É certo que o Julgamento do Mensalão monopolizou a
mídia nacional nesses dias da semana que termina, embora que Carminha e Nina
tentassem desbancar o tema com o folhetim da TV. Mas, na minha ótica, o que
merecia um olhar acurado saiu de um lance na abertura das Olimpíadas, em
Londres: a presença da brasileira Marina Silva
Este Brasil é uma graça... aliás, reformulando, as
futricas políticas deste país são verdadeiros causos. Refiro-me ao caso Marina
Silva, entre os condutores de honra da Bandeira Olímpica. Pelos comentários que
ouvi, assisti e li, a coisa resultou no maior fuxico. Para inicio de conversa e
segundo se divulga, foi uma “saia justa” para D. Dilma e seus assessores
diretos. Presentes, aliás, no estádio olímpico londrino.
De fato, deve ter sido uma baita surpresa para
nossa Presidente, a Comitiva Oficial e para nós brasileiros mortais. Eu fiquei,
nos primeiros momentos, sem entender. Achei até que estava mal informado, sem
ler o noticiário ou algo assim. Pensei
até que fosse uma sósia da nossa Marina. A certeza só veio quando anunciado seu
nome e, certo de que se tratava da própria, enchi-me de júbilo e pleno de
orgulho. Era uma ilustre brasileira, destacada mundialmente e roubando a cena
de forma garbosa. Ela mereceu. É uma referencia mundial. Poucos foram os
escolhidos para aquele momento. Ela estava lá, brilhou e projetou o nome do Brasil
aos píncaros do mundo abraçado, não pelos políticos de plantão, mas pelo
espírito de união e humanidade, na onda dos esportes olímpicos.
Segundo o 247, noticiário
eletrônico, que logo abri, “a estrela política do Brasil na abertura dos Jogos Olímpicos
de Londres não foi a Presidente Dilma Rousseff. Marina Silva, que perdeu a
última eleição presidencial para a petista, chamou as atenções do mundo ao lado
de estrelas do esporte como o campeão olímpico Haile Gebrselassie, o pugilista
Muhammad Ali e o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, ao carregar a bandeira
olímpica na festa de abertura dos Jogos. E, ao que consta, a presidente Dilma
não ficou muito feliz ao ser ofuscada”.
Na sua habitual
simplicidade amazônica, a ex-Ministra do Meio Ambiente disse depois, em
entrevista ao jornal O Estado de São Paulo:"Não acho que a gente deve
apequenar isso em uma disputa política. Aqui é o interesse maior do Brasil.
Isso me entristece". O “apequenar” cai como uma luva... Completou dando
uma lição de civismo, dizendo: "Meu apelo é para a presidente Dilma: que a
causa que eu represento, e ali não era eu como figura política, não seja uma
afronta para o Brasil, que seja uma dádiva". Bem feito!
Infelizmente, acontecem
essas coisas nesta terra do meu Deus. As pessoas – principalmente os políticos
– confundem as coisas e não sabem reconhecer o que pode enaltecer o Brasil,
seja qual for o agente da ação. Que esta convocação de Marina, feita em surdina
e sem nenhuma intervenção oficial, seja lembrada como uma bela lição de como se
faz cidadania em qualquer lugar democrático do mundo. As pessoas e, sobremodo,
os nossos governantes confundem Governo com Nação, quando na verdade existe uma
diferença enorme. Os desejos das nações, nem sempre são os dos governos, é bom
lembrar. Principalmente nos regimes ditatoriais. Nossa presidente da Republica
não ficou satisfeita com a presença destacada de Marina. Mas, ela precisa saber
que além de politica, Marina Silva é uma cidadã brasileira independente e, pela sua
militância ambiental, é uma cidadã do Mundo. Iguais a ela são vários outros
brasileiros. A diferença é o fato de fazer oposição à Presidente. E daí? Mais importante é a causa que ela defende, que é uma causa brasileira no principio e
mundial no final.
Aldo Rebelo, Ministro dos Esportes, ironizando disse: "Marina sempre teve boa relação com as casas
reais da Europa e com a aristocracia européia". Coitadinha... E ela o recomendou
que "entrasse no espírito olímpico sugerido por aquela cerimônia".
Quanta dignidade! Foi uma recomendação que se ajusta bem a quem comanda os
esportes nacionais. Pensando bem, os que fazem o Comitê Olímpico deram um
recado preciso, objetivo e educativo: Olimpíada não combina com política e
muito menos com politicagem. Agora, teimem...
Que Marina Silva
continue dando lições de civilidade. O brasileiro precisa disso. Principalmente
quem exerce cargo governamental. Brilha Marina!
NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens
5 comentários:
Girley, gostei de saber por voce os detalhes da ida de Marina Silva às Olimpíadas... De fato é para se ter orgulho de que para o mundo ela represente tanto... Parabens pela divulgação.
Caro Girley, obrigado.
Ainda existem motivos que me orgulham de ser brasileiro!
"Brilha, Marina", como bem disseste, Girley, meu companheiro e meu amigo, pois não há como confundir Cidadania, Civismo e Civilidade com "POLITICAGEM".
Essa sua crònica, com "causos" entre aspas, bem que poderia ser publicada em todos os jornais deste Brasil. PARABÉNS .
Um forte abraço,
Assis
Caro Girley
Parabéns pelo post.
Na ocasião da abertura das Olimpíadas, também fiquei surpresa e feliz com a presença da Marina Silva. Mas ela merece. Pela causa que abraça e pela forma elegante como sempre se apresenta.
Ainda há esperança neste nosso Brasil.
Abraços
Shirley Dantas
Olaaaaaaaa!companheiro e amigo Girley
Sempre leio seu blog, nunca comentei.
Hoje, vejo necessidade de comenta-lo. A nossa Marina não é taõ íntegra quanto quer fazer parecer.
Na verdade sua campanha foi bancada por empresas de interesses escusos e contra ela existem inúmeras ações judiciais.
De qualquer modo, não sendo hora de politicagens , como falou, é muito bom que uma cidadã brasileira tenha integrado o 'pelotão' de honra da Olimpíada, sejão quais forem os motivos que a levaram àquela posição.
Grande abraço.
Clara
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