sábado, 18 de abril de 2020

Lições da Pandemia

A aguda crise da Pandemia que assola o Planeta tem sido tratada de modos distintos de país a país e em diferentes regiões. O Coronavírus ou Covid-19, como queira chamar, não pede licença para entrar e não respeita fronteiras, raças ou culturas. Praticamente, nivelou por baixo toda a humanidade. Sem dó e sem limite. Contudo, a depender de cada localidade e respectivo ambiente sócio-político, a atual administração da saúde pública tem sido o desafio maior de todo e qualquer governante.  
Antes de redigir este post tive a curiosidade de procurar ver notícias veiculadas por mídias de outros países, tentando avaliar o clima reinante no meio do mundo. Não pretendo fazer qualquer referencia pontual. Além do mais afirmar que não fiz avaliações profundas, até por não ser especialista no assunto. Contudo, pude perceber climas de união entre as várias classes sociais, por pais, no sentido de tornar a situação mais amena e definir caminhos para atravessar a crise ao modo de proteger suas sociedades. Tem custado muito caro e muitos não sabem como segurar suas contas. Faltam recursos infra e dinheiro, naturalmente. Mas, na maioria há um consenso que trata da salvação.
Ao contrário disto e motivo das reflexões que faço agora, voltei-me a analisar a situação vexatória que se desenvolve aqui no Brasil. Parece coisa de loucos, numa ocasião tão critica como a que vivemos quando o que mais importa é a saúde pública e as ações que levem ao conforto e segurança da população. Mas não! Não é nada disto que vemos entre nós brasileiros. A crise caiu no insensato precipício da politicagem barata que tomou conta do país nesses últimos anos e infectou todas as correntes político-partidárias, que pugnam por negar um acordo nacional pela luta contra um inimigo comum a todos e, o pior de tudo, desconhecido. No recesso da quarentena e com o espirito intranquilo vejo com perplexidade o violento processo de destruição do já esgarçado tecido social nacional. É inconcebível a falta de consenso politico neste país. O povo não tem a menor importância nas cabeças dos lideres nacionais. Nada republicano. Destaque-se, aliás, ser um conceito pouco entendido pela maioria. Chega ser assustador e inverossímil. A Classe política vem-se portando irresponsavelmente ao travar uma luta titânica com visíveis traços pela busca de resultados favoráveis nos próximos pleitos eleitorais. Até aqueles mais distantes. Ou seja, estão se valendo da fragilidade nacional imposta pelo Coranavírus para armar palanques eleitorais e alcançarem  ou manter o poder. Que vergonha!    

Deus é brasileiro?

Bom, para que ninguém venha dizer que sou cego, lembro e admito que por mais intempestivo que seja o nosso Presidente, Bolsonaro, não se admite que haja uma contenda tão estúpida e vexatória como a que vivemos. E o povo, onde fica?
Tudo isto, aliás, fruto do despreparo social e político que reina neste país. Faltam educação e ética coletiva, assim como orientação política de uma gente que, desgraçadamente, vota nos candidatos errados ou naqueles que paguem mais pelo voto que promete depositar na urna eleitoral.
Uma crise como a atual, relativamente inédita pela natureza que imprime, joga luzes nesses aspectos dolorosos que abate uma Nação com tantas potencialidades, apesar da sua dimensão continental e de diferenças abissais.
A verdade que temos hoje é que, embora muitos neguem, vamos sair dessa histórica pandemia com formidáveis lições para serem lembradas no futuro. Resta saber, destarte, se nossas lideranças vão ter tempo para dar um BASTA aos vergonhosos embates, anotarem direitinho onde e quais erros cometeram, desenhando em seguida uma rota mais digna para o Brasil. É um desafio imperativo.
Ouço dizer popularmente que Deus é brasileiro... Assim sendo, peço que Ele nos proteja.      

NOTA: Charge de Guicervera, obtida no Google Imagens.

10 comentários:

Jocildo Bezerra disse...

Muito bom, amigo.

José Paulo Cavalcanti disse...

Só não vi cacete em Rodrigo Maia, Imperador do Brasil. Viva Girley. Abraços.

Girley Brazileiro disse...

Minha intenção não foi baixar cacete em A ou B. Fiz uma crítica generalizando a situação.

Leonardo Sampaio disse...

Sou fã de acompanhamento do seu blog e divulgação de suas excelentes postagens, mano Girley !
Renovados parabéns e abração p todos familiares.

Maria Zuleide disse...

Corretíssimo , mais uma vez um ótimo texto. Abraço

Antônio Carlos Neves disse...

Muito bom.

Newton de Melo disse...

Muito bom seu texto no post, Girley! A classe política é decepcionantemente facciosa. A ela não interessa o que seria o melhor para a população. Seu único interesse é destruir seus adversários valendo qualquer coisa nessa luta, inclusive golpes baixos como afirmações inverídicas e coisas similares! Que vergonha! A própria imprensa não se mantém equilibrada nesse embate. Para um lado, todas as críticas do mundo e para outro só posições laudatórias. Esquecem-se que o real inimigo que estamos enfrentando chama-se coronavírus. A imprensa comporta-se como se fizesse parte de hordas de irracionais torcidas de futebol. É claro que você pode incluir meu pequeno comentário como repercussão de seu post. Agradeço e me sinto honrado. Abraços.

Girley Brazileiro disse...

Amigos, por oportuno e na mesma linha da preocupação do Blog do GB, transcrevo, com a devida permissão do autor, a opinião abalizada do amigo empresário paulista Newton de Melo (MELFABER), ex-presidente da ABIMAQ (Assoc. Brasileira dos Fabricantes de Máquinas e Equipamentos) e integrante da diretoria da FIESP:

Tomo a liberdade de externar minha opinião quanto à difícil decisão do prolongamento da reclusão ou a antecipada volta à atividade econômica frente a esta inédita crise do COVID-19.
Há a se considerar a diferença entre as ciências físico-químico-biológicas e as ciências humanas. Nestas últimas não existem verdades ou afirmações categóricas. O que ocorre com a posição de Bolsonaro, e veja que a posição de Trump coincide com a dele, de defesa da atividade econômica, é que não é possível se extrair uma verdade cristalina quando se confrontam opiniões baseadas numa ciência natural, no caso a Biologia, com opiniões baseadas numa ciência humana, no caso a Economia! No meu modesto parecer, ambas posições são corretas, apesar de irreconciliáveis. Daí talvez seja necessário recorrer algo que não seja nem Ciência Natural, como a Biologia, nem Ciência Humana, como a Economia. E o que seria isso? Seria uma Arte, no caso a Arte de Governar. Dos luminares dessa Arte de Governar nos vem à mente sempre o florentino Maquiavel! E que figura este! Distante da Ética, mas apesar disso, com resultados finais positivos para a média do povo da Toscana. Que sorte extra-ética teve o Duque Lourenço, o Magnífico, de ter um assessor político do calibre de um Maquiavel! Uma figura nacional que me lembra ele foi talvez a do Assis Chateubriand! Mas voltando ao nosso interessante tema de como conciliar a Biologia com a Economia, só nos resta dizer, não há como! Um piloto de um avião em meio a uma tempestade equilibra-se entre a leitura dos instrumentos e seu instinto de sobrevivência na condução do manche e dos pedais. O ferreiro artista do passado dava uma martelada no cravo e outra na ferradura! Talvez esteja aí uma pista!

Ina Melo disse...

Bom domingo amigo! Como sempre as tuas palavras sensatas nos oferecem um fio de esperança, mas confesso. Cada dia me decepciono mais com o Brasil e seu povo!

Unknown disse...

Muito bom o que você expôs ,espero que o nosso Presidente não vá mexer no Ministério da Justiça tão bem comandado pelo excelente Ministro Sérgio Moro que o conduz tão bem .

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