terça-feira, 27 de outubro de 2020

Prepare seu Bolso

Embora que não haja, ainda, uma vacina salvadora e já se anuncie uma segunda onda, a Covid-19 continua mostrando ao mundo que não vai deixar barata a sua passagem entre nós. Os altos e baixos pelos quais estamos passando sequer apontam para um horizonte plácido. Além do ilimitado sofrimento humano e da perda de milhões de vidas, o que a essa altura dos acontecimentos se constata é um complexo desmantelo sócio-politico-econômico na maioria das nações. Principalmente nas mais pobres. Indiscutivelmente, um inesperado e inédito desafio para um moderno e relaxado mundo, construído por players inescrupulosos, sem referenciais de solidariedade e sempre ávidos interessados pelas riquezas dos terceiros com seus fatores básicos de produção. Isto sem falar na disputa pela hegemonia politica internacional. Aqui no Brasil, onde a pandemia atacou sem pena, respira-se hoje um duvidoso clima de alívio da praga e setores de produção começam a se arregimentar para uma retomada de atividades. Depois de uma parada inesperada e sem perspectivas de voltar ao normal a grande maioria das indústrias cerraram as portas, entraram em quarentena, ficaram aguardando ordens de cima e não pararam de contabilizar seus prejuízos. Tempo difícil. Para que não se diga que tudo parou registre-se a exceção, embora que em menor escala, das indústrias alimentícias. Estas, aliás, tendo os suportes de dois decisivos pilares: o Agronegócio que garantiu abastecimento e, na verdade, sustentou a Economia e a demanda gerada pelo Auxilio Emergencial do Governo que deu suporte à população mais carente ameaçada de padecer de fome e, sobretudo de Covid. Nesse clima duvidoso de reabertura algumas coisas saltam aos olhos do produtor industrial, com severas repercussões no lado do consumidor, ao se noticiar a escassez de matérias-primas para que as máquinas botem pra moer. Reclama-se a falta de insumos para as indústrias de material plástico e de papelão que são dois segmentos dinâmicos e que perpassam a maioria dos demais da indústria de transformação. Ora, se tudo exige embalagem como vão se virar os demandantes dessas matérias-primas e desses produtos. Outra falta gritante é a do aço, nas suas diversas apresentações. Imagine faltar aços planos na indústria automobilística, ou na da chamada linha branca. Podem faltar geladeiras, fogões e máquinas em geral. As usinas siderúrgicas apagaram seus altos-fornos e colocá-los de volta toma tempo e alto custo. Vai ser questão de paciência e animação para entender a duvidosa reabertura. E, por cima disso tudo, fazer vista grossa para a propalada segunda onda. A importação de insumos poderia resolver o abastecimento dessas matérias, mas, o dólar nas alturas inibe esse tipo de operação. Na foto a seguir Usiminas (MG)
Aqui em Pernambuco a situação tem eclodido em alguns lados e destacam-se dois ramos industriais que estão às voltas com sérias dificuldades de retomar suas atividades: têxtil/confecções e cimento e seus derivados. No primeiro, cujo Polo formado pelo triangulo Caruaru-Toritama-Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste do estado, os produtores esbarram no desafio de aturar a oferta inelástica das matérias-primas – malhas, tecidos e aviamentos – versus a demanda crescente diante das perspectivas de vendas de fim de ano. A maioria desses materiais é produzida no sul-sudeste e tomam bom tempo, além de custo alto, para chegar ao consumidor intermediário da produção. Já a questão da escassez do cimento no mercado, uma explicação dada é o fato de que as cimenteiras, devido à pandemia, deligaram seus fornos e reaquece-los vem requerendo tempo e alto custo para voltar aos níveis pré-pandemia. Vi recentemente na imprensa de que um saco de cimento vem sendo disputado na tapa. Provavelmente muitos outros ramos industriais sofrem de semelhantes dificuldades revelando que essa retomada não será fácil.
Mas, tudo isso descrito para esboçar um horizonte preocupante para quem estiver na ponta do consumo: nada disso sairá barato. Analistas preveem uma subida da inflação. E faz sentido pensar assim. Quem comprar algum artigo que envolva plástico, papelão, chapa de aço, tecido, botão, linha de coser, cimento, entre outros, vai ter que arcar com o possível alto custo da sua produção e, como é sabido, tudo é sempre repassado ao consumidor final. Desse modo, prepare seu bolso. NOTA: Fotos ilustrativas obtidas no Google Imagens.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Escolha Certo

Estamos outra vez diante de um pleito eleitoral, como só acontece, a cada dois anos, neste pobre Brasil. Rolam fortunas e discursos inúteis. Agridem as consciências individual e coletiva. Coisa das democracias. Nos tempo de hoje, a campanha do mundo digital ataca até mesmo aqueles ou aquelas que pouco se ligam aos temas da politica partidária. Ou da politica de qualquer outra natureza. Precisamos estar conscientes de que estas próximas eleições, por serem as locais (municipais) exigem ser encaradas como as mais importantes para o cidadão ou cidadã consciente. Entendo que uma eleição municipal é a fundamentadora da participação democrática de uma nação organizada em termos de liberdade e escolha dos seus dirigentes. Uma escolha popular bem pensada resulta num espaço sólido e com mais resistência para sustentar a sociedade. O brasileiro comum precisa ter em mente que o município é a célula da Federação e é nela que reside a base da cidadania. Não compreendo uma sociedade sã sem um ambiente adequado ao bem-estar, segurança e tranquilidade na sua base espacial. Numa eleição municipal elegem-se, supostamente, chefes de executivo e representantes encarregados de cuidar, de perto, do cidadão e das famílias. Isso me parece ser fundamental. Portanto, uma má escolha – que não raramente ocorre neste país – resulta numa sociedade defeituosa desde sua raiz e incapaz de participar de modo adequado e justo nas escolhas superiores que, em tese, se encarregam de construir um País com ordem e progresso e, por fim, uma Nação forte e consolidada.
Do alto da minha experiência de vida, vejo, outra vez, que corremos o risco de ver saindo vencedores desqualificados e sem maturidade politica – muitos desses conquistando votos por meios desonestos – e, por isso mesmo, desabilitado para liderar ou representar de modo ideal seu povo. Diante do quadro descrito, caro(a) (e)leitor ou e(leitora) seja exigente na hora da sua escolha. Não se encante com os belos olhos de um(a) candidato(a), com os discursos demagógicos ou com o padrinho que o(a) empurra. Ao invés disso dê um voto seguro, consciente e racional. Tenha em mente a sustentabilidade do coletivo sofrido que habita sua cidade. E nunca esqueça que o Brasil precisa de uma base politica municipal mais digna e disposta a defender com dignidade o porvir nacional. NOTA: Foto ilustrativa obtida no Google Imagnes

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Caminho sem Volta

Um assunto muito comentado na semana que findou, e vem ganhando elástico espaço de debates entre os habitantes do mundo virtual, gira em torno do documentário norte-americano exibido pelo Netflix denominado de “O Dilema das Redes” (The Social Dilemma). Assisti e confesso haver ficado deveras impressionado, apesar da ideia que tinha, ainda que elementar, do que estamos sujeitos nesse mundo “novo” e conectado por milhares de formas e controles. A chamada inteligência artificial (IA) vai muito mais longe do que nós, pobres mortais, somos capazes de imaginar. Conclui que integrando uma rede do tipo Facebook, por exemplo, posso ser identificado, através de um numeral atrelado a um complexo algoritmo, numa central mundial que acumula meus dados pessoais, minhas preferencias gastronômicas, culturais, sexuais, estilo de vida, entre outras muitas é algo assustador. O que serei num futuro próximo? Temo não passar de um ser cativo a uma ditadura que mesmo virtual é acachapante? Ouvi falar que muitas pessoas já deletaram, ou pretendem assim, seus perfis e páginas do Facebook, Messenger, Instagran e semelhantes, assustados com o que podem estar sujeitos. A propósito disto, recordei-me do livro de Yuval Harrari, historiador israelense, “21 Lições para o Século 21” no qual ele descreve um mundo futuro, de forma fria e objetiva, no qual seremos comandados e guiados por robôs – Inteligência Artificial – num sociedade globalizada e sempre à busca de avanços tecnológicos, muitos dos quais inimagináveis. Num trecho do livro ele disco;rre sobre o fascínio e ambição do homem por tomar o lugar de Deus, de quem ele tem uma visão bem própria. E é verdade. Imagine que existem cientistas biólogos e médicos que garantem haver descoberto técnicas que ressuscitam mortos (segredosdomundo.r7.com). “muito mais fácil do que uma simples massagem cardíaca, usada para a reanimação cardiorrespiratória, pesquisadores da Universidade de Maryland, USA, desde 1960, Peter Rhee e Samuel Tisherman, alegam ter descoberto uma técnica capaz de ressuscitar os mortos. O mais curioso é que o procedimento já foi testado com sucesso em animais de laboratórios.” Esta informação volta às pautas, vez por outra, envolvendo, além dos aspectos científicos, os da ética, os religiosos e os culturais. Pense nessa revolução entre os humanos. Pense, também, nos interesses econômicos que podem gerar.
Apesar dos pesares que o documentário da Netflix expõe, entendo que o mundo trilha um caminho sem volta. A questão começa por interrogações bem simples: como seria esse tempo de distanciamento social (quarentena) da Covid-19 se não houvesse ferramentas tão úteis e tão utilizadas no plano das comunicações entre as quais a telefonia fixa, o celular, a internet e as populares redes sociais? O que seria da humanidade se não houvesse o progresso da ciência médica que hoje existe? A História nos mostra que durante a Peste Negra foi a pandemia mais devastadora da humanidade entre os anos 1347 e 1351, matando perto de 200 milhões (numero incerto dado a precariedade dos dados) de pessoas entre a Europa e Ásia. Àquela época a pobreza da medicina, os hábitos sanitários e os costumes culturais levaram a que a população recorresse, tão somente, às crenças religiosas, acreditando se tratar de um castigo divino e somente ao Divino havia de se reportar. Até hoje comunidades europeias pagam promessas por haver escapado da mortandade. Coisa muito comum e cultural no Velho Mundo. Outra pandemia assustadora foi a da Gripe Espanhola, entre 1918 e 1920. Mas, há um século o mundo já era outro e as iniciativas tomadas pelos países já foram bem mais plausíveis. Ainda assim 500 milhões de pessoas foram infectadas e 50 milhões pereceram. Minha conclusão: é doloroso conferir que, no mundo inteiro, 35 Milhões de pessoas foram infectadas pela Covid-19, dos quais 1 Milhão pereceu. A diferença entre estes dois numeros mostra quantos foram curados. São numeros arredondados. Mas, ainda podemos registrar relativo "conforto" dado ao progresso da Ciência e da Tecnologia que hoje se dispõe. Simbora porque este caminho não tem volta. NOTA: A imagem que ilustra o post foi colhido no Googles Imagens.

Lição para não Esquecer

Durante a semana passada acompanhei com interesse de quem viveu a historia, as manifestações que relembraram o golpe militar de 1964. Com um...