terça-feira, 17 de outubro de 2017

Futuro Social Incerto


Indiscutivelmente alguns episódios “artísticos” da semana que passou balançaram fortemente a sociedade brasileira com polêmicas diferentes das mais corriqueiras: refiro-me à exagerada exposição do chamado nu artístico no Museu de Arte Moderna – MAM, de São Paulo, e outra exposição no Centro Cultural Santander, em Porto Alegre. Na capital paulista, a título de arte e em meio a outras várias peças expostas, um homem despido posou para um numeroso público, chamando a óbvia atenção dos visitantes, particularmente, várias crianças e adolescentes. Mais do que isto, numa espécie de performance erótica, claro, crianças foram convidadas a tocar naquele desconhecido nu, levando a plateia e a sociedade a um debate caloroso e sem fim.
Eis a cena condenada pela sociedade de são juízo.
Até que ponto aquilo lá pode ser chamado de arte? Até que ponto aquilo lá não foi um estimulo à pedofilia? Difícil de responder, mesmo nos dias de hoje, quando tudo é permitido. Um formidável desafio para a sociedade que se julga prafrentex. Acho que este termo ainda existe... Até que ponto aquela garota que foi induzida, pela própria mãe, a tocar no corpo despido de um homem desconhecido, vai processar incólume essa experiência? Estaria ela preparada para essa exposição pública? Reagirá, mais adiante, a um eventual assédio real ou virtual? Certamente, são muitas perguntas sem resposta imediatas. Salvo para os formadores de opinião – artistas e intelectuais de esquerda, sobretudo – que pregam a todo custo a diversidade sexual, a desorganização da família e mundo livre e desbandeirado. Acredito que, nem todo mundo concordaria com esse tipo de participação de um filho ou filha. E que fique claro: há uma imensa diferença entre o nu do David de Michelangelo esculpido em carrara e o nu, de carne, osso e sangue nas veias, daquele velhote lá de São Paulo.
A verdade é que este tema exige rápida reflexão e deve ser bem pensado respeitando as opiniões da sociedade, da comunidade científica e das autoridades constituídas. Usar o argumento do controle da censura como justificativa pode ser uma opinião apressada. Aliás, apresso-me em afirmar que sou a favor da liberdade de expressão! Mas, com um senão: tudo neste mundo tem limites. Pratico e admito essa liberdade até que não venha ferir os bons costumes e a preservação da ética e da moral. Sei que muitos discordarão de mim. Mas, sei também que outros muitos concordarão.   
Nas minhas reflexões, antes desta postagem, procurei ver por um retrovisor e conclui que já se foi o tempo em que discutir sexo e liberdade sexual era um tabu. As nossas crianças desde muito cedo são estimuladas a pensar nessas coisas, ajudadas pela TV e pelas relações sociais mais abertas. As escolas mistas dos tempos de hoje já oferecem oportunidades fantásticas de abrir as mentes infantis para os relacionamentos homem x mulher, bem como outros arranjos menos tradicionais. Virgindade é coisa descartável facilmente. Outra coisa, meu Deus, criança alguma, hoje em dia, cai na velha historia da cegonha. Faz tempo... Soaria como piada! Ao invés disso, quando já sabe ler, lhe providencia um livrinho, de origem alemã e bem popular no mundo inteiro, denominado “De onde vêm os Bebês”. Que cegonha, que nada! Certíssimo! E inclusive causa alívio aos pais que têm dificuldades de responder perguntas difíceis de filhos mais perspicazes. Eu lembro meu tempo de criança, quando acreditava piamente nessa tosca historia, e minha mãe anunciava que o bebê ia chegar a qualquer momento, eu corria para o quintal ou para o jardim de casa para assistir a aterrissagem da dita cuja. Pode uma coisa dessas?
Ilustrações do livrinho alemão, traduzido no mundo inteiro.
 Outra coisa que me leva a condenar essa exposição do MAM de São Paulo é o fato de que uma garota pré-adolescente não precisa ser exposta a uma experiência estúpida como aquela, dado ao fato de que, certamente, ela deve estar familiarizada com um corpo de um homem despido ou semi-despido na convivência em família. Numa família bem estruturada – ou até menos do que isto – a nudez dos membros da família não obedece a rigores rigorosos. Não constitui nenhuma obscenidade. Qual filha ou filho menor nunca viu pai despido ou mãe despida? Muito difícil! Nada mais natural. E essas coisas ocorrem de modo tranquilo, sem subterfúgios ou traumas. Por que, então, obrigar uma garota desempenhar um papel tão agressivo como aquele lá em São Paulo? A título de arte? Tenha dó. Feriu a sociedade já tão aberta às mudanças do mundo de hoje com arranjos de famílias pouco ortodoxos, casamento homoafetivo, transexualidade, entre outros.
Bom lembrar, ainda, que esse episódio feriu frontalmente o que reza o Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como a legislação vigente a respeito da proteção ao menor em situação de risco. Essa mãe que estimulou a filhinha manipular o corpo de um ator repousando no tatame do MAM, certamente desconhecia tudo isto e merece ser chamada e enquadrada no rigor da Lei. A propósito, o Ministério Público de São Paulo, em boa hora, já instaurou um inquérito para responsabilizar os autores dessa “arte” e a própria direção do Museu.
É temeroso saber que essas iniciativas estão sendo tomadas em importantes capitais do país, a exemplo do Queermuseum de Porto Alegre. Ali, uma exposição na exploração do tema sexo, pedofilia e até zoofilia foi cancelada às pressas, dada à repercussão negativa que causou na sociedade local. As imagens expostas estavam abertas de modo livre, sem qualquer censura. Escolas levavam suas crianças para visitas guiadas. Imagine o que se passava pelas cabeças dessas crianças diante de imagens libidinosas e muitas vezes grotescas. O Centro Cultural Santander, onde ocorria a exposição teve que administrar apuros. Viu-se obrigado a pedir desculpas formais e, às pressas também, bolou um programa de apoio à criança em situação de risco. Já no Rio, a Prefeitura simplesmente vetou uma exposição, desse gênero. Ainda bem.
A pergunta final é: o que será dessa sociedade no futuro?
Nós temos responsabilidade com esse futuro. Estejamos de olho, para esse futuro incerto. 

NOTA: Imagens obtidas no Google Imagens 

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Mundo Cão

Fico sempre muito impressionado quando rolam essas noticias de franco-atiradores nos Estados Unidos, a exemplo do que ocorreu, no passado fim de semana, em Las Vegas. Tento entender o que passa pela cabeça de um individuo desses, sem jamais conseguir. Matar mais de cinquenta pessoas inocentemente assistindo a um show de festival de musica country. Inexplicável. Ou então, matar crianças indefesas numa escola pública, disparar uma metralhadora contra estudantes que circulam no largo de uma Universidade ou entrar numa sala de cinema matando, indistintamente, os espectadores, entre outras formas estúpidas. Como entender tanta brutalidade? Estima-se que, nos Estados Unidos, ocorrem 30.000 mortes/ano relacionadas ao uso de armas de fogo, incluindo esses casos de franco-atiradores.  As mesmas estimativas dão contas de que 65% dessas mortes são por suicídio, o que é um percentual expressivo. Desculpe não informar a fonte. Obtive os dados numa leitura ocasional, na Internet.
Imagem do horror em Las Vegas
No caso desses franco-atiradores a única explicação é a loucura. E pode ser mesmo porque, na maioria dos casos, os autores concluem suas chacinas suicidando-se. Matar, se matar e morrer virou coisa banal no mundo de hoje. Os motivos são dos mais diversos. E nem vou falar dos fanáticos terroristas mulçumanos. Em países como os Estados Unidos pode ser, também, a excessiva liberdade de portar arma de fogo e gozar da livre venda destas. É provável.
Como se livrar de uma calamidade dessas? Eis aí um colossal desafio para a sociedade moderna.
Acredito que na verdade o mundo anda cheio de pessoas infelizes e frustradas. Principalmente nas sociedades ditas mais avançadas. Estados Unidos, Suécia e Japão se destacam neste grupo. Acho que falta amor à vida e respeito ao ser humano. E isto é cada vez mais crescente. Infelizmente o mundo moderno cobra demasiado a cada individuo. Homens e mulheres sofrem de toda sorte de dissabores para conseguir realizar seus projetos pessoais e nem todo mundo está preparado para romper as barreiras que lhes são impostas. O acúmulo de responsabilidades do cidadão ou cidadã comum começa ainda na infância. Sem que percebam são tragados desde cedo pela roda viva do viver velozmente. Chega o dia em que a exaustão atinge limites insuportáveis e a pessoa se vê numa encruzilhada de destinos quase sempre muito mais exigentes e, então, desanima. Como consequência vem a depressão, a automarginalização, a falta de apoio de um(a) amigo(a), profissional de saúde ou da família – pouco acreditada ou pouco solidária nessas horas – o desejo de morrer, tendo que viver e enfrentar a luta, sem que disponha de ânimo. Com a vontade de morrer agudizando e sendo esta a única rota de fuga restante, decide cometer o desatino. Mas, como vingança e sinal de revolta resolve que não vai sozinho e decide levar outros juntos. Triste sina de quem estiver na mira desses tresloucados. Mundo cão. Curioso, depois, é ouvir dizer que esses assassinos são descritos como pessoas tranquilas, bem apessoadas, de bons costumes e tudo mais. E há sempre os que se surpreendem com essas atitudes extremas.
Agora já se começa a falar, nos Estados Unidos, sobre a proibição das vendas de armas com a liberdade hoje vigente. Presumo que o desafio será maior ainda. O norte-americano tem na sua formação cultural a ideia da defesa pessoal sempre alerta e isto passa pela necessidade de ter sempre uma arma de fogo à mão. A meninada já cresce com essa ideia incutida na mente e um dos melhores presentes que recebem são exatamente os revólveres ou metralhadoras de brinquedo.
Aqui no Brasil é um tema sempre em evidencia e polêmico. Liberar ou não? Eis a questão. Um plebiscito determinou que fosse proibido. Mas a sociedade anda dividida, em face da escalada da violência versus a falta de armamento para se defender. Na contramão, gangs de traficantes e marginais circulam livremente e sem porte de arma com verdadeiros arsenais, desafiando polícias, forças armadas e, naturalmente, a sociedade indefesa.
Quase concluindo esta postagem, rompe nos meios de comunicação a noticia da atitude insana do vigia de uma creche, em Janaúba, cidadezinha no Norte de Minas, que ateou fogo no estabelecimento, matando várias inocentes crianças e alguns adultos, além de deixar muitos feridos. O monstro terminou se matando com o corpo em chamas. Fala-se que foi uma ação premeditada de um desequilibrado mental que, irresponsavelmente, foi admitido pela administração da creche. É uma atitude dolorosa e avassaladora que choca o Brasil, neste fim de semana.
Pra onde vamos? O que fazer para escapar deste mundo cão?
Enterro coletivo em Janaúba. Cidade pequena em estado de choque.
Dez dias de luto oficial, decretado pelo Prefeito local.
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens

 

Insegurança nossa de Cada Dia

Pobreza, fome, analfabetismo, disparidades inter-regionais de renda, saúde publica falha, politica educacional também, governos míopes e som...