Quando, ano passado, comentei neste Blog que estavam acabando com o frevo, numa postagem feita no dia 07 de fevereiro, (reveja clicando: http://gbrazileiro.blogspot.com/2009/02/acabaram-com-o-frevo.html ) recebi uma serie de comentários concordando e/ou discordando da minha opinião. Ou seja, percebo que não existe, na prática, um consenso a respeito de uma defesa do genuíno ritmo do carnaval pernambucano. Isto é uma lástima.
Este ano – gostaria de estar enganado – vejo que a coisa, digamos, piorou. Esta semana ouvi e li vários comentários na mídia local sobre a ausência total de novas composições e quem desejar ouvir ou dançar ao som desse vibrante ritmo pernambucano tem que se contentar com as produções dos antigos carnavais.
Agravando minhas reflexões, ouvi, de viva voz, outro comentário desairoso, também esta semana, saído da boca de uma integrante da comissão de organização do tradicional Bal Masquê do Clube Internacional: “ah! O baile deste ano vai ser um estrondo! Acabamos com aquelas velharias que mandavam na festa, tiramos o traje a rigor (tudo bem, com o calor reinante, é justo) profissionalizamos a organização entregando a uma empresa de eventos, que, inclusive, veja que beleza, contratou uma banda baiana – com uma tal de Margareth Menezes comandando – e o resultado você vai ver. Não deixe de ir, viu?”. Confesso que fiquei pasmo com aquela declaração. Conclusão: capitulamos ao Axé-Music! Tenha dó! Ela vem derrubar a tradição que pontificava até agora na mais antiga e tradicional prévia carnavalesca do Brasil. Que falta de responsabilidade...

Na esteira das minhas constatações, lembro com saudade os bailes do ontem, nos quais a ordem era tocar frevo, frevo-canção e as marchinhas carnavalescas, cantadas por todos num verdadeiro coral de cem, quinhentas, mil, milhares de vozes, encantando aos que faziam o verdadeiro carnaval pernambucano.
Saudosismo? Sim, neste caso, pode ser. Mas, quem não gosta de uma saudade sadia? Qual é o pecado de se batalhar pela preservação da identidade de um povo? O frevo, meus amigos, faz parte da identidade pernambucana.
E, olhem que não estou falando de outros inúmeros ritmos pernambucanos, como o maracatu – que é maravilhoso – também marca registrada do nosso carnaval.
O que seria de ritmos como o tango, a valsa, o rock! E outros mais se não fossem passados de geração a geração?
Pois é, não consigo entender essa passividade e, pior, essa falta de vergonha do pernambucano em geral que se deixa levar pelas modernidades duvidosas e alienígenas em detrimento dos próprios valores.
Abaixo essa passividade e as monstruosas idéias de mudanças radicais, fazendo, entre outras coisas, a promoção de um tal Carnaval Multicultural, que vem servindo para acabar com os reais valores pernambucanos. Nota zero para quem pensa assim.
Ao invés disso, aproveitemos e valorizemos a “prata da casa” entregando, somente a ela, o destino da nossa maior festa popular. Viva o Frevo!
Nota: Foto tirada do Google Imagens