terça-feira, 30 de março de 2021

Ares de Loucura

A semana que passou foi extremamente tensa no Brasil. A Pandemia do Coronavírus se espalhou de modo ilimitado e, mais do que antes, desordenado devido às interferências do jogo politico espúrio que se desenrola no país. Uma média de 3 mil mortos por dia é assustador para um país que sempre se notabilizou na administração de vacinas das mais diversas. Faltaram vacinas no momento adequado e o vírus se espalhou. Lastimável pelas perdas de tantas vidas e pela propagação desmedida da doença. Se o país não estava preparado no inicio da crise, ano passado, muito menos se encontra agora, quando tantos equívocos e disputas político-partidárias exacerbaram no ambiente impulsionado pela perspectiva de um ano de eleições que se aproxima. Houve de tudo nesse meio, menos o da conjugação de esforços patrióticos que unissem as várias correntes politicas para enfrentar um inimigo invisível, que não respeita quem quer que seja independente do seu modo de pensar ou corrente ideológica. O resultado desse caldo desastroso é ver os brasileiros mergulhados na maior crise sanitária e econômica da História. Curioso, porém, é que, além dessas duas características, outra pode ser identificada que é uma espécie de crise mental coletiva. Tomado pelo desespero de ser contaminado e vir a óbito, ao mesmo tempo em que desempregado ou falido nos seus negócios, o cidadão comum é afetado por uma crise existencial que o precipita numa espiral de atitudes inversas às mais recomendadas, instalando ares de loucura social de difícil manejo pelas autoridades de plantão. Dessa forma, muitos são levados a transgredir normas sanitárias decretadas, outros enveredam pela criminalidade e um sem número de atitudes irresponsáveis promove uma ebulição social sem precedente e capaz de levar ao malogro qualquer campanha encetada. Governos do Rio de Janeiro e de São Paulo, por exemplo, decretaram esses dias um feriadão, para promover o distanciamento social, e a galera tomou a coisa com férias. As estradas foram engarrafadas pelo transito com destinos às praias e estancias interioranas. (Foto a seguir). Fica complicado! Eis aí o grande desafio social destes governos instalados. Ao mesmo tempo, a gangorra federal não se equilibra: entra Ministro, sai Ministro e as coisas não tomam o rumo almejado pela Nação. Doideira coletiva, não tem outra classificação.
Que essa experiência dolorosa sirva, pelo menos, de lição para que no futuro os setores da Educação e da Saúde Publica sejam tomados como prioridade de governos, como nunca antes. E que as futuras gerações, a começar desta dos tempos de Covid-19, sejam mais bem servidas e devidamente preparadas para viver num país mais digno e livre de ares de loucura como os que hoje vivemos.

sábado, 20 de março de 2021

Até quando?

Até quando vamos viver nesta insegurança sanitária? Esta é a pergunta que ronda toda e qualquer cabeça de são juízo deste Brasil. É verdade que o Governo Federal falhou ao postergar por muito tempo a compra das vacinas salvadoras duvidando que essas se fizessem necessárias. Enquanto isto, países mais prudentes e mais equilibrados politicamente se anteciparam e açambarcaram o que era ofertado no mercado internacional consciente das recomendações cientificas. É verdade também e até, democraticamente tolerável, que haja aqueles que ainda duvidam da eficácia das vacinas ofertadas, tanto por aqui, quanto em outros países, e preferem adotar regimes de sustentação sem se submeter à inoculação dos antígenos. Agora, uma coisa estranha e inadmissível é o comportamento de se negar a reconhecer que há um vírus mortal circulando e viver fazendo pouco caso da situação. O resultado é o que estamos vivendo neste país. Por uma falha cultural, pela elástica extensão territorial e pelo caráter cívico opositor do cidadão comum. Recordo que quando cheguei ao Japão, pela primeira vez, duas coisas foram avisadas com tom de severidade: a primeira sobre a especial atenção a ser dada quanto aos possíveis e quotidianos tremores de terra, além de um possível terremoto no país. Instruções foram dadas e recomendadas com muita atenção. A outra coisa foi quanto à ocorrência de alguma enfermidade contagiosa e o exemplo tomado foi o de uma gripe comum, cuja orientação foi de, além dos corriqueiros medicamentos, o uso rigoroso de uma máscara cirúrgica em respeito a coletividade. Compreensível, pois sendo o Japão um país pequeno e de grande população a disseminação de um vírus de gripe é evitado com todo rigor. Depois dessas instruções observei muita gente usando das referidas máscaras no dia-a-dia, durante os três meses que vivi na Terra do Sol Nascente. Agora, aqui no Brasil, observo a reação negativa das pessoas quanto ao uso das máscaras recomendadas em virtude da pandemia. Ora, se são elas uma das mais importantes estratégias de proteção individual, além de efetivo sinal de respeito ao próximo e, por fim, à comunidade, o que custa seguir essa regra?
O brasileiro está provando, mais do que nunca, seu caráter rebelde e indisciplinado. A falta de educação cívica vem se revelando na sua mais intensa forma durante essa emergência pandêmica. Não tem sido fácil para quem administra as operações de combate ao Covid-19. A mistura de imprevidência governamental com a natureza rebelde dos cidadãos e cidadãs vem resultando num desastre nacional que já vitimou fatalmente quase 300 mil pessoas. Um quadro desalentador e que já expõe o país aos rigores dos críticos e exigentes administradores estrangeiros. Até quando vamos viver à custa das teimosias dos que primam por exercitar o comportamento de oposição. Só Deus sabe até quando. Na luta pela sobrevivência e livramento do vírus a sociedade clama pela vacina tardia e chora pelo emprego perdido ou fracasso dos seus negócios, administrando o dilema da salvação da vida ou ganha-pão de cada dia. Não tem sido fácil. O nosso mundo não estava preparado para tão dura prova. As restrições impostas, nestes dias recentes, pelos governos locais, se devidamente respeitadas, poderão ser decisivas para demonstrar ao povo a verdade do perigo que se corre coletivamente e a necessidade de seguir as recomendações sanitárias oficiais. É duro viver sem perspectivas de negócios, sem emprego e sem condições de sobrevivência digna. Mas, não tem outro caminho. Vamos usar as máscaras, evitar as aglomerações e aguardar a vacinação em massa. Até quando? Vai depender de cada cidadão ou cidadã, também! NOTA: Foto ilustrativa obtida no Google Imagens

sábado, 13 de março de 2021

Incêndio no Circo Brasil

Afinal, de nada valeu o esforço de desmontar a rede de corrupção que a Força Tarefa da Lava a Jato, de Curitiba, descobriu, investigou, provou e exibiu ao mundo inteiro? Anos de trabalho, fortunas investidas e inteligências utilizadas foram inúteis? Se tudo aquilo foi, agora, considerado equivocado e desenvolvido por um tribunal indevido, por que não foi visto desde o inicio? Por onde andava essa Suprema Corte durante todo aquele processo que transcorreu sob a batuta do Juiz Sérgio Moro? Dormia sono profundo? Francamente, não dá para entender mais nada. Desta vez o auge da loucura foi atingido.
Num momento como este temos que concordar quando se diz que “o Brasil não é para principiantes”. Como pode um indivíduo provado e comprovado culpado, julgado e condenado em tribunais legais e acreditados, taxado como ladrão no mundo inteiro, com pena de prisão cumprida ser, de repente, aclamado inocente e livre para, potencialmente, reassumir o posto a partir do qual cometeu as maiores atrocidades deste país? Onde está o erro? Quem foi o incompetente? Quem é culpado, afinal? São questões de difícil resposta. Nem a História será capaz de desvendar e registrar essa verdadeira bandalheira. Até porque elementos probatórios e fundamentais podem ter sido estrategicamente destruídos. Resumo da Ópera: tocaram fogo no Circo Brasil e os distintos espectadores estão apavorados tentando se livrar das altas labaredas. Pior de tudo é que as explicações dessa queima só convencem os tolos que pagam o alto preço para assistir a esse espetáculo desastroso. Quando menino, ouvi muitas vezes meu finado pai dizer que as lideranças governamentais da época estavam construindo o país do futuro e que, por sorte, eu usufruiria desse tempo de paz, segurança e fartura que ele não alcançaria. Ledo engano. Meu velho de olhar otimista não percebia que era um mal estruturado circo que estava sendo montado. Prova disso, que por sorte meu velho pai não presenciou, é que de lá pra cá a empanada já esgarçou e arriou várias vezes e, como se isso fosse pouco, apareceu um incendiário e tocou fogo no restante. Desabafos à parte, e tentando contornar o desconcertante episódio desta semana que anulou os processos imputados ao réu Luís Inácio Lula da Silva, indiscutivelmente é difícil considerar que no Brasil de hoje haja segurança jurídica para quem ou o que quer que seja. Como acreditar num país em que os marcos constitucionais são desrespeitados, de hora pra outra, a mercê da orientação ideológica e decisão monocrática de um suposto guardião do cumprimento das determinações da Carta Magna? Ora, torna-se impraticável viver ou investir num terreno frouxo e movediço como este. Haja explicação jurídica que convença. A verdade é que o imbróglio perpetrado desta vez vai exigir muita energia e resiliência coletivas da Nação para ser digerido e perfeitamente explicado. A começar pelos muitos outros réus da Operação e que hoje mofam atrás das grades e tiveram seus direitos e "bens" confiscados. Afinal, por que somente o Lula? Se a Lei é igual para todos, faça-se Justiça. A essa altura do campeonato, tem muito penitente esperando anulação dos seus processos, além da devolução da grana que supostamente roubaram, contabilizaram como patrimônio pessoal e tiveram que devolver aos cofres do Circo. Vai dar muito rolo. NOTA: A ilustração foi obtida no Google Imagens NOTA 2: Não deixe de ler a frase de Rui Barbosa no Alto da Coluna à direita (Para sua Reflexão)

segunda-feira, 8 de março de 2021

Tudo Junto e Misturado

Embora muitos não admitam, e até reajam contra, a Globalização se tornou mais evidente do que nunca devido à crise da Covid-19. A rapidez com que o vírus se espalhou pelo planeta e não deixou escapar nenhum país é a prova concreta da tese. Claro que mais em alguns países do que noutros. Mas, pelo que se observa, ninguém escapou. Descoberto na China no final de 2019 o Corona ganhou força e velocidade e conseguiu varrer os cinco continentes. Naturalmente que o progresso das comunicações e dos transportes do mundo moderno contribuíram, de modo decisivo, para os dois processos em pauta: globalização e contaminação.
Se, em algum momento, houve alguém que duvidasse do real processo de interligação mais intima entre economias e sociedades distribuídas espacialmente sobre a face do globo terrestre, esse alguém deve estar, nos tempos recentes, a rever suas analises e reescrever suas teses. Eu, que sempre acreditei no processo de globalização socioeconômica, estou convencido de que o Coronavírus não só se encarregou, mas também serviu para sacramentar o processo que se desenrola, por altos e baixos, há pelo menos cinquenta anos. Está tudo muito claro e expresso de formas escritas ou desenhadas. Assim, para o bem ou para o mal, estamos todos juntos e misturados. O grande desafio das nações modernas será estabelecer a convivência, de preferencia pacifica, e as relações sócio-politica-econômicas em padrões superiores aos até hoje praticados. Este grande desafio, contudo, deixa claro que nem tudo são flores no processo. A briga pela hegemonia político-econômica pode se tornar renitente e mais tensa ainda, por muito tempo. Numa reflexão como esta lembro, outra vez aqui no Blog, a figura do historiador israelense Yuval Noah Harari que, diante da inevitável globalização com o galopante progresso da ciência, o advento das inteligências artificiais e as atividades do padrão virtual cada vez mais populares o mundo se encontra numa encruzilhada histórica e, indiscutivelemente, provocada pela pandemia do Coronavírus. Nos seus frequentes artigos, veiculados pelos mais prestigiados meios do mundo, o historiador alerta para a ferrenha disputa ideológica entre isolacionismo nacionalista e cooperação global. Na sua visão, a solução para a paz e o progresso mundial passa inevitavelmente pela solidariedade entre as nações. Estará o mundo preparado para esse esforço? Acredito, pessoalmente, ser uma grande utopia. De toda forma é louvável, e bom exercício, o fato de que a atual pandemia esteja provocando um esforço conjunto pela busca da cura e de vacinas para a Covid-19. Obviamente, que este esforço está a depender da cooperação, solidariedade e esforços equilibrados dos lideres no poder. Vamos esperar que se entendam e enxerguem respeitosamente o futuro. Concluindo a conversa de hoje e por oportuno, registro que, no meio destas minhas reflexões, ouvi dizer algo que traduz bem a minha ideia do Tudo Junto e Misturado: “o descontrole e avanço caótico da pandemia no território brasileiro, se manifestando inclusive em novas mutações, põe em risco a saúde mundial”. Certo ou errado? Nota: A foto ilustração foi obtida no Google Imagens.

segunda-feira, 1 de março de 2021

E agora, o que faço?

Passado mais de um ano daquele acidente laboratorial, em Wuhan (China), que, segundo se relata, contaminou com o Corona Vírus o resto do mundo, estamos nós, pobres mortais, as voltas com algo que tenho chamando de “ensaio para o juízo final”. Este, aliás, poderia ser o título deste post. Se houve o acidente ou se tomaram uma sopa de morcego somente a História nos dirá no futuro. Para alguns taxar de juizo final pode ser exagero, mas, depois de passar doze meses praticamente trancafiados em casa, não tem cristão (e ateus, certamente) que se sinta confortável e feliz. Ora, normalmente a vida gira lá fora e pede repouso no aconchego do lar, mesmo para quem tem um humilde cantinho para dizer que é seu. Tenho consciência, sim, de que muitos nem casa possuem mas, sempre acham seus cantinhos. Há um ano estamos às voltas “surfando” ondas nunca dantes enfrentadas nos nossos mares. Procuro me desligar e cuidar do meu dendicasa e só escuto os avisos de “segura aí que está vindo uma segunda onda” e, para maior pânico nos dias recentes, escutei outra mensagem calamitosa: “atenção pessoal que a provável terceira onda já desponta e parece ser mais forte”. Mutações do virus, rapidez da propagação e letalidade imprvisivel dão força à noticia. Valha-me Deus! Socorro Nossa Senhora! Acontece, minha gente, que indiscutivelmente a alhada brasileira é fora do comum. Ninguém se entende e a corda de tão esticada está a ponto de romper. Parece que ninguém atentou para desenvolver um esforço comum com vistas ao bem-estar social e felicidade geral da nação. No topo do pandemônio a variavel política se tornou o X mais escondido da intricada equação a ser resolvida. Erros são cometidos a toda hora e em todos os quadrantes do país. Os pequenos e tardios esforços dos governos não estão dando conta da parada dura que enfrentamos. As autoridades se digladiam medindo forças para preservar respectivos poderes e a sociedade que se cuide. Por outro lado é de se considerar que essa mesma sociedade, indiscutivelmente, não tem contribuído a contento para o alcance da solução. Falta consciência humanista, sentimento de solidariedade e respeito ao proximo. Cada indivíduo, ou grupo social, não enxerga o coletivo, mas, tão somente seu próprio interesse. Com um horizonte limitado, apenas a um palmo à frente do próprio umbigo, não se vai à parte alguma. Ao invés disso, opta por contrariar as medidas sanitárias aconselháveis, opõe-se às ordens sociais até por divertimento, vai pra rua sem necessidade e, claro, esperneia por não ter seu sustento. Está claro que atitudes como estas não resolvem. Ah! Peraí, “essa é a forma de defender o seu quinhão, que é mais do que justo”. Sim, pode ser... Mas, para quem vai viver, produzir e com quem interagir? Nessas horas só cabe uma desconcertante pergunta: e agora, o que é que faço? Diante deste quadro caaótico volto a lembrar do quanto faz falta uma sociedade bem educada e politizada. Não tardou muito e estamos pagando caro pelo desprezo contínuo que se atribuiu ao fundamental setor da Educação e a consequente preparação do cidadão para viver em comunidade.
A injeção de esperança nasce com a aplicação maciça de vacinas para imunizar a população. Mas, até nisto, a coisa é cheia de incertezas. Teremos vacinas suficientes? Serão seguras? Quantas doses serão o bastante? Vamos nos livrar do vírus? Falta povo educado e cidadania. Faltam governantes preparados e comprometidos com os eleitores. Falta ordem e, com certeza, progresso. E a crise da Covid19 servirá de lição? Custa crer. E, agora, o que faço? NOTA: A foto ilustrativa foi obtida no Google Imagens.

Lição para não Esquecer

Durante a semana passada acompanhei com interesse de quem viveu a historia, as manifestações que relembraram o golpe militar de 1964. Com um...