Exemplos disso são os megaprojetos de extração e beneficiamento mineral (sobretudo metálicos) da Vale do Rio Doce, que ocorrem nos estados do Maranhão e Pará, a implantação de grandes projetos do ramo da celulose e da indústria automobilística (Ford), na Bahia; o Estaleiro Atlântico Sul – que já começa a produzir seus primeiros navios –, a Refinaria de Petróleo Abreu e Lima, em Pernambuco, e mais duas em estudos para o Ceará e Maranhão; duas usinas siderúrgicas anunciadas, uma em Pernambuco e outra no Ceará, além de inúmeros outros grandes projetos em andamento, alguns em fase final de implantação, que irão transformar – para melhor e de uma vez por todas – os parques industriais das duas regiões.
São projetos que, vistos separadamente, já constituem flagrantes avanços para as economias das duas regiões e que, no conjunto, conferem maior realce face às imensas repercussões sociais que podem trazer.
Mas, como “nem tudo são flores”, paira sobre as duas regiões a incerteza da adequada apropriação dos frutos desse progresso repentino de duas regiões historicamente pobres e sempre exigindo políticas governamentais mais agressivas e efetivas, além de investimentos produtivos sustentáveis. O motivo são os gargalos e entraves observados nas estruturas sociais, econômicas e infra-estruturais reinantes nesses dois espaços geográficos brasileiros.
Mais do que nunca, nordestinos e nortistas precisam se mobilizar para não perder o bonde da história. A hora é esta, não pode ser depois. Ou seja, o futuro é hoje.
Aos Governos – Federal, estaduais e municipais – cabem imensas responsabilidades, enquanto provedores de infra-estrutura, educação básica e capacitação da mão-de-obra, segurança e saúde publica, administração ambiental, entre outras correlatas. E à iniciativa privada regional resta a missão de saber se ajustar a essa nova realidade, de maneira competente e, sobretudo, em tempo hábil, na busca de colher as benesses que os novos tempos lhe oferecem, sem esquecer que eventuais investidores extra-regionais, sempre caçando boas oportunidades, podem estar de olho nesse boom da periferia que se transforma rapidamente e promete bons retornos.
O desafio que esses dois atores – governo e iniciativa privada – têm pela frente, além de grande, exigirá uma forte dosagem de ousadia, inovação e determinação. Sob pena de perderem a chance de participar do salto qualitativo sócio-econômico sonhado há muitas décadas.
Na prática, tem muita gente extasiada com esse sopro repentino de progresso e, aparentemente, sem saber para onde correr. Usando a linguagem popular, a ficha ainda não caiu!
O Futuro chegou e muitos ainda não perceberam.
NOTA: Foto das obras de implantação do Estaleiro Atlantico Sul, Suape-PE, obtida no Google Imagens
2 comentários:
Prezado Girley,
No Pará,apenas a Vale investirá até o ano de 2012 mais de 20 bilhões de dólares.Somando-se outros investimentos do setor mineral chegamos a 34 bilhões.Mais os de infraestrutura do setor privado o valor chega a 37 bilhões.Somando-se ainda as obras do Pac, o valor se aproxima dos 50 bilhões de dólares.Todos esses investimentos ocorrerão até o ano de 2012.
Portanto,o se artigo é oportuníssimo.A Federação das Indústrias do Pará está finalizando um estudo para mostrar a importância desses investimentos e o que a sociedade deve fazer,principalmente o setor produtivo,para que possa usufruí-los da melhor maneira possível.
Sds.
David Leal (Fiepa-Belém, PA)
Caro Girley
Gostei muito do seu arquivo. Há uma mudança no Brasil que vem do seu interior ou de sua periferia.
São fatos novos que são a maturação de vários movimentos
que nem sempre são lembrados. Norte e Nordeste são hoje
regiôes com projetos reais de desenvolvimento.
Muito oportuno o seu alerta sobre as carências físicas e sociais
dessas regiôes. Acrescento outra que é a questão ambiental.
Suape não pode ser uma Cubatão e a floresta tem que ser
explorada sem ser devastada.
Um abraço
Joe
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