quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

São Paulo: dois programas imperdíveis

Diferente da maioria, sou daqueles que têm São Paulo como um dos destinos favoritos. Gosto dessa cidade.

Chegar a capital paulista é sempre um grande prazer que experimento. Semana passada, repeti este prazer.
Tenho lá minhas razões afetivas, mas, é indiscutível que, sabendo aproveitar e não alimentando preconceitos, o visitante encontra, além do progresso que se expõe a primeira vista, uma estrutura urbana diferenciada, um ambiente cultural de primeira linha, uma invejável rede de restaurantes e um sem numero dos mais categorizados hotéis do Brasil, quiçá da América Latina. Sem esquecer o comércio fabuloso, os parques e teatros.

Para os turistas, duas coisas imperdíveis na Paulicéia de hoje: a primeira é uma visita ao Mercado Municipal e a outra é ao mais novo museu da cidade, o da Língua Portuguesa.

São duas atrações que valem à pena, desde os imponentes prédios que os abrigam até os seus conteúdos.

O Mercado Municipal, uma construção em estilo eclético, comum no inicio do século passado, de autoria do arquiteto Ramos de Azevedo, tendo como característica principal o uso de fachadas sóbrias, com colunas internas e externas, em estilos grego, jônico ou dórico. A concepção arquitetônica foi cuidadosa ao incluir telhas de vidros, clarabóias e vitrais, proporcionando uma perfeita iluminação natural. Mais conhecido por Mercado Central, foi inaugurado em 1932, período de efervescência política e época na qual São Paulo se mobilizava para se tornar a metrópole que é hoje.

Sábado pela manhã, este é o melhor programa para o turista. Uma vez no mercado e percorrido os inúmeros boxes de comercialização dos produtos chegados fresquinhos das hortas e pomares paulistas, a pedida é subir ao mezanino, onde estão os bares e restaurantes, apinhado de gente desde cedo, para, sem cerimônia e caprichando no popular paulistês, pedir “um chopes e dois pastel”. E, se o estomago aceitar, pedir o robusto e famoso sanduíche de mortadela (alguns pronunciam mordandela). Com chopes, também. Vale por um almoço.

Já o Museu da Língua Portuguesa, instalado na secular Estação da Luz, no coração da cidade, é, sem dúvida, um programa obrigatório, para brasileiros, portugueses e de cidadãos de outras nacionalidades. Vi até australianos encantados com o que se expõe, naquele espaço cultural.

Extremamente moderno, este Museu se notabiliza pela utilização da mais moderna tecnologia cibernética para alcançar seu propósito, isto é, mostrar de onde veio, como se desenvolveu e o que representa nos dias atuais o idioma que falamos. Definitivamente, não é um museu convencional. Ao invés disso, é luminoso, colorido, vibrante, interativo e, por tudo isto, surpreendente. Distribuído em três pisos, da velha e conservada estação, um dos quais com um acervo fixo e, os dois outros, com exposições temporárias.

Neste momento, aliás, o primeiro piso abriga uma mostra da obra de Gilberto Freyre. Peças históricas do antropólogo pernambucano são encontradas num lay-out igualmente moderno e extremamente atraente. A amostra vai até maio próximo. Para um pernambucano, é puro orgulho da terrinha.

Estão aí dois programas imperdíveis, para quem visita São Paulo.

Nota: A foto de cima é uma vista interna do mercado, a segunda é o suculento sanduiche de "mortandela" e a última foto é da Estação da Luz, onde se encontra o Museu da Lingua Prtuguesa.

5 comentários:

Anônimo disse...

GB
O tema parece-me que não desperta qualquer interesse. Dizer o que? “Sampa” no polular é só trabalho...e beleza! que seus times de futebol são maiores ... Obrigar todo pais (pelas radios e TVs ouvir essa baboseiras. Assistir pelas TVs noticiários, a tarde toda. sobre o transito e os crimes. Noticiarios que nunca dizem que São Paulo, Sampa , explora de todas as formas o resto do País. Que nordestinos sempre foram alvo da descriminação; que a bandidagem é PAULISTA e não é só dos excluídos e marginalizados – nordetinos; negros;"gls" mendigos e que queimados e mortos pela classe dominadora da sua elite dos quatrocentos e cinqüenta anos.
CABDS

Anônimo disse...

Este “Anônimo” está errado e muito errado. SAMPA, no popular é mola deste país - o Brasil, que tudo deve aos paulistanos desbravadores.
Exploradores nunca.Reconheço que não ter as belas praias do Nordeste faz falta.
Em tudo mais SAMPA é maior.
Ate na brilhante,vibrante,fiel e educada galera do nosso Corinthians. Petrônio

Anônimo disse...

Caros CABDS e Petronio,
Uma coisa não invalida a outra. Como nordestino posso reconhecer que em São paulo somos, muitas vezes, tratados como gente de segunda categoria. Mas, isto fica por conta dos ignorantes. No fundo, todo paulista inteligente reconhece nossos valores, nossa cultura e nossas atações turisticas (praias, por exemplo). Por isto mesmo, vivem por aqui. Agora, é indicutivel que os dois roteiros que sugerimos são mesmo imperdiveis. Aproveita quem sabe das coisas e usa a inteligencia de forma sadia. Desculpe!
GB

Anônimo disse...

Girley

Você está um craque. Cada vez melhor. Gostei muito dessa crônica paulistana. Confesso que dei uma volta por esses cantos ou recantos de São Paulo - não conheço o mercado, tampouco o sanduiche - senão de nome. E dessa vez saiu bem ilustrada.

Parabéns.

Geraldo Pereira

Anônimo disse...

De nascimento sou de Belém do Pará, mas de coração sou de São Paulo, por isso todos os anos visito a cidade. Confesso que ainda não provei o famigerado "sanduiche de mortadela", porém essa foto me encheu de espectativa para em novembro cair de boca nele.
Planejo minha vida para daqui 2 anos viver definivamente em SP com meu marido.
Amo, amo, amo, amo muito essa cidade.
Elizabete.

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