quinta-feira, 15 de março de 2012

Rotas da Europa

Começar por Paris uma visita à Europa é sempre muito bom. Mas, além de Paris, o turista sempre encontra muitos outros lugares igualmente belos. Nessa recente viagem, incorporei o papel de tour-guide, para um pequeno grupo familiar, pela primeira vez no Velho Mundo. A turma achou que me saí bem. Pensando numa otimização do tempo disponível e pensando nos desejos do pessoal, sugeri fazer uma boa trajetória por terra, fugindo dos protocolos de aeroportos, sempre enfadonhos e tomadores de tempo útil. A proposta foi aceita e saímos de Paris, ainda de madrugada da 4ª. Feira de cinzas, fazendo um belo percurso na direção sul entrando, rapidamente, na Suíça para um look-around na bela cidade de Genebra. A intenção nesse local foi, principalmente, vislumbrar os Alpes e particularmente o famoso Monte Branco. Refestelamos-nos saboreando boas fondues e os pouco conhecidos vinhos suíços. Genebra é uma cidade muito especial e elegante. Aquele lago é de uma beleza ímpar. As ruas e vitrines – tem cada joalheria – são retratos de um lugar luxuoso e testemunhos de um país muito especial. Todo mundo sabe que a Suíça é famosa pela sua independência política e econômica, além de um povo culto e educadíssimo.
Saindo da Suiça, outra vez, passamos ao lado de Chamonix nas encostas do Monte Branco, na Alta Savóia, França que é a mais famosa estação de inverno dos Alpes. Admiramos as montanhas – especialmente o referido Monte Branco – e entramos num túnel de aproximadamente 12 km. de extensão nas entranhas alpinas. É uma sensação muito especial para o viajante. Depois do longo percurso nas brenhas daquela estratégica passagem, o mundo volta a se abrir com o deslumbrante cenário branco da terra coberta de neve. São paisagens de cartão de natal. Todo mundo, um dia, já recebeu alguma mensagem natalina com paisagens dessas que vimos ao vivo e a cores (Vide foto). Nessas horas, nossos olhos, ávidos por cenas especiais, enchem-se de brilho e satisfação e nos exige uma especial exclamação. A minha foi: Deus Existe e é muito caprichoso!Numa das paradas para repouso fomos pernoitar num lugarzinho entranhado nos Alpes italianos, denominado Aosta. Pense num lugar pequeno, sem movimento, todo mundo entocado com medo do frio. A temperatura era negativa, nem sei de quanto... Amanhecer nesse lugar foi sensacional: ao redor da cidade o cenário era de montanhas cobertas de neve. Antiga parada dos romanos, Aosta é uma cidade medieval, com um restante de ruínas da antiga muralha e um Arco em homenagem ao Imperador Augusto. Para completar, existem muitos castelos na cidade e por toda a região. Às margens das estradas, que nos levaram e tiraram daquele local, o que mais vimos foram belos castelos (Vide foto a seguir). Cada um encerrando uma história dos antigos comerciantes ou antigos nobres que dominavam a região. Muitos são, hoje, museus, hotéis e paradores. Em Aosta, durante o jantar, comemos como nobres. Os prociutos (presuntos) de Parma, regados por um bom Brunello de Montalcino fizeram nossa festa particular. Veneza foi outra parada inevitável. Minha turminha não deixou escapar. De fato, é inevitável. Ficamos um dia apenas. Mas, valeu. Pareceu ter sido mais. Aquilo lá é fascinante. A chegada, por si só, já é impactante. Aquele Planeta Água deixa qualquer um fascinado. Não existe nada igual. Já andei por lá algumas outras vezes, mas, cada ida parece ser a primeira. Acho que senti a sensação dos que estavam comigo, numa primeira viagem. Meu filho caçula, junto comigo, dava o tom da sensação de prazer de ver, de perto, aquela explosão de beleza. Comer? Não! Vamos comer essas belezas. Um lanchinho na Praça de San Marco foi o suficiente, para refazer as energias. Visitamos a belíssima Basílica, corremos a Praça e vimos uma demonstração da produção artesanal dos famosos cristais de Murano. Passeamos de gôndola acompanhados de gondoleiros cantores e tomando Prosecos (Foto a seguir). Um barato! E, por fim, esperando que a noite caísse e chegasse a hora de repousar, nos perdemos pelos labirintos formados pelos bequinhos da cidade, com milhares de lojinhas. Voltar ao ponto de partida foi quase um desafio. As três mulheres quase não param de comprar máscaras, bolsas, roupas e bijuterias locais. Fomos dormir na cidade vizinha de Mestre, para facilitar a logística do dia seguinte. Nessa noite, o jantar foi típico italiano: três pratos e uma sobremesa. E muito vinho Brunello, claro. Saímos empanturrados, mas, de bem com a vida. Que dá saudades, isso dá. Ninguém, por exemplo, pode beber Brunello, a toda hora, no Brasil.
Dia seguinte tomamos o rumo da Cidade Eterna, certos de que "todo caminho leva à Roma". Pode ser o assunto da próxima postagem, caso não apareça algo mais palpitante.




NOTA: As fotos são do Blogueiro e uma obtida no Google Imagens.

NOTA 2: Se estiver interessado em ver passagens em movimento desta viagem, clique em www.youtube.com/ticoso . Trata-se de clips realizados pelo cineasta amador, José Antonio Brazileiro (Tico). Vá lá! Vc vai gostar.

3 comentários:

Rodrigo Leal disse...

Excelente
Rodrigo Leal

Dulce Diniz Nadruz disse...

Olá amigo
Adorei este passeio.Os detalhes me levaram a acompanhá-lo em pensamento.Parabens,descobri mais uma qualidade
em vc a de guia turistico,de muito bom gosto.Um grande abraço
Dulce Diniz Nadruz

Ina Mello disse...

Amigo Girley, é tão real o que escreves que sinto até o frio que fez por lá!!!!!!!!!!
Que viagem maravilhosa, principalmente quando temos companheiros e familiares com afinidades. Abraços Ina Mello

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