domingo, 20 de julho de 2008

O FUTURO CHEGOU

As regiões Norte e Nordeste vêm sendo, nos anos recentes, escolhidas como localizações – estratégicas e privilegiadas – para grandes projetos estruturadores que se instalam no País. O que sonhávamos nas agencias regionais - SUDENE e SUDAM - , dos anos 80, torna-se realidade agora, quase 30 anos depois.
Exemplos disso são os megaprojetos de extração e beneficiamento mineral (sobretudo metálicos) da Vale do Rio Doce, que ocorrem nos estados do Maranhão e Pará, a implantação de grandes projetos do ramo da celulose e da indústria automobilística (Ford), na Bahia; o Estaleiro Atlântico Sul – que já começa a produzir seus primeiros navios –, a Refinaria de Petróleo Abreu e Lima, em Pernambuco, e mais duas em estudos para o Ceará e Maranhão; duas usinas siderúrgicas anunciadas, uma em Pernambuco e outra no Ceará, além de inúmeros outros grandes projetos em andamento, alguns em fase final de implantação, que irão transformar – para melhor e de uma vez por todas – os parques industriais das duas regiões.
São projetos que, vistos separadamente, já constituem flagrantes avanços para as economias das duas regiões e que, no conjunto, conferem maior realce face às imensas repercussões sociais que podem trazer.
Mas, como “nem tudo são flores”, paira sobre as duas regiões a incerteza da adequada apropriação dos frutos desse progresso repentino de duas regiões historicamente pobres e sempre exigindo políticas governamentais mais agressivas e efetivas, além de investimentos produtivos sustentáveis. O motivo são os gargalos e entraves observados nas estruturas sociais, econômicas e infra-estruturais reinantes nesses dois espaços geográficos brasileiros.
Mais do que nunca, nordestinos e nortistas precisam se mobilizar para não perder o bonde da história. A hora é esta, não pode ser depois. Ou seja, o futuro é hoje.
Aos Governos – Federal, estaduais e municipais – cabem imensas responsabilidades, enquanto provedores de infra-estrutura, educação básica e capacitação da mão-de-obra, segurança e saúde publica, administração ambiental, entre outras correlatas. E à iniciativa privada regional resta a missão de saber se ajustar a essa nova realidade, de maneira competente e, sobretudo, em tempo hábil, na busca de colher as benesses que os novos tempos lhe oferecem, sem esquecer que eventuais investidores extra-regionais, sempre caçando boas oportunidades, podem estar de olho nesse boom da periferia que se transforma rapidamente e promete bons retornos.
O desafio que esses dois atores – governo e iniciativa privada – têm pela frente, além de grande, exigirá uma forte dosagem de ousadia, inovação e determinação. Sob pena de perderem a chance de participar do salto qualitativo sócio-econômico sonhado há muitas décadas.
Na prática, tem muita gente extasiada com esse sopro repentino de progresso e, aparentemente, sem saber para onde correr. Usando a linguagem popular, a ficha ainda não caiu!
O Futuro chegou e muitos ainda não perceberam.


NOTA: Foto das obras de implantação do Estaleiro Atlantico Sul, Suape-PE, obtida no Google Imagens

2 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Girley,
No Pará,apenas a Vale investirá até o ano de 2012 mais de 20 bilhões de dólares.Somando-se outros investimentos do setor mineral chegamos a 34 bilhões.Mais os de infraestrutura do setor privado o valor chega a 37 bilhões.Somando-se ainda as obras do Pac, o valor se aproxima dos 50 bilhões de dólares.Todos esses investimentos ocorrerão até o ano de 2012.
Portanto,o se artigo é oportuníssimo.A Federação das Indústrias do Pará está finalizando um estudo para mostrar a importância desses investimentos e o que a sociedade deve fazer,principalmente o setor produtivo,para que possa usufruí-los da melhor maneira possível.
Sds.
David Leal (Fiepa-Belém, PA)

Anônimo disse...

Caro Girley
Gostei muito do seu arquivo. Há uma mudança no Brasil que vem do seu interior ou de sua periferia.
São fatos novos que são a maturação de vários movimentos
que nem sempre são lembrados. Norte e Nordeste são hoje
regiôes com projetos reais de desenvolvimento.
Muito oportuno o seu alerta sobre as carências físicas e sociais
dessas regiôes. Acrescento outra que é a questão ambiental.
Suape não pode ser uma Cubatão e a floresta tem que ser
explorada sem ser devastada.
Um abraço
Joe

Comidas de Mercados

Sempre fui ligado em comidas de mercados públicos. Muitas vezes ouvi críticas por essa minha mania. Nunca tive preconceito ou medo de sabore...