quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Vamos às urnas novamente

Eis que nos vemos diante de um novo pleito eleitoral, ainda que curtindo a ressaca das recentes turbulências políticas que assolaram o país. No próximo domingo (02/10/2016), teremos eleições municipais e, desta vez, culminando um novo modelo de processo eleitoral.
A atual campanha foi muito morna e quase não se viu movimento de candidatos buscando votos ou espaço para mostrar suas caras e expor promessas aos eleitores. Nenhum saudosismo, por favor. As novas regras do jogo, estabelecidas pela “meia-reforma” eleitoral, resultou nesse clima pouco efervescente, quando comparado com o que se vivenciamos no passado. Tem eleitor que, esta semana, se surpreende quando toma ciência da proximidade do pleito. A redução do tempo de campanha levou a que mesmo os candidatos majoritários não tivessem chances concretas de expor suas plataformas. Nem mesmo os eletrizantes debates televisivos aconteceram.
Na prática, esse tímido clima de campanha é visto com bons olhos por muitos e pouco receptivo por outros, sobretudo aqueles habituados em esbanjar propaganda com recursos de doações de pessoas jurídicas, inscritas, muitas vezes, em Caixa 2. Mesmo que arcando com o peso de suportar o popular “rabo preso” que todos nós conhecemos, numa esteira de consequentes amarrações comprometedoras para o período de exercício de mandatos conquistados, sentem imensas saudades.
Contudo, numa coisa acredito: embora considerada como sendo uma “meia-sola” de reforma, essas novas regras tornam as campanhas mais democráticas, na medida em que os candidatos se aproximam (ainda que a desejar!) de um nivelamento das condições de concorrência. O fato de que doações financeiras para campanha serem somente permitidas por Pessoas Físicas (CPF) e nunca Pessoa Jurídica (CNPJ) foi um golpe certeiro nas jogadas dos corruptos e corruptores. Outra medida sadia foi a limitação de exposição de cartazes e bandeiras nas vias públicas, que somente emporcalhavam as cidades brasileiras. E finalmente, a redução do irritante horário de propaganda gratuita (rádio e TV). Trata-se, indiscutivelmente, de uma “bateria” de restrições que, além de ser um bom ensaio de reforma eleitoral, contribuiu de modo decisivo para o nivelamento que acima me referi.  
Mas, no final das contas, o que mais importa nesse quadro é considerar que a consciência individual, bem como a coletiva, do nosso eleitorado, está longe de saber escolher o candidato certo. E é aí onde reside a incógnita da questão política nacional.
Sou da opinião de que a eleição municipal é a única oportunidade em que o eleitor pode eleger um representante político mais próximo à sua realidade e mais fácil de ouvi-lo. Precisa saber – e quase nunca sabe – que o escolhido será seu representante, seu porta-voz direto nos níveis superiores de governos. Um(a) vereador(a), por sua vez, tem que ter a clara noção – e muitos poucos têm – de que ele, ou ela, deve defender os interesses dos seus representados, que estão lá na base da pirâmide social, isto é, o cidadão comum que sofre no seu dia-a-dia os efeitos de todas as mazelas das imperfeições e injustiças do meio social.
No Brasil de hoje, não há quem não padeça de alguma dessas mazelas urbanas. A saúde pública abandonada, as instalações sanitárias primitivas, as deficiências do setor educacional, a insegurança, a mobilidade urbana engarrafada e as falhas de infraestrutura são apenas alguns dos aspectos negativos que degradam as grandes, médias e pequenas urbes brasileiras e, provavelmente comuns em todas elas. Os prefeitos e vereadores eleitos nem sempre enxergam esse conjunto de problemas. Muitos, inclusive, preferem oferecer “pão e circo” como na Roma Antiga para enganar os tolos.
No próximo domingo, tenhamos um rasgo de lucidez, acreditemos que a participação como eleitor é um ato de cidadania e negá-lo se constitui num ato de covardia. Entendamos que um voto certo pode resultar num novo tempo social próspero e justo. Esqueçamos os atropelos e traumas recentes. Confiemos. Votemos em quem nos pareça ser bom e honesto administrador da coisa pública. É tempo de corrigir o que no passado podemos ter errado. Seja um eleitor consciente. Vote certo! O Brasil ainda tem chance e depende de você, Sua Excelência o Eleitor.

NOTA: Foto obtida no Google Imagens

5 comentários:

Sonia Canavarro disse...

Seus assuntos são sempre interessantes . Um abraço Girley !!!

Vanja Nunes disse...

Boa tarde
Dr. Girley
Faço minha as suas palavras
Concordo em gênero número e grau rsrsrs
Eu votarei o Sr votará e eles votarão por um pedaço de pão !!!
E isso é Brasil
Vanja Nunes

Restony de Alencar disse...

Mestre Girley, há espaço para aperfeiçoamento e melhoria da Lei principalmente exigindo qualificação mínimas, serviços prestados a comunidade, bons antecedentes e quem sabe pré qualificação em colégios eleitorais por associações ou plebiscito,daí teriamos vereadores de verdade

J.Artur disse...

Objetividade é a sua marca registrada. Não só concordo com seus argumentos políticos e de cidadania, como VOU VOTAR, em que pese ter mais de 70 e ser dispensado desse ato patriótico, Abraço forte.

Arthur Carvalho disse...

Amigo Girley,

Muito boa sua matéria.

Abraço,

Arthur Carvalho.

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