A semana que passou estive circulando
por São Paulo, por onde, no meu entender, bate mais forte o “coração” do país.
Fui numa missão empresarial do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas
e de Material Elétrico de Pernambuco - SIMMEPE. O objetivo foi participar de
uma Feira de Negócios da Indústria de Máquinas e Ferramentas – EXPOMAFE,
promovida pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ). É um
evento muito específico do setor industrial, bom para quem entende da coisa e
propício (como no meu caso) para aferir como andam a produção e as inovações,
nacional e internacional, de máquinas e de ferramentas, bem como as reações dos
investidores. É um encontro que acontece a cada dois anos, tempo supostamente
adequado para que venham a ocorrer mudanças nos processos de produção, novas
aplicações tecnológicas e na disposição de assimilação pelos produtores. Este é certamente o mote da promoção.
Ocorre, porém, que, no estado atual
da economia brasileira, o tema da crise que nos abate terminou sendo uma
constante nas rodas de negócios. Para alguns a situação ainda é muito delicada,
enquanto que para outros mais otimistas e, sobretudo, os patrocinadores da
expo, a coisa aponta para uma saída do balaio de problemas. Estes últimos
preferem dizer que a situação “parou de piorar”. Note-se que parar de piorar
não é coisa muito distante de considerar que a situação é muito delicada. São,
talvez, formas distintas de explicar uma mesma situação.
Na verdade, qualquer que seja o
negócio que se trate hoje neste país, é impossível desligar do estado político
reinante. Sendo como vem sendo, essa coisa enrolada gera insegurança da maioria
capaz de investir em máquinas mais novas, ferramentas mais ágeis e competitivas
e, conseguintemente, melhoria da qualidade do seu produto, que são sempre desejos
de muitos.
Aquela arguição do ex-presidente, na
quarta feira, em Curitiba, foi indiscutivelmente acompanhada por todos, com
grande expectativa. O embate entre Lula e Moro monopolizou as atenções de meio
mundo. “Prender o Lula ou deixá-lo em liberdade, vai determinar o formato dos
negócios que vamos fazer daqui pra frente”, foi o que ouvi de um empresário.
Esse mesmo cidadão lembrou que, na atual conjuntura, aqueles que estão habituados
a esperar pelo apoio do Governo para retomar sua produção devem “tirar seus
corcéis da tempestade”. Ele entende que, com a limitação de gastos e
investimentos imposta pelo Governo Federal, nem em 2025 haverá recursos
federais para atender demandas até bem pouco corriqueiras. E de lá prá frente,
só Deus sabe. O Governo se encolheu em face do aperto que sofre e aponta com
uma tendência de deixar que a iniciativa privada se vire e busque alternativas
para crescer de forma independente. As privatizações dão uma boa dimensão das
intenções. Está evidente que as tetas de Brasília secaram. Daí a pergunta: isto
é ruim, ou bom? Há controvérsias. Claro! Romper com um modelo, ainda que
superado e carcomido, parece ser uma missão colossal. A salvação é que, ao
mesmo tempo, o Governo Temer – que pretende ser o reformista – está trabalhando
diuturnamente nesse projeto desafiador. Reformas Trabalhista, Previdenciária,
Econômica, Política e Eleitoral, como projetadas, remetem implicitamente a
formas de reduzir encargos tributários e sociais que tanto perturbam e atrapalham
o empreendedor brasileiro. Se tudo sair nos conformes algo de novo pode mudar
no Brasil. O famoso Custo Brasil teria, em boa parte, seus dias contados.
Para os que acreditam que parou de
piorar a boa surpresa de hoje mesmo (17.05.17) é que vários comentários de
analistas econômicos comemoram o crescimento da Economia no primeiro trimestre
em pouco acima de 1%. Esse dado ainda está por ser confirmado. É coisa pequena,
mas é motivo de festejar porque a última vez que isso ocorreu foi no já
distante 2014. Melhor do que isto é constatar que o CAGED (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego registrou, em
Abril recente, 59,6 mil novas admissões. A maioria no Setor Serviços. É
animador! Aí cabe perguntar: Parou de Piorar?
De outra banda do sistema econômico
surgem as noticias de que a inflação está caindo, o Dólar vem caindo, também, e
o Banco Central sinaliza intenções de baixar as taxas de juros. Nada melhor
para quem investe em máquinas e na construção civil. Que venha mesmo. Será que
a coisa vai? É outra pergunta cabível.
Resumo da ópera, neste momento:
inflação em baixa, juros caindo, Real se valorizando, encargos trabalhistas e
tributários prestes a amenizar a vida do investidor, empregos recriados... É, tomara
que a coisa tenha parado de piorar, mesmo.
Nota: O Blogueiro esteve em São Paulo a
serviço do SIMMEPE – Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de
Material Elétrico do Estado de Pernambuco.
11 comentários:
Luzes no fim do túnel. Parabéns pelo texto.
José Carlos Lucena
Pena não termos tomado um vinho nestas noites frias de Sampa. Abraço
José Carlos Lucena
Concordo com o amigo, estamos no caminho certo para recuperação da economia nacional.
Fernando Ribeiro
Parabéns Girley mas tenho minhas dúvidas se parou de piorar mesmo.
Romero Duarte
A economia está no lugar de antes. O que acontece é q a demanda está reprimida e o desemprego é de 13,5 milhões. Os meios de pagamentos em queda produzem a falsa impressão de q tudo é uma maravilha. É mentira. Vc tem razão em sua manchete: parou de piorar? Nãooooooo.
Severino Araujo
👍,tb acho, bola pra frente e mais otimismo, e não pregar o pessimismo, o Brasil precisa de nos, que o filtro retire as impurezas todas e que seja feita a limpeza.
Roberto Machemer
Bom Dia Amigo Girley!!
Vou responder tua pergunta feita nesse novo e excelente post "Parou de Piorar"?
Não, amigo, não parou mesmo. E isso eu digo a despeito das recentes notícias relativas ao Temer, ao Aécio, e ao PT, pois o Mantega está envolvido até a medula.
Esses dados, juros, câmbio, inflação, produção, emprego, PIB, vistos isoladamente ou num conjunto restrito, podem dar essa impressão. Mas, como canja de galinha nunca fez mal a ninguém, sou obrigado a dizer que nada parou de piorar. O Brasil continua financiando um déficit público monstruoso e que aumenta todos os dias. Isso faz com que o governo sugue, cada vez mais, recursos para investimento e modernização da economia brasileira. Os investidores internacionais, cada dia mais arredios ao risco-país, preferem esperar para ver o que acontece.
Na realidade, o governo atual está tentando recriar uma bolha de bem estar como vivenciada no governo Lula. Ocorre que as bolhas tendem a ser efêmeras no Brasil como foram todos os ciclos econômicos anteriores.
Mas, dessa vez, estamos diante da 4ª Revolução Industrial, e os empregos não voltarão como se espera. Muitos dos desempregados atuais não retornarão ao mercado ganhando igual ou mais do que ganhavam antes. Resultado, o pior ainda não chegou mas já está contratado!!
Abraços,
Adierson
Caro Girley.
Muito lúcido e de conteúdo o seu texto.
Com a “bomba” de ontem, deverá haver “mudanças de rumos”, com possível postergação das reformas faltantes, o que poderá ensejar novo texto, proximamente.
Saudações.
José Otávio
Amigos,
O episódio de ontem a noite (17.05.17) foi destruidor e capaz de levar ao fracasso todas essas ideias aparentemente benéficas ao País. É lamentável que estejamos nessa difícil encruzilhada política. Até quando vamos viver nesse "trem fantasma" com um susto a cada curva?
GB
Prezado amigo Girley, parece que piorou de vez, como dizem os religiosos... Só Jesus na causa.
Bom dia girley
No seu blog vc colocou muito bem o seu pensamento sobre o pior poderia acontecer, hoje só no estado de Pernambuco tem 680, 000 mil de desempregado pessoas passando privações nos não vamos ficar calados temos que fazer alguma coisa na festa de nossa senhora de Fátima na matriz de boa viagem junto com outras igrejas foram arrecadados toneladas de alimentos para levar cesta básicas para essas famílias sei que ainda e insuficiente devido a quantidade de pessoas mais serve para ao menos leve um conforto aos seus familiares, gostaria de contar com o seu apoio e do seu grupo por essa causa! E de agendar se possivel semana que vem uma visita ao amigo deixo o meu abraco e minha gratidao Romero e familia
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