A Copa do Mundo
começou. Mesmo contrariando alguns a bola rola nos estádios brasileiros, desde a última quinta feira (12.06.14) dando
inicio ao maior evento esportivo do planeta. Segundo a FIFA (Federação
Internacional de Futebol Amador) 3 Bilhões e 400 milhões de pessoas espalhadas,
mundo afora, assistiram pela TV a partida inaugural entre Brasil e Croácia. É
um numero respeitável. E principalmente uma megaexposição do Brasil na mídia internacional.
Tirando a
fraquíssima performance da cerimônia
de abertura e o desrespeito coletivo à Presidente da Republica, tudo mais foi
na medida do desejado. O jogo nem tanto, mas faz parte... E o Brasil saiu com três pontinhos.
Acho que se houvessem
confiado a algum especialista brasileiro, na coreografia e nas alegorias da
abertura, o sucesso teria sido mais provável. Mas, não. Entregaram a uma profissional
belga, dizem que de renome, que certamente desconhece nossas competências cenográficas
e coreográficas, nem nunca esteve, por exemplo, na “Escola da Sapucaí”. Foi
pobre, sem empolgação e até mesmo, por vezes, infiel aos nossos traços
culturais. Melhor teria sido jogar naquele estádio uma bateria de Escola de
Samba carioca, com sambistas exuberantes, uma orquestra de frevo e passistas
pernambucanos e o Olodum baiano. Francamente. O gramado? Ora, ora, não acredito
que faltasse solução para preservá-lo. Sem mais comentários.
O outro lance
negativo, ao qual me referi, foi os apupos dirigidos à Presidente da Republica.
Eu posso discordar, como discordo, do básico de D. Dilma, pois acho que ela tem
sido infeliz na condução político-econômica do país, mas - oposições à parte -
ela é a Chefe do Estado Brasileiro, eleita democraticamente e pelo voto
popular, sendo por isso digna de todo respeito. Sobretudo num evento daquela
magnitude, transmitido para o mundo inteiro. Pensando bem, esta foi uma
manifestação mais violenta do que as que ocorrem nas ruas. Embora constrangida,
acredito eu, ela pode “tirar de letra”, avaliando que aquele público não é seu
eleitorado. Quem paga a fortuna que vem sendo cobrada por um ingresso padrão
FIFA não foi aquele que recebe o Bolsa Família. Tenho dito.
Mas, episódios
negativos à parte, o que vem movimentando mesmo, o Brasil desses dias, são os
turistas/torcedores, fora das arenas, que baixaram no país da Copa. Nunca se
viu tantos visitantes estrangeiros de uma só vez nas terras de Pindorama. Eles
estão por todo lado. Mesmo nas cidades que não sediam jogos eles chegam e dão o
ar da competição. No Recife, por exemplo, a experiência tem sido exuberante. Dá
gosto de ver o movimento. Na arena dos jogos ou nas ruas e estabelecimentos comerciais
eles estão sempre circulando. Respeitam a cultura local, ao mesmo tempo em que manifestam,
quando podem, as deles. O jogo entre Japão e Costa do Marfim foi um verdadeiro
show, na Arena Pernambuco. Quem esteve por lá testemunhou um espetáculo
colorido e culturalmente exemplar. Aquela música e a coreografia da torcida
africana (fotos a seguir), a torcida do elefante, ficarão gravadas nas mentes dos pernambucanos
presentes ao estádio e, claro, brasileiros que acompanharam a partida pela TV.
Já os japoneses, além do colorido e estilo próprios, deram uma belíssima lição
de educação ao coletarem, no final do jogo, todo o lixo que produziram durante
o tempo que estiveram no estádio (foto abaixo). Reproduziram o que fazem no Japão e terminaram marcando o maior "gol", comemorado no mundo inteiro. Fez-me
lembrar de um jogo que assisti no Estádio de Yoyogi, Tóquio (1984), quando presenciei, surpreso, uma cena idêntica. Fora esses dois grupos, achei incrível a festa dos holandeses na partida
contra a Espanha. Uma festa de arromba! Os espanhóis se prepararam também, mas,
o desenrolar da partida, com uma derrota acachapante para a Holanda, desmontou
o entusiasmo dos descendentes de Cervantes.
Os mexicanos, que
formam um dos maiores contingentes de torcedores, com aproximadamente 40 mil,
boa parte centrada no Recife, estão fazendo a maior festa no eixo
Recife-Natal-Fortaleza, nesta primeira fase da Copa. No Ceará vão enfrentar o
Brasil, (17.06) num jogo que certamente ficará na história das duas seleções.
E os movimentos dos
contrários à Copa? Estão ocorrendo, claro! Não deixariam de ocorrer. Faz parte
do jogo democrático fora dos estádios e da disposição política dos insatisfeitos.
Todavia, além de já não terem a mesma força do que ocorreu no ano passado,
durante a Copa das Confederações, a mídia, pelo que vejo, não tem sido
conivente com os manifestantes, o que amortece bastante as iniciativas deste
ano.
O fato é que o
brasileiro, vestindo verde-amarelo, está nas ruas torcendo e interagindo com os
estrangeiros de forma pacifica e amistosa. Já vi muitos deles
elogiando a hospitalidade brasileira e, claro, a alegria e os hábitos culturais
do nosso povo. A ficha demorou a cair, mas caiu!
Esta Copa, na
verdade e embora que no começo, vem trazendo uma série de boas lições tiradas de
cada momento e cada movimento. Pela ótica dos movimentos grevistas e contrários enxergamos
o que de errado está havendo no país. É, sem dúvidas, um bom exercício. E dos eventos
inerentes ao ritual da Competição, a constatação de que ainda somos um povo
alegre, vibrante e capaz de inserir, no atual ambiente conturbado da vida nacional,
uma pausa pacifica e exuberante, própria do país do futebol. Acredito que a
realização da Copa do Mundo proporciona que cheguemos a essas constatações. Sem ela, provavelmente estaríamos apáticos e alienados. Tipo "tônemaí".
Deixem a bola
rolar! Idem para os protestos. O Senhor Tempo, com tempo, vai mostrar o certo e o errado com mais
clareza.
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens
2 comentários:
Gostei muito de ver a alegria dos Costa-Marfinenses aqui em Recife e na Arena PE. Show de bola!
Artur Reis
Como siempre me encanto y me da gusto que lo que te decía este aconteciendo, el pueblo de Brasil es especial y así lo ve el mundo, por lo tanto es lo que espera de el.
Susana González (México)
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