Por conta de um compromisso social voltei ao Rio de Janeiro
no fim de semana passado. Diferentemente da semana anterior, desta vez tive
chance de curtir como turista a cidade maravilhosa, o que é sempre muito bom.
Além do que, fui acompanhado da Patroa que torna a viagem mais divertida. Fora
o casamento que tivemos de assistir “batemos” o Rio no que de bom a cidade
oferece e focando na Zona Sul.
Muitos são os que dizem ser Brasília a síntese do Brasil,
porque lá circulam cidadãos de todos os recantos do país. Nos corredores do
Congresso Nacional isso fica bem evidente. Todo mundo, porém, ligado ao vetor
político. Contudo, pensando bem, é no Rio de Janeiro que a alma brasileira é
mais bem traduzida. Ali, sim, gente de todos os recantos e todas as tribos da
Nação interage de modo mais fácil e parece haver espaço para todos. Os
preconceitos contra os nordestinos são mais diluídos, se comparados com os que
os paulistas alimentam de forma quase que visceral. Escritores, atores, acadêmicos,
políticos, artistas plásticos, entre outros, do país inteiro, parecem encontrar
na dita Cidade Maravilhosa mais ambiente e chances de sucesso. Sem dúvidas que,
em se tratando de ambiente físico, o forasteiro encontra no Rio melhores
condições de sobreviver. Não é selva de pedra, não faz o frio da Pauliceia, é
mais verde e, por fim, tem o mar que areja a cidade, para quem precisa respirar
profundamente e com pureza, seja de alegria, alivio, sensação de liberdade ou
para desafogar a alma, se oprimida. Finalmente, chegar ao Rio é sempre bem agradável.
Ressalvo, no entanto, que gosto muito de São Paulo, mas, reconheço que o mix de lá é diferente. Fácil se percebe que aquele
Brasil dali é, certamente, menos brasileiro do que o do Rio.
Conheço pessoas que se esquivam de ir ao Rio devido à insegurança
nas ruas. Minha esposa, embora carioca de nascimento, é uma dessas pessoas. No
entanto, observo que a insegurança carioca é mais concentrada nas regiões de
morros e favelas, quando dominadas pelos imperadores do tráfico, algumas das
quais hoje pacificadas pelas chamadas UPP. Já no Recife a coisa,
lamentavelmente, é espalhada pela cidade toda. Esses dias, andamos tranquilos –
tomando os cuidados que se toma em qualquer outra cidade do mundo – por regiões
movimentadas e cheias de turista. Vimos, inclusive, grupos de visitantes
estrangeiros montados em jipes, estilo safári, prontos para fazer um Favela’s tour (vide foto) que é programa
imperdível para quem vem de fora. Para muitos, vir ao Rio e não entrar numa favela é o mesmo que ir a Roma e não ver Francisco. Engraçado que, vendo aquilo, me arrependo, até hoje, de não haver ido a Soweto, quando estive em Johanesburgo (África do Sul), por conta do temor da minha mulher. Que besteira. Outro must do turismo no Rio de agora, é visitar o Complexo de favelas do Morro do Alemão, subindo no teleférico que foi ali implantado. Dizem que o panorama que se avista é deslumbrante. Botequins e bares da área estão preparados de portas abertas para os visitantes locais e de fora. A propósito disso, está na hora do Recife tirar vantagem da presença de tubarões nas suas praias. Na Austrália, por exemplo, existem programas especiais de turismo, aproveitando a “fartura” dos tubarões nos mares do país. Turista adora esses exotismos.
imperdível para quem vem de fora. Para muitos, vir ao Rio e não entrar numa favela é o mesmo que ir a Roma e não ver Francisco. Engraçado que, vendo aquilo, me arrependo, até hoje, de não haver ido a Soweto, quando estive em Johanesburgo (África do Sul), por conta do temor da minha mulher. Que besteira. Outro must do turismo no Rio de agora, é visitar o Complexo de favelas do Morro do Alemão, subindo no teleférico que foi ali implantado. Dizem que o panorama que se avista é deslumbrante. Botequins e bares da área estão preparados de portas abertas para os visitantes locais e de fora. A propósito disso, está na hora do Recife tirar vantagem da presença de tubarões nas suas praias. Na Austrália, por exemplo, existem programas especiais de turismo, aproveitando a “fartura” dos tubarões nos mares do país. Turista adora esses exotismos.
E falando de botequim, uma dica: paramos no Garota da Urca para tomar um chope e
terminamos comendo o melhor contrafilé grelhado que se pode desejar. Além do que
curtirmos o espírito carioca no melhor da sua essência e a belíssima vista da
enseada de Botafogo (foto lá em cima), com o Cristo Redentor, no Corcovado, de braços abertos
chamando para um abraço.
Mas, não sendo míope, vejo que nem tudo são flores. Há também aqueles que não têm a
sorte de encontrar o sucesso e “sobram na curva”. Foi o caso do baiano Alcino
(nome fictício) que foi à Copacabana para ver o Papa e, até agora, vive perambulando nas
ruas do bairro. Vide a Foto e atente para o detalhe da valise do cara, que diz “I Love Rio”. Não é incrível? Ele
parece viver de esmolas, numa cidade que lhe é hostil, mas sem perceber faz
a propaganda da mesma. Só mesmo no Brasil acontece uma coisa assim.
NOTA: As fotos são da autoria do Blogueiro
NOTA: As fotos são da autoria do Blogueiro
4 comentários:
Vi as fotos no Instagram. Parabéns pelo sucesso da viagem, pelas lindas fotografias e pela descrição de algo muito interessante sobre o conhecimento empírico da ALMA BRASILEIRA. Também não admira, tratando-de dum Bras(z)ileiro duplamente assumido.
Porto, Carlos Jorge Mota
Sintetizastes bem. O Rio não é estado geográfico; é Estado de Espírito. Morei 6 anos lá e numa mesa de bar, pela madrugada, me perguntaram: Zé "tu é" nordestino, certo? Sou. Moras onde? Na Tijuca... Em que laje? Rimos e perguntei: Sabes o que é o carioca? Não. É o cara que diz quase gritando: Apareça lá em casa... Mas, nunca dá o endereço... Amigo, parabéns por "cutucar minha memória".
Ola Girley.
até quem enfim consigo acessar seu blog. Graças, aliás, a um colega muito ágil em informática. Lerei agora a cada semana.
Um abraço.
Eveline
Caro amigo, rebuscas minhas memórias. Carioca de nascimento, brasiliense de coração, vivo minha vida dividido entre esses dois amores: um me sustenta, outro me atrai. Oh vida!!!.
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