sexta-feira, 25 de junho de 2021

Maravilhoso Mundo Novo

Sempre e desde jovem alimento o prazer de visitar livrarias e bibliotecas pesquisando obras que sejam do meu interesse. Aliás, recordo que nos meus impulsos de consumo literário cheguei a comprar livros que terminei sem ler por falta de tempo ou pela perda simples do interesse pelo tema. Ocorre que fui incentivado logo na infância ao habito da leitura. Minha finada mãe sempre dizia “conheça o mundo através da leitura”. Aquilo ficou gravado na minha memoria até hoje. De fato “viajei” mundo afora através das boas leituras que fiz na vida. Aliás, não raramente visitei lugares com a sensação de que já os conhecia, fruto dessas minhas leituras. Durante a pandemia da Covid-19 e obrigado pela reclusão social passei a rever minhas estantes selecionando alguns livros para reler. Muitos desses tratei de separar doando, em seguida, a algumas bibliotecas de subúrbios, através dos colaboradores do meu condomínio. Ficaram, aparentemente, contentes. Mas, o mais interessante a registar, nesse tempo de viver medidas sociais restritivas, é minha adesão, quase compulsiva, de visitar as livrarias virtuais e adquirir e-books para meu deleite. Venho me esbaldando com leituras e releituras construtivas, através do iPad. Ainda em 2020, nos primórdios momentos do dendicasa li, pela terceira vez, O Príncipe, de Maquiavel. Percebi como foi interessante e como foi possível descobrir novas nuances na famosa obra relacionando-as, de forma objetiva, com situações politicas do mundo atual. Chega a ser fascinante. Outros autores antigos com os quais me reencontrei foram Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway. Contudo corri depressa para conhecer autores atuais e, entre esses, destaco e recomendo Yuval Noah Harari, um historiador israelense que, de forma inteligente e didática perfeita, desenhou o mundo que está por vir. Sua obra “21 Lições para o Século 21” deve ser lida por todo mundo.
Enfim, neste post de hoje a intenção é dar realce ao fato de que a Pandemia da Covid-19 acelerou as tendências de uso do mercado digital e editoras e livrarias não perderam tempo por capitalizar essa oportunidade. As vendas de e-Books e áudiolivros (outra opção formidável) que já vinha ocorrendo com crescente popularidade passaram a dar saltos mais altos e, segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), o crescimento das vendas no ano de 2020 foi estimado entre 50% e 100%. Isto sem falar que entre 2016 e 2019 foi constatado um avanço de 115%. É uma marca fantástica e digna de observação. Eu, pessoalmente, comemoro tudo isto e acrescento o fato de que de agora pra frente vou me livrar de um tremendo incômodo que é o de acumular livros e mantê-los a salvo das pragas comuns, tipo traças, insetos e cupins que adoram fazer suas, digamos, “leituras gastronômicas”. Fui vítima de cupins! Agora, já montei minha biblioteca virtual. Curto revê-la, vez por outra. Ao mesmo tempo, vou descartando meus velhos livros para que, quando for chamado para prestar contas ao Papai do Céu, não deixar uma herança inconveniente. No meio disso tudo é divertido ouvir de amigos e amigas que preferem ainda o livro no formato físico. Que gostam de sentir o cheirinho do papel ou da tinta da impressora, num livrinho novo em folha. Desculpem, com meus devidos respeitos, são meus amigos “dinossauros”. Vou esperá-los no Maravilhoso Mundo Novo!Já os filhotes e netinhos desses dinosauros estão tendo a vantagem de ler mais, dado ao fato de que manejam com maestria as geringonças eletrônicas modernas. Nota: A foto/ilustração foi obtida no Google Imagens.

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Pura Ironia

Mesmo adotando todos os cuidados e até publicando recente post, vide http://gbrazileiro.blogspot.com/2021/06/clicando-com-cuidado.html , com recomendações profissionais precisas fui roubado pela Internet, nesta semana. Nada que me quebre financeiramente é verdade. Mas, revoltante. Desafortunadamente, não se pode viver em paz nesse mundo cibernético. O caso foi como conto a seguir: tive que solicitar uma segunda via de pagamento que atrasei por um único dia. Entrei no site do credor (Banco Safra) e de forma rápida e cheia de presteza fui atendido por um hacker fazendo-se de atendente do citado banco. Inocente, recebi do bandido uma fatura atualizada e prontamente paguei. Passados alguns dias o credor legítimo, o Safra, passa a me cobrar – de modo insistente, pouco amistoso e irritante – o pagamento em aberto. Voltei a conversar com o meu verdadeiro credor e fui informado de que eu havia sido enganado por um invasor do site oficial. Surpreso, argumentei sentir-me lesado ao navegar num site inseguro de um Banco tido como sólido. De nada valeram meus argumentos. Encurtando a história, fui notificado e ameaçado de cartório de protesto, seguido de uma cobrança absurda de multa e juros com data urgente de pagamento, incluindo até mesmo honorários advocatícios. Vejam só que loucura! Como me julgo estar numa idade tal que se eve evitar estresses paguei outra vez o que, para mim, já estava pago. Fiquei no prejuízo. Simples assim! Serviu de experiência. Amarga, claro. Localizar o culpado e adotar medidas adequadas seria outro nivel de estresse. Como se diz popularmente: “mais tem Deus pra me dar”. O que mais me causa surpresa é de que um Banco de solidez comprovada não tome os cuidados devidos de monitorar suas atividades on-line e proteger seus clientes. Imperdoável. Detalhe curioso foi que uma das atendentes afirmou-me que esse meu caso não era o primeiro e coisa semelhante vem ocorrendo frequentemente. Bom, pelo visto, não será o último. Fiquei injuriado. Se você, prezado leitor ou leitora, for cliente desse banco abra os olhos! Embora disponha de Tecnologia e Legislação não administram como devido. Questão de inteligência gerencial. Vejam vocês, os gatunos cibernéticos estão de plantão a um clique. Podem influenciar eleições, derrubar economias e governos, além de semearem discórdias na vida cotidiana. Segundo estudos recentes, nestes tempos de pandemia as chamadas Fakes News e os assaltos online aumentaram mais do que em dobro.
Segundo a Kaspersky, empresa especializada em segurança de dados, o Brasil foi, em 2020, campeão mundial em phishing (crime de enganar as pessoas para que compartilhem informações confidenciais como senhas e números de cartões de crédito). Campeonato mais bisonho! Coisa de quem vive a busca de ser sempre campeão em tudo. Ficou a frente de Portugal, França, Tunísia e Guiana Francesa, que formam o quinteto de territórios com o maior índice de roubos de dados pessoais. A coisa, no Brasil, se intensificou na ordem de 120%, nesses tempos de pandemia, catapultado pelo uso da internet em diversos propósitos, o crescimento do uso do Internet Banking (meu caso pessoal), das compras por internet e a busca de noticias sobre o Coronavírus. Fui lesado, sim. Pura ironia. NOTA: Ilustração colheida no google imagens

terça-feira, 15 de junho de 2021

Rixa Rançosa

Dois episódios recentes conseguiram jogar luzes na velha e lamentável rixa fraticida que insiste perdurar entre argentinos e brasileiros. O Presidente argentino, Alberto Fernández, Foto a seguir, numa infeliz fala, em visita oficial a Espanha, resolveu ofender brasileiros e mexicanos ao afirmar que “os brasileiros vieram da selva, os mexicanos das tribos indígenas e nós argentinos chegamos de barcos oriundos da Europa.” Nada mais danoso para as relações entre os hermanos latino-americanos. Ora, além de revelar certa ignorância sobre História das Américas, foi imperdoável para um Chefe de Estado querer se vangloriar de uma origem nada diferente das dos irmãos que ofendeu levianamente. Poucos dias antes, o argentino Papa Francisco (Foto abaixo) se saiu com outra infeliz referência aos brasileiros ao dizer, em meio a uma audiência coletiva, no Vaticano, que a Covid-19 grassa solta no Brasil por conta de “muita cachaça e pouca oração”. Até Tu Francisco! Coisa feia! Por ironia, passamos a ouvir em seguida, no noticiário internacional, que a peste recidivou severamente na Argentina e medidas cautelares mais rígidas foram adotadas. Bom, as duas personalidades porteñas viram-se obrigadas a pedir desculpa ao Brasil e aos brasileiros. Danado é que sujeiras mesmo que verbais dificilmente se apagam. Que jeito?
Curioso foi que na fala do Presidente Fernández vi uma explicação melhor para uma afirmação popular, das antigas e que ouvi desde criança, segundo que, para os argentinos “brasileiros são macaquitos”. Sempre estranhei essa coisa e até havia olvidado por bom tempo devido, inclusive, pela intimidade que construí com o meio argentino. Sim, gosto muito da Argentina. Andei por lá incontáveis vezes. Mas, honestamente, sinto-me ofendido como comum cidadão brasileiro.
É ilusão pensar que nossas diferenças se resumem às disputas de futebol e que nossos dois povos vivam em “lua-de-mel”. Na prática, não são raras as agressões e, por vezes, ofensivas entre cidadãos de ambos os lados. Muitas vezes provocam estremecimentos nos negócios – que são muitos e cheios de potencialidades – ou nas relações politicas. Um dos exemplos mais marcantes dessa “briga” se deu na final do Campeonato Mundial de Futebol, em 2014, realizado no Brasil, cuja final foi entre Argentina e Alemanha. Não obstante o trauma histórico dos 7 x 1 que amargamos dos germânicos, dias antes, o Brasil torceu pela vitória alemã num tremendo insulto aos hermanos argentinos. Aquilo me chocou e foi um episódio taxativo. Mas, devo dizer que, pessoalmente, tenho a Argentina e os argentinos num nível de alta estima. Sinto-me em casa ao desembarcar as margens do rio da Prata, ao sentar-me nos cafés de Buenos Aires e nas alturas dos Andes, quando em Bariloche. Ah! Saborear um Malbec mendocino, em Mendoza, tem sabor especial. Quantos aos porteños não alimento qualquer tipo de queixa – embora haja sofrido algum deboche, no passado – porquanto mantenho excelentes amizades. Pessoas cultas, amáveis e alheias às essas diferenças de empobrecimento cultural e continental. Lembro que como integrante de missões oficiais brasileiras, durante a montagem do Mercosul, estimulamos o espirito da boa vizinhança no sentido de fortalecer o Bloco e prepará-lo para alguns enfrentamentos que, por sinal, hoje experimentamos. Lamento que ainda perdure o ranço da disputa por um espaço no qual cabe os dois lados de modo cômodo, salutar e benéfico para as duas bandas. Finalmente, registro por oportuno e com saudades, de um estadista brasileiro que faleceu no fim-de-semana passado e que muito trabalhou pela paz e o progresso entre os dois países, o pernambucano Marco Maciel. Foi um autentico artífice do Mercosul. Vide celebre frase dele na coluna a direita, em Para Reflexão>

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Clicando com Cuidado

Que estamos vivendo a chamada Era Digital, ninguém duvida. Por bom tempo ela permeia, de modo absoluto, as relações sócio-politico-econômicas do mundo inteiro contribuindo para o inexorável avanço do processo de globalização. Decisões politicas, negócios comerciais, estudos e pesquisas, interações profissionais, reparos mecânicos remotos, cirurgias reparadoras, consultas médicas, relações sociais corriqueiras, aulas, conferencias, congressos, entre outras incontáveis atividades não dispensam os recursos técnicos e facilidades que a Rede Mundial de Dados - Internet oferece por se revelar adequada às exigências do chamado mundo moderna. Não é demais afirmar que estamos reféns de um teclado de computador ou celular. No meio dessa onda veio a pandemia da Covid-19 que teve, digamos, seu lado positivo ao acelerar o uso desses recursos digitais favoráveis às relações humanas enquanto abaladas pela insegurança sanitária. O home-office, a educação a distancia (EAD), as consultas médicas e o comercio digital foram intensificados e são exemplos dos mais notáveis.
Mas, nem tudo sai a contento como planejado neste mundo onde a Informação é base de qualquer sucesso, mas não está imune às maldades e interesses malévolos que permeiam o submundo da sociedade mundial. Desse modo, e em paralelo às benesses conquistadas, correm soltos os forjadores de recursos sabotadores ao bom proveito da modernidade digital, disseminando insegurança e falsidade com informações aparentemente confiáveis. Em contrapartida, profissionais especializados se mobilizam diuturnamente para encontrar meios de proteção aos usuários das redes, sejam pessoal, corporativos ou institucional. Não são raros os ataques dos chamados hackers que se dão ao trabalho de “fazer a vida” prejudicando o meio social mergulhado nas ondas das redes digitais. Cidadãos e cidadãs, governos e empresas são indistintamente escolhidos como alvos de ataques, em função de interesses específicos. Incluído, pessoalmente, entre os milhões de prejudicados apresso-me em conhecer algumas estratégias disponíveis de combate aos ataques nocivos e, junto a uma especialista de renome, o Professor Edison Fontes (foto a seguir), obtenho conselhos e referências protetoras que transmito a seguir aos leitores do Blog.
Segundo Fontes, "as populares redes sociais como Facebook e WhatsApp são confiáveis enquanto dizem o que fazem com nossos dados. Têm a vantagem de estabelecer parâmetros de controle ao perguntar a quem publicar a informação: para todo mundo, somente para amigos ou ninguém pode ver". Para o especialista, o WhatsApp tem a vantagem por trafegar com as informações de forma criptografadas que não serão entendidas se forem captadas na transmissão. Vantagem para o usuário. Mas, ainda assim aconselha a não se expor demais cedendo informações preciosas para os criminosos. Nada e de informar onde mora, a casa nova, a piscina nova, o carro novo etc. Compras pela Internet? Fontes é taxativo ao aconselhar só fazer esse tipo de transação em sites ou plataformas de altíssima confiabilidade. São muitos os falsos vendedores. Antes de fechar uma compra verifique se o site tem endereço fixo, se a empresa existe de fato e se exibem um dispositivo de “reclame aqui”. Eu mesmo já comprei coisas que nunca recebi. Portanto, não caia na onda de ofertas tentadoras e a preços vantajosos. Pode ser uma arapuca.E pior, pode divulgar seu endereço para outros bandidos. Outra coisa que questionei na nossa conversa foi a respeito da (in)segurança de acessar redes de aeroportos, shoppings centers, restaurantes ou similares. Fontes alerta que, por se tratar de redes abertas, é aconselhável, em usando, que faça minimamente. "Jamais realizar transações financeiras" nessas redes abertas. A natureza desse tipo é propícia a existencia de fraudadores que estão sempre de plantão para captar um desavisado. E a Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD? Perguntei a Fontes. Essa lei “possibilita que qualquer Titular de Dados Pessoais (eu, você, leitor ou leitora) exija indenização na área cível desde que prove haver sido prejudicado”. Não se aplica a fraudes cujo bandido emissor esteja noutro país, salvo naqueles países com os quais o Brasil mantenha tratados de cooperação. Para resumir é bom saber que os malfeitores estão soltos tanto na Internet quanto nos celulares. Toda precaução será pouco. Fontes lembou que um dos golpes mais comuns, atualmente, é o do criminoso que consegue pela plataforma do WhatsApp se passar por uma pessoa e ficar a pedir dinheiro com apelos de socorro e necessidade urgente aos relacionados pela vitima. Tem gente que cai inocentemente nessa armadilha. Cuidemo-nos a situação é de permanente vigilância. Clique, mas clique com cuidados. NOTA: 1. Foto do Arquivo pessoal do Prof. Edison Fontes 2. Fontes é Mestre em Tecnologia, Gestor e Consultor em Segurança da Informação.

Lição para não Esquecer

Durante a semana passada acompanhei com interesse de quem viveu a historia, as manifestações que relembraram o golpe militar de 1964. Com um...