário brasileiro, a Odebrecht pode muito bem pedir o dinheiro de volta. E desse modo, abrir precedente para as congêneres construtoras que também foram “prejudicadas” com esses “infames” erros judiciais. Cá pra nós, nunca vi antes a corrupção ser tão enaltecida. É de fazer chorar. Compensa ou não compensa ser corrupto, no Brasil? NOTA: Foto ilustração obtida no Google Imagens.

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

BRICSAEASIEMI

Foi uma espécie de lufada bem-vinda no cenário econômico internacional quando o economista britânico Jim O’Neil, ligado ao Grupo Financeiro Goldman Sachs, teve a ideia de criar, em 2001, o acrônimo (junção das iniciais de palavras) BRIC para designar o grupo de países de economia emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China, considerando estudos que apontavam crescimentos econômicos elevados para estes países, naquela década, quando comparados com outras nações no cenário econômico mundial.
A ideia assanhou os quatro países, que não tiveram dúvidas em adotar a denominação e procurar dar formas concretas a um grupo econômico de linha internacional. Após se organizarem, o BRIC se constituiu em bloco de países emergentes no ano de 2009. Desde então se reúnem em periódicos encontros de cúpula para identificar e deliberar sobre novos caminhos a trilhar. Numa dessas cúpulas, em 2011, foi admitida a entrada da África do Sul a partir do que o Grupo passou a ser denominado de BRICS. Recordo que adoção africana causou estranheza e criticas da opinião econômica mundial por se entender que esse novo sócio não reunia as condições econômicas que embasaram a formação original. Foi, certamente, um passo de natureza não econômica e sim politica. Um integrante do continente africano sugeria ser de “bom tom” naquela mesa intercontinental. Poderia ter sido a Nigéria pelo seu tamanho econômico e social, mas, passou...Tudo bem... Com o decorrer dos anos o BRICS vem criando musculatura com expressiva estrutura administrativa e voando cada vez mais alto. Fica visível a intenção do Grupo se interpor à hegemonia político-econômica norte-americana. Num desses encontros de cúpula, realizado no Brasil (Fortaleza, 15/07/2014), por exemplo, deram um importante passo a frente quando criaram um banco de desenvolvimento próprio destinado a apoiar projetos nos países membros. O Banco do BRICS vingou, tomou forma e atualmente é presidido por Dilma Rousseff, do Brasil. Na semana que passou e numa nova reunião de cúpula do Grupo, dessa feita em Johanesburgo (África do Sul) as portas foram abertas para uma nova ampliação (24/08/23) e mais seis novos sócios foram admitidos, a partir de 2024. São eles: Argentina, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes. Naturalmente que, para quem conhece os referenciais dados à criação da sigla BRIC, causou certo Q de curiosidade e busca de explicações. Argentina? Etiópia? Indiscutivelmente se trata de uma baita “lambida” politica, dos pampas sul-americanos às movediças dunas do Oriente Médio. Ainda tentaram “lamber” o sudeste asiático ao formularem convite à Indonésia que, inteligentemente, decidiu rejeitar para não se indispor com seus tradicionais parceiros, entre os quais a Austrália e a Nova Zelândia.
Com todo respeito - até porque sou favorável à formação de grupos econômicos regionais (Mercosul, por exemplo) – acho que espicharam demais a corda envoltória do BRICS. Não restam dúvidas, de uma vez por todas, de que a ideia-força deixou de ser essencialmente a econômica e deu lugar à pura politica. Claro que não sou ingênuo e sei que as duas dificilmente se separam. Contudo, não deixa de ser curioso. Acredito mesmo que os petrodólares podem dar um reforço substancial ao Banco do Grupo, porém está claro que a China, junto com a Rússia, faturam alto na dimensão politica internacional, com esses novos parceiros, principalmente considerando que o Teocrático Irã, bancado pela China nessa adesão, profundamente antiamericano engrossa a plataforma antiocidente que os chinesas processam. Por outro lado, antevejo que com essa ampliação a governabilidade da associação sofrerá de substanciais dificuldades, visto que reúne nações de culturas díspares, regimes políticos mais ainda, frágeis economias e inteligências discutíveis. O que se esperar, por exemplo, de países como uma decadente Argentina ou uma Etiópia de, salvo engano, pouca visibilidade no cenário internacional? Já o Brasil, acredito que não passará de um membro a balançar a cabeça, feito lagartixa, diante das manobras politicas e do poderio econômico da China e dos petroleiros. Sinceramente, essa ampliação não parece ser um bom negócio, tanto para o Brasil, quanto para a Índia. Além do que e pensando atual, se a beligerante Rússia Putiniana, pretende juntar aliados para declarar uma guerra mundial não vai contar com muita munição vinda desses parceiros. lamentavelmente, perdi meu entusiasmo com esse BRICS. Aliás, como se chamará a partir de 1º. de Janeiro? Seria BRICSAEASIEMI? Ou BRICS+? Daqui pra frente só aguardo surpresas. NOTA: Ilustrações fotograficas obtidas no Google Imagens.

domingo, 20 de agosto de 2023

Tango fora do Compasso

A semana que findou foi, Indiscutivelmente, tumultuada no mundo politico latino-americano. E não falo dos “riquififes” das joias que Bolsonaro recebeu e não devolveu, vendeu e embolsou o que resultou das vendas, nem tampouco das contínuas repercussões do discurso preconceituoso – até dito por não dito – do governador mineiro Romeu Zema, contra o Norte e o Nordeste. Nada dessas futricas domésticas se comparam aos graves problemas que espocaram no ambiente além-fronteiras a começar pelo assassinato, a tiros, do virtual candidato vencedor das eleições à presidência da república do Equador, Fernando Villavicencio. (Foto abaixo). O crime foi cometido após um comício numa unidade educativa nos arredores de Quito, capital do país. Segundo investigações e prisões de suspeitos trata-se de um atentado cometido por um grupo de colombianos, ligados ao narcotráfico e a mando de interessados em estabelecer trilhas seguras de domínio do mercado equatoriano de drogas. O pecado de Vilavicencio foi, enquanto parlamentar, haver sido um grande combatente do crime organizado e da corrupção reinante no país, por ele classificado como sendo um narcoestado. As eleições foram mantidas para este domingo 20 de agosto, sob forte regime de segurança e o jornalista Christian Zurita o substituirá na chapa do Partido Construye. Zurita vem sendo seguro de forma radical e sequer participa de comícios ou debates. O clima de insegurança politica no país é de expressiva gravidade, com assassinatos em série. O resultado dessa eleição é esperado com grandes expectativas na região.
Se este episódio, no pequeno Equador, preocupa a comunidade latino-americana, muito mais preocupante se revela o resultado das previas eleitorais (Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias – PASO) ocorridas na Argentina no domingo passado (13/08), que deram vitória ao novato Javier Milei (Fopto abaixo),um obscuro parlamentar que abriu uma oportuna brecha e se lançou candidato com um partido novo, La Libertad Avanza, por ele criado e um discurso populista. Com perfil revolucionário, se autodenominando de anárco-capitalista e libertário, vem conquistando eleitores nas camadas mais sofridas da atual sociedade argentina. O resultado saído das urnas, na realidade, traduzem a insatisfação dos argentinos ao atual momento que atravessa o país, saturados pelos desmandos e corrupções das recentes administrações politicas. A Argentina amarga hoje uma Inflação galopante, acima dos 110% ao ano, empobrecimento crescente – estima-se que 40% da população está abaixo da linha de pobreza e 8,9% vivem na pobreza absoluta – num ambiente de profunda e contínua crise econômica, politica e social. O candidato Milei, que “aplicou” uma acachapante derrota ao candidato peronista, Sergio Massa, no domingo passado, terminou em primeiro lugar, seguido pelos integrantes da velha Aliança opositora, a ex-Ministra Patrícia Bullrich e o prefeito de Buenos Aires, Horácio Larreta. Detalhe importante é que esta Aliança é comandada pelo ex-presidente Maurício Macri. Foi, definitivamente, um resultado surpreendente. Pouco esperado. Acontece que Milei vem agradando a população com sua proposta antissistema e de direita que responde aos anseios da população decepcionada com o flagrante fracasso das lideranças politicas das ultimas décadas, que indiscutivelmente só fizeram afundar a economia do país. “Acabaremos com o kirchnerismo e a casta politica parasitária que afunda o país”. É o que Javier Milei brada a todos e agrada em cheio o argentino insatisfeito da vida. Conheço relativamente bem o país vizinho, por onde já andei por muitas vezes e a vários propósitos. Recordo bem dos episódios que marcaram essa debaque que hoje se configura. A Argentina foi, na primeira metade do século passado, uma das nações mais bem situadas no cenário político-econômico internacional e, sem dúvidas, o mais bem posto no continente sul-americano. Era de tal modo próspero e desenvolvido que forjou uma cultura de superioridade em face das nações vizinhas. Minha primeira visita a Buenos Aires foi impactante. Como já conhecia a Europa, confesso que me impressionei com a semelhança da capital portenha com metrópoles do velho continente, particularmente Paris. A cidade de vida intensa parecia nunca parar naqueles anos 70. Jovem, entrei no ritmo portenho de corpo e alma e me apaixonei pela cidade até hoje. Tive o prazer de conhecer outras regiões e cidades importantes, entre outras Mendoza, Rosário e Bariloche. Volto por lá sempre que posso. Nestes últimos 50 anos pude acompanhar o desenrolar de marcantes episódios que conduziram ao deteriorado estado de pobreza que hoje domina o país. Lembro do horror sangrento da Ditadura Militar, a desvalorização frequente da Moeda, a época do Austral, os desastres das politicas econômicas inócuas, a loucura da Guerra das Malvinas, a alucinante fase da Hiperinflação, a Dolarização do Governo Menen, além das negociações estressantes com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e por fim as desastradas administrações Kirchnistas. É doloroso assistir tantos naufrágios político-econômicos do país Hermano.
Agora, os argentinos voltam a encarar um novo e monumental desafio, ao ter que escolher um novo mandatário. Não acredito que esse Javier Milei traga as soluções para o drama que se vivencia na Argentina, deste inicio de século. Suas ideias resultam num emaranhado de novas loucuras que somente Deus pode dar solução. Dolarizar a economia, acabar com um importante ministério como o da Educação e sair do Mercosul são projetos estarrecedores. Para mim ele está dançando um “tango fora do compasso”. Fico na expectativa de que os eleitores sejam parcimoniosos nessa próxima escolha e consigam vencer essa nova fase da sua História. Por sorte, pretendo baixar em Buenos Aires às vésperas de 22 de Outubro quando ocorrerá o primeiro turno das eleições. Verei de perto o que acontecerá e darei minha opinião aqui no Blog. NOTA: Fotos ilustrativas obtidas no Google Imagens

terça-feira, 8 de agosto de 2023

O Disparate Zema

A semana começa com um rebuliço politico dos menos esperados. O cara com todas as possibilidades de pavimentar um bom caminho de nova liderança nacional deixa-se levar pela velha cultura do preconceito contra as regiões Norte e Nordeste. Prestou não! Um legitimo “tiro-no-pé”. Um verdadeiro disparate. Com um pé baleado ele vai pastar para conseguir emplacar o sonhado sucesso nacional. Para as regiões Norte e Nordeste ele desenhou o quadro mais detestado. Refiro-me ao Senhor Romeu Zema, governador do estado de Minas Gerais, que numa infeliz declaração dada ao jornal O Estado de São Paulo, no último fim de semana, expôs sem cerimonias sem modo de ver o Brasil e o referencial de montagem do Consórcio Sul-Sudeste de Governadores. Pelo visto de entrada, nada que possa lembrar o existente no Nordeste, cuja filosofia é de união e nunca separatista. A explicação dada é de que as regiões Norte e Nordeste conseguem sempre mais vantagens devido ao tamanho das suas representações no Congresso Nacional. O Governador Ratinho Junior, do Paraná, reforça a ideia afirmando que há sempre “perdas econômicas” para os estados do sul e o governador gaúcho, Eduardo Leite, que preside o PSDB, engrossou, de algum modo, o coro na mesma linha de pensamento. Na sua fala Zema frisou que o Bloco Suldestino (ocorre-me, agora, esta denominação) irá desenvolver esforços junto aos seus senadores com vistas a mudanças no texto da reforma tributária que venham garantir maiores benefícios (!) às duas regiões mais meridionais. “Regiões do Brasil com estados bem menores, em termos econômicos e populacionais, se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós que representamos 56% dos brasileiros ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal e perdemos”, lacrou o mandatário mineiro.
Fica claro que esse cidadão não faz a menor ideia das dificuldades socioeconômicas renitentes que campeiam no Brasil setentrional. Sem curriculum politico apreciável – ele é neófito na praia politica – o cara que vinha despontando como uma liderança em ascensão “queimou o próprio filme” e dificilmente o reeditará. E ainda fez piada de mau-gosto ao dizer que “o Nordeste é uma vaca que dá pouco leite e que os estados sulistas precisam se unir, uma vez que produzem a riqueza do país”. A declaração de Zema está visivelmente ligada às possibilidades que se abrem de benefícios às regiões menos favorecidas com a implantação da reforma fiscal que tramita no Congresso Nacional. Estão com medo da luta acirrada que pode ser travada no âmbito do Conselho Federativo, para distribuição das receitas tributárias previsto na referida reforma. Obviamente que as lideranças politicas – e haja raposas velhas – das duas regiões agredidas se mobilizaram num protesto justo e uníssono. A Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), entre outros governantes, foi taxativa ao lembrar que “o Nordeste é parte da solução do País e deve receber atenção nas discussões federativas por tanto descaso e indiferença”. E acrescentou: “não construiremos o Brasil que sonhamos com mais desigualdades”. Infelizmente, prevejo disputas fraticidas e que, no final das contas, apontam para mais um movimento separatista. As manchetes dos jornais regionais, nestes primeiros dias da semana, trazem lições certeiras e dirigidas ao aprendiz de politica, que hoje governa Minas Gerias. Aliás, exemplos para os demais governadores dos Sul e Sudeste.
São situações desse tipo que me levam a recordar os bons tempos da antiga SUDENE, de tão grata memoria. Como faz falta a existência daquele organismo regional, politicamente forte e atuante, hoje, substituído por um de “faz-de-conta” e de denominação homônima. Numa hora dessas, o antigo Conselho Deliberativo seria convocado e, em peso, governadores regionais se manifestariam contra tamanha agressão. Aliás, e curioso, é importante lembrar que o estado de Minas Gerais fazia (ou faz?) parte desse respeitado Conselho e de lá reivindicava benefícios para sua região (Norte de Minas Gerais), incluída na jurisdição da Agência Regional de Desenvolvimento. Vi Tancredo Neves usar a tribuna da velha SUDENE defendendo o quinhão mineiro e sempre se saindo vitorioso. Ou seja, em principio, Zema não precisava recorrer a um colegiado nas suas bandas. Se a convocação fosse atualmente, ele teria o “prazer” de assistir aulas de democracia e politica, tão necessárias a quem postula um cargo tão alto como o de Presidente da Republica. Ele pretende. Deus nos livre desse disparate. NOTA: Fotos ilustrativas obtidas no Google Imagens

terça-feira, 1 de agosto de 2023

A Nova onda Rosa

É um assunto que sequer devia ser trazido ao Blog do GB. Contudo, pode ser aproveitado para tecer considerações a respeito do poder do marketing universal. Começando pelo principio, recordo com certa saudade dos idos dos anos ‘80 do século passado, quando minha filha de tenra idade passou por uma “crise” de fixação na boneca Barbie e tudo quanto a esta se relacionava. Imagem, guarda-roupa, acessórios da moda, casinha da Barbie, filme, tudo em fim que a forte campanha da Mattel – fabricante de brinquedos – investiu mundo afora. O sucesso foi retumbante. A meninada da época deve estar lembrada que não apenas desfilava com sua bonequinha em punho, como buscava maneiras de se vestir à moda da Barbie. Festinhas de aniversário rolaram, à época, com o tema da famosa boneca. Recordo, inclusive, que viajei aos Estados Unidos e só fui “permitido retornar” (conforme exigência da minha filha) trazendo uma Barbie gringa estalando e, além dela, um exemplar do boneco companheiro Ken. Sem falar numa renovação de guarda-roupas up-to-date.
Eis que agora, não mais que de repente e, seguramente, para salvar a contabilidade da empresa produtora da Barbie e do Ken, a Mattel volta a investir pesado no seu plano de marketing visando ao resgate de um sucesso antigo e confiando nas na aprovação das novas gerações. O carro chefe da nova campanha é um filme longa metragem que estreou no Brasil poucos dias atrás e contaminou meio mundo. Para minha surpresa não apenas o público infantil, mas, também as mais dadas às vibrações saudosistas e que rodam na faixa entre 40 e 50 anos. Bom, o bicho pegou! As bilheterias dos cinemas não param de faturar alto e as festinhas, aos moldes de outrora, se multiplicam a cada dia. Nas lojas de brinquedos a Barbie deve pontificar. Flagrei minha consorte com duas para presentear. Entrementes, comecei a escutar criticas ao filme e... Conversa vai, conversa vem, descobri uma polarização de opiniões. Não assisti e nem pretendo cometer, com meus respeitos, essa façanha. Porém achei interessante algumas coisas que ouvi. Por um lado, vi dondocas aconselhando não levar as meninas à exibição da fita, visto que conselhos em meio ao enredo sugerem prejuízos aos bons costumes e à formação moral da garotada. Se bem entendi que a dupla Barbie e Ken resolveu mergulhar na real do mundo real. No site cinestera.com.br encontrei uma nota que afirma de modo divertido: “a personagem entra em crise existencial após começar a ter pensamentos sobre a morte. Depois disso, vem a celulite, o mau hálito e os calcanhares que agora tocam o chão. O único caminho para entender o que está acontecendo é visitar o mundo real, mas esse encontro pode trazer consequências inimagináveis”. Imagino que as dondocas que falei estejam querendo preservar a vida de fantasia que a Barbie original incutiu. Mas, será que estamos ainda em tempo de louvar o conservadorismo? Tenho dúvidas. Já o outro lado da polarização elogia os avanços que a Barbie de hoje – em visita o mundo real – critica o machismo, a rigidez sobre padrão de beleza feminina, ao preconceito de cor, o desrespeito aos idosos, entre outros perrengues humanos. A propósito , comenta-se muito uma cena, tida como emocionante, em que Barbie vivendo no mundo real e aprendendo sobre as emoções observando pessoas, chega a um ponto de ônibus, olha para um lado e dá de cara com uma sorridente Senhora de idade avançada e a elogia. Imagino o quanto deve ser engraçado o desenrolar desse filme com uma boneca, tipo Barbie, mergulhando no mundo real e descobrindo todo tipo de emoção, comportamento e trejeitos humanos. Deve ficar surpresa com as formas diversas de corpos: jovens, idosos, infantis, magros, gordos, obesos, altos e baixos. Pode inclusive se achar estranha com a plástica que exibe. Um jornal britânico classificou o filme como ultradivertido. Acredito. Pensando bem, já passei do limite que estabeleci para mim, sobre o assunto. E nem vi o filme. Minha ideia foi tão somente chamar atenção ao poder do marketing na vida moderna. É avassalador. Divertido para mim foi ser convidado para uma Festa da Barbie. Aceitei o convite. Fui com o intuito de encontrar amigos e bebericar numa noite de sexta-feira. Cheguei com roupa comum sem qualquer toque róseo. Mas, para minha surpresa, encontrei amigos vestindo camisas de cor rosa. É ou não é uma onda? Chega! Boa onda para quem gosta. Quanto às minhas observações ao conteúdo do filme, corrija-me quem assim desejar. Estou aberto às criticas.Sem esquecer que estou, de algum modo, tambem contribuindo com a Mattel e à comercialização do filme. NOTA: Foto ilustração obtida no Google Imagns.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

AGORA VAI

Muito vem sendo comentado sobre a recente aprovação, pela Câmara Federal, da PEC 45/2019, que trata da tão esperada reforma do sistema tributário brasileiro. Nada demais, em principio, salvo o fato de haver sido uma das aprovações mais rápidas de que se tem conhecimento. E em dois turnos, no mesmo dia, nas caladas da noite do último 07 de julho corrente. Mais notável, ainda, por ser numa noite de sexta-feira. É curioso lembrar como essa coisa se arrastou por anos, décadas até e, de repente, num vapt-vupt entrou em pauta e aprovada, digamos que açodadamente. Prova de que, quando existe vontade política a coisa sempre anda. Pode até não dar certo, mas, anda. Tudo na base do “agora vai”. Estamos tratando de uma das mais desejadas reformas das quais o Brasil carece e sem as quais as coisas não decolam. O ex-ministro Mailson da Nóbrega em recente entrevista ao Jornal do Comercio do Recife foi taxativo ao afirmar que esta “reforma é o único jeito de o país se aproximar do sonho da riqueza”. Por razões óbvias o Blog do GB vem acompanhando o debate e as repercussões, muito embora que com certo ceticismo em relação ao que se delineia para o estabelecimento da mudança, até mesmo por estarmos diante de uma mudança radical. Contudo, como o processo delineado promete ser de longo prazo, espero que as acomodações do futuro Sistema sejam capazes de suportar e resistir aos momentos “espasmódicos” tão comuns no ambiente político nacional e garantam a consolidação da Reforma. O texto que foi aprovado pela Câmara foi encaminhado, conforme regimento, ao Senado onde, certamente, sofrerá novos recortes para os quais as atenções devem ser dobradas, visto que, na “pressa” da noite da Sexta-Feira, 07/07/2023, os representantes do povo na Câmara Alta, alinhavaram apressadamente o modelo que terminou aprovado com severos esgarçamentos que vêm incomodando as regiões (ainda) periféricas, notadamente Norte e Nordeste. O que mais chama atenção no texto aprovado é a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), coisa que vem sendo discutida desde a promulgação da Constituição de 1988, prometendo simplificar a cobrança de tributos do país, acabar com a chamada guerra fiscal entre os estados da Federação e promover o desenvolvimento econômico, exaurido pelo atual sistema. Tomara que derreta o abominável Custo Brasil e proporcione melhores dias para o cidadão comum.
Vão desaparecer os impostos hoje vigentes (IPI, PIS, COFINS,ICMS e ISS) que serão substituídos por três novos tributos: o primeiro será a Contribuição sobre a produção de Bens e Serviços - CBS (Fundindo PIS e COFINS) sob gestão federal e o Imposto sobre Bens e Serviços -IBS que substituirá os ICMS e ISS, a ser administrado por um tal de Conselho Federativo a ser formado por representantes de Estados e Municípios. Há, por fim, um terceiro imposto denominado de Imposto Seletivo (IS) a ser cobrado pelo Governo Federal, incidindo sobre a produção, comercialização e importação de bens e serviços tidos como prejudiciais à saúde e ao meio-ambiente. Ao contrario do que hoje acontece a arrecadação de impostos passará a ser feita gradativamente no local do consumo ao invés de ser no local da produção do bem ou serviço. Vai ser um trabalhão montar esse novo sistema. Não vai ser fácil fazer esta mudança. Será um trabalho longo Quem está trabalhando ou comentando as démarches do atual processo nem assistirá o “epilogo da odisseia” dado ao fato de que a coisa só será dada como concluída em 2078! Acho até graça, visto que nos últimos 30 anos o mundo mudou radicalmente, as relações internacionais são indiscutíveis e a dinâmica do viver é outra... aqui pra nós. No entanto, até lá vamos ter de conviver com as transições previstas a partir de 2026. As extinções de PIS, COFINS e IPI ocorrerão em 2027 dando lugar à CBS e ao IS. O IBS, por sua vez, que formarão receitas dos Estados e Munícipios, será cobrado a partir de 2026, com uma alíquota teste de 0,1%, aumentando gradativamente entre 2029 e 2033, quando os ICMS e ISS desaparecerão em definitivo. Temos aí, então, um esquema de mudanças que promete mexer com tudo e com todos. Com o fim do ICMS, por exemplo, chega ao fim a famosa “guerra fiscal” na qual os estados se digladiam na luta de conquista de investimentos produtivos. A renúncia fiscal praticada por muitos estados da Federação faz parte substancial das estratégias de desenvolvimentos locais. Estados – como Pernambuco com a sua Agência de Desenvolvimento (ADEPE) – montaram estruturas específicas para administrar seus incentivos. O Governo Federal, no bojo da Reforma em tela, promete repassar R$ 40,0 Bilhões, por ano, aos estados, a partir de 2032, com vistas a mitigar a falta do instrumento da redução ou isenção do ICMS aos programas de atração de empresas. Duas coisas, ainda, não ficaram claras nisso tudo: a primeira é das dúvidas quanto à formação daquele Conselho Federativo, que se encarregará de gerir a distribuição equitativa do que resultará pelas cobranças do IBS, a ser formado por representantes de Estados e Municípios. Até agora não se falou em regulamentação para tanto. Na cabeça do Blogueiro acendeu uma luz amarela de atenção. Terão os estados e municípios suas adequadas representações ou os pobres se tornarão mais pobres diante dos “competentes” pares que travarão apoteóticas escaramuças para fazer parte do Conselho? Tenho duvidas quanto a honestidade desses potenciais conselheiros. Outra coisa é em relação a forma de distribuição desses R$ 40,0 Bilhões a partir de 2032. Voltemos nossas atenções às discussões no Senado. Será que “agora vai”, mesmo?

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Economia Junina

Hoje (29/06) é dia de lembrar e comemorar o Apóstolo Pedro, primeiro bispo de Roma e primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana. O mundo católico festeja a data de modos diferentes e conforme a cultura local. Somente uma coisa comum prevalece: toda coleta realizada neste dia e no mundo inteiro se destina a dar suporte ao erário do Vaticano, com vistas à manutenção do patrimônio da Igreja que se espalha mundo afora. Faço ideia da fortuna arrecadada e do quanto se faz necessário para essa manutenção. Mas, não vou explorar essa variante do assunto porque minha intenção é outra e bem doméstica. Comemorando o dia de São Pedro se encerram, oficialmente, os festejos do ciclo junino e dedicado aos Santos Antônio, João e Pedro, no mundo luso-brasileiro, sobretudo por essas nossas bandas nordestinas, das quais sinto orgulho de pertencer. Para um bom pernambucano, quando chega o mês de junho, a providência a tomar é “azeitar” as pernas para dançar um bom forró – principalmente o chamado pé-de-serra – e uma quadrilha junina, herdade dos portugueses colonizadores. Para encher o bucho o cardápio é especial contando com acepipes de milho, coco e mandioca. E para dar sorte e esquentar a noite mais fria da época acender fogueira na porta de casa. Ah! E soltar fogos e balões. Sem dúvidas, um negócio bom demais e que dura trinta dias. Melhor, aliás, do que carnaval que só dura três dias.
Como sempre, reservo os dias centrais de festejos correndo para o interior, onde a coisa se comemora de modo raiz. Contudo, fiel ao meu óbvio viés de pesquisador social e politico, fica impossível não observar o que se processa social e economicamente na região. É formidável observar, no meio desses festejos, como a vocação promotora do turismo da gente interiorana de Pernambuco se manifesta e resultam numa ocasião perfeita para a expansão da denominada economia criativa. O chamado cidadão matuto (muitos reagem ao termo) não perde tempo. A rigor, só não trabalha quem não quer mesmo. Jovens e idosos, homens e mulheres se viram como podem e com o que se ofereça oportuno. No trajeto rodoviário, por exemplo, entre o Recife e Caruaru – aonde os forrozeiros se encontram em maior número – o trânsito se intensifica e, nesta temporada, houve casos de pessoas que levaram seis horas na BR-232, num percurso que normalmente toma apenas hora e meia. Nem preciso dizer que esse engarrafamento sugeriu, aos mais atentos, investir num comercio ambulante à beira da estrada vendendo milho assado e cozido, pipoca, cocada, pamonha e manuê (doce a base de mandioca e coco, envolto em folha de bananeira e assado na brasa), além de cafezinho, água mineral e refrigerante. Pela elasticidade de tempo termina gerando bons trocados ao “comerciante” da hora. Mas, certamente que essas atividades são marginais e mínimas diante das fabulosas somas de investimentos das prefeituras e iniciativas privadas interioranas com vistas à atração de visitantes à cata dos folguedos da época. Somas são postas num jogo rico de oportunidades, que, em contrapartida, demandam mão-de-obra temporária e que não faltam na maioria das localidades. Em suma, o dinheiro circula e realça os princípios básicos do sistema econômico. A Empresa Pernambucana de Turismo – EMPETUR estima que houve uma movimentação de 1,2 Milhão de pessoas circulando gerando uma renda de, algo em torno, dos R$ 500 Milhões na economia interiorana. O Governo do Estado investiu R$ 22 Milhões para garantir a contratação de artistas e a segurança publica. Caruaru (Foto abaixo), Gravatá, Bezerros, Arcoverde e Petrolina foram municípios mais aquinhoados com as verbas azul e branco.
Contudo, como há sempre um porém – que não deixo escapar – é de se lamentar que os promotores de eventos, nessas cidades tão bem apoiadas financeiramente, tenham marginalizado os artistas da terra e aberto espaços elásticos para valores de fora, sobretudo os cantores sertanejos, deixando os autênticos forrozeiros fora das grades de programação. As justificativas são pobres de argumentos. Revoltante constatar que enquanto os forasteiros são pagos regiamente, os poucos locais, quando aproveitados, sofrem amargamente pelos baixos cachês que são contratados e normalmente pagos à base de verbas minguadas e, muitas vezes, de restos a pagar. E o público termina dançando o forró que encontra e nem sabe desses senões. Viva São João! Viva São Pedro! E Santo Antônio, também. Já ia esquecendo. NOTA: Fotos ilustrações obtidas no Google Imagens

quinta-feira, 22 de junho de 2023

VIRA-VIROU

Há ocasiões em que a pauta do Blog se multiplica de forma exponencial e sugere varias edições numa mesma semana, que não é o propósito. Protelar a publicação de alguns temas não funciona porque são perecíveis e, desse modo, perdem atualidade. Mas, a vida corre e o mundo gira rápido e vira. Muitas vezes já virou. A solução para hoje foi, digamos, repercutir alguns fatos de domínio público, mas que chamam atenção. Tenho minhas opiniões e invisto nelas. Alguns exemplos: Venho acompanhando, impressionado, essa história de um submarino - na verdade uma cápsula submarina, denominada Titan - que desde domingo está perdido nas profundezas do Atlântico com, ao menos cinco passageiros. Aventureiros exóticos, milionários extravagantes e sem ter o que fazer com a grana que acumula, matam a curiosidade de dar um lookaroud nos destroços do transatlântico Titanic que afundou há mais de cem anos (1912), no Atlântico Norte. Francamente, não existe nada mais revoltante saber que cada passageiro pagou a bagatela de US$ 250.00 Mil (aproximadamente R$1,25 Milhão) para realizar tamanha loucura. Pior ainda é saber que a empresa responsável pela doidice, uma certa OceanGate Expeditions , empresa norte-americana de caráter privado, faz com que o cliente, antes do embarque, assine um termo de responsabilidade estando ciente que o passeio não tem sucesso garantido e oferece risco de acidente. O mundo se surpreende com tanta irresponsabilidade. E eu que, a essa altura da vida, imaginava haver visto ou ouvido falar de todo tipo de excentricidade, não me conformo. Vide foto a seguir.
Imagino, a toda hora, no que pode ter ocorrido. Explodiu na escuridão do Oceano? Ainda resiste? As operações de buscas de várias nacionalidades se desdobram, correndo contra o tempo. Somente um milagre... afinal, os destroços do Titanic (Vide foto, a seguir, quando da sua partida de Southampton-Inglaterra) repousam a uma profundidade de 3.800 metros. Quase quatro quilômetros no fundo mar. Segundo especialistas náuticos, se trata de uma região extremamente escura e de terreno deveras pantanoso. Por fim, noticia-se que o suprimento de oxigênio dessa capsula submarina se esgota nas primeiras horas dessa quinta-feira. Estou de olho e ouvidos na noticia. Uma pergunta que não cala: será que esses perdulários consumidores destinaram parte da sua fortuna para mitigar a pobreza que assola grandes regiões do planeta. Pesquisas recentes (Dez/ 2022) dão contas de que dos 8 Bilhões de viventes, (15% na África e 60% na Ásia) 63% não fazem refeições completas, 15% passam fome e estão desnutridos, 13% não dispõem de água potável ou têm acesso a fontes contaminadas, 17% são analfabetos e assim por diante. Dói demais suspeitar que esses idiotas milionários estraçalham suas fortunas em aventuras infrutíferas como essa em tela.
Outra coisa que me causou revolta, na semana que passou, foi a aprovação relâmpago, pela Câmara Federal, em Brasília, de um Projeto de Lei que determina punição ao que denomina de “discriminação” a políticos, magistrados, parentes e até pessoas ligadas a qualquer autoridade por responderem a processo ou investigação, entre as quais os de corrupção, improbidade ou outras apurações similares. Imperdoável para um representante do povo que concorda com tamanha “manobra” política. Tem nada mais polêmico do que isto? Raro é encontrar um politico ou outro tipo de autoridade que exiba uma ficha limpa. S~çao muito poucos e os exemplos estão desafiando os eleitores cumpridores dos seus deveres de cidadão democrata. Trata-se, na prática, de uma proteção concedida às pessoas politicamente expostas, embora que com comporto discutível. O projeto está indo para discussão no Senado. Quero ver no que vai dar. Na mesma discussão atabalhoada da Câmara, ainda houve tempo para representantes mais civilizados pugnarem pela retirada de um artigo do Projeto que tornava crime injuriar a autoridade investigada. Seria o cúmulo, o cidadão correto se tornar criminoso por insultar ou criticar um politico processado por corrupção. Deduzo, com facilidade, que o referencial desses deputados para defender um projeto dessa natureza foi do de mandar prender quem não lhes faça elogios. Uma vergonha! Eita, Brasil! O que será do teu futuro? Para finalizar a postagem de hoje, lamento informar que, segundo a revista Forbes USA, ao publicar a lista de bilionários do mundo neste 2023, informou que no mundo de hoje tem 2.640 fortunas de dez dígitos. 28 menos que as 2.668 de 2022. Que lástima. Os bilionários estão enfrentando crises? Juntos esses “infelizes” acumulam US$ 12.2 Trilhões. Infelizmente uma queda de US$ 500.0 Bilhões. O cabeça da lista é o francês Bernard Arnault, dono da Louis Vutton, artigos de luxo. Desbancou Elon Musk, proprietário do Twitter e outras empresas do ramo. Curioso foi saber que quase metade dos integrantes da lista hoje publicada estão mais “pobres” do que no ano passado. Fico pensando nas dificuldades desses menos ricos... Para sua ilustração, caro leitor ou leitora, é nos Estados Unidos que está o maior número de bilionários (735), a China (incluindo Hong Kong e Macau) continua em segundo lugar (562) seguido pela Índia (169). NOTA: Fotos obtidas no Google Imagnes

Lição para não Esquecer

Durante a semana passada acompanhei com interesse de quem viveu a historia, as manifestações que relembraram o golpe militar de 1964. Com um...