Hoje em dia, a gente já sai de casa com o espírito preparado para um eventual episódio, tamanha é a freqüência da coisa. Cuidado aqui ou ali, cortando sinal vermelho, escolhendo por onde circular, vivendo um autentico suplício. Haja estresse.
Interessante é que os mais otimistas tendem sempre a pensar que a coisa só acontece com os outros e a certa distancia, o que é um ledo engano, devido a constância.
Esta semana fui surpreendido, na frente do prédio onde moro, no Rosarinho, com um audacioso assalto a oito veículos encurralados pelos bandidos, entre duas transversais, usando dois automóveis atravessados na via pública. A Rua Teles Junior é estreita, com muitos prédios, muitos habitantes, sempre cheia de veículos estacionados dos dois lados e com estreita pista de passagem para um intenso tráfego. Foi uma “barbada” para os assaltantes. Após obstruírem a rua, em dois pontos estratégicos, “fizeram a feira” em poucos instantes e partiram em disparada, levando as chaves de todos os veículos represados. Era um bando de mais de dez. Restaram oito motoristas e seus acompanhantes em estado de desespero, sem lenço, sem documentos, sem dinheiro e, com certeza, sem esperanças de paz.
Na manhã seguinte os jornais traziam o retrato da calamidade com a clamorosa manchete: Arrastão e Terror em Rua do Rosarinho. A minha rua! Foi a violência batendo a minha porta.
É isto aí, meus amigos. Sinto que estamos perdendo as esperanças de ir e vir tranquilamente. De viver, mesmo dentro de casa, sem temor. Perdendo as esperanças de viver numa cidade segura.
As autoridades vivem de promessas e sem apresentar resultados tangíveis. Os marginais já devem rir à toa, com tanto sucesso que alcançam nas suas ações devastadoras. E pela facilidade que encontram, as organizações criminosas se multiplicam diante da impotência do Estado. Há uma verdadeira máquina de criminalidade.
É verdade que é um problema nacional. Mas, no Recife as coisas estão sem limites. A cidade está inviável. Acredito que esta geração não terá chances de viver num ambiente de paz. Serão necessários muitos anos para que uma estratégia política de ordem e segurança vingue por estas bandas. Vai ser preciso um trabalho de base que salve da marginalidade as próximas gerações , a base de educação, saúde, moradia e emprego necessários a esta população que vive nas periferias das nossas grandes cidades, incluindo o Recife.
Estou certo de que não será uma coisa para o meu tempo. Tomara que seja para meus netos. Sofro por conta da minha falta de esperança, mesmo que ela seja a última a morrer, conforme a sabedoria popular.
Nota: Foto obtida no Google Imagens .
16 comentários:
Girley meu amigo, você tem toda razão quando diz que os assaltos pareciam coisa distante, coisas que só aconteciam com os "outros" De repente nós somos os outros. Eu te juro que se tivesse como tenho hoje real consciencia da violencia que existe na minha cidade, jamais teria comprado apartamento onde comprei. Adoro ir Recife, cidade onde nasci, me criei tenho meus irmãos, sobrinhos, e grandes amigos, mas a violencia me dá muito medo. Que o governo faz vista grossa eu nem tenho dúvida. Saem de uma eleição e já pensam (aliás só pensam) na próxima, ou seja como vão se manter no "emprego do governo". Ninguém procura iniciar uma ação (veja bem que não usei a palavra planejamento, porque dela já estou farta) de melhoria social. O que lemos são nossos representantes em festas, "vernisages," feijoadas, churrascos, viagens de "negócios" primeira fila no Galo da Madrugada, ou participações em congressos inócuos, onde tudo é pago do bolso e nada trazem em proveito da nossa sociedade. São uns descarados. Perder a esperança não perco, porque seria perder a fé, mas acho sim que devemos exigir punições mais severas a esses covardes que assaltam e matam a sangue frio assim como cada vez mais fechar o cerco a esses políticos pelêgos que com o poder em mão deveriam fazer muito mais pela nossa comunidade. Um abraço ana maria menezes
Amigo Girley,
Tenho acompanhado sempre seus interessantes comentarios sobre o Brasil e o Mundo (e agora sua Rua) por seus blogs.
Tinha lido nos jornais a noticia desse espetaculoso assalto no Rosarinho. Fiquei com uma curiosidade: "muito trabalho pra tao pouco comer". Ou seja, muita açao e muitos assaltantes de cara limpa para uma evenvual coleta de pouca coisa (certamente os donos dos carros logo bloquearam seus cartoes bancarios e os veiculos nao foram levados).
Faço uma pergunta: qual o objetivo REAL do assalto??? Ou houve um erro de horario e esperavam grande soma de dinheiro em um dos veiculos?
Um grande abraço,
Celina
Caro Girley,
A coisa está séria mesmo. Não há luz no fim do túnel. Só escutidão.
Mauro Gomes
Pois é, meu caro Girley,é mesmo de perder a esperança de dias melhores!....Temo muito pelos meus netos que estão sendo criados num mundo com tamanha violência e sem previsão de mudanças.
Ai que saudades da minha juventude,onde transitávamos a qualquer, hora do dia ou da noite, sem correr riscos de assaltos!
Grande abraço.
Wilma.
Gi,
Estou virando uma "radical". Bandido com varias passagens pela policia por assassinato merece pena de morte pois esses marginais jamais se enquadrarão novamente a sociedade como pessoas normais.Como diz o velho ditado:"Cesteiro que faz um cesto faz um cento assim teha cipó e tempo".Minha "cristandade" as favas e por mim nao daria mais cipó nem tempo aos marginais. Estou de um jeito que "escreveu não leu o pau comeu".
Percebeu o meu humor amigo???
Bjs
LULU
Amigo Girley ,compartilho de seu pensamento .
É uma pena que uma cidade com a história de Recife ,sua arte e cultura ,esteja refém desta situação. Só nos resta rezar!
Forte abraço
André Mozetick
Amigo Girley.
Moro perto de vc, no Rosarinho, na transversal onde ocorreu o assalto. Para sua ciência à tres meses ocoreu um semelhante na Carneiro Vilena, com a diferença que levaram o carro da senhora e ,como estava com pouco combustível, deixaram em frente da minha casa.
Abraços
Osmário Lacet Filho
Para muitos, a paz ainda é uma pomba branca ou um discurso de religiosos. Para
quem entendeu o funcionamento social, a paz é uma grande possibilidade de
entender a vida social como conflito e aprender a conviver, mediar, resolver
conflitos pacificamente e comunitariamente. A cultura da paz e o estatuto de
desarmamento serão os temas abordados no Café Cultura que acontece nesta noite
na Livraria Cultura. O professor Clóvis Nunes (MOVPAZ - Brasil), Jairo Nunes
(MOVPAZ - Recife) e o Cel. Paulo Roberto sob coordenação do Dr. Marcelo
Pelizzoli (UFPE - Grupo de Ciência e Cultura de Paz) discutirão sobre o que é
cultura da violência e como é gerada, refletindo sobre uma cultura que sabe
entender e lidar com os conflitos, com a crise social e a violência, bem como o
que tem acontecido em Recife-PE.
Evelina Menezes de Sá
Pois é amigo,
Por isso mesmo fiz opção de morar em Aldeia a 5 anos atrás, por não acreditar que haja possibilidade de conter a violência, não a curto prazo.
Sair a noite para o Recife, nem pensar!! Infelizmente somos reféns desse estado de coisas, que só muda se mudarem os políticos. Como a massa está coaptada pelas "bolsas" e o populismo é quem toma conta, vamos então levando a vida como dá... Até quando? Quem sabe!
Forte abraço,
Philipe
Meu Caro Amigo e Companheiro Rotaryano Girley. Li e PARABENIZO, o seu Artigo no seu BLOG de hoje sôbre o Assalto na Rua Teles Junior. Como Oficial da Reserva da PMPE ( Cel. R/R ), sei das dificuldades e preocupação do nosso Cmt. Geral em sanar, a insegurança reinante, em nossa Cidade. Êle conhece a Corporação, pois veio de Soldado até atingir o Pôsto máximo- Cmt. Geral- Porem, meu caro Girley, muitas coisas, não depende, de decisões da PM, mas de DECISÕES POLÍTICAS de Cunho SOCIAL: EDUCAÇÃO, SAÚDE e HABITAÇÃO. Não sei se você sabe meu caro Girley, a nossa PM, é a 2ª menos Remunerada entre os Estados do País. Os nossos Sds, muitas vêzes, antes de assumir, o serviço na PM, já vem, de " BICO", para suprir as suas necessidades junto à Família. HABITAÇÃO: Muitas vêzes, moram onde tem bandidos( Sem ter conhecimento). Nosso Aparato Policial, necessita, urgentemente, ser melhor observados, por Ações Governamentais, agora, e não em Campanhas Políticas. Os Problemas Sociais no mundo Civil, aumentam consideravelmente, sem nenhuma resposta positiva, dos nossos GOVERNANTES. Tarciso Calado
CARO GIRLEY,
PENSEI EM VOCE QUANDO VI A NOTÍCIA NOS JORNAIS. ESPERO QUE NADA TENHA LHE ACONTECIDO E A SUA FAMÍLIA. REALMENTE É MUITO DIFICL PARA NÓS PRESENCIARMOS OU MESMO VIVENCIAR ESSE TIPO DE VIOLENCIA. QUANDO EU MORAVA NA RUA DOS NAVEGANTES EM BOA VIAGEM VI DA JANELA DO MEU APARTAMENTO MINHA FILHA SER ASSALTADA QUANDO ESTACIONAVA O CARRO. GRAÇAS A DEUS OS MARGINAIS LEVARAM O CARRO E ELA FICOU SÃ E SALVA. PARA MIM FOI A MAIOR VITÓRIA.FELIZ DE NÓS QUANDO PODEMOS CONTAR OS FATOS. ABRAÇOS. INA MELO
Girley
Logo que soube do ocorrido, tentei falar com você, mas não consegui. Mandei um e-mail que retornou.
É verdade. Tá tudo dominado! O que mais me apavora é que a polícia prende e a justiça solta. Usando as palavras de Cardinot, "a polícia enxuga gelo". Esta semana, foi preso um bandido que há três meses atrás havia sido preso, e já estava na rua, em que pese a sua extensa folha de delitos, entre assaltos e latrocínios. Em consequência da Lei do Menor, estes são usados na linha de frente porque são impunes. Contudo, não devemos perder a esperança, e confiar nos Anjos, Santos e Deus. Evito sair à noite, e muitas pessoas até me levam ao ridículo. Não me importo, cada um sabe como procurar se defender. É o país todo às voltas com a bandidagem. Semana passada 9 meninas, em Sta Catarina, foram mortas; nas favelas do Rio, o tiroteio é diário e dezenas de pessoas são atingidas por balas perdidas; na Bahia as gangs agem aos bandos e as estatísticas são apavorantes; em São Paulo, outro dia assisti um reportagem sobre os assaltos no centro da cidade, onde gangs roubavam quem passava, surravam pessoas, e as câmaras filmaram um carro da polícia que passava no momento, sem nada fazer, como se nada acontecesse. Fico pensando que os bandidos são como formigas, todos os dias dezenas são mortos pela polícia ou entre eles mesmos, mas surgem centenas. Aliás, isso já foi dito por um bandido no Rio: "morre um, e é substituido po dois". Só contratando 007.
Beijos de Leony Muniz
Caro amigo Girley Brazileiro
Foi com grande alegria que recebi da minha cunhada Vera Chianca uma triste reportagem vivida por você na nossa querida e bela cidade Recife, que para quem estar longe nesse Além Mar, junta-se a tristeza com a alegria de encontrar um amigo, ex professor particular e muito mais.
Terei muita honra em fazer parte do malling do seu Blog, pois assim ficarei mas perto do que há melhor no meu Brasil e em especial da nossa cidade.
Meu companheiro Carlos Mota o Rotário que levei ao seu clube em 2004, manda os cumprimentos, hoje somos mesmo marido e mulher (risos) e estou a viver em Portugal na cidade do Porto. Quando vieres até aqui teremos
imenso prazer em encontrá-lo.
Nunca perca a esperança amigo, vamos estar sempre conspirando para que o UNIVERSO na sua imensa sabedoria,venha a modificar essa situação, que não é só no Recife, mas no mundo. Falo isso mas sei que tambéns tens sabedoria suficiente para ver que :"não há bem que não se acabe e não há mal que dure para sempre."
Tenho lutado muito aqui para mostrar que somos um País de gente boa, solidária, hospitaleiros que ainda abrimos nossas portas para receber, para conviver, para ajudar...etc...
Termino aqui com meu coração em festa, apesar de ter sido num momento dificil que nos encontramos nesse universo
surpreendente chamado "INTERNET".
Inêz Mota (Porto-Portugal)
Caro Girley.
Li como sempre o faço seus artigos com a admiração que você causa a
à grande legião de seus amigos-fãs. Devo dizer-lhe que o amigo está absolutamente certo nas suas observações e desesperanças quanto ao futuro de nossa cidade e de nós todos que ainda moramos nela. Resta-nos mudarmo-nos para outro lugar porque o Recife é um caso perdido, exceto para bandidos. Não existe mais condições para as pessoas de bem como nós habitarmos aqui. É uma pena bastando recordar seu artigo sôbre o Recife de nossa mocidade, quando podíamos desfrutar de nossa Veneza Brasileira tão agradável com seu verde de frondosas árvores, de sua doce brisa que seus mares nos ofertava, com suas noites enluaradas ou não mas muito poéticas e motivantes à incursão da boemia. Dos encontros nas calçadas das casas de bairro quando grupos de adolescentes se encontravam para bate-papos e até primeiros namoricos. Do retorno cansado, mas tranquilo, das festas dos clubes de nossa cidade querida.
Manoel Rodrigues
Caro Girley.
Li como sempre o faço seus artigos com a admiração que você causa aà grande legião de seus amigos-fãs. Devo dizer-lhe que o amigo está absolutamente certo nas suas observações e desesperanças quanto ao futuro de nossa cidade e de nós todos que ainda moramos nela. Resta-nos mudarmo-nos para outro lugar porque o Recife é um caso perdido, exceto para bandidos. Não existe mais condições para as pessoas de bem como nós habitarmos aqui. É uma pena bastando recordar seu artigo sôbre o Recife de nossa mocidade, quando podíamos desfrutar de nossa Veneza Brasileira tão agradável com seu verde de frondosas árvores, de sua doce brisa que seus mares nos ofertava, com suas noites enluaradas ou não mas muito poéticas e motivantes à incursão da boemia. Dos encontros nas calçadas das casas de bairro quando grupos de adolescentes se encontravam para bate-papos e até primeiros namoricos. Do retorno cansado, mas tranquilo, das festas dos clubes de nossa cidade sendo o único temor o da reprimenda dos pais quanto a hora tardia de nosso regresso. Toda a beleza e encanto do Recife foram substituídos pela violência dos bandidos, pelos direitos humanos de assassinos, pela ausência da religião e valorização de bens materiais. Infelizmente para min este é o atual perfil de nossa antiga cidade. Como o amigo e as demais testemunhas que aqui compareceram também não tenho qualquer esperança de que este infeliz cenário venha a mudar. Receba um grande abraço com a admiração de sempre, Manoel Quintas.
Caro Companheiro Girley:
Enquanto a coisa é só na tv e em seus jornais não assusta tanto, quando é no RIO, não é aqui, parece que tudo bem.
Mas companheiro o Rio de hoje somos nós amanhã, muito me assusta que os cariocas estão se acostumando com esta operação que você conta horrorizado.
Temos que nos preocupar com nossos vizinhos, com o ser humano, temos que sair em defesa dos mais fracos e oprimidos, temos que reclamar da educação governamental, mesmo que não a utilizemos, quem pode reclamar somos nós da classe média.
O que esperar de governos? NADA !!!
Quem sabe faz a hora não espera acontecer, lembra???
Parabéns pelo seu blog.
Millan RCSP-Jabaquara D4610- São Paulo
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