sábado, 12 de setembro de 2020

SEIS LUAS

Já contei, pela minha janela, a Lua Cheia passando por seis vezes enquanto estou “dendicasa”. Estou dando uma de índio que contava o tempo pela passagem da lua cheia. Fico sem acreditar. Aquilo que esperei durasse, quando muito, um mês já me pôs em prova por muito mais tempo do que calculei. Que tempo é esse meu Deus? 

A minha lua de verão. Toda apressada
sem esperar o sol se recolher

Na realidade comum, sempre fui amante do luar. Toda vez que ela se enche e se exibe toda formosa, algo de prazer invade minha alma e provoca louvores à natureza e à vida. Admiro esse nosso satélite em qualquer época do ano: no verão quando se mostra desnudo e brilhante lembrando que seu gerador de luz e energia está no auge da sua inflamação e descarregando tudo que pode sobre ele ou no inverno quando aparece envolvido num diáfano véu de stratos e cumulus  fugindo, aparentemente, dos sólidos cirrus. Não sou especialista no tema, mas arrisquei. Pronto. Fotografei todas as seis luas daqui dendicasa.

Lua de inverno, envolta em diáfanos véus de nuvens  

Esperando o tão desejado novo normal reservo-me ao mundo doméstico apreciando a mudança de estação e a passagem de um ano que mal chegou a começar. Contudo, contando vitória porque para muitos o ano pode ter começado e a vida findada. Tempos difíceis.

Vi a passagem da Páscoa de longe, não soltei rojões e nem acendi fogueira no mês de junho. Fiquei um ano mais velho em agosto, hasteei a bandeira brasileira no 7 de setembro  e ando procurando o que fazer a  toda hora. Quando não tenho mais com o que me ocupar – ler, escrever, dormir, assistir um filme, cozinhar, entre outras atividades – me divirto, inclusive, correndo atrás de um robôzinho de limpezas doméstica. Brinquedo de gente velha. A casa fica limpa e o tempo parece não passar. Em alguns momentos me sinto pateta. Para minha surpresa e apurar o tempo,  já tem gente falando no Natal. Faz sentido porque sempre ouvi dizer que “quando entram os bros o ano está findando”. Já estamos no primeiro bro: setembro.

Nem um jornal tem mais graça. Tenho que escolher entre assistir ao noticiário na TV, cada noite, ou ler o jornal do dia seguinte. O que salvam, quando muito, são os artigos de opinião ou as analises dos especialistas em politica e economia. Tudo nas versões eletrônicas porque o físico pode estar contaminado de Covid. Vidinha chata está sendo esta.

Mas, lendo os jornais no meu celular ou iPad, observo que a fuxicada republicana (pouco republicana!) continua viva e perturbante. O poder continua fascinando meio mundo. Mundo despreparado para o mister. E no resto do planeta as coisas continuam com as costumeiras cachorradas. E eu catando os sinais de identificar de onde vem o novo normal.

Muitos pedem calma porque o prometido novo normal vai chegar quando descobrirem uma vacina milagrosa! Contudo, ando meio ressabiado com essa história. Chinesa, britânica, russa, norte-americana e não sei mais de onde. É outra face da corrida pelo Poder.  

Como não me resta outra coisa, a não ser acalmar, vou esperar a próxima lua cheia. Que jeito?

NOTA: As fotos são da autoria do Blogueiro

  

17 comentários:

Ran disse...

Excelente, estou passando pelo mesmo sentimento ������

José Paulo Cavalcanti disse...

O risco é o mestre ficar aluado.
José Paulo Cavalcanti

Antônio Carlos Neves disse...

Estou da mesma forma primo a vamos esperar a 7 lua com saúde e firmeza procurando o que fazer eu pelo menos estou como síndico de 2 prédios e isso polo menos me da o que fazer kkkkkkk

Ranulfo Cunha Filho disse...

Excelente Blog, estou igual primo.

Leonardo Sampaio disse...

Ainda bem q lua convida e não covida !

Leonardo Sampaio disse...

Parabéns irmão pela competencia blognariana !
Competencia comprovada pela qualidade dos escritos, aprimoramento cada vez maior e alcance universal !

Júlio Silva Torres disse...

Querido Hermano Girley, efectivamente ninguno de nosotros podría haber imaginado que sin estar enfermo o accidentado íbamos a estar en el mismo lugar para ver aparecer la luna llena tantas veces, pero lo más probable es que aún nos queden otras más antes de poder verla desde otra ciudad.
Lo importante es que podamos seguir viéndola aparecer detrás de las enormes montañas como es mi caso, y ustedes desde el horizonte oceánico. Si dejamos de verla significaría que nos llevó la peste del covid.
Lo que me altera es que a esta altura del partido no tengo tiempo para perderlo encerrado y sin poder compartirlo “en vivo y en directo” con mis amigos y la gente que quiero.
Realmente espero que esta pesadilla termine pronto para poder viajar a nuestro reencuentro! Cariños y abrazos a nuestra familia, y muy particularmente para conocer a Miguel!
Abrazos grandes!!!

Vanja Nunes disse...

Belo texto!!!
E vamos esperar a sétima lua
Bom domingo

Diogenes Andrade disse...

Como sempre mais uma lição enciclopédica do amigo que conseguiu permanecer ganhando dinheiro sem trabalhar. 👏👏👏
Infelizmente ou felizmente, o seu pobre amigo aqui, continuou trabalhando os dois expedientes até agora e a grande queixa é de que a renda caiu pela metade. 😭😭😭😭

José Otávio de Carvalho disse...

Bonita figuração do tédio sem desespero. Vemos seu lado poético nas entrelinhas.

Rosanilda Lucena disse...

Ótimo texto

Antônio José de Melo disse...

Gosto muito da propriedade, com a qual, você aborda os assuntos em sua pauta. 2020 chegou trazendo características, peculiares, veio para cumprir propósitos divinos, sendo assim, ele se auto-define como icógnito. O tão propalado (Novo Normal), não passa de retórica para preencher o vácuo, do não entendimento, das súbitas mudanças ocorridas. Estamos vivendo o normal de uma nova realidade, falta assimilação, para entender o novo mundo. As mudanças vieram e vão se perpetuar. Inesperadamente, tudo mudou sem aviso prévio, as pessoas ficaram atônitas, com isso. . O medo e a insegurança, abriram espaço de manifestação. Quase que imperceptivelmente e, forçosamente, fomos empurrados e adentramos oficialmente, no século XXI, espaço que até então, não havíamos ocupado, era uma cronologia de ilusão mental, pois ainda carregava antigas características, advindas do século passado. Agora, queira ou não, tudo é novo, faz parte de uma nova era que precisa ser assimilada e desfrutada, como um novo modelo de mundo e, vida que seja bem vivida. A mudança sempre fez e, faz parte do novo, o novo é desconhecido, ele amedronta; destrói o velho, acaba com o estágio de conforto, exige novas posturas diante dos mesmos fatos. Por isso, ele amedronta, mas é nele onde econtram-se todas as possibilidades. O mundo virtual há muito tempo se preparava para suprir as demandas do seu substituto, o novo século, ele acaba de chegar. Seja Bem Vindo, pois estamos preparados para desfrutar das suas maravilhosas benesses.

Valdelirio Soares disse...

Boa noite amigo. Somo ambos apaixonados pela mesma "donna". Aquela que a cada 28 dias se veste de prateado e vem nos seduzir. No início da reclusão, registrei em texto umas falas dela.

Ina Melo disse...

Eu sou testemunha desse confinamento lunar. Tenho todas as fotos. Mas amigo, por mais que tenhamos como ocupar o tempo, acho que esse Covid veio só para atrapalhar a vida dos que têm muito passado e pouco futuro! Será que vamos ficar trancafiados Para sempre? Eu se não tivesse a vigilância exagerada dos filhos, iria me abraçar com o vírus bem longe desse Brasil, que eu amo, mas está passando dos limites. Partamos para a sétima lua. Abraços

Claudio Targino disse...

Não quero mais ver lua de dentro dicasa.
Embora 2020 seja um número cabalisticamente bonito, quero à aceleração dos bros, para que ele se acabe logo.

Israel Guerreiro disse...

Li agora o que tu escreveu,e fico pensando na vacina, pois é a esperança de a vida voltar ao normal,mas só mesmo tempo falam que a vacina vai ser para matar muitas pessoas.
Já não sei mais o que pensar,no que acreditar.

Cristina Carvalho disse...

Amigo Girley,
Gostei!! Leve, descontraído, sem considerações políticas mais profundas, na realidade passando de leve, muito leve, e colocações alegres e descontraídas sobre a nossa vida na pandemia. Bom de ler e de um pensar sem
Muitas preocupações.

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