quinta-feira, 13 de março de 2025
FELIZ ANO NOVO
Pode parecer estranho, nestes dias de março, meu desejo de Feliz Ano Novo. Para o leitor(a) estrangeiro, principalmente. Mas, para o brasileiro comum soa como algo quase que normal. Acontece que no país do carnaval, como o Brasil, todo mundo resolve adiar seus planos e projetos passados os festejos de Momo. Como em geral a coisa acontece em fevereiro, o mês de janeiro e parte de fevereiro vira tempo de festejos, de férias, curtição de verão, praia e cachaça. O gran finale são os três dias de folia. Somente após isto que o ano começa de verdade. A cada ano a movimentação se amplia. Cidades nas quais o carnaval era um tempo “morto”, como os casos de São Paulo e Belo Horizonte, já se notam manifestações volumosas e atrativas para foliões antes adormecidos. O Ministério do Turismo garante que mais de 50 milhões de pessoas vai às ruas comemorar o Carnaval Brasileiro. Certamente a mais popular festa do país. Este ano a coisa foi, segundo noticiários, mais retumbante do que nunca. Mesmo porque houve mais tempo para os preparativos e para o popular “esquente” das baterias, visto que o tal gran finale se deu em pleno mês de março. Já vi muitas vezes essa ocorrência cronológica, porém não tão fincada no terceiro mês do ano. Como o carnaval é uma data móvel, diferente de outras como o Natal, por exemplo, este é definido com base na data da Páscoa, definida, por sua vez, com base no calendário lunar e no equinócio de março. Para os que desconhecem e melhor situar, equinócio de março é quando o dia e a noite têm a mesma duração. A Páscoa cai sempre no primeiro domingo após a primeira lua-cheia depois do equinócio de março. Daí é só calcular 47 dias antes da Páscoa e tome carnaval. Complicado? Nada. Somente à primeira vista. Por oportuno é bom lembrar que essa data de Páscoa (centro desses cálculos cronológicos) foi estabelecido em 325 d.C. num concilio realizado na cidade de Nicéia, na Turquia. Com base nessa tradição histórica foi que tivemos este “início” de ano tão retardado. Vá compreender esta doidice brasileira.
Mas, tem uma coisa. Se por aqui a brasileirada faz o ano se arrastar no começo, no resto do mundo o ano começa, muitas vezes, antes que o outro termine. Este ano, por exemplo, foi uma parada indigesta viver janeiro e fevereiro no mundo afora. Guerras, fomes, acidentes aéreos estranhos, inundações e coisas semelhantes assustaram meio mundo. Para completar, no domínio politico, a posse de Donald Trump, na presidência dos Estados Unidos, com ideias e decretos mirabolantes, para seu país e para o resto do mundo, mostrou que 2025 veio fervendo. E a brasileirada em geral sambando na base do “tô nem aí”. Por essas que este país não vai adiante! Claro que, para os disputantes do Poder, em Brasília, digo, as bandas do azul e do encarnado sentiram e provocaram suas cócegas, mas, nem por isso deixaram de jogar tudo para depois do Carnaval. O descuido dos de plantão foi tão grande que o prestigio do Chefe levou um tombo violento e, ao que parece irrecuperável. Já, o café e o ovo? Ah! Esses dois estão desaparecendo das mesas de desjejum. Para os que tinham direito a isto, no ano passado, é claro. Feliz Ano Novo!
NOTA: Ilustração obtida no Google Imagens
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5 comentários:
Essa sua crônica ficou maravilhosa!!! Parabéns! Forte abraço.
Bom retrato do País do Carnaval. 👏🏾
Li teu blog, sobre a irreverência do nosso Brasil! Deves comentar que aqueles milhões de foliões nem uma vez reclamaram dos preços de alimentos e energia, (como a TV vem repetindo a toda hora), isto com
cerveja de até 30 reais! Garanto que pra isso não faltou dinheiro!
Faltou falar nas fantasias dos candidatos, mestre Girley.
Estamos vivendo um tempo de ser necessário falar do obvio. Pertinentes observações.
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