A
criatividade do brasileiro é inesgotável. O tempo passa, as gerações se
renovam, o país muda em todos os setores de atividades, tecnologias modernas
dão o toque dessas mudanças, mas, os traços culturais resistem ao tempo e acompanham
as modificações socioeconômicas. Falo disso após observar o resultado final das
eleições, do domingo passado. O que aconteceu aqui no Nordeste brasileiro,
particularmente aqui no estado de Pernambuco, onde a candidata petista “deu um
banho” de votos no seu adversário e, praticamente, garantiu sua vitória nas
urnas, fez-me lembrar a velha e carcomida política do passado, na qual os
velhos coronéis dominavam seus currais eleitorais e sempre saiam vencedores se
perpetuando, assim, no poder. O que se observa nos dias atuais é um eleitorado
refém ao PT baseado nos programas assistencialistas reunidos no popular Bolsa
Família. Os atuais coronéis se tornaram mais competitivos quando explorando e
refinando a capacidade criativa, nata do brasileiro, lançando mão dos modernos
recursos tecnológicos tão bem representados pelas chamadas redes sociais. Rapidamente
essas raposas políticas atingem em cadeia o público alvo, coibindo e até ameaçando.
Multidões tremeram nas bases diante da possibilidade de perder os benefícios assistenciais
adquiridos. Resultado: o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, por exemplos, foram modernas criatividades que
renderam, sim, os votos necessários para manter os modernos coronéis no poder.
Como os Norte e Nordeste, incluindo a deprimida região do Norte de Minas
Gerais, são as áreas mais beneficiadas pelo programão
petista fica fácil entender o resultado do segundo turno.
Esse resultado, contudo, vale refletir, foi o mais apertado de todas as eleições do período pós- redemocratização e da polarização PT x PSDB. Apenas 3,28 pontos percentuais separaram a candidata vitoriosa do seu opositor (Dilma 51,64% e Aecio 48,36%). Vamos e venhamos, foi por muito pouco. O “incêndio” da campanha apontava para isto, aliás.
Esse resultado, contudo, vale refletir, foi o mais apertado de todas as eleições do período pós- redemocratização e da polarização PT x PSDB. Apenas 3,28 pontos percentuais separaram a candidata vitoriosa do seu opositor (Dilma 51,64% e Aecio 48,36%). Vamos e venhamos, foi por muito pouco. O “incêndio” da campanha apontava para isto, aliás.
O recado
deixado pelas urnas é claro de que o país está dividido e exige um esforço
titânico de D. Dilma, nesse seu segundo mandato, com vistas a conduzir o país
num clima de tranquilidade e progresso como se deseja.
No seu
discurso de vitória na noite do domingo a reeleita prometeu mundos e fundos e
garantiu que vai buscar “construir pontes” para estabelecer a conciliação
nacional necessária para que seu governo seja profícuo. Na mesma fala sublinhou
a intenção de operar mudanças na gestão do país e adotar perseguição cerrada
aos corruptos. Vamos ver. Com toda essa sujeira, a começar com o Petrolão e as
denúncias que já surgem no âmbito da Eletrobrás, custa-me crer.
“Governo novo, novas ideias” foi o lema da
campanha vitoriosa. Eleitores ou não da candidata Dilma esperam por essas novas
ideias porque, afinal, o estado no qual se encontra o Estado Brasileiro e a
Economia do país urge que o prometido flua rapidamente. Para reforçar esse
ideário é importante também que a mandatária reeleita não perca de vista as
cobranças de mudanças de junho do ano passado: na gestão pública em geral, na
tentativa de restaurar a credibilidade na administração pública, ajustes na
contabilidade nacional, sem o uso dos artifícios criativos, revisão nas
políticas econômica, social e fiscal, atenção especial aos setores industrial e
agrícola antes que afundem de vez, mudanças na administração das tarifas dos
combustíveis e energia, na política das relações internacionais (fala-se que 28
novos embaixadores esperam há oito meses ser recebidos pela presidente. Que falta
de visão política!) e nos demais segmentos que fazem rodar o país.
Naturalmente
que, para tudo fluir nos conformes, D. Dilma vai ter que se virar e mudar sua postura
política e estabelecer um bom diálogo com o novo Congresso. Quero ver.
Bom, por enquanto
é tratar de se livrar do rescaldo eleitoral. Deus nos assista.
5 comentários:
Cada gobierno para perpetuarse basa sus votos en sus éxitos!, de derecha, de izquierda de lo q sean, no es privilegio del PT, en todo el mundo sucede. Besos
Susana Gonzalez
Oi! amigo Girley, bom dia,
Como sabes leio atentamente o que escreves e gosto muito
da maneira como o fazes. Agora você esqueceu nesta
análise que no Rio de Janeiro, deu maioria ao PT.,Provavelmente os votos vieram dos bandidos do
narcotráfico e dos moradores do morro. Bom domingo.
Ina
Querida amiga Ina
Mesmo na duvida de que se trata de uma critica ou um complemento, agradeço e fico feliz de te-la como minha assidua leitora.
Um beijo afetuoso e bom domingo.
GB
Entre erros e acertos de ambos os lados, o que achei mais interessante foi ver a presidenta ganhar em MG e no RJ, redutos de seu opositor, além de seu candidato a governador de PE ter sido derrotado. Falam tanto que a culpa foi do nordeste, mas os maiores beneficiários do bolsa família não são todos dessa região, se destacando o estado de São Paulo. No mais, o pior foi a tentativa de manipulação da massa por certa emissora de televisão e de certa revista, a discriminação contra nós nordestinos e a ignorância de pessoas que logo após uma eleição democrática falam em ditadura e pedem intervenção militar...
Danyelle Monteiro
Danyelle,
A democracia tem essas vantagens. Uns pensam de um modo, outros de modo diferente e podem discutir abertamente. Tem até os simpatizantes com a abominável ditadura militar se manifestando.
No fim o que prevalece é a vontade popular manifesto nas urnas.
Obrigado por participar do debate no Blog. Seja sempre Bem Vinda.
GB
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