quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Falta de Profissionalismo

Dias recentes uma notícia alarmante chamou atenção dos brasileiros e, certamente, de estrangeiros ligados às coisas do Brasil. Refiro-me ao resultado de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG e publicado no que eles denominam de Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil dando contas de que em torno de 829 brasileiros morrem – diariamente –  nos hospitais públicos e privados do país por causas perfeitamente evitáveis. É algo assustador! Equivale dizer que a cada cinco minutos morrem 3 brasileiros por motivos banais e irresponsáveis. É a segunda maior causa de morte, atrás somente das doenças cardiovasculares. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, aproximadamente, 950 pessoas morrem por dia por esta causa.

Imaginem que por essa conta, em 2016, 302.610 brasileiros morreram por “evento adverso”, como denominam esses casos, no meio médico. Os motivos apurados foram coisas do tipo: erros de dosagens administradas, troca de medicamentos, medicamentos vencidos ou deteriorados, uso incorreto de equipamento, negligencia de profissionais, infecção hospitalar, entre outras causas inadmissíveis e banais. Coisas perfeitamente evitáveis, segundo os pesquisadores.
Aí está o que sempre venho dizendo: falta de profissionalismo do brasileiro. Tanto no meio médico como em várias outras atividades. Não tenho – pelo menos hoje – parâmetros mundiais para fazer uma comparação do caso em tela. Mas, nem por isso será motivo de relevar essa absurda constatação. Até quando viveremos nessa cultura do tô-nem-aí ?
E tem mais: fora os óbitos contabilizados, outro contingente de enfermos se salvam da morte, mas, restam com sequelas que os impedem retornar às atividades comuns, gerando frustrações e desequilíbrios psíquicos, além de elevado custo assistencial. Segundo a Pesquisa, em 2016, dos 19,1 milhões de internados nos hospitais brasileiros 1,4 milhão “recebeu alta” com sequelas irreparáveis.
por outro lado, entre os “eventos adversos”, um deles se destaca e se refere à “praga” da infecção hospitalar! São responsáveis por 14,7% das ocorrências indesejáveis. É doloroso saber que nos casos de óbitos, nos quais as infecções são mais comuns, resultam num alto grau de gravidade pelo seu caráter sistêmico. Ou seja, altamente transmissíveis e difícil de ser erradicada. Conheço pessoas que temem muito mais uma infecção hospitalar do que uma moléstia grave.
Há exatos dois anos fui submetido a uma cirurgia de grande porte para re-vascularizar meu músculo cardíaco. Sofri um infarte e fui levado dias depois à mesa de cirurgia. Da operação em si, posso afirmar que tudo me ocorreu às mil maravilhas e dada a competência da Equipe Médica. Não senti uma dor, por mínima que fosse, e hoje conto a história. Meu drama do pós-operatório ficou por conta de um “inferno” chamado UTI e, mês depois, uma tremenda infecção hospitalar de dentro para fora da minha caixa torácica. Uma desagradável surpresa, misturada a uma revolta sem tamanho. Como um hospital de referencia, no polo médico do Recife (tido como o segundo do país) pode ocasionar tamanha barbaridade? Operado em Novembro, somente em Março do ano seguinte fui tido como livre da “praga”. Lembro que na fase de recuperação, num apartamento do Hospital, o entra-e-sai de assistentes era simplesmente irritante. Aferiam minha pressão arterial incontáveis vezes por dia e tiravam meu sangue para medir a glicemia de duas em duas horas. A propósito disso, meus dedos ficaram iguais à tábua dos pirulitos de Seu Biu, que passava na minha casa, quando criança. Injeções e comprimidos? perdi a conta! E, no meio dessa “balburdia”, a mulher da limpeza, com um acintoso par de luvas infectadas de sujeiras hospitalares, claro, passava a mão na mesma maçaneta da porta que a enfermeira me prestava seus serviços de atenção e administração de medicamentos. Coisa de louco. Minha esposa que é Médica, e não me largou um só instante, querendo dar jeito nessa confusão insalubre, “declarou guerra” às assistentes e, não precisa dizer, angariou muita antipatia. Vai ver que a infecção que tive foi maldade das “profissionais” revoltadas. Sorte que minha primeira decisão pós-operatório foi acatar o “convite” de ir pra casa, formulado pelo cirurgião assistente que me deu alta no quinto dia de operado. Um alívio!  (leia também: http://gbrazileiro.blogspot.com.br/2016/01/a-qualquer-momento-tudo-pode-mudar.html )
Mas, a propósito de “inferno” chamado UTI, li na semana passada um depoimento de Cláudio Moura Castro, que transcrevo trecho, sob o titulo Abelhas... E quatro dias na UTI (Veja, Edição 2557, ano 50, Nº 47, 22.11.17, pp71) a respeito de sua passagem, de quatro dias, por uma dessas Unidades de um certo Hospital João XXIII. Não sei de onde.  Isso, após ter sido atacado de forma mortal, por um enxame de abelhas, certamente da espécie africana, num passeiozinho campestre, no dizer dele. Pois bem, a tal UTI descrita me fez lembrar a que vivi três dias, aqui no Recife. Segundo Moura Castro, “Dia e Noite brilhavam as luzes. Como os pacientes estão quase todos entubados e parecendo mais pra lá do que pra cá, as dezenas de funcionários e médicos conversavam, sem nenhum esforço para moderar o volume. Alguns falavam de medicamentos, uma do biquíni novo, outra da troca de turno com a colega.” Igualzinho à “minha” UTI. Relembrei minha fatídica experiência, em 2015. Não desejo a ninguém passar pelo que passei.
Os profissionais da área médica brasileira precisam urgente receber um choque de gestão hospitalar humanizada, respeitando o paciente e fazendo da sua profissão um nobre sacerdócio.

NOTA: Ilustrações obtidas no Google Imagens 



sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Além de Cartagena

Eu já havia dado por encerrado meus comentários sobre a recente ida à Colômbia, quando dei por conta que me escapou contar um pouco de algo extremamente atrativo para quem por lá andar e precisamente por Cartagena de las Índias. Pois bem: aquela região do Norte colombiano, banhada pelo Mar do Caribe, se torna mais atraente ainda quando focamos as ilhas e praias paradisíacas, espalhadas pela mãe Natureza na imensidão daquele avanço do Atlântico pelas terras do Novo Mundo, ora chamado de Golfo do México, depois Mar das Caraíbas e contemporaneamente de, simplesmente, Caribe.  Faça ideia, caro leitor ou leitora, de um mar com sete tonalidades de azul, no qual Deus caprichou ao salpicar porções de terra firme, cercadas dessas águas deslumbrantes. E tudo bem aproveitado turisticamente.  
Partindo de Cartagena, incontáveis lanchas ou barcos de diferentes portes conduzem levas de turistas, ávidos por aproveitar o sol, as praias tentadoras e muitas piscinas naturais. Claro que, com familiares e amigos, não deixei de aproveitar a oportunidade. E, Al Mare nos lançamos.
Lanchas rápidas fazem o trajeto entre Cartagena e as ilhas caribenhas.
Os colombianos estão muito bem preparados para operar a logística dessa vantagem comparativa turística que dispõem. Sabem desfrutar indiscutivelmente porque, afinal, não é todo país que tem esse privilegio de ser banhado por um dos mais famosos mares do planeta.
Existem diferentes formas de aproveitar um desses passeios: comprar o tour mesmo antes de chegar à Colômbia, fazer uma reserva e agendar na recepção do hotel onde hospedado, comprar o programa em algum restaurante (fizemos assim) ou ir diretamente ao Muelle de la Bodeguita, na área portuária de Cartagena, onde vários guichês atendem aos turistas interessados. Você pode optar por um programa bate-e-volta de um dia, que inclui translados de ida e volta mais coquetel de boas vindas e almoço ou, então, se sua intenção for de permanecer mais tempo, reservar uma hospedagem, levar sua bagagem e se instalar.     
Muelle de la Bodeguita. Observe uma bandeira do Brasil num barco ancorado.
Dessa vez fizemos um programa de um dia e elegemos a Ilha do Pirata, situada no arquipélago das ilhas do Rosário. Na verdade, existem outras várias opções e de grande demanda. Contudo, nossa escolha foi interessante e conveniente, pelas dimensões reduzidas da Ilha e pelo pequeno número de visitantes cada dia, 30 no máximo. Outras, como a Playa Blanca de Baru, são públicas e recebem multidões diariamente. Mais do que isso, permitem muitos ambulantes que, aqui pra nós, é verdadeira praga praquelas bandas. A ilha do Pirata, não. É uma propriedade privada explorada pelo próprio dono e extremamente aconchegante. Tem uma conformação insólita, que de pronto chama muita atenção aos que a visitam. Imagine que não tem praias e, ao invés disso, parecendo ser uma formação aflorando no mar é arrematada de piscinas naturais com águas translúcidas e temperatura tíbia que insistem em segurar o banhista nelas mergulhado. Foi Deus que fez assim para o deleite dos que têm a sorte de aportar por lá.
Ilha do Pirata numa vista aérea

Águas tíbias e cristalinas da Ilha do Pirata. 
Curioso é que nessas horas, não deixo de pensar no amadorismo com o qual nossas potencialidades turísticas são exploradas, principalmente em Pernambuco. Nota-se enorme  diferença entre os agentes colombianos e os pernambucanos. Quem sabe, um dia, um diiiia, vamos tomar vergonha e encarar o Turismo como uma mola propulsora do desenvolvimento.  
Piscina natural na Ilha do Pirata
Área social da Ilha com restaurante, bar e área de lazer
Foto da Ilha Pirata tirada através de um Drone. Forma de estrela.

Ocorre-me, por fim, registrar que existem outras ilhas mais movimentadas e com estrutura hoteleira significativa, além das pousadas mais rústicas e muito aconchegantes. Há, também, uma ilha em posição geográfica mais remota – pertencente à Colômbia – que é a ilha de San Andrés, situada ao largo da Costa Rica e Nicarágua. Explorada turisticamente, com magníficos hotéis, cassinos e grande rede de restaurantes. Seu acesso mais comum é por via aérea e atrai muitos turistas. Fora isto, para quem gosta de comprar compulsivamente, tem a tentação comercial de uma Zona Franca muito famosa na região.
Conselho: abra um mapa da região do Caribe e tente quantificar o número de ilhas lá existente. Depois deste conselho, resolvi que direi mais nada e, em compensação, vou rechear o post com fotos – que falam melhor – desse paraíso caribenho. Veja todas com atenção.
Na última foto veja o entusiasmo do Blogueiro diante de apetitoso caranguejo que foi direto para uma panela. Acepipe especial na Ilha. Degustado com cerveja bem gelada.

NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens e da autoria do Blogueiro.      

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Cartagena de las Índias



Herança em estilo espanhol em Cartagena de las Índias
Semana passada, quando publiquei um post falando sobre a Colômbia, onde estive recentemente por dez dias, lembrei que as atrações do país não se limitam àquelas que comentei e encontrei na capital, Bogotá. Outras cidades colombianas se destacam pelas suas riquezas culturais e econômicas, entre as quais: Medellin, Cali, Barranquilla e Cartagena de Las Índias. Escolhi esta para o post de hoje.  Situada à beira-mar do Caribe, Cartagena é um dos sítios históricos mais famosos da Colômbia e do continente. Sua atração turística é indiscutível. Visitá-la equivale a um mergulho na História das Américas.
Embora fundada em 1º de Junho de 1533, pelo espanhol Pedro de Heredia, a região da baía de Cartagena já contava com assentamentos de povos indígenas desde o ano 4000 aC ! Arqueólogos garantem que naquela área, conhecida originalmente de Puerto Hormiga, foram encontradas as mais antigas peças de cerâmica da região.  Importante registrar que foi ali onde os espanhóis estabeleceram o ponto mais importante do trabalho de colonização das Américas. De lá exportavam para Espanha toneladas de ouro e prata, colhidos nas minas do Peru e da denominada região da Nova Granada. No mesmo porto recebiam as maiores levas de escravos trazidos da África e empregados nos trabalhos pesados da Colônia. Essa mistura de raças e culturas seguramente explica a riqueza e diversidade cultural que a cidade ostenta. Imaginemos o caldo social que resultou dessa mistura de indígenas, africanos e espanhóis.  
Bandeira nacional hasteada por todo lado. Orgulho de ser colombiano.
Cartagena foi a capital do Vice-Reinado da Nova Granada, a partir de 1717, que abrangia os atuais vizinhos: Peru, Equador, Venezuela e Panamá. Estes quatro, aos poucos, se tornando independentes depois da independência da própria Colômbia, em 1811. É patrimônio cultural da UNESCO dede 1984. Imediatamente lembrei-me que é tudo ao contrário do que se vê na nossa Olinda(PE). Lá, a condição de patrimônio cultural parece ser levada a sério, haja vistas à preservação do patrimônio histórico, a limpeza da cidade, a primeiríssima rede de hotéis e restaurantes, a deslumbrante iluminação turística e principalmente a forma competente de administrar a atividade turística envolvendo a população como um todo. Tenho pra mim que houve um treinamento geral daquela gente para fazer do turismo a sua forma ideal e honesta de ganhar a vida. Não deve nada às grandes cidades atrações da Europa. Sem duvidas, aquilo lá merece servir de modelo para nossos administradores de turismo, em Pernambuco ou noutras cidades históricas brasileiras.
Com uma população beirando o Milhão de habitantes, Cartagena é composta de vários bairros no entorno da cidade murada (amuralhada, como eles dizem), sendo os mais importantes: o do Getsemani e Boca Grande.  
Ponto de destaque na Cidade Murada. Muito luxo em Hotel e Restaurante.
Beleza iluminada corretamente
A Cidade Murada é sem dúvida a grande atração local. Por lá é onde a cidade acontece. E é para lá que levas de turistas do mundo inteiro se dirigem dia e noite. Com características coloniais, cada rua é um cenário diferente e atrativo. Tudo conservado e transformado em hotéis, bares e restaurantes caprichosos no décor e nos cardápios. Uma parada num café (o colombiano se orgulha da qualidade suave e aroma da produção local), num restaurante para um bom almoço ou jantar e depois assistir gratuitamente a uma apresentação folclórica na Praça Santo Domingo, não tem preço. Fora isto, é impossível deixar de dar um giro nas incontáveis lojas enfileiradas e oferecendo desde os artigos de grife famosas aos ricos e vistosos produtos artesanais da região. Entrar numa rua e sair por outra apreciando o casario, as igrejas e palácios é diversão segura e de encher as vistas dos mais desatentos.  Ah! Um conselho ao leitor ou leitora: quando passar por lá, não deixe de visitar as joalherias de esmeralda – uma especialidade colombiana – e pérolas. São relativamente baratas e, sobretudo, belas.
O bairro do Getsemani, vizinho à cidade amurallada, é também interessante com seus hotéis e restaurantes atrativos. Além do que, oferece a vantagem de não exigir transporte para chegar ao sitio histórico. Já o Boca Grande é mais afastado e tem um perfil de modernidade com arranha-céus e muito movimento devido aos grandes hotéis de bandeiras internacionais, shoppings centers e cassinos à beira-mar. É, sem dúvida, uma visão moderna de Colômbia e também atrativa.  Boca Grande é a Ipanema de Cartagena. 
A beleza dos balcões à espanhola por toda parte.
Uma vista da cidade intramuros e ao fundo o moderno bairro de Boca Grande
Imagem do Por do Sol no Café Del Mar
Para terminar, um especial registro sobre o programa mais esperado pelos visitantes: assistir ao espetáculo do Por do Sol, no Café del Mar instalado na Fortaleza histórica, situada na muralha da cidade e construída pelos espanhóis para proteger a cidade dos piratas e invasores. Imperdível. A coisa é bem programada. Música especial domina o ambiente e parece acompanhar vagarosamente a descida do Astro Rei, no Mar do Caribe. É simplesmente lindo. E naturalmente pedindo um bom trago de Rum, bem colombiano, para baixar de vez o espírito romântico dos corações enamorados.
Eita curtição danada de boa! Foi assim que vivi Cartagena de Las Índias. Bom demais.

NOTA: As fotos que ilustram o post são da autoria do Blogueiro

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Viva Colômbia

Estou retornando de mais uma visita à Colômbia. Pela terceira vez, ainda que não seja um destino pouco comum dos turistas brasileiros devido aos estigmas decorrentes das lutas internas, da guerrilha e do narcotráfico, no passado recente. Coisa do passado dá pra perceber, porque a situação hoje é outra e a paz foi selada. É uma história bem conhecida que não vou me ater neste post. Ao invés disso quero comentar sobre as minhas recentes passagens pelo vizinho país. Estive por lá em 2010, quando as coisas se reorganizavam e as FARC concordavam em estabelecer um pacto de paz, alcançado somente recentemente. E agora, na semana passada, quando encontrei um clima de tranqüilidade e um povo leve e solto nos quatro cantos do país.
A Colômbia é um país muito especial devido aos seus traços culturais, sua História, seu povo alegre e hospitaleiro e sua riquíssima diversidade ambiental, composta por paisagens tropicais, praias exuberantes nos lados Atlântico (Mar do Caribe) e Pacifico – aliás, um privilégio ser banhada pelos dois maiores Oceanos, salpicados de ilhas paradisíacas – além da parte montanhosa da Cordilheira dos Andes e boa parte da luxuriante Região Amazônica, com uma floresta invejável. É um dos 17 países de maior biodiversidade do planeta, classificado em terceiro lugar em número de espécies vivas e em primeiro lugar em número de espécies de aves.
Economicamente falando é a quarta economia da América Latina. O PIB do país, atualmente ao redor de US$ 700 Bilhões, tem tido crescimentos significativos nos últimos tempos e em 2007, por exemplo, atingiu a significativa casa dos 8,2%. A base da economia é calcada em petróleo, carvão, ouro e produtos agrícolas, com destaque para o café, tido como o mais suave e saboroso do mundo. Duas outras coisas se destacam na produção e exportações da Colômbia: flores e esmeraldas. Mais de 70% das flores importadas pelos Estados Unidos são colombianas e o país é a principal fonte de esmeraldas do mundo.  Conta atualmente com quase 50 milhões de habitantes com renda per capita de US$ 8 mil, embora que 28% da população viva abaixo da linha de pobreza. Desequilíbrio na distribuição da renda, coisa típica da América Latina.
Visão Noturna da Cidade de Bogotá
Bogotá, a capital do país é uma metrópole estupenda com seus 8 milhões de habitantes, vida cultural intensa, cosmopolita, centro de grandes negócios na Região. Chama atenção a infraestrutura urbana de primeira linha, com avenidas monumentais, trânsito fluido e sistema de transportes públicos bem resolvido. O paranaense Jaime Lener andou por lá dando uma contribuição nesse plano, no inicio deste século.  Situada a 2.800 m. de altitude tem sempre um clima bem temperado o que a transforma num agradável ambiente estilo europeu. Comércio sofisticado, grandes lojas mundiais, centros de compras de grande porte e para completar muitos restaurantes de categoria estrelada. A cozinha andina, que vem se destacando recentemente, tem em Bogotá um dos mais vibrantes centros. Aliás, importante lembrar a rica cozinha típica colombiana que leva o visitante a experimentar do mix de sabores indígenas, africanos e espanhóis. Em estando por lá, impossível sair sem provar uma arepa, um tamal ou um crocante patacón. E, quando o frio aperta a saída é tomar uma canelada quente, que é espécie de quentão, feita com canela em pau, limão, maçã, ervas diversas, vendida, por ambulantes, nas ruas do centro da cidade. Delicioso. Se o freguês desejar pode acrescentar uma dose de Néctar, típica aguardente colombiana com sabor de anis. Imperdível. 
Como se não bastasse tudo isto, Bogotá abriga dois monumentais museus: o do Ouro, que mostra a rica e aurífera arte primitiva dos habitantes pré-colombianos, denominados muíscas, e o Museu Botero que mostra a arte de Fernando Botero, que vem ser a maior expressão contemporânea das belas artes do país. Festejado por todo lado, o artista está eternizado no seu museu e nas reproduções populares das suas esculturas e pinturas. Ele é vivo e mora em Paris.
Peça précolombina exposta no Museu do Ouro
Nos arredores de Bogotá outras grandes atrações turísticas enchem as vistas do visitante, destacando-se entre essas: o bairro da Candelária de arquitetura típica espanhola e caprichosamente preservado; o Monserrate, uma elevação de 3.000 m na periferia da capital e de onde se vislumbra a grande metrópole; a laguna de Guatavita – que guarda no seu fundo um tesouro em ouro, escondido pelos primitivos habitantes, evitando ser levado pelos espanhóis para a Europa –, situada fora a capital, e a majestosa Catedral de Sal, escavada no seio de uma montanha de sal, na localidade de Zipaquirá, situada a 45 km de Bogotá.
Para provar da alegria e da descontração do povo colombiano o endereço certo é o famosíssimo restaurante Andrés Carne de Rés, na localidade de Chia, subúrbio de Bogotá. É único no mundo. Nada igual se encontra noutra parte. Comida de primeira e um ambiente kitsch como em nenhum outro canto. Tem badulaques de toda ordem, seja clássico ou popular num ambiente lúdico e, sobretudo alegre, dominado pelas músicas caribenhas. É outra coisa imperdível e diversão certa.
Nave central da Catedral de Sal, a 40 metros de profundidade da Terra. 


 Mas, a Colômbia não se restringe à Bogotá. Outras cidades são centros de atração certos. Por exemplo, Cartagena de Las índias, a beira do Caribe, sobre a qual falarei na próxima postagem.   
Uma das mais expressivas telas de Fernando Botero (Museu Botero - Bogotá)
 NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens e da autoria do Blogueiro.

Lição para não Esquecer

Durante a semana passada acompanhei com interesse de quem viveu a historia, as manifestações que relembraram o golpe militar de 1964. Com um...