Sem dúvidas o maior acontecimento da semana foi a vitória de Barack Hussein Obama na eleição de Presidente da República, nos Estados Unidos.
Muito se espera do novo presidente norte-americano. Acho que qualquer que fosse o vitorioso seria assim. O nefasto governo de Bush fez com que o mundo inteiro torcesse por uma mudança e colocasse todas as fichas nesse jogo. Aliás, pensando bem, foi Bush o maior cabo eleitoral de Obama.
Há muitas décadas os norte-americanos não se mobilizavam, para uma eleição, como ocorreu na semana que passou. Dessa vez o eleitor não ficou apático. Foi às ruas, fez campanha, gritou, votou – houve uma afluência nunca vista às sessões eleitorais – e comemorou a vitória, dando testemunho de que lá se pratica a maior democracia do planeta.
Os Estados Unidos, mergulhado na maior crise econômica de todos os tempos e as portas de uma longa recessão, esperam dessa sua nova liderança algo como passes de mágica para tirar o país do buraco que Bush colocou. A expectativa é tamanha que assusta os mais avisados e conscientes do desafio. Não vai ser uma coisa fácil. E é aí onde reside a preocupação da equipe de governo já se formando. O primeiro discurso, não o da festa da vitória, numa grande Praça em Chicago, que foi carregado de emoção, mas o da primeira coletiva à imprensa mundial foi claro ao avisar das dificuldades e pedir calma.
Mas, não é desses aspectos político-econômicos que quero falar. Ao invés disso, tenho me detido mais em observar a alegria do povo negro norte-americano. Esta sim foi uma vitória retumbante. Conheço os Estados Unidos de Norte a Sul e Leste a Oeste. A primeira vez que estive por lá foi no longínquo 1967. Muito jovem, tive a oportunidade e a curiosidade de observar as relações entre brancos e negros e senti, claramente, a diferença que se impunha entre os cidadãos das duas raças.
Vivi os tempos de campanha de Martin Luther King e acompanhei o episódio do seu assassinato em 1968. Em 1972, de volta aos Estados Unidos e, mais precisamente, a cidade de Atlanta (Geórgia), no Sul do País, onde a questão racial sempre foi mais acirrada, fiz questão de visitar o túmulo desse mártir pela luta contra o racismo na Terra de Tio San. Lá mesmo, na capital da Geórgia, como sinal da separação racial, fui recomendado atentamente, pelos meus anfitriões e por um primo que fazia intercambio, de não entrar, por descuido, no bairro comercial dos negros. Isto numa época em que a coisa já era, oficialmente, inaceitável. Temia-se que eu fosse abordado de modo adverso pelos negros, ainda vivendo em guetos.
Noutras ocasiões, e, até recentemente, sempre que volto aos Estados Unidos, visitando lugares diferentes – grandes centros e pequenas cidades – não percebi progressos muito claros nesse relacionamento. Naturalmente, que vi negros e brancos, circulando juntos, em todas as partes. Mas vi, também, que a coisa nunca deixou de ter o ranço do preconceito histórico.
A vitória de Obama pode marcar o ponto final dessa diferença e o exemplo vai levar o resto do mundo, de uma vez por todas, alijar o racismo, onde quer que ele ainda exista. Os democratas com mais facilidade do que os republicanos, mas provavelmente todos juntos, em honor ao President of The United States of América e a tradição democrática do país vão perceber que não cabe mais alimentar o ranço. Acho que a Nação vai se unir em torno desse homem que vem com a aura de Salvador da Pátria.
É minha gente... A História muda. Nasce uma nova América. Para gáudio do Planeta! É a vitória da raça, 40 anos depois da morte de Luther King, que é considerado o fundador da moderna democracia norte-americana.
Nota: As fotos de Obama e Luther King foram colhidas no Google Imagens
domingo, 9 de novembro de 2008
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4 comentários:
Caro Girley:
Como sempre, brilhante sua análise! Realmente, sinto como se fosse o alvorecer de um novo tempo.
Tirando as picuinhas que cada país chama de prioridade, é enorme a responsabilidade desse homem, tanto por sua raça como por sua vida, quanto pelos problemas herdados.
Vai precisar de muita coragem e determinção e muito apoio espiritual. Oremos por ele e que Deus nos ajude nessa nova chance de crescimento.
Grande abraço,
Corumbá
ps; obrigado pela inclusão de meu blog. Gostaria de inserir o seu mas ainda não descobri como se faz...risos
Caro Girley, foi realmente uma vitória da raça, mas entendo de que a raça (aliás raça só aceito entre os irracionais, que são várias, entre nós só existe uma, a humana) vitoriosa não não foi a negra e sim, a branca, que livrou-se do peso da intolerância e da discriminação entre iguais. Parece-me que eles descobriram que Deus não trem cor. Abraços, Edvaldo Arlégo.
Prezado Girley,
Estava mesmo esperando que você falasse sobre essa grande vitória de Barac Obama.Sempre muito boa sua colocação e como comentou acima o Sr.Edvaldo,a vitória foi mesmo dos brancos.Agora vamos esperar que tudo corra bem e que o novo presidente consiga dar uma virada na crise pela qual vem passando os Estado Unidos.Deus a de querer.
Grande abraço.
Wilma.
Prezado Girley
obrigado pelo e-mail que vocè me enviou sobre a eleçao dos Estdos Unidos referente ao novo presidente Barack Obamha, eu tambem acridito que ele vai mudar a situaçào do seu pais e do mundo inteiro. Um abraço Carlo Sarti (la Spezia - Itália)
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