Vejam vocês que
tristeza. Esse assassinato do jovem torcedor no Estádio do Arruda, semana
passada, como de se esperar, terminou colocando de modo ostensivo os refletores internacionais na
delicada situação da violência brasileira, particularmente aquelas que ocorrem nos
campos de futebol. Num ano de Copa do Mundo no Brasil, então, este caso veio
corroborar para a ampliação do clima de insegurança que reina na maioria das
torcidas estrangeiras que se preparam para aportar no reino do futebol.
É inacreditável
para qualquer cidadão de sã consciência, mundo afora, saber que um sujeito tem
a capacidade de arrancar uma bacia sanitária de um banheiro publico (é o caso
de um banheiro, num estádio de futebol) e arremessá-la das alturas, onde as
arquibancadas, sobre uma multidão que se desloca na saída da praça de esportes.
Surrealismo para qualquer um. Tenho certeza. Naturalmente, causa perplexidade.
O incrível, minha
gente, que em meio aos comentários sobre essa tragédia tomei conhecimento de
que “normalmente” ao final de cada partida de futebol, as administrações de
estádios arcam com altíssimos custos para recompor setores depredados por
torcedores revoltados, ou não, com o resultado final do placar. Bacias
sanitárias, torneiras, pias, luminárias, cabos elétricos são danificados ou
roubados de modo frequente. E que não foi a primeira vez que um vaso sanitário
tenha sido arremessado das alturas. Muitos já se livraram da fatalidade, o que
não ocorreu no caso de Paulo Ricardo Gomes da Silva, um trabalhador pacato,
laborioso, soldador no Estaleiro Atlântico Sul, aqui em Pernambuco. Seu defeito
era gostar de futebol e frequentar os estádios. Conversei com uma gerente do referido Estaleiro,
que me traçou um perfil do rapaz. Torcedor do Sport Clube do Recife e fotógrafo
da Torcida Organizada do Clube preparava-se para mais um clique com sua
câmara, quando tombou morto. Qualquer outro tipo de comentário, agora, será redundância
para essa barbárie.
A notícia escabrosa
correu o mundo como um rastilho de pólvora: do Arruda para Johanesburgo e Sydney.
Ao mesmo instante, Londres, Nova York e Tóquio. Um horror. O Recife, no final
das contas, gerou as manchetes dos principais jornais do planeta. Dolorosas...
é claro! Vide foto a seguir.
Indecente foi
escutar, dias depois, um comentário de que os dirigentes do Clube “tirando o
corpo fora”, afirmaram não ter nada ver com o ocorrido. O Santa Cruz Futebol
Clube fica sem mando de campo por duas partidas. Considero ser uma penalidade
muito pequena, para um Clube que não atenta para a segurança da sua praça de
esportes.
Lamentavelmente, estamos
chegando o “fundo do poço”. Nossa sociedade está em franca deterioração. O que
mais poderá ocorrer? Vidas inocentes são interrompidas friamente. Criança é
trucidada perversamente, no Rio Grande do Sul, por uma madrasta insana; filho
decapitou o pai e desfila na cidade exibindo a cabeça, em Mato Grosso do Sul;
em São Paulo, uma mulher é linchada até a morte por conta de um boato na
Internet. Tudo nesses últimos dias! É uma crise de civilidade,
humanidade, solidariedade, de tudo que contribua para se viver numa Nação digna
e respeitada.
O Brasil precisa
ser conduzido a uma reflexão coletiva, neste momento crucial. A pobreza disseminada
induz a falta de perspectiva na vida de uma grande parte da população. Com educação
e saúde em estados precários; com carência de um verdadeiro líder político; a
bandidagem grassando nas mais diversas camadas sociais, inclusive na política;
uma impunidade generalizada; a justiça ronceira e a urbanidade desgastada formaram o "caldo" que levou País a este quadro deplorável.
Urge que tenhamos
uma liderança forte assumindo os destinos da Nação, duvido muito, com consciência e visão de
futuro para remontar esta sociedade em padrões civilizados e garantidores de um
futuro de muita ORDEM e franco PROGRESSO.
Como os governos
não são capazes de dar conta do recado, a sociedade organizada tem que dar as
mãos e entrar nessa cruzada de salvação. Que venham as ONGs sociais, como as
pastorais católicas, as organizações das demais igrejas, os Clubes de Serviços (Rotary e Lions),
as associações de bairros e todos que queiram salvar o país da sanha marginal.
NOTA: Foto obtida no Google Imagens
2 comentários:
Infelizmente o Brasil tornou-se palco de grande marginalidade,terrorismo mesmo.E é esse o País onde vai ocorrer a poucos dias a Copa do Mundo.É muito assustador pensar em tudo que pode acontecer .Só Deus tem misericórdia!
Wilma
Em virtude da marginalidade que assola o País, temo muitíssimo pelo que possa acontecer durante a Copa do Mundo, sendo o Brasil considerado o País do futebol. O que fazer com esses vândalos? Como pode uma pessoa retirar dois vasos sanitários e ninguém ouvir nada e tudo sem falar que na TV, já mostrou o espaço bem limpinho como se o vaso estivesse, literalmente, solto. Que DEUS jogue uma luz na cabeça e no coração dessas criaturas é tudo o que peço. Estou bastante preocupada.
Vera Lúcia Lucena
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