sexta-feira, 26 de julho de 2019

A Bola da Vez

Tenho acompanhado de modo parco, nestes últimos seis meses, os acontecimentos político-econômicos do país, sempre alimentando esperanças nas mudanças prometidas pelo novo Presidente. Naturalmente que não me deixei envolver por qualquer véu de ingenuidade ao ponto de imaginar que, como num passo de mágica, tudo seria transformado da noite para o dia e navegaríamos num mar de rosas. Longe de mim. Não tenho mais idade para isto.
Mas, lembro que tive oportunidade, durante a campanha presidencial, de manifestar neste espaço meu desejo de mudança, acreditando, inclusive, que numa genuína democracia a alternância do poder é deveras salutar. Para o caso brasileiro, então, a mudança se fazia extremamente necessária, dadas às condições caóticas reinantes nos quadros econômico, político e moral. O país estava mergulhado (e de certo modo continua) numa crise devastadora e sem perspectivas animadoras.  Resumindo confesso que, por pior que fosse a alternativa de mudança restante, no embate final, esta seria a minha escolha na urna eleitoral. Questão de princípios e de crença com vistas a um futuro melhor. Ou seja, votei no Capitão no segundo turno. E, não me arrependo. 
Agora, com o hoje que vivemos, tenho me entusiasmado com os rumos que a Economia começa a trilhar. Bolsa subindo e passando dos cem mil pontos, câmbio tendendo a um nível tolerável, juros com perspectivas de queda, empregos reaparecendo lentamente (noticias desta semana dão contas de que 408 Mil empregos formais foram criados neste primeiro semestre de 2019, maior saldo em 5 anos) e o ânimo geral melhorando. Claro que os opositores, e a maioria da mídia "desmamada", não enxergam essas boas novas e saem pra avenida com campanhas inúteis e anacrônicas. Perderam a noção das coisas e esquecem da oportunidade que jogaram na lata do lixo. Enfim, tudo leva a crer que, se deixarem o Guedes trabalhar, o trem volta aos trilhos. Reformas já começam a tomar forma, as contas públicas estão sendo revistas e monitoradas, uma próxima reforma poderá reduzir a carga tributária e proporcionar a volta dos investimentos e, mais adiante, a Reforma Político-administrativa, considerada pelo experiente Marco Maciel, há mais de 30 anos, como a mais importante. Esta certamente poderá dar uma boa arredondada e acabar com a bagunça instaurada em tantos anos de República. Será a cereja no bolo das reformas da Era Bolsonaro. Este país tem que sair do atoleiro que os anteriores governantes deixaram e voltar a ser o país do futuro. 
Mas, tem uma coisa: não gosto nada desse estilo excessivamente “descontraído” do Capitão, que termina lhe comprometendo em diferentes setores da Nação. Estilo e decoro são coisas exigidas para quem senta na cadeira de Presidente. Faz parte do jogo politico correto. Mesmo percebendo que ele haja delegado de “mão-beijada” a condução da máquina político-administrativa da Republica aos seus auxiliares diretos é de se esperar que ele não esqueça que existe um ritual a ser obedecido. Sem atenção às normas e regras de praxe, resulta nessas confusões planaltinas que assistimos semanalmente. Certas vezes, fico pensando que as coisas não acontecem por acaso e questiono cá comigo: será que existe mesmo – como alguns acreditam – uma estratégia de comunicação assim planejada? Aí complica. Difícil de entender. 
De uma coisa estou convencido: não tem sido nada salutar esta série de despautérios que nosso Presidente debulha em público. Agreguem-se a isto os disparates dos filhos, inclusive nos cyber espaços e plenárias legislativas, contribuindo ainda mais para embolar a cena principal.
É bom lembrar que a PresidentA que tivemos no passado recente tinha lá seus rompantes e seus disparates que viraram folclore e não proporcionaram boas serventias à Nação. Pelo contrário. O resultado deu no que deu. O Lula teve também seus momentos de "descontração" e caiu na gozação coletiva da Nação. Estadistas, que seria bom, são raros. 
Falta neste momento ao nosso atual Presidente um comedimento, digamos, presidencial. Carece de alguém da sua real confiança que consiga assessorá-lo com competência, assim como  a própria percepção de que na onda que ele surfa, corre o risco da prancha desatar do tornozelo a toda hora.
Chamar os nordestinos de “paraíbas” é coisa bem popular no meio carioca de onde ele vem. Mas, tudo indica que ele saiu do ambiente preconceituoso do Rio de Janeiro, mas o ambiente preconceituoso não saiu da cabeça dele. Uma falha lamentável.
Bancando um paraíba. Querendo agradar dando uma de cabra da peste dos bom.
Outra coisa é asseverar que no Brasil ninguém morre de fome. É grande desconhecimento dos fatos reais. 
E, por fim, subestimar a devastação da floresta Amazônica é outra lástima. Imagino, aliás, que desconheça de muitas outras realidades.
Presidente, a maioria dos brasileiros confia no “taco de ouro” que lhe conferiu. Acerte na bola da vez, Excelência. Vamos ganhar este jogo.       

NOTA: Foto obtida no Google Imagens 
   

12 comentários:

José Paulo Cavalcanti disse...

Vamos, amigo. Deus te ouça. Abraços.

Antônio Carlos Neves disse...

Muito bom primo e Marcos Maciel doente e esquecido tanto pelo povo como pelos políticos infelizmente os partidos de esquerda fazem de tudo para atrapalhar totalmente sem noção prejudicado os mais necessitados e o Brasil

João Paulo Allain Teixeira disse...

Esse presidente não manda em nada. Está aí pra distrair a opinião pública com as maluquices de todo dia. Se “a economia vai bem”, não é por causa do governo, que até agora nada fez. Os números da economia decorrem muito mais de um esforço estritamente parlamentar do que desse palhaço aí. Diria mesmo que a reforma da previdência foi aprovada APESAR de Bolsonaro. Aliás, o próprio Paulo Guedes é um destemperado que perdeu seu modelo de reforma e teve que aguentar caladinho o que Rodrigo Maia quis aprovar. Agora quero ver: bolsa alta, dólar baixo, vamos começar a gerar empregos, ou a grana que sobra vai engordar especulação dos rentistas? Como eu digo sempre, é legítimo ser antipetista, odiar Lula, etc, mas cegar para os descaminhos que o Brasil tem adotado, não me parece nada prudente. Quero ver até quando o Mercado vai continuar abraçada ao fascismo no Brasil. O custo político, econômico e social para o futuro, pode esperar, vai ser altíssimo.

Leonardo disse...

Curto e direto ao pto, como todo bom brasileiro nordestino !

Antônio José de Melo disse...

Bom dia Girley!
É preciso ser diferente, isento de padrões convencionais para encarar os desmandos de um país desgovernado da forma que o capitão pegou. Ademais há uma máquina silenciosa trabalhando contra a nação. Percalços fazem parte desse contexto. Para lidar com a atual situação e refazer o país, o dirigente teria que ter o padrão Bolsonaro. Com o destrave da Previdência, (Mesmo com a reforma delapidada), o governo sai mais fortalecido, outras reformas virão, daí o capitão será aclamado com os resultados, coisa que forças escusas não querem ver.

Ricardo Rego Barros disse...

Parabéns, não sei como, mas escreveu meus pensamentos. Rsrs
Lamentável foi comentário do JPAT que se ateve em agredir e não esboçou uma alternativa plausível.

Susana Gonzales disse...

La imagen q el Brasil tiene en el extranjero no es exactamente lo q describes. Un país sin rumbo, con un presidente títere. Empobreciendo a su pueblo, haciéndolo más desigual y acabando con la riqueza más importante no solo de Brasil, sino del continente. En este momento son los puntos más importantes para la humanidad, el cuidado del medio ambiente y la igualdad entre los hombres, el calentamiento y el racismo son los peligros más grandes q hoy por hoy tenemos en este mundo.

Girley Brazileiro disse...

Susana Gonzales, eu não disse que o Brasil estava sem rumo. Aliás, disse exatamente o contrário. Apesar das “descontrações”’ e falta de postura presidencial do Bolsonaro, o país está com rumo certo, isto é, rumo das reformas necessárias que os anteriores não tiveram coragem de fazer. Não queriam perder as eleições seguintes e consequentemente o poder. Estamos indo muito bem.

Diogenes Andrade disse...

Conversa comprida amigo Girley. Estou começando a achar que é estratégica. Desviar a atenção enquanto vai trabalhando na surdina. Sei não 🤔🤔🤔🤔

Fernanda Nicéas disse...

Lí e como sempre, gostei muito. Você é coerente e sensato no que diz.

Maria Zuleide disse...

Concordo com José Paulo. " Deus te proteja " , acrescento a nós também ! Está difícil....

Geraldo Magela disse...

Uma análise abrangente e concistente do momento que o Brasil está passando. Sou otimista por natureza. Por isso, estou de acordo este texto,feito por que de fato conhece os problemas: políticos; socioeconômico; ecológico etc. Parabéns.

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