sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

BOAS FESTAS

O ano chega ao fim, mas, antes uma pausa a calhar para festejar o tempo do Advento culminando com o Natal de Jesus. Nada mais oportuna para que aproveitemos a chance de reflexões e dar um balanço no ano que termina. Não foi um tempo dos mais fáceis. A pandemia da Covid 19 dominou, com altos e baixos, indo, voltando e sempre assustando, durante os doze meses. Começou, inclusive, o ano provocando o cancelando do carnaval brasileiro e deixando o povão sem o lenitivo anual da folia. Muitos nomes importantes partiram para a eternidade deixando a cena artístico-teatral mais pobre, entre os quais lembramos do formidável Jô Soares, da corajosa Elza Soares e da magnífica cantora Gal Costa. Em paralelo algo inesperado eclode no leste europeu quando Vlademir Putin, tirano presidente russo, resolve invadir a Ucrânia e detona uma guerra sangrenta com justificativas ainda recheadas de controvérsias e até abalando o mundo com ameaças de ataques nucleares. Para completar, no âmbito doméstico, o ano foi dominado politicamente pela eleição presidencial mais disputada da História e no “apagar das luzes” uma Copa do Mundo que passou sem que o nosso sonhado Hexacampeonato fosse viabilizado. Paciência, porque o ano acabou. O Blog do GB procurou sempre estar atento e, quando oportuno, registrando cada momento, repercutindo cada fato e comentando os mais variados episódios geradores de noticias. Num post final, então, e aproveitando o oportuno momento do balanço anual, o mais importante que resta é agradecer aos amigos e amigas, bem como aqueles que por simples interesse ou curiosidade visitaram o Blog e prestigiando-nos com seus comentários. Foram muito brasileiros e inúmeros estrangeiros que acolheram nosso convite de visita e contribuíram de modo efetivo para que chegássemos a um número de acessos que, agora, se aproxima à casa dos 1.150.000. Efetivamente, não se trata de nenhuma coisa extraordinária quando comparando com similares. Contudo, em se tratando de um espaço planejado para algo mais intimista se torna uma marca a ser festejada. Por fim, é hora de desejarmos FELIZ NATAL e um venturoso Ano Novo de 2023. Que nosso Bom Deus e a figura do Menino Jesus ilumine cada momento dos nossos leitores e leitoras. Que tenhamos um Novo Tempo mais promissor, mais Humano e repleto de Paz, Generosidade com o Planeta e mais Solidariedade entre os povos. BOAS FESTAS! Por oportuno, anunciamos que o Blog entra em recesso, prometendo voltar em meados de janeiro ou a qualquer momento que algo sugira um comentário de destaque.

domingo, 11 de dezembro de 2022

O Sonho Acabou

O que mais tenho ouvido e visto as redes sociais, nesses dias de ressaca da derrota do futebol brasileira, pela seleção da Croácia, na Copa do Catar/2022 é que “o sonho acabou”. Sonho da conquista do hexacampeonato mundial. Acho, inclusive, curioso como a coisa toma corpo e contagia negativamente a população, sobretudo a nova geração. Vi jovens garotos chorando revoltados, após as cobranças dos pênaltis fatais. Aliás, o mundo assistiu aos próprios jogadores canarinhos vertendo copiosas lágrimas ainda em campo. (Foto a seguir) Chega a ser inacreditável. Não entender que no esporte um dia se ganha e noutro se perde, parece ser coisa impossível para um brasileiro. Faz parte do jogo, meu Deus. Alguém tem que perder, para que outro ganhe.
“Ah! Mas perder em cobranças de pênaltis” é uma vergonha, ouvi de alguns após o jogo com a Croácia. São pessoas que esquecem que já fomos campeões depois de uma rodada nervosa de cobranças de penalidades máximas, em 17/07/1994. Depois de empate em zero a zero, no tempo normal e na prorrogação, com a Itália, o Brasil venceu por 3 x 2 e foi Tetracampeão Mundial. Foi um feito histórico no domínio do futebol. A equipe era fantástica sob o comando de Carlos Alberto Parreiras. Os meninos jogaram com corpo e alma. Dessa vez recente não deu. O sonho acabou ali mesmo na monumental cancha do Catar. Parecia mentira, como pareceu mentira o episódio dos 7 x 1 impostos, dentro de casa, pela seleção alemã, em 2014. Bom... o episódio recente se projetou quando, com a vitória faturada na prorrogação com um belo gol de Neymar, a moçada relaxou e deixou a Croácia empatar. Foi ali, que “a casa caiu”. Faltava pouco tempo e as cobranças de pênaltis era iminente. O resultado foi cruel, para quem esperava a grande vitória. Toró de lágrimas de norte a sul e de leste a oeste, em Pindorama. Reconheçamos que é impressionante como a cultura legada pelas gerações passadas criou essa reação, natural para muitos, mas que, no final das contas, enraizou-se no meio social criando uma espécie de síndrome da revolta coletiva do derrotado. Uma revolta que se expressa das mais diversas formas porque, uma coisa é certa, criticar e buscar os culpados é coisa rápida e simples. Fácil, fácil... e, no Brasil, ser oposição é até um bom passa-tempo. Foi o jogador tal, ou foi o treinador? Quem errou e onde errou? As criticas e os memes nas redes sociais não param de crescer e se multiplicar. O jogador Neymar Jr. e o treinador Tite estão sendo crucificados a toda hora. São criticas bem fundadas? Vale à pena avaliar. O brasileiro precisa aprender que em futebol, ou noutro esporte qualquer, saber disputar e ter competência é coisa fundamental. “Foi pra chuva, tem que se molhar”. Viver dos louros do passado pode ser inútil. Cada jogo é um jogo. E cada Copa do Mundo é uma nova oportunidade de provar a competência. Um coisa, porém, tem que ser ressaltada: vai ser cada vez mais difícil formar uma seleção brasileira como as do passado. Vamos e venhamos, há uma diferença brutal entre nossos jogadores de hoje quando comparados com os nossos craques dos anos 60, 70, 80 e 90. O que vemos atualmente são figuras vaidosas, bilionárias e repletas de interesses pessoais, incapazes de se integrar, de corpo e alma – como exige o futebol – numa equipe formada às pressas e de última hora sem os devidos treinos. O resultado é que sem espirito de equipe e dependente de um figurão, Neymar neste caso, ao qual se atribui a responsabilidade maior, a situação se complica e dá no que dá. Futebol é esporte de equipe! Como recordar é viver vale lembrar que felizes fomos como campeões, cinco vezes, graças às valorosas pernas de jovens talentos, alheios aos salários milionários que hoje são pagos e habituados a formar equipes maduras e responsáveis. Nenhum ostentava joias caras, penteados e tatuagens de gostos duvidosos, carros possantes e caros, mansões fabulosas, mulheres exuberantes, aviões particulares e nem exigiam mordomias extravagantes dos patrocinadores. Claro que existe exceções da parte de alguns, mas isto não justifica o exibicionismo aviltante de alguns. Vergonhoso. Esses dias de ressaca uma foto, exibida nas redes sociais, é emblemática (vide a seguir) que mostra a simplicidade de uma velha equipe campeã se preparando para uma Copa. Jamais, esses rapazes de hoje, se sujeitariam a isso.
Aí pergunto: como ser campeão com uma formação tão viciada em mordomias extravagantes e vaidades absurdas? Como ser campeão contando com jogadores que sequer vivem no Brasil e que pouco apego manifestam ter pela camisa verde-amarela? Está difícil. Não tem sonho que se realize. Pensando bem, não adianta sonhar. Nota: Fotos obtidas no Google Imagens e na rede social.

sábado, 3 de dezembro de 2022

A Pátria de Chuteiras.

Já se vão bons anos desde que li, o hoje clássico, “A Pátria de Chuteiras”, da autoria do meu ilustre conterrâneo Nelson Rodrigues. Ninguém soube traduzir tão bem o latejar da alma brasileira e sua relação simbiótica com o futebol. O Cara era um gênio em cima de uma Olivetti que, suponho eu, não acompanhava à altura a cascata de imagens geradas por uma mente tão arguta. Rodrigues foi, para mim, o mais brasileiro dos brasileiros ao saber expressar, com competência e amor febril, o ardor patriótico que lateja na alma dos habitantes de Pindorama face às campanhas da seleção canarinha defendendo as cores da camisa verde-amarelo. Chegou ao ápice das suas observações quando disse se tratar de uma “pátria de chuteiras”. Acho esta imagem uma ideia brilhante. Pena que teve de nos deixar antes de jornadas brilhantes do pós-tri. Rodrigues faleceu em 1980.
Bom... o homem morreu, mas as imagens que desenhou continuam vivas e repetidas com frequência. Inegavelmente, esses dias de Copa do Mundo, no Catar, fora do seu habitual calendário, veio em boa hora para acalmar a Nação recém-saída de um traumático momento politico que a dividiu e esfacelou relações das mais sólidas - dentro e fora do plano político-partidário – e, por felicidade, vem despontando como uma solução oportuna de restaurar a união e apascentar os ânimos renitentes de partidários que ainda não atentaram para o fato de que a pátria ainda calça chuteiras. De repente, o verde-amarelo e o pavilhão nacional, pouco antes bandeira partidária, “reinventa-se” como flâmula de torcedor. Em boa hora, pois, os brasileiros amarraram as chuteiras e, tal como surfando numa onda de “hexapensamentos”, desengasgam os gritos de gols, há bom tempo, acumulados. Nesta semana decisiva, o Blogueiro acompanha atento aos embates que se desenrolam nas franjas do deserto, sofrendo e torcendo a espera de reviver grandes momentos de jornadas passadas. Simbora minha gente! Calcemos nossas chuteiras e juntos vamos ao Hexa! NOTA: Foto ilustração obtida no Google Imagens.

Lição para não Esquecer

Durante a semana passada acompanhei com interesse de quem viveu a historia, as manifestações que relembraram o golpe militar de 1964. Com um...