segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

REAL EM ALTA E EXPORTAÇÕES TAMBÉM


Falemos de economia, dessa vez. Pois é, tanto o Governo, como vários setores da economia comemoram o resultado das exportações de 2007. A comemoração tem sentido porque, ao contrário do que se especulava no inicio do ano – face as crescentes valorizações do Real diante do Dólar americano – as vendas ao exterior continuaram crescendo.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior – Mdic já publicou os resultados dando contas de que foram exportados US$ 160,6 bilhões em 2007. A meta do Governo era de US$ 155,0 Bilhões. Foi bom. Aliás, como também foi bom em 2006, quando as exportações somaram US$ 137,5 Bilhões, ultrapassando a meta do Governo que era de US$ 135,0 Bilhões. O negócio, então, tem sido melhor do que se espera.

É claro que, com o Dólar desvalorizado, houve uma entrada maior de produtos estrangeiros e as importações chegaram a marca dos US$ 120,6 Bilhões, influindo na balança comercial. Mas, essa coisa de balança pode ser assunto para outro dia.

Segundo os executivos do Ministério, estão crescendo as exportações de produtos básicos (agropecuários e minerais), os semi-manufaturados, aqueles saídos das siderurgias do aço e alumínio e os produtos químicos. Também crescem as exportações de material de transporte (incluindo aviões e automóveis) e o seleto grupo das máquinas, equipamentos e bens de capital. Ora, vivas! Estamos falando de produtos com maior valor agregado.

Este quadro, na verdade, revela algumas coisas interessantes: a) que o empresário brasileiro vem, aos poucos, pegando os macetes do mercado externo, abandonando, de uma vez por todas, a idéia de que o mercado interno, por si só, já satisfaz; b) que os mais competentes, já descobriram que com qualidade, preço e prazos seguros de entrega conquistam clientes estrangeiros, até os mais exigentes e c) que no mercado externo tem quem confie nos produtos brasileiros. Existem outras, mas, vamos ficar nestas três.

Outra coisa que vem sendo sublinhada é que regiões fora do pólo de São Paulo estão obtendo sucesso de vendas no exterior, tanto pela competência de oferecer um bom produto, quanto nas brechas abertas pela vigorosa onda de consumo e novos investimentos produtivos que se espalhou pelo planeta, nestes últimos anos.

Pernambuco, a propósito, vem demonstrando isto. Tradicional entreposto regional de importados, o estado teve, em 2007, um ano auspicioso nas vendas ao exterior. Foram negociados US$ 870,5 milhões. Sem dúvida, ainda é pouca coisa. Mas, lembrando os pífios resultados do passado, foram US$ 265,8 milhões de 1999, por exemplo, o que vemos hoje é um sucesso.

Claro que o açúcar garante seu histórico lugar na pauta, mas, outros itens – produtos do boom industrial local – estão chegando e conquistando posições de destaque, como, por exemplo, a resina PET que passou a ser produzida a partir de fevereiro de 2007, pela empresa M&G – Mossi & Ghisolf, instalada em Suape, e já marcou sua presença de forma efetiva na pauta de exportações estadual, contribuindo com US$ 52,8 milhões. E, promete aumentar.

Mesmo o Vale do São Francisco, cujas perspectivas não eram animadoras, terminou por dar uma boa contribuição. Foram exportados US$ 120,7 Milhões, em 2007, contra os US$ 92,0 milhões de 2006. Segundo José Gualberto de Almeida (Botticelli), presidente da Valexport, o clima ajudou, sobretudo para a uva que é mais sensível às variações do tempo, e a safra foi 20% maior do que no ano anterior. “Se o dólar tivesse segurado seu valor, a contribuição teria sido, ainda, maior”, lembra Gualberto. Que o tempo continue ajudando, porque é importante, também, sustentar os mercados conquistados, ainda que baixando um pouco os preços dos produtos.

Cabe então festejar porque, mesmo com um Real valorizado, as coisas avançam com sucesso, em níveis nacional e local.
Nota: A foto que ilustra a matéria é do Porto de Suape (PE).

4 comentários:

Anônimo disse...

Girley!

PARABÉNS por mais esse MARAVILHOSO TRABALHO.

Compartilhar seus conhecimentos e experiências é realmente um gesto de grande profissionalismo e de carinho.

SUCESSO!


Juarêz Tonietto
Caxias do Sul - RS

Anônimo disse...

Caro Girley!


PARABÉNS!
Excelente material.

Adorei a abordagem ampla de seu BLOG. Obrigado por compartilhar sua visão e sua experiência.

Serei leitor assiduo.


Esteja com DEUS.

Juarêz Tonietto
Caxias do Sul - RS

Anônimo disse...

Amigo Girley:

Antes de mais nada, parabéns pelo seu blog e desculpe por não ter dado sinal de vida. É que andei com sérios problemas de provedor mas agora está tudo indo bem.
Os tucanos sempre argumentaram que Lula fazia um governo com bom desempenho econômico por nunca ter enfrentado turbulências como a crise russa em 98/99. Não pode haver prova mais dura que conviver com uma crise dos Estados Unidos, e até agora não foram sentidos seus efeitos negativos por essas bandas. A crise russa, comparada com a dos Estados Unidos, é como uma bombinha de São João em relação a uma banana de dinamite.
Bom saber do desempenho do nordeste. Para os que ainda pensam que o Sul Maravilha sustenta vocês, haja choro e ranger de dentes...

Abraços,

Carlos Candeias.

Anônimo disse...

Realmente, a descentralização foi providencial... O país precisava disso!

Excelente blog, por sinal.

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