domingo, 21 de novembro de 2010
Choque de Gestão Neles
É indiscutível, creio eu, que sem educação – nos mais distintos níveis e acepções – não pode haver progresso, seja qual for o país. Indiscutível, também, que é no conhecimento que reside a transformação de um povo. Conhecimento bem administrado e de qualidade, é claro.
Lamentando, percebo que é isto que falta neste Brasil do século 21. A redução do analfabetismo já é coisa relativamente superada. Resta muito pouco. Foi problema nas gerações passadas. Muito mais do que isto é preciso investir para formar um Brasil novo e competente, focando de maneira eficaz nas novas gerações com educação de base e profissional.
Difícil vai ser viabilizar. É o que se projeta, diante dos muitos erros que têm sido registrados, ultimamente! Estou entendendo que faltam profissionalismo e responsabilidade na gestão da educação nacional.
Num programa bem administrado, com base numa gestão séria, profissional e atenta não ocorreria esse absurdo de erros na prova do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). O erro do ano passado foi esquecido! Não lembraram que estavam jogando com uma imensa legião de jovens – foram milhões e milhões – que estressados e ansiosos entraram, de corpo e alma, na aventura de investir na construção do futuro que, diga-se de passagem, é o futuro da própria nação. Era preciso que levassem mais a sério a contratação e severo acompanhamento da gráfica a qual foi entregue a missão de imprimir e encadernar as provas e por, por fim, esqueceram de zelar pelo nome do Governo que investe milhões e busca se firmar como competente. Sinceramente, é muita incompetência. Uma vergonha que atravessou fronteiras.
Mas, o pior é que as coisas não desandam apenas sob os olhos do Governo Federal. Ultimamente coisas absurdas são trazidas ao conhecimento público, exigindo reivindicações, repulsas e providências corretivas. Tudo a meu ver, repito, por conta da falha de gestão publica. Tem coisa mais estúpida do que a proposta de banir das lições e bibliotecas escolares a obra de Monteiro Lobato, sob a alegação de que o tratamento dado ao personagem da Tia Benta é politicamente incorreto, com preconceito racial. Olha, gente, eu sou frontalmente contra a qualquer tipo de preconceito, mas, que as coisas estão assumindo contornos exacerbados, estão sim. Lobato faz parte da clássica literatura infantil do Brasil. Talvez seja o escritor de melhor quilate no gênero. O Sitio do Pica-Pau Amarelo não pode desaparecer do imaginário das nossas crianças. Tomara que essa estupidez seja sufocada pelas cabeças inteligentes que venham discutir essa burrice.
Ao mesmo tempo, andaram distribuindo, na rede pública, uma coletânea com Os Cem melhores Contos Brasileiros do Século, entre os quais o intitulado “Obscenidades para uma Dona de Casa”, de Ignácio Loyola Brandão, contando a história de uma mulher casada que recebe cartas anônimas de um homem. Trechos do tipo: “os bicos dos teus seios saltam desses mamilos marrons procurando minha boca enlouquecida... É capaz de trair um amigo por uma trepada”. Não é uma parada dura? A obra foi recolhida. Mas, muitos jovens guardam a sete chaves. O que foi distribuido ficou por isso mesmo. E foram muitos!
Outra coisa inacreditável que tomei conhecimento pela imprensa foi o escândalo registrado em Curitiba, recentemente: numa rotineira prova, aplicada em 170 escolas publicas, para alunos de idade média de 6 anos, uma gravura apresentava a figura de um fazendeiro, alimentando galinhas, com o órgão sexual avantajado e destacado na figura. As galinhas, por outro lado, apareciam com os olhos esbugalhados e sugerindo desejo de manter relação sexual com o tal fazendeiro. A coisa constrangeu de modo coletivo o professorado municipal curitibano e um rolo tremendo se instalou à cata dos responsáveis. Imagine que a ilustração, da autoria de um tal de Dan Collins, foi tirada da revista pornô norte-americana Hustler. Faltou ou não faltou profissionalismo e responsabilidade?
Outro escândalo foi a investigação policial instaurada sobre uma festinha de comemoração de formatura de ensino médio, jovens de 16 e 17 anos, em Minas Gerais, animada com strippers. Vi num jornal, deste fim de semana, que o show da festinha ficou por conta de um cidadão vestido de militar que aos poucos se despiu, ficando apenas de cueca e dançou coladinho com uma das concluintes em intenso êxtase. Em seguida, para agradar aos marmanjos, foi a vez de uma dançarina que tirou a fantasia que usava, ficou seminua e teve o corpo beijado, por inteiro, por um dos formandos. No epílogo do show a dançarina teve a calcinha arrancada por um outro jovem, digamos, mais testosteronizado. Imagine a cena. Um segurança “salvou” a dançarina do quase estupro publico.
Agora, eu pergunto: falta ou não falta rigor nessa gestão da educação? Aonde vamos parar se essa coisa cresce mais, ainda?
Hoje os jovens não vêm o professor com respeito, a polidez e o asseio não são avaliados, tiraram a música, os trabalhos manuais e o civismo da grade curricular. O resultado está aí. Isto, sem falar da falta de educação doméstica! Doloroso!
Tomara que D. Dilma esteja atenta para essas barbaridades e imprima um urgente choque de gestão.
NOTA: Qualquer ilustração para esta postagem seria lastimável. Não coloco nada.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Mergulho na História
Pequim é uma imensa metrópole. Não tem o tamanho de Xangai, mas revela, por toda parte, uma dinâmica especial, com características próprias de capital de um grande país. Espantoso
A Praça em si é monumental. É considerada a maior praça publica do mundo. Na sua imensidão estão distribuídos estratégicos e belíssimos jardins floridos e é completada por duas descomunais telas de video. Pelos meus cálculos medem 2,00x30,00m, talvez mais do que isto, apresentando magníficas imagens em HD, dos mais importantes cartões postais do país. É impactante. (vide foto a seguir).
Num bairro antigo a emoção de mergulhar no quotidiano histórico. Em Nanluoguxiang e Shichahai, por onde andamos, experimentamos a inesquecível sensação de apreciar o dia-a-dia do homem comum chinês, entrando numa residência particular de 150 anos, passando por pequeno centro comercial comunitário e, o melhor de tudo, sendo conduzidos num ciclo-riquixá, coisa muito comum no Oriente. De fato, é muito divertido ser levado por um cidadão pedalando em admirável velocidade entre as ruelas do subúrbio. (Vide foto abaixo e filminho no final da postagem)
A tudo isto eu chamo de mergulho na história. Estive nas raízes da história do Oriente.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Baia Perfumada

Uma curiosidade é saber que esse nome meio estranho, lembrando muitas vezes o mítico gorila do cinema, King Kong, se traduzido muda de figura porque significa Baia Perfumada. Já pensou que beleza viver num lugar lindíssimo e assim chamado?
A cidade tem características bem especiais: com o tratado que marcou o fim da Guerra do Ópio, em 1842, a Ilha de Hong Kong foi incorporada, como colônia, ao Império Britânico, somente devolvida a Republica Popular da China em 1997, após as negociações políticas entre Londres e Pequim. Mas, tem uma coisa: difícil mesmo foi ajustar a ex-colônia britânica ao regime político-econômico reinante na China de hoje. A solução foi adotar o que terminou se chamando de política de “um país e dois sistemas” para que Hong Kong pudesse administrar os novos tempos. A cidade goza de alto grau de autonomia e é tratada como uma Região Administrativa Especial. Lá tudo é regulado por uma Lei Básica própria, com claras regras político-sociais para todas as áreas, exceto a política externa e a defesa, a cargo de Pequim. E mais, o que é muito importante: pela politica adotada, Hong Kong continuará por 50 anos, após a anexação de 1997, como sendo um centro financeiro internacional, com economia capitalista altamente desenvolvida e uma das mais liberais do mundo. Meu palpite, aliás, é que, passado esse periodo, a Republica Popular da China será totalmente capitalista e o ajuste se dará naturalmente. Aquilo que vi por lá aponta para essa situação. Penso que eles foram muito inteligentes quando estabeleceram esse meio século de carência.
Por enquanto, entrar em Hong Kong é o mesmo que entrar noutro país, ainda que estando na China. Muda a paisagem, com perfil urbano muito ocidental, a moeda corrente deixa de ser o Yuan (RMB) e passa a ser o Dólar de Hong Kong. Em tudo mais a impressão que se tem é a de circular numa grande cidade da Grã Bretanha. Até o volante dos automóveis no lado direito, ônibus com dois pisos e a mão inglesa no trânsito são adotadas na cidade. Ah! Entre a China (Província de Guangdong) e a cidade existe um controle de fronteiras. Para voltar à China o viajante tem que ter outro visto de entrada. E, haja rigor nesse controle de fronteiras. Policiamento praticamente ostensivo.
A cidade é inchada de habitantes, uma das mais densas do planeta, com 7 milhões de almas em apenas 1.054 km², em cerca de 260 de ilhas, baias, praias e montanhas. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), na marca de 0,944, é um dos mais altos, ocupando o 24º. Lugar no rank mundial. Além disso, a cidade é famosa por ser uma das mais verdes da Ásia. De fato, isto chama a atenção do visitante.
O comercio é efervescente. É uma Zona Franca intensa de mercadores e mercadorias que saem e chegam sem parar no movimentado porto da cidade. As ruas de comércio são empestadas de compradores. No sábado, quando estivemos por lá, era difícil circular ou entrar e sair das lojas. Sobretudo as de eletrônicos e vestuário. A euforia e o estresse das pessoas lembram o movimento das compras de última hora, na véspera de Natal, no Brasil.
Mas, certamente é a paisagem natural da cidade que arrebata o turista. Quanta beleza reunida num mesmo sitio. Localizada ao sul do Trópico de Câncer, a cidade é de clima sub-tropical que ajuda ainda mais para compor o cenário deslumbrante. Segundo nosso guia, a cidade desfruta de algo em torno de 2.000 horas de sol por ano.
Um passeio de barco rústico, conduzido com segurança por pescadores, pode ser considerado como sendo um dos mais interessantes programas na cidade. A área serve freqüentemente de locações do cinema. James Bond já fez misérias no meio daquelas ilhotas. Vide foto a seguir.
Bom, se você tiver uma chance, vá também à Baia Perfumada. A satisfação é garantida.
domingo, 7 de novembro de 2010
CANTÃO
Com tanta história comercial, pode-se imaginar o que se respira nessa região chinesa. O comercio está no DNA dos cantonenses, que pode explicar o que ocorre, por lá, a cada semestre: a maior feira de exportação-importação, do mundo atual. A cada Primavera e cada Outono os chineses de Cantão recebem – no seu monumental centro de exposições – (vide fotos a seguir) compradores e vendedores do mundo inteiro e lançam as novidades de seus produtos, realizando os maiores negócios de que se tem notícia, no novo e globalizado mundo do século 21. O resultado aparece
Guangzhou se prepara para sediar, proximamente a edição dos Jogos Asiáticos (equivalente aos nossos Jogos Pan Americanos), razão pela qual a cidade foi repaginada, com avenidas arrumadas e limpas, jardins exuberantes, edifícios suntuosos e de arquitetura arrojada, magníficos hotéis e shoppings com alusões decorativas e um novo aeroporto que causa inveja, até mesmo a outros da própria China. Imagine um aeroporto com quase 150 portões de embarque. Todos com pontes,
Outra coisa que me impressionou foi observar que o acesso a esse aeroporto é uma imensa via, com quatro pistas de cada lado, e jardins coloridos em todo o percurso. Os chineses capricham, prá valer, no item ajardinamento. Alguém, surpreso com tanta beleza, comparou o caminho do aeroporto de Cantão como sendo o caminho para Shangrilá (denominação atribuída ao escritor inglês James Hilton, em 1925, para um lugar paradisíaco nas montanhas do Himalaia).
NOTAS: Fotos do Blogueiro. Informações históricas retiradas da Wikipedia
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Xangai, a Metrópole
Contudo, é impossível não enxergar e exaltar, entre muitas outras coisas, a pujança econômica, a dinâmica do mercado interno, o arrojo tecnológico, a ousadia da construção civil e a preservação de valores históricos devidamente harmonizados com o modernismo. Como na postagem anterior, é difícil explicar o que acontece ali. Eu não saberia dizer o que existe na China. Indiscutivelmente se trata de uma experiência única de regime comunista mixado com capitalismo, dentro de certos limites bem delineados... sei não. É complicado tentar explicar essa coisa. O futuro é que vai revelar a realidade.
Andando em Xangai o visitante esquece tudo isto e experimenta a sensação de respirar o mais autentico dos capitalismos. Sinceramente, nunca vi tantas mega-lojas das grifes mais badaladas do mundo. São verdadeiros assombros. Nada que normalmente vemos em Paris, Londres ou Nova York, onde, segundo me recordo, as grifes têm lojas menos portentosas do que as que mantêm na China. E isto é um sintoma concreto de capitalismo. Sei lá, talvez os imóveis comerciais sejam mais baratos na terra de Mao, enquanto que, por outro lado, as políticas fiscais e trabalhistas beneficiam mais o capital do que o trabalho. A verdade é que a coisa surpreende, é claro. Eu, por exemplo, “dei um nó no juízo” e, até hoje, não consegui desamarrar. Essa China é um laboratório de arromba.
A exuberância de Xangai é uma coisa incrível. Segundo nosso guia local, a cidade mudou de cara nesses quase trinta anos de abertura. A chegada do capital estrangeiro, aliado à fantástica poupança do país transformou a cidade numa metrópole sem comparação, mundo afora. As antigas vilas de casas populares, sobradinhos padronizados do passado, dão lugar a arranha-céus espetaculares, que vêm, rapidamente, mudando o perfil de uma das maiores cidades chinesas. Os centros Comercial e Administrativo-Financeiro ali implantados, em meio a uma urbanização irretocável, composta de imensas e largas avenidas, pontes, vias elevadas e viadutos, tudo devidamente ajardinado e bem cuidado, é de encantar qualquer visitante. O aeroporto é o melhor cartão de visitas. É arrojado e funcional, amplo e luminoso. Primoroso. Certamente que tudo isso vem exigindo muita grana e isto é o que não falta na China de hoje.O turismo vem se destacando, também, como uma das importantes fontes de renda da cidade. E não se trata, necessariamente, de turista estrangeiro, que não chega a ser tanto, em termos relativos. A grande massa dos turistas é composta dos próprios chineses que, ao contrário do passado, tem agora mais dinheiro no bolso e podem se deslocar mais livremente internamente. A Prefeitura de Xangai não perdeu tempo e implantou uma agressiva política de atração turística, que vem proporcionando o aparecimento de suntuosos hotéis, restaurantes de cardápios internacionais, além de equipamentos de lazer de primeiríssima linha. Ninguém que visite Xangai, por exemplo, pode sair de lá sem fazer um passeio de barco no Rio Huangpu, preferencialmente à noite, quando a cidade se ilumina de maneira multicolorida e cinematograficamente. É deslumbrante! O governo incentiva com a redução de 50% do custo da energia consumida e o resultado é puro sucesso. Pude notar que, na prática, parece haver uma verdadeira disputa para ver quem ilumina melhor e de modo mais bonito o seu edifício. Eu nunca vi uma coisa daquelas. Vide as fotos da postagem. Aliás, passando por Paris na volta (ficamos três dias por lá, tentando neutralizar o jet-lag que qualquer pessoa sofre, nessas mudanças bruscas de fuso horário) foi inevitável comparar e concluir que o titulo de Cidade-Luz, embora emblemático, pode ser uma coisa do passado para a capital francesa. Xangai bem que merece este titulo, neste inicio de século 21.
Este ano, inclusive, a cidade teve um motivo bem maior para se engalanar e receber o turista, por conta da ExpoXangai 2010, a feira mundial do qüinqüênio. Eu estive por lá e depois comentarei sobre o que vi.
NOTAS: 1 - Fotos são da autoria do Blogueiro 2- O Blogueiro foi à China, entre os representantes do Sindicato das Indústrias Metalurgicas, Macanicas e de Material Elétrico de Pernambuco - SIMMEPE e compondo uma Missão Empresarial de Pernambuco, organizada pela FECOMERCIO/PE.
Aonde vamos parar?
Indiscutivelmente vem sendo cada vez mais desanimador acompanhar a marcha da situação politico-econômica nacional. É preocupante e curioso ...

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