sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Polarização Nociva

O tempo passa rápido e estamos às vésperas do, já considerado, mais importante pleito eleitoral dos últimos tempos no Brasil. A Nação enfrenta o desafio de escolher um nome para assumir o seu comando maior e, pelo visto, não há mais tempo ou interesse de avaliar currículo politico, proposta que apresente ou, mesmo, o fato de ter uma ficha limpa ou suja. O jogo agora atingiu uma temperatura estressante e o que se vê é uma nociva polarização entre esquerda e direita, representadas pelos candidatos mais bem situados nas pesquisas de opinião promovidas pelos Institutos de plantão. Pelas forças de direita é Jair Bolsonaro e pelos esquerdistas o substituto de Lula, Fernando Haddad. Segundo o especialista Bernhard Leubolt, a polarização politica é fruto de uma campanha eleitoral acirrada e de resultado apertado.

Esta extrema situação não é a desejável para o Brasil de hoje. Na realidade é o que menos desejamos. Depois de tantos tropeços socioeconômicos e tantas imoralidades politicas, dos últimos dez anos, o melhor seria uma união de esforços inteligentes e capazes de tirar o país do “buraco” profundo no qual foi metido. Falta um patrocinador para compor uma coalizão politica pró-Brasil, infelizmente pouco provável no ambiente tão conturbado e tão pleno de comoções coletivas.
A situação preocupante vem sendo analisado por cabeças pensantes e experientes que se apressam em manifestar, publicamente e em grupos republicanos, o risco que vem se desenhando no porvir da vida brasileira.
Nesta semana que se finda, diante das incertezas constatadas, inclui-me num desses grupos, o MOVIMENTO Ético e Democracia, (www.facebook.com/etica.democracia) cujo manifesto magoa em cheio a “ferida” e assevera que “no poder, Bolsonaro seria um desastre anunciado: desorganização econômica, desagregação social e desmantelamento do sistema democrático; caos social que favoreceria a realização de seu sonho de uma sociedade sob jugo militar.
Jair Bolsonaro propaga abertamente o autoritarismo, a volta do regime militar e a violência como forma de fazer politica. Completamente despreparado para ser chefe de Estado de um grande país atolado numa grave crise econômica e social”.
Uma eventual eleição de Fernando Haddad, dócil porta-voz do Lulismo guiado desde uma cela da Policia Federal em Curitiba, “representa o aparelhamento do Estado, a volta da política econômica que levou o País ao desastre (inflação, desemprego e crise fiscal) e a hostilidade às instituições democráticas, com acusações sistemáticas aos juízes e agressão à imprensa e aos adversários políticos. Jogando a culpa da crise econômica em Michel Temer, Haddad distorce os fatos e parece antecipar que, voltando ao poder, o PT repetirá as mesmas irresponsabilidades na gestão macroeconômica e fiscal, com todos os deletérios impactos já dolorosamente experimentados”.
Alguns poderão afirmar que polarização vem sendo comum nos embates pretéritos. E é verdade. Contudo, a polarização desta vez tem contornos mais extremistas, coisa pouco aconselhável para uma democracia imatura e em eterna busca de sustentação.
Bom, mesmo sendo signatário deste Movimento entendo que pouco poderá ser feito, neste momento, salvo registrar um alerta à sociedade.
Porém, concordo que vozes precisam ser ouvidas pelo país afora e que poderão dar suporte a um futuro e oportuno debate. Espero que isto venha a ser possível.

NOTA: Foto colhida no Google Imagens
 

6 comentários:

Felipe Coelho disse...

Hoje a eleição está polarizada entre o que é Certo,Honesto X Já fizeram tudo de errado e são todos desonestos.
Não temos mais tempo de ficarmos indecisos,lembra da última eleição como ficou a polarização DILMA X AÉCIO e ninguém falou nada.
Abraço

Anônimo disse...

Sem duvida, há polarização e ela atingiu níveis de agressividade preocupantes. Mas é importante lembrar que antes dela surgiu o discurso sectarista do PT, do “nós e eles”. Bolsonaro não é meu candidato, eu voto em Amoedo, justamente porque concorro com o alegado despreparo dele, Mas, em verdade, ele defende a atuação militar em 64, não uma intervenção militar atualmente, e disse isso no programa “cara a tapa”, senão qual o sentido de participar de eleições democráticas e propor projeto de lei para registro impresso dos votos? Enfim, não há muito o que fazer e a escolha será do eleitor, se as urnas e as pesquisas nos permitirem. O mais importante, talvez, seja esclarecer, para que essas escolhas não sejam feitas com amparo em informações imprecisas.

José Otavio de Carvalho disse...

Importantíssima sua palavra. Compartilho inteiramente com essa preocupação. Chegamos a um ponto de polarização que se resume em: inimigo do meu inimigo é meu amigo (ouvi essa frase muito lúcida). Caberá a sociedade ficar mais coesa, atenta e participativa para ajudar o Brasil, junto com o "nosso" futuro presidente; seja ele quem for. As instituições estão mais fortes e alertas para não permitir a repetição dos equívocos, os quais nos impingiram grande sofrimento.

Susana Gonzalez disse...

Tolerancia hacia quien piense diferente de nosotros. Por otro lado, no necesariamente tiene q ser una disputa apretada, aquí en México se gano con 60 % el candidato puntero y la guerra sucia aún sigue.

António José de Melo disse...

A atual polarização política é reflexo da atual gestão. A mudança está presente na sociedade, independentemente de qualquer análise e avaliação. Nesse contexto, o voto polarizado passou a ser arma de contestação.

José Artur Paes disse...

Mesma capacidade analítica que guia tuas publicações anteriores nos mostra quão duvidoso é o futuro de curto prazo de Pindorama. Parabéns.

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