quarta-feira, 11 de março de 2020

Fama Maldita

O mundo desabando com a epidemia do Coronavírus, os árabes se “engalfiando” com os russos, barril de petróleo em baixa, mercados de ações afundando ao redor do planeta e os brasileiros firmes e fortes gerando piadas de mau gosto para divertir multidões aqui e alhures. Um exemplo de uma “brasileirada” sem explicação lógica, até agora, é a trapalhada que vem sendo protagonizada pelo ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, no Paraguai. Além de insólita o cara deu mais uma infeliz contribuição para consolidar a má fama internacional do brasileiro. Resulta que terminou dividindo manchetes mundiais com a Covid-19. Uma pergunta que não cala e que ronda a cabeça de qualquer cidadão de bom senso: como um sujeito – estrela mundial do futebol e melhor jogador do mundo por duas vezes  – sobejamente conhecido como um craque brasileiro resolve desembarcar em Assunção com um passaporte paraguaio adulterado e ter o desplante de tentar entrar no país gozando dos privilégios de cidadão naturalizado? Tenha paciência! É subestimar a inteligência de qualquer um. Burrice combinada com ousadia. Fica subentendido que algo muito duvidoso deve estar por trás desse infeliz comportamento e as autoridades paraguaias não vão deixar passar em branco. Bom lembrar que os paraguaios alimentam uma rixa histórica com os brasileiros desde a Guerra do Paraguai (1864-70), da qual saíram derrotados. Ainda hoje nossos vizinhos envidam esforços para demonstrar seriedade e rigidez nas coisas relativas ao Brasil. Creio que o nosso craque dos gramados abusou e está passando por amargos momentos numa prisão de segurança máxima guarani. Sem dúvidas, um triste fim para uma brilhante carreira profissional. Bem, indiscutivelmente, a verdade vai aparecer logo mais. Tem que haver uma explicação mais verosímil.

Cobrindo as algemas e sendo levado para a prisão. Vergonha.
Mas, retomando o mote-titulo deste post, Maldita Fama, ocorre-me lembrar de episódios que vivenciei em algumas oportunidades, algumas bem recentes, pela simples condição de ser cidadão brasileiro. Há poucos anos, na Cidade do Panamá, um motorista de taxi quando descobriu minha nacionalidade foi logo perguntando se eu era da Odebrecht. Curioso, perguntei o motivo da pergunta. Como resposta ouvi um relato inicialmente ameno e seguido de um debulhar de acusações rígidas sobre o comportamento da Empresa brasileira e, sobretudo, dos seus representantes naquele país. Lamentando a fama, fiquei constrangido ao fim da viagem.
Pior, contudo, foi o episódio numa corrida de taxi em Nova York. Essa foi danada. Acompanhado da minha família (esposa, filhos e nora) ao sermos identificados como brasileiros o taxi driver, sem qualquer cerimônia, explodiu numa incrível manifestação de desprezo ao Brasil e aos brasileiros. Anarquizou com nosso país, com o governo - estávamos em pleno auge das trapalhadas do governo Dilma - e não poupou-nos de ácidas criticas. Constrangimento geral entre nós passageiros. O cara se dizia investidor de um Fundo de Pensão norte-americano que comprou milhões de ações da Petrobrás, em franca desvalorização naquela ocasião. Para ele, finalmente, todo brasileiro era ladrão! Foi um vexame. Tive ímpeto de mandar parar e cair fora do veículo, mas, atendi aos apelos da minha esposa e segui viagem. Calaaaado! Paguei a corrida e sai transtornado, carregando a pecha de brasileiro ladrão. Uma infelicidade para quem prima pela honestidade.
Tive outra! Quatro anos passados, também com um taxista, em Santiago do Chile. Quando o motorista notou que éramos brasileiros, por trás de um sorriso gaiato, virou-se pra mim e disse: desculpe, mas por segurança, vou tirar meu apurado daqui e guardar escondido deste outro lado. O tal apurado, dobradinho, repousava às minhas vistas no console do veículo, entre ele e eu que me aboletava no banco do carona. Fiquei surpreso. O sujeito foi objetivo e parecia querer falar brincando. Porém, no fundo ele se referiu ao que denomino de fama maldita dos brasileiros. E olhe lá, o chileno não é nenhum exemplo de pura honestidade. Inclusive, já fui roubado agressivamente, no centro de Santiago. Um ladrão arrancou-me um cordão de ouro do pescoço e fugiu na multidão.
Ah! Já passei por poucas e boas. Desconfio que vamos esperar muito para deletar essa Fama Maldita.
E, para terminar, cartão vermelho para o Ronaldinho!              

NOTA: Foto obtida no Google Imagens.   

4 comentários:

Ricardo do Rego Barros disse...

parabéns amigo, gosto muito de ler seus posts

José Paulo Cavalcanti disse...

Sim, amigo. Mas, afinal, confessou que era mesmo da Odebrecht? Bela coluna. Parabéns.

Girley Brazileiro disse...

Como confessar se nunca fui da Odebrecht?

Ina Melo disse...

Sou sua fã de carteirinha e oDe Gaulle tinha razão. O Brasil n’est pas serieux🇫🇷🇫🇷🇫🇷🇫🇷abraços

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