quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

O Mito Pelé

A ideia inicial era de ficar um mês de recesso como anunciado na postagem passada. Salvo um motivo especial. E este motivo se revelou ao receber a noticia do falecimento de Pelé, coisa que naturalmente o Blog não deixaria escapar e fazer um registro, prestando a devida homenagem a quem, reconhecidamente, foi o maior nome do futebol mundial e indiscutível motivo de orgulho nacional para o Brasil. O Atleta do Século 20. Eu ainda era um rapazote e pouco ligado no futebol, salvo torcer pelo Sport Clube do Recife, quando ouvi falar pela primeira vez no nome de Pelé. Recordo da vibração do meu pai ao final da Copa de 1958 e seu entusiasmo ao falar do sucesso daquele jovem mineiro de 17 anos que entrou em campo, integrando a seleção canarinha, na Suécia, e deslumbrou o mundo do esporte com suas jogadas fantásticas ajudando de modo decisivo o faturando do primeiro titulo mundial de futebol para o Brasil. Dali em diante o garoto ainda franzino e saído das fileiras de base do Santos Futebol Clube, de Santos (SP), ganhou fama se notabilizou nos estádios no mundo inteiro e fez bonito projetando o nome do Brasil e de um novo e revolucionário modo de atuar com uma bola nos pés nos gramados da vida. Outro lance que lembro bem me ocorreu ao chegar à minha primeira visita a Londres, no Reino Unido, quando o oficial de recepção do Hotel Bloomsbury, recebeu-me cheio de salamaleques por ser brasileiro e conterrâneo de Pelé. Recordo que frisou entusiasmado que eles tinham uma Rainha e nós brasileiros tínhamos um Rei, com o particular privilégio de ser sem sucessor. Falou maravilhas e encantos com o jogador e prometeu que torceria pelo Brasil sempre que Pelé entrasse em campo. Era um descendente de indiano. Lembrei-me dele no ano seguinte, durante a Copa do México de 1970, quando Pelé deu um show de bola especial e se tornou o único jogador tricampeão mundial de futebol do mundo, até hoje. O homem Edson Arantes do Nascimento encantou-se no dia 29 de dezembro passado, aos 82 anos, mas o Mito Pelé ficará para sempre nas próximas gerações. Na verdade, toda ocasião que se fale de algo especial ou competitivo o nome de Pelé será, com frequência, juntado como um legitimo adjetivo. Por exemplo, Ayrton Senna foi o Pelé do automobilismo. Resta-nos hoje agradecer ao Rei Pelé, que proporcionou ao mundo da bola as maiores glorias e seu moderno desenvolvimento. Seu nome e sua fama ultrapassaram de modo avassalador as quatro linhas de um estádio de futebol. Foi uma figura admirada e querida em todas as camadas e atividades sociais dentro e fora do Brasil. Foi um nome que brilhou internacionalmente dada sua competência nos gramados ou fora destes. E não foi por outra razão que recebeu titulo de Atleta do Século, sem duvidas o mais cabível. Sua trajetória começou ainda criança quando perambulou pelas ruas de Bauru (interior paulista) como engraxate. Em paralelo e seguindo os passos do pai, Dondinho, começou batendo bola de modo descomprometido nos campinhos interioranos. Logo cedo, chamou a atenção, se revelando bom para o negócio. Sendo observado por um olheiro esperto, foi identificado como promessa de um grande craque e sendo indicado para as bases do Santos. Ali nasceu o craque. Aos 16 anos chegou às fileiras profissionais e a atuar na Seleção defendendo a camisa Verde e Amarela. Pelé foi certamente a primeira grande estrela do futebol brasileiro no cenário esportivo mundial, com a grande virtude de nunca forjar cenas e exibições tão comuns e extravagantes como as exibidas pelos craques de hoje. Seu brilho era natural e responsável, como responsáveis e profissionais foram sempre suas atuações. Elegante em atitudes, seguro no falar e nas ações sociais que resultam num legado irretocável.
O Brasil perde um dos mais importantes ícones da sua História. A ele nossos agradecimentos e todas as homenagens. Saiu da vida terrena, mas, entrou com honras e glorias para a História. Em bom tempo, a presidência da FIFA (Federação Internacional de Futebol Amador) recomendou durante as exéquias do jogador, ontem em São Paulo, que cada país colocasse o nome do Rei Pelé num estádio de futebol. O Rei do Futebol encheu-nos de alegrias inesquecíveis ao chutar de placa muito mais de 1.200 gols nas redes do mundo afora, imortalizando a Camisa 10, ao tempo em que era constantemente procurado de perto por outras majestades (Vide foto acima com a rainha Elizabeth II) e “manda-chuvas” do seu tempo. Obrigado Pelé. O mundo não te esquecerá jamais. NOTA: Fotos obtidas no Google Imagens

6 comentários:

Antonia Corinta de Lucena disse...

Muito lindo o que você escreveu, nada tenho a acrescentar, uma vez que você reproduziu tudo aquilo que eu tencionava falar. Parabéns!!

Romero Marques disse...

Boa tarde Girley, bela lembrança do Rei do Futebol brasileiro Pelé inesquecível.

J.Artur disse...

A Metamorfose Kafkaniana chegou ao futebol na medida em que o cérebro do atual Rei do futebol fluiu até o solado do pé do Mister Edson, desde criança, permitindo-lhe dar "drible" inimitáveis e balançar as redes no mundo inteiro. Texto arretado, como sempre. Abração.

Nininha Brasileiro disse...

Belo comentário sóbre o Rei Pelé parabéns

Ina Melo disse...

Sabes que sou insensível a Futebol! Assisti com Rivaldo a inauguração do estádio Rei Pelé em Maceió e em 1981 fui levada por brasileiros a um jogo da seleção em Paris! Só valeu a noitada no Lido, onde as mulheres se esbaldaram a tirar fotos com o Rei e eu, avessa a essas coisas, só não resisti a ir ver, ao vivo e a cores, o lindo Tarcísio Meira, ainda assim, não quis tirar fotos e nem autógrafos! Até o baixinho do playboy Chiquinho Scarpa estava lá! Como sabes, em Paris somos todos ricos.

Sarto Carvalho disse...

Excelente Majestade. Um forte abraço

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