Quando o
orçamento familiar estoura o jeito que tem é cortar despesas apertando o
cinturão, diminuindo o consumo das despesas correntes (luz, água, telefone
etc.), cortar os supérfluos no supermercado, o almoço domingueiro fora de casa,
guardar o carro na garagem e usar o busão ou metrô e por aí vai...
A coisa
deveria funcionar do mesmo modo no setor Governo, sobretudo quando ele assume
que o orçamento público estourou. A ordem deveria ser a mesma que prevalece
numa familia. Mas, não é isto que está ocorrendo no Brasil da atual conjuntura.
O Governo mandou ao Congresso uma proposta orçamentária para 2016, com uma
previsão de déficit de R$ 30,5 Bilhões e confirmando que quer (ou tem que) gastar
mais do que prevê receber. Creio que seja uma coisa inédita neste Brasil do meu
Deus. Eu, pelo menos, nunca ouvi falar.
Sem querer
abdicar das regalias e gastanças corriqueiras, Dona Dilma e seus 39 ministros pretende
continuar esbanjando, embora a grana dos cofres públicos não suporte. Diante de
um despautério de tamanha grandeza e uma incompetência nunca vista na História
deste país, vai sobrar prá nós, pobres mortais contribuintes, porque é
aumentando impostos e cortando investimentos que ela vai tentar (eu disse
tentar) cobrir o rombo.
Reunida com
ministros da área econômica, a “Presidenta” bolou, esta semana, um pacote de
medidas para sanar a situação, que, segundo analistas econômicos não vai ajudar
muito. “Vai cobrir um santo, descobrindo outro”.
No âmbito do
pacote, algumas coisas chamam atenção: tira dinheiro do sistema S (Sebrae,
Sesi, Senar, Senai) para cobrir parte do déficit, prejudicando inclusive o
Pronatec, tão celebrado e decantado na campanha à presidência da Republica. Tira
verbas orçadas para o Minha casa, Minha vida e, para não parar o programa, vai
buscar recursos no FGTS. Prejudica o Programa de Exportações do Ministério do
Desenvolvimento com a redução do
Reintegra (crédito aos exportadores de manufaturas, por meio de devolução de
até 3% do faturamento, para descontos no PIS e Cofins) e, de quebra, traz de
volta a famigerada CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira)
abominada no passado e no presente. Isto sem falar nos cortes previstos para os
orçamentos dos ministérios básicos como Educação e Saúde. Para agitar mais,
desferiu na moçada da “infantaria” - funcionários públicos - um empurrão de
seis meses à frente para a correção dos salários. E aí eu pergunto: sobrou ou
não sobrou prá nós?
Feito isto,
noutra ação “faz de conta” promete, para a próxima semana, reduzir os ministérios
que na prática não servem para nada, salvo dar emprego aos parasitas asseclas
petrálias que perambulam na Esplanada dos Ministérios à cata de vaga no cabide
de empregos montado por esse governo tresloucado. Que falta farão ministérios
como o da Pesca, da Mulher ou o da Raça Negra? Já não têm verbas consideráveis
mesmo... Vai ser uma jogada política.
Resumo da
ópera: sacrificar, mais uma vez, o contribuinte espoliado e cansado de
trabalhar para pagar tributos absurdos, sem que haja retornos desejados e de
direito do cidadão.
Haja
emoções, a cada dia. E cada vez mais fortes.