Foi-se o tempo em que comer num mercado publico, do Recife, era coisa de cidadão subabonado. Esta palavra acaba de ser inventada, até que provem em contrário. Hoje, os garis, frentistas, feirantes e semelhantes têm que dividir as mesas dos restaurantes populares dos mercados públicos com portadores de cartão de crédito ou cédulas azuis (das mais valiosas!) de Real.
A freqüência desses restaurantes mudou de perfil. Agora é a classe média alta e a rica que têm por costume baixar nos mercados da cidade para saborear, com o maior prazer do mundo, as delicias da cozinha popular, que, no final das contas é autêntica, tradicional e tem o sabor de cozinha caseira. Ô, como tem! E aí está o segredo do sucesso.
Aliás, nestes tempos de campanha eleitoral, os locais são, literalmente, prato-cheio para os candidatos.
Duvido que você vá encontrar mesa vazia, na “praça de alimentação” do mercado da Encruzilhada, num sábado, às 11 da manhã. É preciso ter muita sorte. E, se o destino for o Restaurante Bragantino, perca as esperanças. Lá se come o melhor bolinho de bacalhau do planeta. Nem em Portugal! Tô pra ver. Como o portuga, proprietário da casa, não aceita reservas, procure chegar cedo.
O que ocorre, agora, no Recife, já venho notando, há muito tempo, noutras cidades e as que mais me chamaram atenção foram as do Mercado Público de São Paulo (já falei, em fevereiro aqui no Blog), o magnífico e tradicional de Salvador (Bahia) e o de Montevidéu (Uruguai). Neste último se come o melhor fruto do mar da Província Cisplatina.
Aqui no Recife, inclusive, a coisa está se transformando numa das melhores opções turísticas e, não raro, já se vê até estrangeiros diante de uma buchada, de um bode guisado ou de gordurento sarapatel. Sei não... mas, tem uma coisa, depois de duas lapadas de Pitu, entra tudo.
Neste sábado percorri os três mais atrativos desses locais: Encruzilhada, Madalena e Boa Vista. Os cenários já são, por si só, interessantes. O Mercado da Boa Vista, inclusive, tem pintura em terra-cota e, até, uma galeria na frente (vide foto ao lado), lembrando os prédios de Bolonha (Itália), que comentei em postagem de junho passado. Muito bonito.
Pois bem. Todos três locais estavam – usando um termo bem pernambucano – coalhados de gente.
Aproveitando a esteira do sucesso, a Prefeitura do Recife vem patrocinando, ultimamente, uma boa idéia de colocar um conjunto musical, executando repertório típico, próprio para o ambiente e as comidas que são servidas. Tem baião, xóte e xaxado. O Clip no final da postagem dá uma boa idéia do negócio. E, de vez em quando, um frevinho para lembrar que estamos no Recife. Ah! Algumas vezes, um grupo de chorinho bem puxado nos violões e cavaquinhos. É uma beleza.
Não tenho dúvidas que estou diante de uma coisa certamente sustentável.
Agora, sem que ponha em risco esta sustentabilidade, nascidas espontaneamente nesses três locais, seria de muito bom tom que a Prefeitura do Recife promovesse uma reforma no Mercado de São José, na região central da cidade, instalando um mezanino (cabe muito bem) onde pudessem surgir restaurantes típicos voltados para o turismo. A construção é belíssima. A localização, também. Seria um sucesso, tenho certeza. Fica aí uma idéia para os candidatos a burgomestre da Mauricéia.
Nota: Fotos e clip são da autoria do blogueiro e feitas neste sábado 12.07.08
A freqüência desses restaurantes mudou de perfil. Agora é a classe média alta e a rica que têm por costume baixar nos mercados da cidade para saborear, com o maior prazer do mundo, as delicias da cozinha popular, que, no final das contas é autêntica, tradicional e tem o sabor de cozinha caseira. Ô, como tem! E aí está o segredo do sucesso.
Aliás, nestes tempos de campanha eleitoral, os locais são, literalmente, prato-cheio para os candidatos.
Duvido que você vá encontrar mesa vazia, na “praça de alimentação” do mercado da Encruzilhada, num sábado, às 11 da manhã. É preciso ter muita sorte. E, se o destino for o Restaurante Bragantino, perca as esperanças. Lá se come o melhor bolinho de bacalhau do planeta. Nem em Portugal! Tô pra ver. Como o portuga, proprietário da casa, não aceita reservas, procure chegar cedo.
O que ocorre, agora, no Recife, já venho notando, há muito tempo, noutras cidades e as que mais me chamaram atenção foram as do Mercado Público de São Paulo (já falei, em fevereiro aqui no Blog), o magnífico e tradicional de Salvador (Bahia) e o de Montevidéu (Uruguai). Neste último se come o melhor fruto do mar da Província Cisplatina.
Aqui no Recife, inclusive, a coisa está se transformando numa das melhores opções turísticas e, não raro, já se vê até estrangeiros diante de uma buchada, de um bode guisado ou de gordurento sarapatel. Sei não... mas, tem uma coisa, depois de duas lapadas de Pitu, entra tudo.
Neste sábado percorri os três mais atrativos desses locais: Encruzilhada, Madalena e Boa Vista. Os cenários já são, por si só, interessantes. O Mercado da Boa Vista, inclusive, tem pintura em terra-cota e, até, uma galeria na frente (vide foto ao lado), lembrando os prédios de Bolonha (Itália), que comentei em postagem de junho passado. Muito bonito.
Pois bem. Todos três locais estavam – usando um termo bem pernambucano – coalhados de gente.
Aproveitando a esteira do sucesso, a Prefeitura do Recife vem patrocinando, ultimamente, uma boa idéia de colocar um conjunto musical, executando repertório típico, próprio para o ambiente e as comidas que são servidas. Tem baião, xóte e xaxado. O Clip no final da postagem dá uma boa idéia do negócio. E, de vez em quando, um frevinho para lembrar que estamos no Recife. Ah! Algumas vezes, um grupo de chorinho bem puxado nos violões e cavaquinhos. É uma beleza.
Não tenho dúvidas que estou diante de uma coisa certamente sustentável.
Agora, sem que ponha em risco esta sustentabilidade, nascidas espontaneamente nesses três locais, seria de muito bom tom que a Prefeitura do Recife promovesse uma reforma no Mercado de São José, na região central da cidade, instalando um mezanino (cabe muito bem) onde pudessem surgir restaurantes típicos voltados para o turismo. A construção é belíssima. A localização, também. Seria um sucesso, tenho certeza. Fica aí uma idéia para os candidatos a burgomestre da Mauricéia.
Nota: Fotos e clip são da autoria do blogueiro e feitas neste sábado 12.07.08
14 comentários:
Oi Girley,
qualquer dia desses vou experimentar um mercado público daqui. O do Chile é sensacional e o de SP nem precisa falar. Aqui nunca fui.
Ana Lucia Altino Garcia
Gostei do Girley Reporter.
Você cobriu um tema, para o qual a imprensa local está devendo. De vez em quando almoço num desses mercados que você citou. Também em viagem procuro visitar os mercados públicos. È sempre um local que diz bastante da cultura da cidade.
Gosto do seu blog e não esqueci a sua oferta de me ajudar na construção do meu. Ainda não decedi enfrentar, até porque disponho de bons blogs dos amigos, feito o seu.
Um abraço
Wilame Jansen
Seu Girley, KD seus comentários sobre o mercado da Madalena. Moro aqui perto - Jaqueira - e fui, curioso, lendo, lendo.. E nada de se falar no dito cujo. Lá tem o maior exemplo de desobediência civil - um comércio de aves silvestres com direito até a ilustração na fachada - dizem que são todas "anilhadas". E vai ver que são e assim se pode comprar/vender à vontade...
Olá, cunhado,
Menino, passei rapidamente aqui e vi tanta coisa interessante no seu blog. Que maravilha! Você é muito bom; seus textos são muito pertinentes. Faz-me lembrar de Oswaldo e Arnóbia falando rapidinho do ''comendo no mercado'' - Arnóbia e Oswaldo, que Soninha brincava muito com ele. Lembra? Então, sempre, quando eles estavam aqui no Brasil, gostavam de ir tomar uns caldinhos aos Sábados ou Domingos (sempre pela manhã, por volta das onze horas) nos bares dos mercados do Recife. Acredito que, há vários anos, eles curtem esse tipo de lazer.
Eu, particularmente, adoro ir aos mercados públicos. São sempre muito atraentes. Há uma variedade grande nos produtos comestíveis, como também nos artesanais em geral, incluindo folclóricos etc; salientando que o lado cultural está ali, de certo modo.
No ano passado, quando estivemos em um desses mercados, comemos pratos da nossa cozinha nordestina, como também experimentamos alguns da cozinha internacional - acredita? Muito embora a mais servida seja sempre o cardápio da cozinha portuguesa; uma bacalhoada gostosíssima!
Os caldinhos dos mercados têm sempre um gostinho de "quero-mais". E esses meus amigos não dispensam jamais a famosa lapadinha como companheira dos finais de semana.
Sinto muitas saudades deles. Beijão,Graça.
Girley,
Foi um prazer reencontrá-lo, poucas são as pessoas que nos dão o prazer de conversar e que temos admiração e respeito pela inteligência, simplicidade e simpatia, você é uma dessas raras pessoas... continue me deixando informada com o blog!
Um grande abraço,
Ana Margarida
Amigo Girley
Muito agradavel esta "viagem" pelos mercados de Recife.
Isso lembra alguns bons bate-papos e jantares que Valéria e eu tivemos com você e Sônia em Recife e aqui no Sul.
Parabéns por essa abordagem.
Juarez Tonietto
Caxias do Sul - RS
Caro Girley,
Vc está se transformando em um verdadeiro repórter especial. Visitando os locais e fazendo um "jornalismo investigativo". Seu Blog tem tudo para crescer cada vez mais em audiência.
Um abraço,
Mauro Gomes
Caro Girley,
estou precisando entrar em contato com vc. meu email é drpompeu@hotmaail.com se puder me envie seu email e seu telefone.
Grande abraço Douglas.
Nos fizemos contato na visita ao Rio de sua comitiva.
Ótima dica amigo Girley,de fato este é o melhor espaço para se conhecer a terra e suas raízes !
Forte abraço
André Mozetick
Prezado Girley,
Peço para incluir na sua relação o mercado de Santiago do Chile,onde come-se muito bem,principalmente frutos do mar.Lamento que Belém ainda não tenha despertado para essa idéia que é oferecer no Ver-O- Peso o que existe de mais gostoso da culinária paraense.Hoje apenas o povão delicia-se no mercado.Isso porque falta estrutura para que as classes média e alta possam frequentá-lo.Na próxima viagem a Recife, pretendo almoçar ou jantar uma buxada de bode no Mercado.Um abraço,
David
Girley,
Adorei tanto sua postagem sobre o São João de Fazanda Nova que lembrei dos meus tempos de jovem em Escada onde dançava quadrilhas e também curtia bastante o São João.
Ana Lucia Simões
Caro Girley,Achei extraordinário seu Blog Comendo no Mercado Público. Tenho experiência dos quitutes do Mercado da Encruzilhada, pela proximidade de minha casa, por isso endosso a qualidade do bolinho de bacalhau do Restaurante Lusitano, naquele local, que realmente é o melhor do Recife. Creio que, como você disse, na Santa Terrinha talvez não façam tão bem.Caro amigo, a julgar por essas suas reportagens dentro em pouco a Globo estará querewndo comprar seu PASSE. Parabéns mais uma vez. Com um abraço,
Manoel Quintas
MENINO!!! Agora tem ateh video!!! :D Arretado!! Vc devia mandar um resumo pro Meu JC, com video ou foto + link pro seu blog. Bom jeito de promover o Blog do GB e ganhar mais audiencia com um simples (leia mais). Bjo!!
Girley, Maravilha, lembr a você que o Mercado Central de BH/MG tambêm é um primor e ponto turístico obrigatório daquela capital...Excelente matéria para resgatar nossos tradicionais mercados.
Restony de Alencar
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