quarta-feira, 11 de março de 2009

Uma Varanda no Pacifico

Estando em Santiago e dispondo de tempo, não há porque não dar um pulinho no que eu chamo de “a varanda do Chile sobre o Pacifico”: Valparaiso e Viña del Mar. Cidades gêmeas, cada vez mais ligadas pelo processo de urbanização intenso.
Uma auto-estrada liga a capital chilena a essa aprazível região e, com uma hora e meia, o visitante está diante das águas azuis do Pacífico. Gaivotas e pelicanos, com jeito de dar boas vindas, vêm ao encontro de quem chega, executando vôos rasantes, antes mesmo que o chegado alcance a posição de “a ver o mar”. Tive a impressão de avistar Fernão Capelo nos recebendo.
Valparaiso, também conhecida como la Perla del Pacifico, é antiga. É de 1536. Seu fundador foi Juan de Saavedra, que a mando de Diego de Almagro, o descobridor do Chile, foi até a costa aguardar a esquadra espanhola que vinha por mar encontrá-lo na aventura de conquista das novas terras. Em 1544, o local se transformou no primeiro porto do Chile, determinado por Pedro de Valdívia o fundador de Santiago e governador do Chile espanhol daquela época. Ao longo dos séculos este porto foi se consolidando e hoje é um ponto importante na logística sul-americana, da Bacia do Pacifico, e por onde escoam riquezas não apenas chilenas, mas, também, de outros países do Continente, principalmente se o destino for a Ásia.
Patrimônio Cultural da Humanidade, Valparaiso se constitui numa grata surpresa para o visitante, devido ao casario colorido esparramado por vários morros e acessados, de preferência, por elevadores em plano inclinado. Do alto dos “cerros” um panorama sempre vislumbrado em meio aos muitos ohs! dos turistas que, ato continuo, mergulham em meio a muitos artesãos em ação, ateliers de pintores, restaurantes, bares entre outras atrações. No Cerro Concepción onde estive, com meus familiares, no domingo de carnaval, não havia folia, mas havia muita informação cultural. Exploramos, ao máximo, aquela bela área.
Completando nossa visita a Valparaiso almoçamos, num belíssimo restaurante, lá mesmo no Concepción, cujas linhas arquitetônicas são, de fato, uma varanda sobre o Pacifico. Resultado: uma deslumbrante paisagem. No prato não podia cair outra coisa a não ser fruto do mar.
Um novo e moderno metrô liga Valparaiso à formosa Viña del Mar. Através dele desembarcamos num cenário de autêntica riviera francesa, em plena América do Sul.
Um passeio de carruagem, de módico preço, dá em pouco tempo uma visão completa do lugar. Muito charme nas alamedas e jardins. Palacetes senhoriais, prédios bem projetados, hotéis de luxo, cassino, centro comercial dinâmico completam o ambiente mais sofisticado do litoral chileno. Em adição – na ocasião que por lá passamos – o burburinho do Festival Internacional da Canção, que todo ano, nesta época, transforma Viña na capital mundial da canção popular.
Pois é, o Chile, como já falei, é de uma diversidade fantástica de paisagens. Comentei sobre várias coisas e estou por encerrar estas postagens sobre as andanças por lá. Antes, porém, um registro para uma parte importante e rara que é a Ilha de Páscoa, pertencente ao Chile e situada na Polinésia. Aquela dos misteriosos moais, esculturas imensas de pedras, que não se sabe de onde vieram e como foram ali colocadas. Nunca estive por lá. Mas, pretendo ir, um dia. Enquanto isto não acontece, tratei de sentir um pouco do clima daquele Paraíso, indo, com minha família, a um restaurante/show, em Santiago, onde o clima é de pura Polinésia, tanto pelo cardápio, quanto pelo show com danças típicas. O cliente é recebido com um colar de flores, por recepcionistas trajando roupas floridas e multicoloridas. E, uma vez lá dentro, é pura curtição.

Nota: Fotos do Blogueiro. Em cima uma vista de Viña, com Valparaiso ao fundo. Em baixo meu filho em clima de Polinésia.

2 comentários:

Anônimo disse...

Girley
São cidades encantadoras. Em Valparaiso há uma estátua da justiça sem venda nos olhos e com os pratos da balança desequilibrados. Foi presente de um inglês que se sentiu unjustiçado com o tribuanal daquela cidade. A estátua encontra-se na frente do prédio do tribunal.
A gozação tambem faz parte do espírito chileno.
Um abraço Joe

Manuela Allain Davidson disse...

Eu agora tenho duas varandas pertinho do Pacifico, mas nenhuma delas com uma vista dessa... Mas quer saber, vou pro trabalho todo dia navegando e olhando pros Fernao Capelos gaivotas do lado de fora do ferry boat. Vc vai amar quando vier por aqui nos visitar e eu vou amar ler seus posts sobre a Australia, hehe!!

Bjao!

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