quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Voltei ao Japão

Quem já viveu o tanto que vivi é testemunha de fantásticos inventos, experimentos e descobertas. Tudo que se enquadre no que se convenciona chamar de modernidade é simplesmente fascinante. Indiscutivelmente, todo individuo se encanta com qualquer novo invento. O maior exemplo dos tempos modernos e causador da maior revolução socioeconômica mundial são os avanços e massificação dos recursos oferecidos pela moderna Tecnologia da Informação (TI) em beneficio do bem-estar e segurança. É um tema para muitas postagens que exige sempre análises mais profundas e sempre atualizadas, coisa que não é minha praia. Não passo de um simples usuário. Meu foco hoje é sobre essa maravilha que se chama realidade virtual. Tem coisa mais fantástica do que isso? Deve haver porque os “cientistas loucos”, graças a Deus, não dormem. Mas, já é formidável curtir (o termo atual é este) essa coisa que aporta, inclusive, às nossas mãos graças a esse invento massificado que se chama telefone celular. É muito mais do que um telefona porque os recursos são ilimitados. Deus me livre de estar distante do meu. Não largo dele! Pois bem. Esta semana, mais do que nunca agarrei do meu iPhone e terminei fazendo uma longa viagem virtual de retorno ao Japão. Explico. Tenho um filho, José Antônio, mais conhecido profissionalmente como Tico Brazileiro, que abandonou a carreira da advocacia e, mudando de rumo, optou pela moderna “profissão” de influenciador digital ligado aos assuntos da aviação e turismo. O cara vive no meio do mundo. É um verdadeiro globe-trotter. Entende como poucos de aviões, empresas aéreas, locais turísticos e tudo quanto a esses temas se relacionem. Já rodou o mundo inteiro e já passa da marca de 1 Milhão de quilômetros voados. Contudo, faltava baixar no Japão e foi pra lá que resolveu viajar na semana passada. Ainda está por lá enquanto redigindo este post. Acontece que como já estive no Japão por duas ocasiões, uma das quais por três meses, não escapei de ser convocado para assessorá-lo na montagem de um programa de viagem atrativo, objetivo, seguro e barato. Ele é mestre em viagens com milhagens dos programas de fidelidade das empresas do mundo inteiro. Administra mentorias sobre as formas e vantagens desses programas. E tem mais, só voa de classe executiva ou de primeira. Um craque nessa seara. Cheio de prestigio nos ares. Como a maioria das aeronaves oferece rede de wi-fi já viajo com ele desde que decola daqui do Brasil.
Pois bem. Montei a programação, apontei as localidades mais atrativas e tudo vem dando certo ao ser cumprida. Curioso e o melhor de tudo é que, em estando por lá, ele me chama com muita frequência por vídeo-chamada do Whats-App e comenta, percorre e me mostra os principais pontos turísticos que visita, fora as passagens por restaurantes, templos, metrôs, trens (inclusive o veloz Shikansen), comercio, novidades tecnológicas, povo, hábitos, cultos e tudo que aparece pela frente. Resultado é que estou viajando virtualmente com ele. Fabuloso. Há uma semana que não durmo bem. Afinal um fuso horário de 12 horas de diferença me obriga a ficar de olho e ouvido apurados. Ele tenta me poupar durante a noite daqui, mas, a minha ligação se tornou tão forte que vem sendo difícil. Até já sonhei num dos cochilos mais longos que estava dando um rolê no trepidante bairro em Shinjuku, onde vivi por três meses nos anos 80.
Hoje o Tico está em Kyoto, antiga capital japonesa, cercada de belíssimos templos, magníficos parques, bairros antigos, com cultura preservada rigorosamente. Nesse contexto orientei meu filho a explorar as mais importantes localidades de Tóquio e Kyoto e respectivos arredores. A sensação de acompanhá-lo nessa agenda garanto que foi uma das mais gratificantes de viver nestes tempos de tão grande modernidade. Por coincidência o Japão oferece uma ilimitada gama de novidades que, com razão, vem fascinando meu filho. Dá gosto observar o entusiasmo do moço a cada volta na Terra do Sol Nascente. Vide Fotos ilustrações.
Vivenciando essa experiência lembro com saudade, e certo lamento, do sofrimento da minha falecida mãe, quando aos 22 anos de idade me mandei para cumprir uma bolsa de estudos coberta pela USAID (Agencia de Cooperação Internacional dos Estados Unidos) na Escola Interamericana de Geodésica, localizada na Zona do Canal do Panamá, enclave norte-americano àquela época. As comunicações estavam longe de ser essa maravilha de hoje. Malmente tínhamos um telefone fixo. Uma pobreza sem tamanho. Minha pobre mãezinha quase morre de desespero por não receber noticias imediatas da minha situação. Uma misera carta chegou ás mãos da coitada depois de 12 dias. Só sei que ela foi atendida, pela primeira vez, numa emergência cardiológica. Triste lembrança. Ela ainda alcançou o tempo dos celulares, mas nem imaginava o que seria o WhatsApp. Sou mais felizardo do que ela. Acompanhei meu filho passo-a-passo e retornei ao Japão sem sair do meu escritório, sofá ou cama. Viva a modernidade! NOTA: As fotos-ilustrações são do Arquivo Particular do Blog e tomadas pelo Tico.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Ano Novo e mesma vida

Mês de janeiro avançando, quase findando, e levando de vez as quimeras de que um mundo novo estava por vir, ao romper do ano, conforme prometido pela mídia durante os festejos natalinos e do réveillon. Ano Novo, Vida Nova! Bom seria... Sem querer ser pessimista durão concordo que devemos sempre alimentar esperanças. E até tentei. Mas, não vi nada de novo neste ano que se inicia. Dessa vez, nem o Governo é novo, que apesar de tudo poderia ser mesmo uma novidade. As guerras não cessaram, o Japão sofreu mais um terremoto, Donald Trump volta fazer campanha presidencial, Putin não recuou na Ucrânia, Israel continuou destruindo a Faixa de Gaza e Lula continua incrementando a agenda de “turismo” com Janja. Já o nosso povão deixou tudo de lado e saiu pra curtir o verão e as praias, marcando passo para emendar com o carnaval – dessa vez bem mais cedo – esperando a ficha cair dando conta que é ano novo. Neste item, inclusive, a turma faz questão de confirmar a ideia de que no Brasil o ano só começa depois do carnaval. Coisa que, aliás, não é novidade, também. É tudo velho e muita coisa é dentro do velho e tradicional roteiro.
Mas, não fiquei parado e fui conferir a mesmice das vidas mais adiante. Tomei assento num desses cilindros metálicos avoantes e fui parar no Centro-Oeste. Fui beijar uma preciosa pedra familiar na aprazível cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás. Confesso sentir um grande prazer aterrissar no Santa Genoveva e ganhar uma cidade jovem e vibrante, nada comparável com o Velho e secular Recife. Moderna, bem traçada, abundantemente verde, repleta de parques e local de uma gente hospitaleira.
Ali não se vê engarrafamentos de transito, pedintes ou limpadores de para-brisas nos semáforos, nem moradores de rua. Ao invés disso é notório perceber que se trata de uma cidade onde corre a pujante riqueza gerada no agronegócio da região e, ainda,base econômica nacional.(Fotos acima). É prazeroso circular nas amplas e longas avenidas, visitar os bairros nobres com seus arranha-céus e suas mansões bem desenhadas, bem como os locais periféricos que revelam um Brasil mais digno em urbanismo, moradias e gente feliz. Naturalmente que existem pobreza e problemas, mas, num nível bem mais administrável que noutras regiões e metrópoles brasileiras. Comer um pastel de feira delicioso e tomar a cerveja mais gelada do Brasil, não tem preço e é somente possível em Goiânia, nos incontáveis bares e restaurantes da cidade. E, no capitulo gastronomia é fundamental aproveitar as delicias regionais, como um arroz de pequi, e não perder a chance de um bom churrasco goiano. Se Goiânia deixou-me com vontade de voltar e ainda provoca-me saudades o mesmo não posso dizer da minha velha paixão que é São Paulo. Voltei para uma rasante, antes de retornar ao Recife. Não tenho dúvidas que é por lá que tudo acontece. Mais do que nunca. A Paulicéia continua sendo a locomotiva do país. Os sinais são sempre muito visíveis, começando pela dinâmica frenética dos aeroportos. É impressionante a movimentação de gente num Congonhas, por exemplo. Um formigueiro humano. Parece mais uma dessas rodoviárias em dia de Natal, quando os viajantes se esgueiram na luta por uma passagem dum ônibus extra com destino à cidade de papai e mamãe. O mais curioso é que o aeroporto de Congonhas foi remodelado, anos recentes, mas os arquitetos subestimaram a demanda pelo transporte aéreo do país. As aeronaves que embarquei estiveram, inclusive, literalmente lotadas. Alta estação é verdade, mas, de todo modo surpreende. Mas, não é somente de aeroportos que quero comentar. O que mais me surpreendeu em São Paulo de hoje é a insegurança reinante. Instalado numa região nobre, recebi inúmeras recomendações de dobrar os cuidados ao circular. Senti-me inseguro por vários momentos. Portar livremente o celular nem pensar. Motorista do taxi relatou-me que, mesmo com vidro levantado, os assaltantes quebram com uma pedrada e arrebatam seu celular. Impressionante. Circular a pé nas redondezas, à noite, é inteiramente desaconselhável. Memso nos bairros mais nobres e zonas de franco comércio ha moradores de rua arranchados em total penuria. Vide foto a seguir, colhida pelo Blogueiro, na manhã de sábado, no elegante bairro do Itaim. O Cão é guardião do morador para protege-lo de outros moradores pedintes. Incrivel constatação.
Chama atenção a quantidade de vigilantes-seguranças nas portas de restaurantes e negócios comerciais. Fiquei sabendo que um dos negócios mais rentáveis é para empresas que instalam blindagem em veículos particulares. Sai impressionado. Já morei uma época em São Paulo e recordo a cidade que vivi e pela qual me apaixonei. Hoje, porém, temo pelos familiares que lá vivem e quase desanimo de visitá-la ,bem como lamento haver feito estes registros. O ano é novo, a vida é velha, mas a vontade de viver é a mesma. Salve 2024 com o fim do recesso e a volta do Blog!NOTA: as fotos de Goiania foram colhidas no Google Imagens. A terceira foto é da autoria do Blogueiro.

Lição para não Esquecer

Durante a semana passada acompanhei com interesse de quem viveu a historia, as manifestações que relembraram o golpe militar de 1964. Com um...