Indiscutivelmente
o assunto da semana foi à questão das queimadas verificadas na Amazônia. Por motivos diversos – inclusive político – a
carga da comunidade internacional recai sempre sobre o Brasil, país detentor de
75% da floresta. O restante se espalha pela Colômbia, Peru, Venezuela, Equador,
as duas Guianas e o Suriname. São, nada menos, do que 7 milhões de km² do
Continente Sul-americano. Ganha maior importância e cobiça internacional por
deter 1/5 das águas doces do planeta - recurso cada vez mais escasso, mundo afora - e que oferecem 23 Mil quilômetros de vias
navegáveis e 1/3 das florestas restantes na face da Terra. O restante já foi destruído pelo que comumente chamam de Capitalismo Selvagem. Fora isto, já se tem
como certo a existência de imensa riqueza mineral, com jazidas de ouro,
estanho, o cobiçadíssimo nióbio, petróleo e gás natural, manganês, ferro, diamantes, cobre,
entre outros. Proteger essa riqueza florestal e as do subsolo tem sido o maior
desafio dos governos desses países. A sanha dos colonialistas histórico não se apagou.
Não é de se
estranhar, portanto, que as chamadas grandes economias do resto do mundo – de regimes
capitalistas ou não – estejam de olho nesta fortuna, com grande parte
inexplorada. Num mundo competitivo e movido a interesses econômicos hegemônicos
não podia ser diferente.
Infelizmente
nós brasileiros estamos sujeitos a essas injunções políticas desde que fazemos
parte deste mundo, inexoravelmente, globalizado.
Lamentavelmente o
momento político brasileiro, sem sombra de dúvidas, vem contribuindo para que
as ditas injunções se tornem mais exacerbadas e terminem por jogar potentes
holofotes, da comunidade internacional, sobre o Brasil. Tem sido um assunto de efeitos
bombásticos ecoando nos quatro cantos do planeta recheados de interminável
lista de fakenews, que em nada
contribuirão com o que de fato se pretende. No ambiente interno, o Brasil está
tratando do assunto com uma “faca de dois gumes”. Um dos gumes, o que feriu
o Governo, obriga-o a ver com maior atenção o que de fato vem ocorrendo, ao
contrário de levar a coisa com displicência como aparentemente levou até agora. O outro
gume lança um afiado aviso à comunidade internacional de que a Amazônia tem
dono e o Brasil toma conta com afinco dos seus 75%.
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Esta foto foi tomada pelo fotografo Loren McIntyre, no Peru, Para a Revista National Geographic. | | | |
No meio
dessa discussão é revoltante perceber a ação perniciosa das correntes opositoras ao
Governo Bolsonaro, difundindo milhares de fakenews,
mundo afora e numa verdadeira histeria, com o simples objetivo de fazer oposição sem qualquer senso de patriotismo. Oposição por oposição.
Oposição irresponsável. E o tamanho dessa irresponsabilidade pode representar
um “tiro no pé” dessa gente que pretende retornar ao poder, mais adiante. É o caso de se formular perguntinha básica: como terão que desdizer o dito nos dias de hoje? Salvo,
naturalmente, que sejam aderentes aos que defendem a internacionalização da
Amazônia.
É surpreendente e inadequado
ver o Presidente da França, por puro jogo politico, se expressar sobre o tema ilustrando com uma foto mentirosa. Ocorreu assim. E ainda fechou com uma expressão muito sintomática ao dizer: "nossa casa está pegando fogo". Francamente Macron. A foto ilustrativa postada por ele foi feita no Peru. Não tem nada de atual. O fotógrafo, inclusive, já morreu em 2003. Por que não considerar sintomático, também, ver Alemanha
e Noruega perder os interesses(?) de prestar ajuda financeira? Ora, ora, assim, é fácil colocar
lenha na fogueira alimentada pela mídia marrom. Por fim, é ridículo ver circular imagens de incêndios –
que não da Amazônia – nas redes sociais mostrando animais inexistentes na
região fugindo do fogo. Já vi girafas, leões e até cangurus! Ora, meu Deus, queimadas ocorrem em qualquer ponto da face da terra. Acidentais ou propositais. Portugal, Austrália, Espanha
e Estados Unidos vivem frequentemente às voltas com esse tipo de problema. O
Brasil, também. A NASA divulgou estes dias um relatório dando conta que este ano as queimadas no Brasil caíram consideravelmente. Irrelevantes, quando comparadas com as da décadas passadas.
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Foto colhida na Austrália foi compartilhada como sendo na Amazônia brasileira. Uma piada! |
Bom, com isto não
estou negando a devastação que já ocorreu na nossa Amazônia. É coisa indefensável. Mas, se é
fato, precisamos de união e inteligência emocional coletiva para defender nosso
território e ordenar a coisa de modo adequado aos anseios de todos. Para isto é
preciso uma Nação una e consciente da responsabilidade. Fazer picuinhas contra
um Presidente que não vem se portando de modo convencional não nos levará ao futuro
sonhado. E a Amazônia pode realizar nosso sonho.
NOTA: Fotos obtidas no Google Noticias e Imagens