domingo, 9 de novembro de 2008

Vitória da Raça

Sem dúvidas o maior acontecimento da semana foi a vitória de Barack Hussein Obama na eleição de Presidente da República, nos Estados Unidos.
Muito se espera do novo presidente norte-americano. Acho que qualquer que fosse o vitorioso seria assim. O nefasto governo de Bush fez com que o mundo inteiro torcesse por uma mudança e colocasse todas as fichas nesse jogo. Aliás, pensando bem, foi Bush o maior cabo eleitoral de Obama.
Há muitas décadas os norte-americanos não se mobilizavam, para uma eleição, como ocorreu na semana que passou. Dessa vez o eleitor não ficou apático. Foi às ruas, fez campanha, gritou, votou – houve uma afluência nunca vista às sessões eleitorais – e comemorou a vitória, dando testemunho de que lá se pratica a maior democracia do planeta.
Os Estados Unidos, mergulhado na maior crise econômica de todos os tempos e as portas de uma longa recessão, esperam dessa sua nova liderança algo como passes de mágica para tirar o país do buraco que Bush colocou. A expectativa é tamanha que assusta os mais avisados e conscientes do desafio. Não vai ser uma coisa fácil. E é aí onde reside a preocupação da equipe de governo já se formando. O primeiro discurso, não o da festa da vitória, numa grande Praça em Chicago, que foi carregado de emoção, mas o da primeira coletiva à imprensa mundial foi claro ao avisar das dificuldades e pedir calma.
Mas, não é desses aspectos político-econômicos que quero falar. Ao invés disso, tenho me detido mais em observar a alegria do povo negro norte-americano. Esta sim foi uma vitória retumbante. Conheço os Estados Unidos de Norte a Sul e Leste a Oeste. A primeira vez que estive por lá foi no longínquo 1967. Muito jovem, tive a oportunidade e a curiosidade de observar as relações entre brancos e negros e senti, claramente, a diferença que se impunha entre os cidadãos das duas raças.
Vivi os tempos de campanha de Martin Luther King e acompanhei o episódio do seu assassinato em 1968. Em 1972, de volta aos Estados Unidos e, mais precisamente, a cidade de Atlanta (Geórgia), no Sul do País, onde a questão racial sempre foi mais acirrada, fiz questão de visitar o túmulo desse mártir pela luta contra o racismo na Terra de Tio San. Lá mesmo, na capital da Geórgia, como sinal da separação racial, fui recomendado atentamente, pelos meus anfitriões e por um primo que fazia intercambio, de não entrar, por descuido, no bairro comercial dos negros. Isto numa época em que a coisa já era, oficialmente, inaceitável. Temia-se que eu fosse abordado de modo adverso pelos negros, ainda vivendo em guetos.
Noutras ocasiões, e, até recentemente, sempre que volto aos Estados Unidos, visitando lugares diferentes – grandes centros e pequenas cidades – não percebi progressos muito claros nesse relacionamento. Naturalmente, que vi negros e brancos, circulando juntos, em todas as partes. Mas vi, também, que a coisa nunca deixou de ter o ranço do preconceito histórico.
A vitória de Obama pode marcar o ponto final dessa diferença e o exemplo vai levar o resto do mundo, de uma vez por todas, alijar o racismo, onde quer que ele ainda exista. Os democratas com mais facilidade do que os republicanos, mas provavelmente todos juntos, em honor ao President of The United States of América e a tradição democrática do país vão perceber que não cabe mais alimentar o ranço. Acho que a Nação vai se unir em torno desse homem que vem com a aura de Salvador da Pátria.
É minha gente... A História muda. Nasce uma nova América. Para gáudio do Planeta! É a vitória da raça, 40 anos depois da morte de Luther King, que é considerado o fundador da moderna democracia norte-americana.
Nota: As fotos de Obama e Luther King foram colhidas no Google Imagens

4 comentários:

Corumbá disse...

Caro Girley:

Como sempre, brilhante sua análise! Realmente, sinto como se fosse o alvorecer de um novo tempo.
Tirando as picuinhas que cada país chama de prioridade, é enorme a responsabilidade desse homem, tanto por sua raça como por sua vida, quanto pelos problemas herdados.
Vai precisar de muita coragem e determinção e muito apoio espiritual. Oremos por ele e que Deus nos ajude nessa nova chance de crescimento.
Grande abraço,
Corumbá
ps; obrigado pela inclusão de meu blog. Gostaria de inserir o seu mas ainda não descobri como se faz...risos

Anônimo disse...

Caro Girley, foi realmente uma vitória da raça, mas entendo de que a raça (aliás raça só aceito entre os irracionais, que são várias, entre nós só existe uma, a humana) vitoriosa não não foi a negra e sim, a branca, que livrou-se do peso da intolerância e da discriminação entre iguais. Parece-me que eles descobriram que Deus não trem cor. Abraços, Edvaldo Arlégo.

Wilma disse...

Prezado Girley,

Estava mesmo esperando que você falasse sobre essa grande vitória de Barac Obama.Sempre muito boa sua colocação e como comentou acima o Sr.Edvaldo,a vitória foi mesmo dos brancos.Agora vamos esperar que tudo corra bem e que o novo presidente consiga dar uma virada na crise pela qual vem passando os Estado Unidos.Deus a de querer.
Grande abraço.

Wilma.

Anônimo disse...

Prezado Girley
obrigado pelo e-mail que vocè me enviou sobre a eleçao dos Estdos Unidos referente ao novo presidente Barack Obamha, eu tambem acridito que ele vai mudar a situaçào do seu pais e do mundo inteiro. Um abraço Carlo Sarti (la Spezia - Itália)

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