Como não sou de perder o controle das coisas, principalmente em trânsito, passei a contemplar a paisagem bucólica/urbana do bairro do Espinheiro que tem ruas super arborizadas – mostro-as, cheio de bairrismo, a todo visitante – verdadeiros túneis de altos e centenários oitizeiros. Acredite, caro leitor ou cara leitora, havia muito tempo que não tinha a oportunidade de admirá-los como fi-lo nesta semana. Foi meu único consolo dentro do carro, retido nos engarrafamentos da região. Taco uma música clássica, no som do veiculo e fico lá... Possesso da vida, claro, perdendo a hora de um compromisso. Só quero ver como vai ser na próxima semana, com o inicio das aulas. A coisa vai feder, mesmo antes do Canal. Deus que nos acuda. Quem optar pela Avenida Rui Barbosa, vai urrar. Tô fora...Sabe minha gente, esta coisa não tem solução assim, num abrir e fechar vias à direita ou à esquerda. Quanta ingenuidade desses nossos mandantes e técnicos municipais. Será que essa gente não percebe os erros antes cometidos? A falta de planejamento urbano? Ou de transporte urbano de massa, numa cidade com estrutura antiga e de condições desfavoráveis, que virou Metrópole no século 21? A falta de ordem e responsabilidade na ocupação do solo e, por fim, a selvagem especulação imobiliária? Será que não percebem erros vergonhosos do tipo “modernização” da Avenida Conde da Boa Vista. Aquilo foi, ou melhor, é um dos maiores absurdos em termos de intervenção urbana. Burrice total. Dinheiro do contribuinte jogado no lixo. Ou, provavelmente, nos bolsos dos mandantes.
A verdade é que o Recife está diante de um colossal desafio: modernizar-se e oferecer aos seus habitantes condições dignas de viver, ir e vir sem percalços. E quando falo de percalços lembro-me dos buracos, da falta de vias inteligentes, da limpeza urbana, habitação popular, entre outros aspectos de carências. E o que é fundamental: gestão honesta e competente.
Agora, tem uma coisa: o que se observa no Recife não é muito diferente de outras grandes cidades brasileiras. A crescente urbanização da população é uma delas. Ninguém quer mais viver no campo. È incrível! Outra coisa é a facilidade que se tem, hoje em dia, de se comprar um carro, com financiamentos a perder de vista, entupindo as ruas e complicando o transito.
Faltam políticas urbanas e planejamento sério, embora haja ministérios e secretarias especificas, infelizmente entregues a quem não tem conhecimento ou consciência do papel a cumprir. O atual escândalo do Ministério dos Transportes é bom exemplo.
E o Recife, coitado, cada vez pior.

E
final das contas é o melhor mercado dos produtos chineses. Os italianos estão dando banho de design nas terras de Mao. Para completar, todo dia estou sendo impelido, a bordo do meu sofá, pelo Faustão na TV, me aconselhando comprar um automóvel JAC, completo, sem essa de opcionais à parte e com inacreditáveis seis anos de garantia. Desse jeito, não tem quem segure. Fico olhando a revestrés ... e já me balancei pelo negócio. No futuro, quem sabe?
