“Não me diga que vai também criticar, no seu
Blog, a presidenta Dilma porque ela tem pedalado uma bicicleta pelas ruas de
Brasília!” Foi desse modo que recebi um cumprimento de um conhecido, esta
semana. Fiquei meio confuso na hora e, prontamente, respondi com uma enfática negativa:
“eu jamais faria isto, rapaz. Tá doido... Ela tem todo direito de escolher
qualquer forma de relaxar e, por mim, ela deve andar de bicicleta abertamente e
numa boa. Acho que pode até contribuir para a melhoria da baixa popularidade e
com o regime de emagrecimento ao qual está submetida”. A reação do meu
interlocutor foi mais inesperada ainda: “você não acha uma absurdo essas
criticas maldosas dizendo que ela deu umas pedaladas irregulares e fora da lei?
E deram trinta dias para ela se explicar!”
Meio
perplexo conclui logo que meu interlocutor estava misturando “alhos com
bugalhos”. O cara confundia a saída que D. Dilma deu numa bicicleta, nos
arredores do Palácio da Alvorada, em Brasília, com as chamadas Pedaladas
Fiscais. Tive vontade de rir. Mas, respeitosamente contive-me. Ao contrário
disso, pus-me a refletir sobre o grau de informação que recebe ou que tem o
cidadão comum deste país. Cheguei à conclusão que esse tipo de coisa é bem mais
frequente do que se imagina. Eu acredito que a maioria esmagadora dos
brasileiros nem de longe sabe o significado dessa coisa denominada de Pedaladas
Fiscais. E veja bem, incluo, nesse estrato social, brasileiros supostamente
ilustrados. Nem de longe penso nos pobres coitados que habitam os rincões
distantes e esquecidos deste imenso Brasil. Não é o caso do interlocutor acima
relatado, pois é um cara relativamente ilustrado, bom esportista, gente bem prá
caramba, porém, meio desavisado ou precipitado nas interpretações políticas.
Coitado... Vai ver não pega num jornal. Ou pega somente as páginas de esportes.
Deixando de
lado o disparate do conhecido, aproveito para comentar sobre essa coisa das
pedaladas fiscais que será, certamente, motivo de muitas discussões por vir,
embora não seja nenhuma novidade. Os Governos, de um modo geral, cometem esse
erro historicamente. Agora se sabe melhor por conta da arrumação dada pela Lei
de Responsabilidade Fiscal que impôs mecanismo de forma mais rigorosa. Na
prática, o negócio ocorre quando o Tesouro Nacional atrasa os repasses para as
instituições financeiras oficiais ou privadas encarregadas de financiarem
despesas do Governo com benefícios tipo Bolsa família, benefícios da
Previdência Social, seguro desemprego, subsídios em geral e por aí vai “livrando a cara” do Governo em honrar as dívidas com a sociedade, esperando receber
depois o que desembolsou. Ao Governo resta o ônus de ficar devedor dos Bancos.
Uma dívida que, ultimamente, vem sempre aumentando. Só que os analistas dos tribunais interpretam
essas manobras como sendo operações de crédito, isto é, como se o Governo
houvesse tomado empréstimos aos bancos oficiais, o que é terminantemente proibido
pela Lei da Responsabilidade Fiscal.
Entre 2012 e
2014, segundo o Tribunal de Contas da União – TCU, a bolada envolvida foi de R$
40,0 Bilhões. Esse artifício contábil, que vem a ser exatamente a tal da
Pedalada Fiscal, ajudou o Governo na maquiagem das contas públicas a cada ano. Agora
porém, “a casa caiu” porque, em 2014, a arrecadação do Tesouro diminuiu em
função da desaceleração das atividades econômicas e das reduções de tributos
concedidas (IPI de automóveis, linha branca, móveis, entre outras) e o Governo
gastou aos tubos com a eleição (faço ideia!) e teve que ajudar o setor
energético. Faltou grana para repor os custos das pedaladas. Gastou mais do que
arrecadou. Pior que, mesmo pedalando, o Governo terminou o exercício sem fechar
as contas e foi pedir “penico” no Congresso Nacional ao enviar um projeto de
Lei alterando os objetivos antes aprovados. Mas, o TCU “pegou na virada” e caiu
em cima do Governo Dilma. Agora, ela vai ter que deixar de pedalar uma
bicicleta nas ruas de Brasília e trabalhar mais para explicar as pedaladas
fiscais que cometeu. Meu palpite: vão dar um jeitinho bem brasileiro para
preservar a governança e o poder. Pode ser providencial... Temo que o caldo entorne.
Ah! Antes
que me esqueça: tomara que meu amigo comece a entender que cada coisa é uma coisa
diferente. Que coisa!
NOTA: Foto obtida no Google Imagens
7 comentários:
A mídia não escreve, nem fala para o povão; e compreensão de texto é uma dificuldade até para os "letrados", amigo. As pedaladas financeiras da "grande chefe" são vistas como implicância dos oposicionistas e/ou nem são nada a não ser "pedalar de bicicleta", na santa inocência dos desinformados para dizer o mínimo: o que tem demais em andar de bicicleta? Me poupe que não aguento mais tanta sujeira e impunidade, que no fim esborra para nós pobres mortais que pagamos as contas. Gostei do texto.
É ridículo essa elefANTA fantasiada de atleta. Vai pra Cuba Dilma, e nos deixa em paz!
Ivan Pedrosa Maia Gomes
ESSA MAU CARATER, acabando com o povo brasileiro e mandando nosso dinheiro para outros paises. sua criminosa.
Adilson Carneiro
Cunhado ,sem comentários rsrsrs ..
Ana Fernandes de Souza
Eu pegaria TODOS os políticos, incluindo aí o José Agripino, o Aécio, o FHC, o (sepulcro Caiado), o horroroso do Aloysio Nunes, e mais um bocado desses safados, juntaria tudo numa mesma prião. Todos, confiscando-lhes todos os bens amealhados com o suor, o sangue e as lágrimas dos brasileiros. Mas quem os substituiria? Quem, já que TODOS tem rabo preso de alguma forma?
Giovanni Bosco
Meu Caro Girley,
Gostaria de questioná-lo sobre o resultado fornecido pelo TCU. Entendo que o ilícito tenha efetivamente ocorrido visto que as contas da presidência foram autitadas. Sendo verdade, restaria tão somente seguir os trâmites legais, como desaprovar as contas e submetê-las ao congresso, etc. O que não entendo é a "bondade" de oferecer 30 dias para o agente (ou a agenta) público se explicar!!!??? Explicar o quê? Os motivos que a fizeram ignorar a LRF? Ignorância minha, pois desconheço os trâmites, ou seja, uma boa desculpa pode apagar todo o ilícito? Imagino que a fase de defesa deveria ser outra.
Pois é Marco, por que esses 30 dias? É uma pergunta que não cala. Mas, é aquilo que falei: "vão dar um jeitinho bem brasileiro para preservar a governança e o poder".
Ah! neste caso deve ser mesmo "a agenta" KKKKKK
GB
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