terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Boas Festas

Neste momento, não importa o quanto 2020 tenha sido difícil. É inconteste. Importa, sim, entender que o Natal está chegando e é chegada a hora de renovar nossa crença de que o Menino Deus vai renascer entre nós, enquanto pessoas confiantes e de fé. É, pois, tempo de buscar a paz e de reavivar o sempre benvindo clima de esperança. Peçamos que Jesus nos proteja e fortaleça a fé e as esperanças de que o amanhã será outro dia e que nos trará luzes de amor e bonança. Do mesmo modo que Menino de Nazaré renasce nas nossas mentes, a cada 25 de Dezembro, é hora de festejarmos este Advento, ainda que com as limitações impostas pelo vírus assustador, lamentando as perdas humanas que sofremos e louvando havermos ultrapassado o inesperado obstáculo. Elevemos nossos pensamentos e façamos renascer o ameno clima de paz, amor e solidariedade. Iluminados por esta fé estendamos nossas mãos aos próximos em agradecimento pelas atenções recebidas, pelo cultivo da amizade e da solidariedade, renovando os laços de relacionamento e prometendo preservá-los.
Aproveitando o clima de Natal agradeço a todos e todas – no Brasil e no exterior – que me acompanharam durante este ano que finda, através deste espaço do Blog do GB, desejando Feliz Natal e um Ano Novo de 2021 pleno de muita paz e saúde para a humanidade. Com este post o Blog do GB entra em recesso de verão e voltará a circular em Fevereiro, salvo numa ocasião extraordinária.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Finda sem deixar saudades

Dentro de poucos dias o tumultuado ano de 2020 finda e, quero crer, dificilmente deixará saudades. A gente costuma ter saudades de coisas prazerosas. A pandemia da Covid-19 desmontou todos os esquemas de administração do planeta, desde os mais altos até o mais simples nível de organização – famílias, por exemplo – acarretando inéditos momentos de estresse coletivo e resultando em imensos prejuízos materiais e pessoais, com dolorosas perdas humanas e empobrecimento geral da humanidade. Este ano vai encerrar deixando a todos perplexos pelos aflitivos momentos vivenciados e desejosos de virar uma página que inesperadamente foi lida. Aprendi nesses meses de reclusão que sentimentos antes experimentados esporadicamente adquiriram dimensões muito mais elásticas e com efeitos muito mais desgastantes. Falo por exemplos de tédio, solidão e medo. Viver retido, por maior que seja o espaço privado, impõe sensação de prisão e isolamento que escorregam pela sempre apressada esteira do tedio aliado ao medo de contrair a moléstia que e alastra. Muitos não se equilibraram e caíram nas malhas da depressão. Ano difícil este que finda. Contudo, como sempre fiz – referencial de vida – procurei tirar lições dessas nefastas experiências tentando fazer algo tal como uma limonada com o ácido limão disponível. Lembro que fiz um post no inicio da pandemia intitulado de “Todo Mal traz um Bem” (http://gbrazileiro.blogspot.com/2020/04/todo-mal-traz-um-bem.html) talvez antecipando o que hoje confiro. Assim, não obstante os sofrimentos, perdas irreparáveis e inúmeros momentos de tristeza, a pandemia apontou-me para aspectos invisíveis do tradicional modus-vivendi nunca antes valorizados e sequer apreciados. Durante este prolongado recolhimento descobri que a minha casa é o lugar mais seguro do mundo; que certos recantos desta mesma casa nunca haviam sido por mim apreciados com olhos mais apurados; que cada obra de arte que coleciono deixou de ser um simples exemplar e passou a “dialogar” comigo contado, cada qual, uma história diferente; que a correta e rigorosa higienização dos objetos, alimentos e ambiente em geral (que eram feitas, claro) resultam numa melhor e mais segura qualidade de vida; que a vida e a energia que me sustenta de pé é mais frágil do que imaginei até agora; que a perda de um amigo ou familiar ceifado pela Covid-19 dói mais doída que qualquer outra dor e, por fim, que a salvação da humanidade reside nas forças que venham ser impulsionadas pela compaixão e pela solidariedade dos povos. Este pode ser o tal novo normal.
Concluo lembrando que vacinas, politicagem barata, disputa do poder, progresso da ciência e da tecnologia, inteligência artificial, entre outros modernismos podem ser importantes e oferecer confortos, mas, nunca substituirão os verdadeiros sentidos da alma do ser humano. Adeus ano velho. Valeu a experiência. Não sentirei saudades. Mas, não te esquecerei. NOTA: Ilustração obtida no Google Imagens

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Duas Topadas

Dois temas me deixaram dividido na escolha da conversa semanal. Como um não pode esperar pelo outro lá vão os dois duma só vez. Dois em Um poderia ser o título do post. Ocupo o espaço da semana fazendo sínteses de duas topadas sócio-políticas neste conturbado mundinho de Pindorama. A primeira topada ocorreu no Recife, fruto do baixíssimo nível de civilidade e moral dos nativos da Cidade Maurícia, reforçado pela incúria das autoridades municipais de plantão que não se dão aos cuidados de zelar pelo patrimônio cultural da cidade. Desse modo, mercê do abandono, vândalos insanos detonaram, na semana passada (04.12.20), o Parque das Esculturas do Marco Zero da cidade, roubando peças importantes dos monumentos que marcam a passagem do século na capital pernambucana. Eram magnificas peças de arte, produzidas em bronze, destinadas a legar, historicamente, às gerações vindouras, um testemunho do nível cultural que dominava a entrada do Recife no terceiro milênio. Dois expoentes da arte moderna do estado autores das obras que compõem aquele diferenciado logradouro: Francisco Brennand (1927-2019) e Cicero Dias (1907-2003) resultam sendo desrespeitados pelos seus concidadãos e pelas autoridades ineptas. Vide imagens a seguir com a escultura roubada e o espaço vazio. O mais provável é que tenha sido derretida e vendida por quilo.
Eis aí um oportuno momento para voltar ao recorrente tema, aqui no Blog, da falta de formação educacional de base para nossa gente. E não falo das elementares lições do b+a = ba, nem de 2+2=4. Falo sim de formação do indivíduo no seu todo, preparando-o para o viver em sociedade. Falo de educação moral e cívica. Desgraçadamente são disciplinas postas à margem de nossa comum grade pedagógica da escola primária. Segundo a sabedoria popular “é do pequeno que se faz o grande” e neste pobre Brasil não se faz desse modo. Educar para a vida e para ser um cidadão ou cidadã de bem capazes de contribuir com a ordem e o progresso tão propalado no nosso símbolo da Pátria. Educar para que não passemos por momentos tão lastimáveis nos quais administradores permitem apagar História deixando ao abandono nossos patrimônios históricos ou simplesmente destruir propositalmente os símbolos que marcam uma época e um povo. A segunda topada ocorreu em Brasília: causou-me profunda surpresa e inquietação ao saber que o STF - Supremo Tribunal de Federal tenha levado solenemente ao plenário uma inoportuna discussão sobre a recondução ou não, dos mandatos dos presidentes da Câmara (Rodrigo Maia) e do Senado (Davi Alcolumbre), quando a Constituição é clara e proíbe essa manobra vergonhosa. Por felicidade o placar foi contrario a recondução nos dois casos. 6 x 5 contra Alcolumbre e 7 x 4 contra Maia. Alivio por um lado, mas, tristeza por outro ao concluir que cinco dos supremos magistrados – que se autoproclamam guardiões da Constituição – tenham tentado “quebrar os ovos e empurrar goela abaixo dos brasileiros um indigesto omelete” inconstitucional. Esta questão na verdade devia ter sido rejeitada pelo STF. Isso sim, teria sido mais digno por parte do Poder Judiciário.
Resumo da Ópera: triste do país que tudo e qualquer irrelevante questão – inclusive as reconhecidamente constitucionais – sejam levadas ao julgamento do seu Supremo Poder Constituído, no qual seus integrantes são chegados a dar torpes topadas. Sem poder fazer qualquer coisa, resta-me renovar meus pedidos ao Divino Supremo para que aplaine nossos caminhos e nos livre de terrenas, ingremes e estúpidas supremas topadas. NOTA: As imagens ilustrativas forma obtidas no Google Imagens

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Fim de Jogo

Passado o período eleitoral sinto-me aliviado e, como sempre, alimentando esperanças de que nesses próximos dois anos que nos separam de um próximo pleito o Brasil preserve dignamente o clima de democracia como objetivo de todo(a) cidadão ou cidadã de bom senso. Confesso que no recente pleito, diante da minha ótica pessoal como sendo o basilar por alimentar o jogo politico da célula-mater – município – da Republica, mantive-me afastado de debates e considerações a respeito desse ou daquele candidato ou partido, preferindo me acomodar numa zona de conforto que a idade já permite e, sendo franco, diante dos contornos pouco dignos que foram traçados no município do Recife, em particular. Impossível, porém, permanecer no aludido conforto e sem dar um pitaco que seja a respeito do processo encerrado no domingo (29.11.20) passado. A primeira consideração que faço é que, no geral, foi um processo limpo e respeitado por todos, sobretudo pelos derrotados nas urnas. Ressalto que comparando com o recente processo norte-americano, sem discutir, temos motivos de sobra para manifestar orgulho, aplaudir e festejar o que foi realizado em Pindorama. Como muitos acreditavam não foi a crise sanitária ou a postergação do pleito que reduziu o entusiasmo das campanhas dadas a sede de poder dos aspirantes, sobretudo, aos cargos majoritários. Por outro lado, no entanto, analisando o desenrolar das votações, uma coisa ficou muito clara: o voto obrigatório perde cada vez mais seu real efeito. Uma abstenção que chegou ou ultrapassou a casa dos 30% é algo a ser tomado com um forte recado do eleitorado às autoridades que decidem sobre a Lei Eleitoral. O caso de São Paulo – o maior colégio eleitoral do país – foi emblemático: a soma dos votos brancos e nulos junto com as abstenções - 3,65 Milhões - foi maior do que o total de votos dados ao prefeito eleito, Bruno Covas, que obteve 3,17 Milhões de votos. Claro que isto chama atenção. Aqui no Recife, a candidata do PT, Marília Arraes, com 347.029 votos, também perdeu para o somatório de brancos, nulos e abstenções que, neste caso, somaram 363.029. O Prefeito eleito, João Campos, obteve 445.992 votos, com apenas 82.637 votos a mais do que a soma dos brancos, nulos e abstenção. Interpreto isto como sendo um forte recado do eleitorado brasileiro, que, em grande parte, preferiu aproveitar o dia da votação para curtir uma praia ensolarada, um fim-de-semana na casa de campo ou, ficar em casa bebericando e assistindo um bom filme na TV, sujeito, apenas, pagar uma multa simbólica de R$ 3,50 para justificar a ausência na sessão eleitoral. Aliás, contando com a comodidade do meio eletrônico hoje adotado. Ora, manter a obrigatoriedade de votar pode ser um aspecto importante a ser repensado no Brasil.
Outro pitaco que arrisco é o de considerar que, no domingo passado, o quadro politico do país foi indiscutivelmente redesenhado. Ficou claro que o eleitorado brasileiro lacrou o desejo coletivo de mostrar que a tendência prioritária é do posicionamento de centro-direita. Sem contudo, querer sublinhar o fisiologismo do chamado Centrão. Na verdade, os extremos radicais perderam força e dificilmente vão se recuperar. Observo que os recentes vetores inflexíveis propulsores da polarização esquerda-direita caíram às margens do campo de disputas no fim do jogo. Não foi Bolsonaro, nem Lula e seus Lulopetistas que influenciaram no resultado final da “partida”. Pelo contrário, foram infelizes ao manifestarem apoio por esse ou aquele candidato e receberam pesados trocos. O PT de Lula foi o mais castigado. Não fazer nenhum prefeito nas capitais estaduais deve ter sido duro golpe. Pior foi haver perdido, também, 133 municípios, caindo de 257 para 124. Se o município for de fato como considero a célula-mater do jogo político do país, o PT deixa de contar com essa poderosa máquina. Falando friamente virou um partido em decadência. E os seus partidos aderentes pouco pesam na balança. Tomei conhecimento esses dias que, segundo estimativas publicadas, o outrora brilhante Partido dos Trabalhadores governa apenas 3,64% dos brasileiros. Vamos e venhamos é um percentual irrisório. Sendo tudo isto verdade, temos que abrir os olhos para que os partidos das velhas raposas não roubem nossas preciosas uvas. Que nossas uvas sejam sempre vistas verdes, como na fábula de Esopo, por essas sedentas velhas raposas. Como democrata encerro o papo de hoje lembrando que, para vigiar as velhas raposas, é preciso que haja uma oposição séria, comprometida e atenta. Que não trabalhem com vistas ao poder e com garras a la Al Capone. Opositores são sempre necessários num regime democrático. Que corrijam as desarrumações que assistimos recentemente. O PT, por exemplo, se esfacelou e para se salvar, inclusive, arrebanhou valores sem seu DNA, como a candidata a prefeita do Recife, Marilia Arraes, que ajudou a detonar o Partido no âmbito local. Passos mal planejados e erros elementares. O desespero leva sempre a imprevistos finais de jogo. Nota: A foto-ilustração foi obtida no Google Imagens.

Lição para não Esquecer

Durante a semana passada acompanhei com interesse de quem viveu a historia, as manifestações que relembraram o golpe militar de 1964. Com um...