terça-feira, 1 de agosto de 2023

A Nova onda Rosa

É um assunto que sequer devia ser trazido ao Blog do GB. Contudo, pode ser aproveitado para tecer considerações a respeito do poder do marketing universal. Começando pelo principio, recordo com certa saudade dos idos dos anos ‘80 do século passado, quando minha filha de tenra idade passou por uma “crise” de fixação na boneca Barbie e tudo quanto a esta se relacionava. Imagem, guarda-roupa, acessórios da moda, casinha da Barbie, filme, tudo em fim que a forte campanha da Mattel – fabricante de brinquedos – investiu mundo afora. O sucesso foi retumbante. A meninada da época deve estar lembrada que não apenas desfilava com sua bonequinha em punho, como buscava maneiras de se vestir à moda da Barbie. Festinhas de aniversário rolaram, à época, com o tema da famosa boneca. Recordo, inclusive, que viajei aos Estados Unidos e só fui “permitido retornar” (conforme exigência da minha filha) trazendo uma Barbie gringa estalando e, além dela, um exemplar do boneco companheiro Ken. Sem falar numa renovação de guarda-roupas up-to-date.
Eis que agora, não mais que de repente e, seguramente, para salvar a contabilidade da empresa produtora da Barbie e do Ken, a Mattel volta a investir pesado no seu plano de marketing visando ao resgate de um sucesso antigo e confiando nas na aprovação das novas gerações. O carro chefe da nova campanha é um filme longa metragem que estreou no Brasil poucos dias atrás e contaminou meio mundo. Para minha surpresa não apenas o público infantil, mas, também as mais dadas às vibrações saudosistas e que rodam na faixa entre 40 e 50 anos. Bom, o bicho pegou! As bilheterias dos cinemas não param de faturar alto e as festinhas, aos moldes de outrora, se multiplicam a cada dia. Nas lojas de brinquedos a Barbie deve pontificar. Flagrei minha consorte com duas para presentear. Entrementes, comecei a escutar criticas ao filme e... Conversa vai, conversa vem, descobri uma polarização de opiniões. Não assisti e nem pretendo cometer, com meus respeitos, essa façanha. Porém achei interessante algumas coisas que ouvi. Por um lado, vi dondocas aconselhando não levar as meninas à exibição da fita, visto que conselhos em meio ao enredo sugerem prejuízos aos bons costumes e à formação moral da garotada. Se bem entendi que a dupla Barbie e Ken resolveu mergulhar na real do mundo real. No site cinestera.com.br encontrei uma nota que afirma de modo divertido: “a personagem entra em crise existencial após começar a ter pensamentos sobre a morte. Depois disso, vem a celulite, o mau hálito e os calcanhares que agora tocam o chão. O único caminho para entender o que está acontecendo é visitar o mundo real, mas esse encontro pode trazer consequências inimagináveis”. Imagino que as dondocas que falei estejam querendo preservar a vida de fantasia que a Barbie original incutiu. Mas, será que estamos ainda em tempo de louvar o conservadorismo? Tenho dúvidas. Já o outro lado da polarização elogia os avanços que a Barbie de hoje – em visita o mundo real – critica o machismo, a rigidez sobre padrão de beleza feminina, ao preconceito de cor, o desrespeito aos idosos, entre outros perrengues humanos. A propósito , comenta-se muito uma cena, tida como emocionante, em que Barbie vivendo no mundo real e aprendendo sobre as emoções observando pessoas, chega a um ponto de ônibus, olha para um lado e dá de cara com uma sorridente Senhora de idade avançada e a elogia. Imagino o quanto deve ser engraçado o desenrolar desse filme com uma boneca, tipo Barbie, mergulhando no mundo real e descobrindo todo tipo de emoção, comportamento e trejeitos humanos. Deve ficar surpresa com as formas diversas de corpos: jovens, idosos, infantis, magros, gordos, obesos, altos e baixos. Pode inclusive se achar estranha com a plástica que exibe. Um jornal britânico classificou o filme como ultradivertido. Acredito. Pensando bem, já passei do limite que estabeleci para mim, sobre o assunto. E nem vi o filme. Minha ideia foi tão somente chamar atenção ao poder do marketing na vida moderna. É avassalador. Divertido para mim foi ser convidado para uma Festa da Barbie. Aceitei o convite. Fui com o intuito de encontrar amigos e bebericar numa noite de sexta-feira. Cheguei com roupa comum sem qualquer toque róseo. Mas, para minha surpresa, encontrei amigos vestindo camisas de cor rosa. É ou não é uma onda? Chega! Boa onda para quem gosta. Quanto às minhas observações ao conteúdo do filme, corrija-me quem assim desejar. Estou aberto às criticas.Sem esquecer que estou, de algum modo, tambem contribuindo com a Mattel e à comercialização do filme. NOTA: Foto ilustração obtida no Google Imagns.

6 comentários:

Vanja Nunes disse...

Concordo totalmente com vc
E como só tive meninos não vivi essa fase rosa na minha vida
E o filme tem censura de 12 anos mas a minha neta entrou sem problemas , se entendeu ? Não sei ? Rsrsrs
Mas achou o máximo !!

Francisco Brito disse...

De fato, o filme é adulto juvenil, não cabe crianças o verem.
Um Ken viadão, uma Bárbie em crise a ponto de se drogar ao ver a realidade, a critica a padrões, etc.
Uma visão real de quem vive na fantasia e cai no mundo real.
Pq tirar de crianças o sonho de mundo Barbie?
Minha sobrinha de 9 anos, querendo ir ao filme, falei:
A barbir sai do mundo dela, o Ken(namorado e eterno amor dela) vai atras, ele é gayzão, ela se droga, entra em parafuso"
E a criança sobrinha me falou:
"Poxa tio, acabasse com meu sonho".
Na verdade, os produtores mataram a Barbie no meio infantil e entre seus fãs, que a amavam como foi à época deles.

José Paulo Cavalcanti disse...

O mestre Girley especialista em Barbie, quem diria. Abraços.

Ricardo Rego Barros disse...

Olá amigo Gilbey, sempre um assunto bem atual. Não sou muito de curtir filmes infantis, mas esse também não o é, o limite de idade é a partir de 12 anos (no Brasi), embora as crianças acompanhadas de um "responsável" consiga entrar, como adulto e preocupado com aqueles pequenos do nosso clã, graças aos Internautas e as facilidades da mesma Internet consegui assistir na "TV", uma gravação de celular da íntegra do "filme", ao meu ver, a Mattel foi a segunda que mais perdeu, pois para os pais que ainda tem alguma preocupação com a cabecinha de seus filhos, sobrinhos e netos, não vão colocar eles nessa onda contra a evolução psicosocial natural na cabeça de seus jovens, pois na minha juventude e ainda hoje, tenho muitos amigos independente de cor, classe social, opção sexual, a humanidade é repleta de diversidade, e isso, desde da criação do mundo, como diria um grande homem chamado Clodovil, isso é coisa de quem não se aceita e quer culpar outros por isso, é como tirar do lugar o eixo da terra, vai dar errado, forte abraço.

Ina Melo disse...

Bom dia amigo! Confesso que as minhas filhas (2) tiveram as bonecas Susie(lembras), além da Wanderleia! Karla a mais levada vez por outra, afogava-as num tonel que tínhamos no quintal. Quando descobríamos, lá ia eu vestir as meninas🤣🤣🤣🤣da Barbie não tenho lembranças e nem sabia que ela teve um marido! Vim descobrir agora, pois a minha primeira nora, fará 50 anos e a filha dela vai lhe oferecer uma festa com a temática Barbie! Só vim a saber do Ken, ao encomendar as camisas das bisnetas, pois pensava que o meu Benício ia de rosa. Mas a minha neta de 30 anos, feminista e descolada, me mandou assistir ao filme, pois a mensagem principal dele é o empoderamento da Barbie, como símbolo da mulher!

Jocildo Bezerra disse...

Girley, na próxima festa da Barbie que for convidado, vá a caráter para não destoar dos amigos. Pode parecer arcaico!

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