sábado, 29 de março de 2025
Aonde vamos parar?
Indiscutivelmente vem sendo cada vez mais desanimador acompanhar a marcha da situação politico-econômica nacional. É preocupante e curioso como, recentemente e muito embora as nefastas contendas politicas, o quadro econômico que vinha se sustentando começou a desequilibrar e a marcha tem sido desanimadora. A inflação, que, aliás, nunca deixou de ser um tema recorrente de debate, especialmente após um período de relativa estabilidade econômica, vem dando sinais de persistência e assusta o consumidor. Os preços do café e do ovo têm sido bandeiras dos clamores, mas, muitos outros produtos já revelam preços majorados e a situação volta a preocupar o mercado e os cidadãos brasileiros. Aonde vamos parar? Vejamos algumas razões da situação. A inflação conforme medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tem mostrado uma trajetória de alta nos últimos meses. Uma combinação de fatores, como o aumento dos preços de commodities, alta nos custos de energia, e mesmo o impacto residual das políticas econômicas anteriores são apontados como justificativas do desequilíbrio observado. A recuperação pós-pandemia também trouxe desafios adicionais, com a escassez de alguns insumos e a dificuldade de reequilibrar a oferta e demanda. Nesse ambiente é importante considerar que a elevação no preço de produtos como petróleo, alimentos e fertilizantes impacta diretamente os custos de produção e transporte, gerando, inevitavelmente, repasse para os consumidores. Não há para onde correr porque o giro do carrossel econômico faz parte do jogo. E para completar é obvio que a inflação no Brasil não ocorre de forma isolada. A instabilidade econômica global, guerras, e políticas monetárias de outros países, como os Estados Unidos, também impõem severos impactos no mercado local. O Banco Central, no esforço de combater a inflação, tem elevado a taxa de juros, o que pode ajudar a controlar a inflação, mas, por outro lado, impacta o crédito e o consumo, criando um ciclo que afeta diferentes setores da economia. Para a inocente dona de casa que dirige o carrinho de compras, entre as gôndolas do supermercado, o que resta é somente lamentar e sofrer na hora da conta final. Não há orçamento que resista. Mas, desanimador mesmo é escutar o noticiário, no radio do meu carro e no engarrafamento do trânsito recifense, que de acordo com o mercado financeiro e as estimativas do Banco Central, o Brasil deve continuar enfrentando um cenário de inflação elevada, com esperanças de desaceleração somente nos últimos meses do ano. O controle da situação seguirá, certamente, nas mãos do BACEN com a “cautelosa” postura em relação à taxa de juros. Tomara que as influências externas tomem rumos de paz e prosperidade. Que a Ucrânia seja pacificada e que Trump enxergue as loucuras que vem cometendo. Pra onde estamos indo? NOTA: A ilustração foi obtida nos Google Imagens.
quinta-feira, 13 de março de 2025
FELIZ ANO NOVO
Pode parecer estranho, nestes dias de março, meu desejo de Feliz Ano Novo. Para o leitor(a) estrangeiro, principalmente. Mas, para o brasileiro comum soa como algo quase que normal. Acontece que no país do carnaval, como o Brasil, todo mundo resolve adiar seus planos e projetos passados os festejos de Momo. Como em geral a coisa acontece em fevereiro, o mês de janeiro e parte de fevereiro vira tempo de festejos, de férias, curtição de verão, praia e cachaça. O gran finale são os três dias de folia. Somente após isto que o ano começa de verdade. A cada ano a movimentação se amplia. Cidades nas quais o carnaval era um tempo “morto”, como os casos de São Paulo e Belo Horizonte, já se notam manifestações volumosas e atrativas para foliões antes adormecidos. O Ministério do Turismo garante que mais de 50 milhões de pessoas vai às ruas comemorar o Carnaval Brasileiro. Certamente a mais popular festa do país. Este ano a coisa foi, segundo noticiários, mais retumbante do que nunca. Mesmo porque houve mais tempo para os preparativos e para o popular “esquente” das baterias, visto que o tal gran finale se deu em pleno mês de março. Já vi muitas vezes essa ocorrência cronológica, porém não tão fincada no terceiro mês do ano. Como o carnaval é uma data móvel, diferente de outras como o Natal, por exemplo, este é definido com base na data da Páscoa, definida, por sua vez, com base no calendário lunar e no equinócio de março. Para os que desconhecem e melhor situar, equinócio de março é quando o dia e a noite têm a mesma duração. A Páscoa cai sempre no primeiro domingo após a primeira lua-cheia depois do equinócio de março. Daí é só calcular 47 dias antes da Páscoa e tome carnaval. Complicado? Nada. Somente à primeira vista. Por oportuno é bom lembrar que essa data de Páscoa (centro desses cálculos cronológicos) foi estabelecido em 325 d.C. num concilio realizado na cidade de Nicéia, na Turquia. Com base nessa tradição histórica foi que tivemos este “início” de ano tão retardado. Vá compreender esta doidice brasileira.
Mas, tem uma coisa. Se por aqui a brasileirada faz o ano se arrastar no começo, no resto do mundo o ano começa, muitas vezes, antes que o outro termine. Este ano, por exemplo, foi uma parada indigesta viver janeiro e fevereiro no mundo afora. Guerras, fomes, acidentes aéreos estranhos, inundações e coisas semelhantes assustaram meio mundo. Para completar, no domínio politico, a posse de Donald Trump, na presidência dos Estados Unidos, com ideias e decretos mirabolantes, para seu país e para o resto do mundo, mostrou que 2025 veio fervendo. E a brasileirada em geral sambando na base do “tô nem aí”. Por essas que este país não vai adiante! Claro que, para os disputantes do Poder, em Brasília, digo, as bandas do azul e do encarnado sentiram e provocaram suas cócegas, mas, nem por isso deixaram de jogar tudo para depois do Carnaval. O descuido dos de plantão foi tão grande que o prestigio do Chefe levou um tombo violento e, ao que parece irrecuperável. Já, o café e o ovo? Ah! Esses dois estão desaparecendo das mesas de desjejum. Para os que tinham direito a isto, no ano passado, é claro. Feliz Ano Novo!
NOTA: Ilustração obtida no Google Imagens
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