quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Sobrou pra nós

Quando o orçamento familiar estoura o jeito que tem é cortar despesas apertando o cinturão, diminuindo o consumo das despesas correntes (luz, água, telefone etc.), cortar os supérfluos no supermercado, o almoço domingueiro fora de casa, guardar o carro na garagem e usar o busão ou metrô e por aí vai...
A coisa deveria funcionar do mesmo modo no setor Governo, sobretudo quando ele assume que o orçamento público estourou. A ordem deveria ser a mesma que prevalece numa familia. Mas, não é isto que está ocorrendo no Brasil da atual conjuntura. O Governo mandou ao Congresso uma proposta orçamentária para 2016, com uma previsão de déficit de R$ 30,5 Bilhões e confirmando que quer (ou tem que) gastar mais do que prevê receber. Creio que seja uma coisa inédita neste Brasil do meu Deus. Eu, pelo menos, nunca ouvi falar.
Sem querer abdicar das regalias e gastanças corriqueiras, Dona Dilma e seus 39 ministros pretende continuar esbanjando, embora a grana dos cofres públicos não suporte. Diante de um despautério de tamanha grandeza e uma incompetência nunca vista na História deste país, vai sobrar prá nós, pobres mortais contribuintes, porque é aumentando impostos e cortando investimentos que ela vai tentar (eu disse tentar) cobrir o rombo.
Reunida com ministros da área econômica, a “Presidenta” bolou, esta semana, um pacote de medidas para sanar a situação, que, segundo analistas econômicos não vai ajudar muito. “Vai cobrir um santo, descobrindo outro”.
No âmbito do pacote, algumas coisas chamam atenção: tira dinheiro do sistema S (Sebrae, Sesi, Senar, Senai) para cobrir parte do déficit, prejudicando inclusive o Pronatec, tão celebrado e decantado na campanha à presidência da Republica. Tira verbas orçadas para o Minha casa, Minha vida e, para não parar o programa, vai buscar recursos no FGTS. Prejudica o Programa de Exportações do Ministério do Desenvolvimento  com a redução do Reintegra (crédito aos exportadores de manufaturas, por meio de devolução de até 3% do faturamento, para descontos no PIS e Cofins) e, de quebra, traz de volta a famigerada CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) abominada no passado e no presente. Isto sem falar nos cortes previstos para os orçamentos dos ministérios básicos como Educação e Saúde. Para agitar mais, desferiu na moçada da “infantaria” - funcionários públicos - um empurrão de seis meses à frente para a correção dos salários. E aí eu pergunto: sobrou ou não sobrou prá nós?
Feito isto, noutra ação “faz de conta” promete, para a próxima semana, reduzir os ministérios que na prática não servem para nada, salvo dar emprego aos parasitas asseclas petrálias que perambulam na Esplanada dos Ministérios à cata de vaga no cabide de empregos montado por esse governo tresloucado. Que falta farão ministérios como o da Pesca, da Mulher ou o da Raça Negra? Já não têm verbas consideráveis mesmo... Vai ser uma jogada política.
Resumo da ópera: sacrificar, mais uma vez, o contribuinte espoliado e cansado de trabalhar para pagar tributos absurdos, sem que haja retornos desejados e de direito do cidadão.
Haja emoções, a cada dia. E cada vez mais fortes.

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