quarta-feira, 7 de abril de 2021

Perplexidade Ilimitada

Por mais que me esforce para modificar a pauta do Blog tem sido impossível fugir da atual sobre a Pandemia. A cada dia novas provocações são geradas, sempre conduzindo ao que chamo de papo contínuo. Noticiários falados, escritos e televisionados. Nas incontáveis plataformas das populares redes sociais, dentro de casa, a toda hora, não se fala noutra coisa. E tudo no marco da perplexidade ilimitada. Nesse ambiente contaminado de Covid-19, três palavras foram constantes nestes últimos dias de crise aguda da pandemia no Brasil: medo, exaustão e escassez. No domínio do medo não há duvidas de que a elevada taxa de óbitos verificados no país assusta qualquer pessoa mais prevenida e consciente do perigo que corre. Houve dias que forma registradas as perdas de mais de 4.000 indivíduos vitimados pelo vírus maldito. Houve localidades, como no estado de São Paulo, cujo número excedeu a casa de mil mortos. Ora, quem vive, quem está lutando contra a doença, ou quem rodeia infectados não pode respirar tranquilidade. Por mais que se proteja nunca pode prever o dia seguinte. Além de se constituir num quadro doloroso é indiscutivelmente sem um horizonte visível. Por outro lado, a exaustão dos vários segmentos sociais na luta pela sobrevivência perturba meio mundo. Os que atuam na linha de frente ao combate, isto é, médicos, enfermeiros, atendentes paramédicos, socorristas e respectivas equipes apoiadoras já se mostram saturados no desenvolvimento de esforços, geralmente dobrados, além de alimentarem o temor do contágio, já que muitos foram vitimas, incluindo lamentáveis óbitos. A exaustão igualmente se revela, acentuadamente, nos meios onde as atividades socioeconômicas definham e ameaçam um outro tipo de crise indesejada e capaz de aniquilar o ambiente econômico provocando um futuro empobrecimento nacional sem precedentes. A falência dos negócios e o desemprego de massas são os grandes indicadores dessa crise que se anuncia de modo claro.
Por fim, a escassez dos recursos capazes de mitigar o problema em dimensão global e que de modo direto atinge o Brasil tem sido anunciada todos os dias assustando as populações em risco. As vacinas salvadoras não chegam a contento aos seus destinos e o vírus além de se reproduzir rapidamente, se modifica a cada volta. Há um real desespero no mercado internacional e nos laboratórios de produção e nos centros de pesquisas, estes, inclusive, na incessante busca de aperfeiçoar seu respectivo soro salvador. O Brasil por desatinados problemas políticos não se antecipou nas ações de compras das vacinas e vem administrando com lentidão a imunização da população. Ao mesmo tempo, a escassez não se resume à baixa disponibilidade dos antídotos disputados no meio do mundo. No ambiente doméstico já se registram redução de insumos necessários aos adequados tratamentos – como o oxigênio – e os acessórios de administrar medicamentos e o precioso oxigênio. A esperança é de que as altas taxas de contágio caiam com as operações locais de distanciamentos sociais recentemente impostos, a disponibilidade de leitos hospitalares, inclusive os e tratamento intensivo, sejam registradas e o controle se efetue. Fora tudo isto acima descrito é de se registrar que perturbadas fontes e veículos de informações, com dados e notas desencontradas, debates improdutivos, disputas políticas nocivas, polêmicas cientificas discordantes resultam num caldo informacional que nada vem contribuindo ao combate da grave crise sanitária que o Brasil atravessa e que precisa ser tomada como a prioridade de todas as correntes politico-ideológicos que dividem a Nação. Na esperança de diversificar minha pauta de postagem desejo bom tempo ao leitor ou leitora, aconselhando usar máscaras, lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações sociais e cumprir na risca as orientações das autoridades. A luta pela recuperação começa em cada um de nós.

7 comentários:

Cristina Carvalho disse...

Bom dia!! Acrescento aos graves problemas indicados no artigo sobre a crise na saúde, os desvios de verbas destinadas aos estados, objetivando sua aplicação no combate ao vírus. Muitos desvios, roubos e compras fantasmas protegidas pela dispensa de licitação. Recentemente vimos uma declaração de Priscila Krause nos jornais - proibida de entrar no almoxarifado da Sec de Saúde do estado - ??? O agravamento da crise é fabricado; o objetivo é outro. Quarentena e lockdown só facilitam os desvios de verba e agudizam a crise econômica, gerando mais fome e desemprego. Um dos focos do problema continua sem solução (?) - transporte de passageiros no Recife e área metropolitana. Uma desumanidade, para dizer o mínimo, o que estão fazendo com a população, por motivos políticos sujos.

Claudio Targino disse...

É pertinente.
Medo, exaustão e escassez.
Já estou cansando.
Já prefiro escassez de más notícias.
Forte abraço

José Paulo Cavalcanti disse...

Faltou só falar na Grande Mídia, amigo, que desistiu de fazer jornalismo. Abraços.

Adierson Azevedo disse...

Parabéns pelo irretocável texto de sua coluna meu nobre guru! Eu venho tentando fugir do tema também Girley; mas, nessa altura do tempo, isso parece impossível! A imprensa aqui em Portugal também só fala nisso! Parece que só pensam "naquilo", como diria Dona Bela, da Escolinha do Professor Raimundo!😀

J.Artur disse...

Mestre Girley, a somatória de tudo que você apontou explica bem os índices de contaminação ascendentes. Some-se às suas denúncias, o imbróglio criado pela ignorância da nossa população analfabeta que se aglomeram nos ônibus, já normalmente insuficientes para transportar multidões. Alea Jacta Est... E que Deus nos proteja o suficiente para vencermos essa luta desigual... Parabéns pelos alertas feitos. Abração,

Regina da Fonte disse...

Estamos todos exaustos,inseguros e sem ver a luz no fim do túnel!
Ninguém tem mais impressão digital,de tanto lavar as mãos.e passar álcool....Um momento que nunca vivenciamos antes,mas que temos obrigação de aproveitar para olhar para dentro de nós e curar nossas feridas escondidas,faz tempo.

Ana Maria Miranda disse...

Como sempre não perco a leitura do seu blog . Mais uma vez você se superou fazendo uma avaliação geral da pandemia e dos problemas brasileiros .

Haja Cravos

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