sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Democracia é o tema

Defender a Democracia parece ser o fado da sociedade brasileira ao longo da sua História. É inegável que motivos justos não faltam em face das investidas – algumas bem sucedidas – que já levaram o país a viver ondas de intranquilidade e perspectivas incertas. Sou de uma geração pós-guerra provavelmente a mais fustigada por ameaças desse tipo. A Guerra Fria no domínio da politica internacional, as reações regionais e locais terminaram por conduzir a sociedade internacional a severas e dolorosas lições de regimes pouco desejados. Perderam-se vidas e inteligências preciosas. No Brasil foi duro viver no denominado Estado Novo (1937-45), regime ditatorial de Getúlio Vargas, na democracia disfarçada do mesmo, nos anos 50, e no período da Ditadura Militar (1964-85). Passada a fase negra e restaurada a Democracia, a partir de 1985, com a vitória de Tancredo Neves numa eleição realizada num Colégio Eleitoral, o Brasil vem esperneando na busca de equilibrar seu regime democrático a duras penas conquistado. Campanhas e lutas intermináveis se repetem até hoje e registros históricos estão postos à disposição da sociedade por meios analíticos dos mais diversos.
Agora, na perspectiva das eleições gerais (Presidente, governadores estaduais e distrital, senadores, deputados federais e estaduais), no próximo dia 2 de outubro, novamente as forças antagônicas se mobilizam e investem acirradamente, em nome da Democracia, com propostas dirigidas, em larga escala, a um universo de sociedade perplexa e alimentando esperanças de tempos melhores. Nada disso, contudo, vem sendo apontado como possibilidades nas propostas de governo dos candidatos que se cansam de repetir suas já cansadas retóricas de campanhas. Não percebem que o interesse do cidadão comum não é comungar das suas insaciáveis sedes de poder, mas sim vislumbrar possibilidades de ocupar um lugar digno num mundo acima do que habita, onde não haja famintos, desempregados, analfabetos, idosos abandonados, preconceito racial, entre outros desvalidos. Num processo social espúrio, como só ocorre, argumentos ideológicos de Politica se multiplicam com, quase sempre, inúteis e duvidosos formatos, confundindo o menos esclarecido que, lamentavelmente, forma a grande parcela do eleitorado. Para completar o voto vira moeda de troca e é comum ser posto a leilão, nas periferias e cafundós do país, onde os mais poderosos economicamente sempre pagam melhor e sufocam candidaturas promissoras e democráticas de raiz. Pior, grande parte do eleitorado termina sem saber em quem votou porque na hora da sessão eleitoral o que importa é quanto faturou vendendo seu voto. Pesquisas oportunas mostram que uma maioria expressiva já não sabe ou não se lembra do candidato ou candidata a quem deu seu voto no pleito anterior. Resultado é que fica difícil e bem remoto pensar numa verdadeira Democracia devido à forma como o processo ocorre historicamente. Segura mais essa Brasil! NOTA: Foto obtida no Google Imagens

6 comentários:

Nininha Brasileiro disse...

Amei girley o blog eu só pretendo votar para presidente e governador pois já escolhi os meus candidatos o resto eu não quero gastar o meu tempo abraço primo bom final de semana

José Paulo Cavalcanti disse...

É como somos, mestre Girley. Vamos em frente. ( Mais um ) belo texto. Parabéns. Abraços lisboetas, José Paulo.

Maria Edith Jourdan de Lucena disse...

É o que queremos primo.

Ina Melo disse...

Pois é amigo! Em respeito a minha idade e decepcionada com todos os políticos em geral, não votarei mais nunca,isto contra a vontade dos filhos e netos que sempre me viram como uma mulher politizada! Estou muito sem esperança nesse Brasil dos bolsonaristas fundamentalistas e burros! Se tivesse 10 anos de menos, iria morar na Grécia(aonde minha filha está) mesmo sabendo que lá também não é as mil maravilhas, mas pelo menos tem os deuses do Olimpo para me inspirar!

Leonardo Sampaio disse...

Muito bom, irmão Girley. Precisamos lutar por uma Democracia Direta, base do Progresso Comunitário Local Sustentável

Édson Junqueira disse...

É isso meu amigo . Essa democracia está um pouco longe , infelizmente o cerco está formado .
Muito triste a situação

Haja Cravos

Neste recente 25 de abril lembrei-me demais das minhas andanças em Portugal. Recordo da minha primeira visita, no longínquo verão de 1969, ...