sábado, 2 de fevereiro de 2008

TRANSPORTE FERROVIÁRIO PARA O BRASIL MODERNO

A Newsletter da Revista Conexão Marítima, deste 1º. de fevereiro, trás uma manchete interessante: “Brasil passa a ser pólo mundial de fabricação de locomotivas GE”. Ora, vivas! É mais um motivo para pular no carnaval que começa hoje.

A gigantesca General Eletric passará a produzir locomotivas de grande porte no Brasil, para vendas nos mercados interno e da América Latina. A produção será na fábrica já existente no município de Contagem (MG), que está sendo modernizada, treinando a mão de obra especializada e implantando um Centro de Excelência de Engenharia, para dar suporte à nova produção.

Segundo a News, essa unidade de Contagem já produziu, em 2007, 30 locomotivas, parte delas exportadas para África do Sul, Colômbia e Jordânia.

Vi na mesma matéria que o Presidente da Empresa, para a América Latina, Marcelo Mosci, afirma que, “A grande vocação do País na área de infra-estrutura traz vantagens sólidas e sustentáveis de competitividade neste setor. Além disso, a abundância de recursos de engenharia de boa qualidade e a escala do volume de trabalho justificam a ampliação da produção no Brasil”. Já foram investidos US$ 100,0 milhões. A GE tem duas outras plantas no Brasil, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. Tem 7 mil empregados no país.

Que a GE oferte as locomotivas, porque os vagões são produzidos em larga escala, no Brasil por Iochpe-Maxion, Randon, Usiminas Mecânica, entre outras.

A leitura que faço, da declaração de Mosci, é que pode estar se abrindo espaço para uma solução moderna de transporte de mercadorias e de pessoas neste país, com o modal ferroviário. Tomara que eu esteja certo.

Nunca entendi como um país de dimensões continentais, como é o Brasil, abdicou do modal ferroviário de forma tão radical. Muito mais econômico e de manutenção mais barata, a ferrovia perdeu espaço, a partir do momento em que, no Governo JK, foi priorizado o transporte rodoviário, no intuito de desenvolver a indústria automotiva nacional, conforme o Plano de Metas de Juscelino. Fez sentido. Mas, fez sentido há quase 50 anos. Agora, a coisa pode ser outra.

Este é um país onde o transporte ferroviário cai como uma luva. Não se admite que, em matéria de deslocamento de pessoas, já não se tenha um trem digno e moderno para ligar as maiores cidades brasileiras, como acontece em muitos países desenvolvidos ou não. Vez por outra se fala num para o eixo Rio-S. Paulo. Papo furado.

Fico imaginando como seria interessante se tivéssemos um trem tipo o bala japonês, ou similar aos que correm nos trilhos da Europa. Recife – Salvador, por exemplo, em 4 horas. E com mais 5 ou 6 horas poderíamos alcançar o Rio de Janeiro. Para as capitais mais próximas seria um salto. Tudo aliado ao conforto peculiar desses trens, que se assemelham aos modernos aviões, com a vantagem, porém, de levar 10 vezes mais o número de passageiros de um avião padrão, permanecer no solo, ter poltronas amplas e confortáveis, permitir ao usuário repousar, dormir, fazer boas refeições, trabalhar, falar ao celular sem restrições, entre outras.

Mas, deixando de lado a questão do transporte de passageiros, que não passa, ainda, de um sonho, o que se pode destacar é que a grande vantagem estará no transporte de mercadorias. E para isto nem precisa de trem bala. Um trem convencional, mais atualizado, já seria bastante. E, agora, já penso na Transnordestina.

Oxalá que meus netos gozem dessas vantagens primeiro-mundista para as quais as autoridades brasileiras, até agora, só têm sabido dar as costas.
Nota: Fotos de um trem de alta velocidade (trem bala) externa e internamente obtidas no Google Imagens.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo Girley!

Excelente suas observações sobre o transporte ferroviário para o Brasil.

É realmente triste assistirmos a tanto desperdício de recursos e a ínumeras mortes nas rodovias, em estradas mal conservadas... quando todo o mundo já comprovou a eficácia das ferrovias.

PARABÉNS!

Um forte abraço.


Juarêz Tonietto
Caxias do Sul - RS

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