domingo, 20 de março de 2022

Futuro Sombrio

O tempo vai passando e minha esperança de que o conflito do leste europeu se dissipe e o mundo sossegue aliviado. Ainda inacreditável que isso venha ocorrendo em pleno século 21. As partes não cedem, as negociações não avançam e o resto do mundo se exaspera diante da barbárie, transmitida ao vivo e a cores, de uma infinidade de seres humanos que se esgueira debaixo de bombardeios e destroços de vidas amontoados procurando refúgios. Impossível não se sensibilizar e se revoltar diante de um quadro tão inesperado para este tempo. A mídia internacional tem tido pautas inesgotáveis e fazem da guerra seu dia-a-dia nesses quase trinta dias de conflito. Veículos informativos, das mais diferentes localizações e nuances politicas, tomam posições e interpretam ao bel prazer cada movimento tendendo, na maioria das ocasiões, aos quadros mais sinistros e preocupantes.
Graças à modernidade digital, tenho tido oportunidade de acompanhar os diários de noticias e as revistas informativas semanais e confesso minhas apreensões quanto ao futuro dos meus netos. Jornais europeus e norte-americanos se “esbaldam” em estampar imagens, opiniões e relatos assustadores. Hoje mesmo, aqui no Brasil, a revista semanal Isto É, (20.03.22), traz uma reportagem de capa que, no mínimo, provoca inquietação, desde a primeira vista, ao interrogar personalidades de destaque com: “Uma Terceira Guerra Mundial é Possível?”. (vide foto ao lado) E, mais do que isso, faz referencia enfática sobre o uso de armas nucleares. Armados até os dentes e detentores de arsenais nucleares dos mais potentes, os grandes rivais dessa contenda – Rússia e Estados Unidos – endurecem as formas de guerrear e, aparentemente, não temem em medir essas forças brutais pondo em risco o planeta como um todo.
O clima instalado me faz lembrar uma das mais tocantes experiências, que vivi nos idos de 1984, quando estive, pela primeira vez, no Japão e visitei a cidade de Hiroshima (Foto ao lado), alvo do monstruoso bombardeio atômico, deflagrado pelos norte-americanos, no final da Segunda Grande Guerra. Em 6 de agosto de 1945 foi lançada a primeira bomba atômica que se conheceu no mundo. Denominada de Little Boy arrasou a cidade de Hiroshima, transformada em verdadeiro inferno e matando aproximadamente 150 mil pessoas, metade das quais na ocasião da explosão. A cidade se transformou no alvo dos “terroristas” norte-americanos por se tratar da única forma de render o exercito do Império Japonês e dar um ponto final à Segunda Guerra. A escolha da cidade foi estratégica, dado ao fato de ser local onde funcionavam grandes estaleiros de navios de guerra e por dispor de um grande parque industrial metalomecânico, no qual se produzia armas e equipamentos bélicos. Conhecer de perto a cidade foi para mim uma oportunidade impar e capaz de me fazer melhor conscientizado sobre o poder devastador de uma arma nuclear. A Little Boy descarregou uma carga de urânio, que explodiu a 570 metros acima do solo e provocou um imenso cogumelo de fumaça (18 km. de altura), gerando uma descomunal temperatura de 300 Graus Celsius. Hiroshima (Nagasaki também bombardeada) foi reconstruída (Foto abaixo) e pouco mostra marcas da tragédia, salvo no parque memorial Abomb Dome, no exato ponto da explosão. Ali se localiza um museu organizado com uma dantesca coleção de peças e animais taxidermados resultantes dos efeitos a bomba. O visitante é recomendado se preparar para ficar diante de imagens e objetos capazes de provocar náuseas, revoltas e abalos emocionais. Um cavalo esfacelado, uma máquina de costura doméstica retorcida e garrafões de vidro amassados estão, até hoje, na minha memoria. Fora fotografias de humanos em estados dos mais deploráveis. Não tenho noticias de que Putin ou Biden tenham visitado este museu.Bom, de nada valeria...
Ouvir falar em Terceira Grande Guerra e ameaças do uso de armas nucleares, hoje, é, ao meu modo de prever, o fim do mundo. Sabe-se que tanto a Rússia, governada por um cidadão nada confiável, e os Estados Unidos com, respectivamente, 5.977 e 5.500 ogivas nucleares podem – numa deslize de cabeça – destruir o planeta Terra. A bomba que explodiu em Hiroshima é fichinha comparada às que hoje são mantidas nestes dois países e correspondem a mais de 90% das armas nucleares existentes. Nem é bom pensar neste futuro sombrio. Que a concórdia se estabeleça.

5 comentários:

José Paulo Cavalcanti disse...

Muito bom, amigo. Em todos os sentidos, curioso é que meu artigo desta semana será sobre Hiroshima. Estamos pensando igual. Acabou ficando para abril. É até melhor, fica distante do seu. Abraços fraternos, José Paulo.

Sarto Carvalho disse...

Amigo Girley
As nossas preocupações são irmãs gêmeas. Precisamos rezar muito pra que não aconteça uma guerra mundial. O nosso planeta sofrerá uma destruição incalculável sobre todos os aspectos. Amém!

Nininha Brasileiro disse...

Peço a Deus quê toque no coração desse louco e que realmente aconteça a paz

Elizabeth Marinho disse...

Olá Girley EU pensava que a medida que o tempo passava oSer Humano ia se tornando Melhor e Melhor e não esperava UM Futuro Sombrio.

Ina Melo disse...

Pois é amigo. Os Neros do século XXI estão apostando quem jogará a primeira bomba para incendiar o mundo e apesar da tragédia, eles ainda têm torcida organizada!

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