sábado, 25 de abril de 2020

Mostrando sua Cara

O deprimente espetáculo politico protagonizado, ontem (24/04/2020), pelos “ilustres” ex-Ministro de Estado da Justiça e Segurança, Sergio Moro, e o Presidente da República, Jair Bolsonaro, foi o retrato vivo do que é a República Federativa do Brasil. O país arredondou, para a Comunidade Internacional, a sua verdadeira cara, matando de inveja muitas republiquetas espalhadas pelo planeta.

Com imensa perplexidade o povo brasileiro viu – a cores e ao vivo – um deprimente episódio da maior “lavação de roupas sujas” da história recente do país. Foram momentos de demonstrações impiedosas de inflados egos dos dois personagens que, acintosamente, esqueceram a Nação e o povo com os quais se comprometeram em garantir lealdade, segurança e defesa. Desenvolveram longas conversas para, no final, anunciaram suas simples decisões. Pelo que me consta, nomear e demitir um auxiliar, independendo do nível que atue na administração do Estado, não deve se constituir num motivo capaz de abalar as estruturas politicas. Mas, abalou. Esta é a verdade. E, nesse caso específico, deveras  inoportuna diante da crise de saúde pública que sufoca os brasileiros. A pandemia do Covid-19 é real e tangível. Deprimente para quem se diz patriota, muito embora haja sido uma lição de Democracia a mais. Aprendizado doloroso tem sido este nosso. Mas, que seja valorizada. Espero que seja página virada. 
O episódio de ontem, contudo, poderia não ser surpreendente, haja vista para uma simples espiada num retrovisor, quando se visualiza, nitidamente, uma contínua série de trapalhadas politicas, protagonizadas por falsos líderes eleitos e inabilitados para os cargos. Diga-se, inclusive, que em todas as dimensões geopolíticas. Aos trancos e barrancos, tivemos, na Presidência da República, um mal sucedido caçador de marajás, um sindicalista metalúrgico alumbrado com o ritual e as etiquetas do cargo, além de ser louco por dinheiro e, para completar, uma falsa intelectual, despreparada para presidir até mesmo um condomínio residencial. Resultado: dois impedidos das funções e um condenado às grades por roubos qualificados aos cofres públicos. "Belos" exemplos de mandatários!
Mas, como se fosse pouco e fruto  indiscutível das inconsequências gestões anteriores, um novo “salvador da pátria” desponta no perplexo horizonte nacional e ganha embalagem para subir a rampa. Está lá! Mas, ao contrário do alumbrado, não está sabendo lidar com os rituais e etiquetas exigidas pelo cargo e não cansa de aprontar descaminhos políticos, para desespero dos seus eleitores e auxiliares. Confesso que, sem outra opção, votei nele. Agradecido, inclusive pelo grande bem que prestou ao país ao banir os petistas desastrados das posições chaves da República. Ainda alimento esperanças e torço para que se aprume. É um desafio colossal. Precisamos de seriedade e ele se diz sério. Terá tempo para provar. Aguardemos.    
Abre os olhos Brasil! Tenta mostrar uma cara mais digna.

Nota: A ilustração foi obtida no Google Imagens e remete à famosa composição musical de Cazuza

15 comentários:

Patricia Correia disse...

Muito bom! Mas, eu mostro a minha.

Patricia Correia disse...

Espero que toda essa sujeira pelo menos tire do poder este vírus que vcs elegeram.

Glay Brasileiro disse...

Parabéns Girley! Perfeito

Claudio Targino disse...

Com relação ao Moro, não vou negar que logo que estourou a bomba da demissão dele eu fiquei decepcionada com o presidente, pq achava que tinha sido ele o responsável pela saída do Ministro. Depois a gente vai conhecendo melhor os fatos, obtendo informações daqui e dali e as coisas vão fazendo sentido. As informações vão se cruzando e a verdade naturalmente vai vindo à tona. Hj depois de ler, ouvir e analisar muitos depoimentos e opiniões, acredito que já formei meu juízo de valor sobre o Moro.
Para começar, acho que ele não foi só “burro” por ter abandonado 22 anos de uma sólida carreira na magistratura, colocando em xeque todo o excelente currículo e conceito que desfrutava no Brasil e no exterior. “Existe algo mais de podre no reino da Dinamarca”.
Sim, devia haver algum propósito escuso por trás de uma atitude tão radical. Pq com a mesma impulsividade que agiu agora ao pedir demissão num momento tão inoportuno, saiu atirando contra Bolsonaro durante seu pronunciamento de despedida. Ele não se importou nem com as terríveis consequências que isso teria para ele mesmo e para o Brasil. Foi muito estranho que na maior encruzilhada da sua vida, ele não titubeasse em escolher entre o “certo e o duvidoso”, preferindo ficar com o último. O prêmio estimado devia ser muito compensador para ele ter se comportado como um jogador viciado que decide apostar todas as suas fichas num número só! Foi imprudente e ganancioso. Não lhe bastavam suas conquistas anteriores, sua brilhante carreira, títulos, honrarias e nem seu excelente currículo. Ele queria mais pq deveria ter planos maiores. Ao ser nomeado ministro, almejava usar o cargo como trampolim para se habilitar a uma vaga no STF e trabalhar no sentido de atingir esse objetivo maior. Não deu. Bolsonaro cortou suas asas, enquadrou-o fora dos holofotes e acabou com os planos de ser o super ministro que imaginou antes de ocupar a tão sonhada cadeira no STF. Perdeu tudo e agora está sem foro privilegiado, indo responder processo na mesma instituição onde um dia sonhou ocupar a cadeira de ministro. Está com menos apoiadores e desprestigiado pelos que antes o bajulavam. A ganância é um veneno. Lamento por ele que teve um papel tão importante e decisivo para o Brasil na Lava Jato. Mas “nem tudo que reluz é ouro”. Cada um é responsável por suas escolhas e decisões. No mais, “rei morto, rei posto”. É triste, mas a humanidade é assim mesmo...

J.Artur disse...

Sinto-me incapaz de comentar. Resta aplaudir, com palmas, a um texto magnífico pela objetividade. Parabéns.

Ataliba Gonçalves disse...

Desculpe grande amigo. Não estou conseguindo conviver com episódios deprimentes, mau cheiro, joguinhos do poder, etc. Aliás, já tenho inúmeras informações que me permitem avaliar e gerar meu próprio juízo e me dou a liberdade, nos meus avançados anos de curtir e conviver com algo mais ameno, agradável e menos mal cheirosos, como esses que tratam do lixo político. Evidente que nada tem a ver com o Blog, sempre muito rico e esclaceredor, mas sim com a temática com viés político que já está a me dar náuseas. Abraço

Claudio Targino disse...

Viremos a página e vamos ter fé.
Muito já foi mudado.
Só o fato de que a roubalheira acabou (quase) ja me conforta.
“Quase” porque os 27 paises que compõem o Brasil ainda tem governadores, prefeitos, políticos desonestos.

José Artur Paes disse...

Seu senso crítico nos prestigia com mais uma análise objetiva dessa *pandemia política* . Intrigas entre quem deveria estar escrevendo uma nobre história de Cabrália. Parabéns Girley.
J. Artur

Cristina Carvalho disse...

Vamos esperar pra ver o desfecho dessa confusão em que se mistura traição premeditada do Sergio Moro ao Bolsonaro. Podia ter saído de forma elegante e não pela porta dos fundos, espalhando lixo.

Ramilson Rodrigues disse...

Espetaculo lamentavel. Isto e um desgoverno esquizofrenico.

Ataliba Gonçalves disse...

Abraço. Como disse e repito, seu Blog é extremamente construtivo e interessante. Gosto de visitá-lo.

Ana Inês Pina disse...

Votei, mas nunca acreditei no JB. Mta decepção com a condução do cargo. Gde abraço.

Severino Luís de Araujo disse...

Muito boa esta edição. Parabéns meu amigo. Recomendações à família🙏🏻❤️🙏🏻

Susana González disse...

Perdóname pero no son los políticos los culpables, aquí solo se muestra la ambición de clases altas sobre las bajas. Cuando eligieron a estos últimos solo pensaron en acabar con los privilegios q les habían otorgado a los más necesitados y esto ha sido el resultado de esas decisiones. Acepten q se equivocaron!

Edson Junqueira disse...

Bom dia Girley, acabei de ler sua postagem de 25/4. Muito bem colocada, de forma direta e objetiva, sempre também de uma firma poética . Parabéns

Haja Cravos

Neste recente 25 de abril lembrei-me demais das minhas andanças em Portugal. Recordo da minha primeira visita, no longínquo verão de 1969, ...